O aumento do número de prescrições de antipsicóticos para crianças e jovens tem levado à preocupação de que essa prática possa elevar o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2.
A pesquisa do Vanderbilt University Medical Center, publicada peloThe Journal of the American Medical Association in Psychiatry (JAMA Psychiatry), teve o objetivo de comparar o risco de diabetes tipo 2 em crianças e jovens de 6 a 24 anos de idade que estavam iniciando o uso de medicamentos antipsicóticos versus a propensão de seus controles pareados que recentemente tinham iniciado o uso de outra medicação psicotrópica.
Os participantes do estudo de coorte, retrospectivo, do programa Tennessee Medicaid Program, incluíam 28.858 iniciantes recentes de drogas antipsicóticas e 14.429 controles pareados. Pacientes que receberam previamente um diagnóstico de diabetes, de esquizofrenia ou de outras condições para as quais os antipsicóticos são a única terapia geralmente reconhecida foram excluídos da coorte.
Os principais resultados medidos foram diagnóstico de diabetes ou prescrição de medicamentos para tratar o diabetes durante o seguimento dessas crianças.
Crianças e jovens que usavam antipsicóticos tiveram um risco três vezes maior para diabetes tipo 2, o que ficou evidente no primeiro ano de acompanhamento. O risco aumenta com a dose cumulativa durante o seguimento (P<0,04). O risco permaneceu elevado até um ano após a interrupção do uso de antipsicóticos. Quando o grupo foi restrito a crianças de 6 a 17 anos de idade, os usuários de antipsicóticos tinham um risco mais do que três vezes maior para diabetes tipo 2 e aumentava significativamente com o aumento da dose cumulativa (P<0,03). O risco foi aumentado para uso restrito de antipsicóticos atípicos ou de risperidona.
As conclusões da pesquisa mostram que crianças e jovens que fazem uso de antipsicóticos têm um risco elevado para diabetes tipo 2 e este risco aumenta com a dose cumulativa.
Fonte: JAMA Psychiatry, publicação online, de 21 de agosto de 2013 - NEWS.MED.BR, 2013.
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