domingo, 26 de julho de 2015

FDA aprova novo medicamento contra colesterol

Estudos realizados com o composto mostraram que os participantes tiveram redução de até 60% do LDL (colesterol ruim) quando comparados com grupos que receberam placeboColesterol

A FDA, a agência reguladora americana, aprovou nesta sexta-feira um novo medicamento para tratar pacientes com colesterol. Batizado de Praluent, das farmacêuticas Sanofi e Regeneron, é o primeiro de uma nova classe promissora para combate à doença.

Administrado em formas de injeções, o composto é indicado para doentes com hipercolesterolemia familiar, afecção de origem genética gravíssima caracterizada por uma concentração absurda de colesterol ruim, o LDL, nos vasos sanguí­neos, em combinação com dieta e estatinas. O remédio também poderá ser indicado a pacientes com doenças cardiovasculares que tenham sofrido ataques cardíacos ou derrames e que necessitem de redução extra do colesterol ruim.

De acordo com a FDA, a aprovação ocorreu após a realização de cinco estudos controlados com placebo em que 2 476 participantes foram expostos ao Praluent. De acordo com os resultados, os participantes que receberam o medicamento tiveram redução de até 60% nos níveis de LDL (colesterol ruim), quando comparados aos voluntários que receberam placebo.

Concebido a partir de anticorpos, o novo remédio age impedindo a ação da proteína PCSK9. Presente no fígado e no intestino, a proteína destrói os receptores que se encaixam no colesterol ruim e o tiram de circulação. Assim, ao impedir sua ação, os medicamentos permitem que os receptores se liguem ao LDL e baixem seus níveis no sangue.

Ainda não há data definida para o lançamento do Praluent no Brasil.

Fonte:Veja

Nootrópicos, as 'drogas inteligentes' que são moda no Vale do Silício

Thinkstock

Imagine se toda manhã, antes de ir para o trabalho, você tomasse um comprimido que, além de te deixar mais ligado e concentrado, melhora a memória e impulsiona a criatividade e a produtividade.

É isso que cada vez mais pessoas estão fazendo em lugares como o Vale do Silício – região do norte da Califórnia, nos EUA, considerada a capital mundial da indústria da tecnologia –, onde os chamados nootrópicos vêm se popularizando nos últimos anos.

Essas substâncias – cujo nome vem do grego "nóos" (mente ) e "tropo" (direção) – supostamente são capazes de ajudar a melhorar o desempenho mental sem produzir efeitos colaterais negativos.

Apesar do ceticismo da comunidade científica quanto a sua eficácia, esses "potencializadores cognitivos" são cada vez mais usados em ambientes de trabalho competitivos, nos quais o intelecto é muito mais importante do que qualquer outra habilidade.

Sob o guarda-chuva dos nootrópicos estão, por exemplo, compostos químicos da família dos racetams (como o piracetam e o pramiracetam) e substâncias como vitaminas e aminoácidos encontrados em alimentos e plantas que podem ser comprados em lojas de suplementos e de produtos naturais.

Alguns são remédios receitados para o tratamento de idosos que apresentam alterações em seus mecanismos cognitivos e que sofrem de males como a demência e o Alzheimer.

Seus defensores asseguram que essas substâncias ajudam, por exemplo, a melhorar a memória, a capacidade de aprendizagem e a concentração.

Medicamentos como o Adderall, prescrito para tratar transtornos como hiperatividade e narcolepsia, também são utilizados por estudantes que querem melhorar o desempenho cognitivo, apesar do risco de efeitos colaterais como arritmia e ansiedade.

Popularidade

Nos anos 70, o pesquisador romeno Corneliu E. Giurgea definiu como nootrópicos as substâncias que, apesar de potencializar as capacidades cognitivas, não são tóxicas, viciantes ou provocam efeitos colaterais significativos.

Não há um consenso sobre como funcionam muitas dessas substâncias, embora quem as utilize acredite que elas melhoram o metabolismo cerebral.

Thinkstock

Embora não haja dados oficiais, seu uso tem crescido nos últimos anos em países como os Estados Unidos. Na internet, proliferaram blogs e fóruns de discussão que debatem que nootrópicos consumir, e em que quantidade.

Com o incremento da demanda, houve um boom de empresas que vendem pílulas com diversas substâncias consideradas nootrópicas, como cafeína e ômega 3.

Entre essas companhias, estão a Nootroo e a Nootrobox, startups do Vale do Silício que asseguram ter entre seus investidores importantes nomes da indústria da tecnologia.

Elas afirmam que os efeitos dos nootrópicos dependem da quantidade consumida e do metabolismo do usuário, e que não há estudos que tenham determinado os efeitos a longo prazo.

'Úteis'

Jesse Lawler, programador que vive em Los Angeles, começou a se interessar por nootrópicos e outras drogas inteligentes há alguns anos.

"Percebi que poderiam ser úteis para as tarefas mentais que tinha de fazer no trabalho", explicou Lawler, que produz e apresenta o podcast Smart Drug Smarts.

"No meu caso, têm se mostrado úteis para, por exemplo, ampliar os períodos de concentração. Uso como ferramentas para melhorar meu estado mental", afirmou Lawler à BBC.

O programador disse que, embora "em nossa sociedade a palavra droga tenha conotação negativa", as que ele consome "têm efeitos fisiológicos benéficos."

Foto: BBC

"Além disso, procuro seguir uma dieta equilibrada e fazer exercício. Nunca tomaria nada que poderia ter um efeito negativo sobre meu corpo e, principalmente, sobre meu cérebro", assegurou Lawler.

Segundo ele, os nootrópicos são especialmente populares entre os trabalhadores do Vale do Silício e de Wall Street, meca do mercado financeiro em Nova York.

"Existe uma ideia de que, se você usa drogas inteligentes para potencializar sua inteligência, está trapaceando... Mas não acredito haver algo de mal em querer que seu cérebro funcione melhor."

Lawler reconhece que há entre os usuários dos nootrópicos uma "confusão sobre que substâncias usar e como tomá-las", e que há muita gente que está se aproveitando disso para ganhar dinheiro.

"Se você está pensando em comprar pela internet, tenha cuidado", adverte.

'É melhor fazer exercício'

Lucien Thomson, professor de neurociência da Universidade do Texas em Dallas, põe em dúvida a eficácia de muitos dos nootrópicos. "Os estudos já realizados não são conclusivos", afirmou à BBC.

"Muitos dos sistemas neurotransmissores que conhecemos e que e estão ligados à memória também participam de outros processos. Se você tomar algo para melhorar a memória, estará afetando também outras funções cerebrais, com efeitos imprevisíveis", continuou.

Thinkstock

"Além disso, não é possível controlar as quantidades dessas substâncias que as pessoas andam tomando. Sem uma supervisão adequada e considerar os possíveis efeitos colaterais, as consequências podem ser perigosas", disse o especialista.

Segundo ele, a melhor estratégia para melhorar as funções cognitivas é manter uma boa saúde.

"Sabemos que a atividade cerebral melhora com o exercício. As pessoas levam um estilo de vida sedentário e querem resolver isso com uma pílula, o que é absurdo", afirmou.

Para o especialista, é preciso ainda estimular a mente. "Fazendo palavras cruzadas, por exemplo, e mantendo uma vida social. E não me refiro às redes sociais, mas sim conversar com outras pessoas. Tudo isso traz benefícios à memória."

Thomson não nega que alguns remédios possam trazer benefícios para a memória, mas ressalta que, nos estudos já realizados, a maioria do que é vendido como nootrópico não levou a efeitos positivos.

Fonte: BBC Brasil

domingo, 19 de julho de 2015

Chance de obesos voltarem a peso normal é menor que 1%, diz pesquisa

Balança (Thinkstock)

A chance de voltar ao peso normal dentro de um ano, depois de estar obeso, é apenas uma em 210 para homens e uma em 124 para mulheres, segundo uma pesquisa britânica.

Em casos graves de obesidade, a perda de peso em apenas um ano é ainda menos provável, concluíram pesquisadores da universidade King's College London.

O estudo diz ainda que as atuais estratégias de combate à obesidade estão fracassando.

A equipe pede "políticas de saúde mais abrangentes" para prevenir a obesidade.

A médica Alison Fildes, que liderou a equipe de cientistas, disse que, na Grã-Bretanha, as opções de tratamento disponíveis a obesos não dão certo para a maioria dos pacientes.

"É preciso focar o tratamento na prevenção do aumento de peso e na manutenção de perda de peso, por menores que sejam", disse a doutora Fildes.

"As atuais estratégias que se concentram em cortar calorias e aumentar a atividade física não estão dando certo para a maioria dos pacientes que querem perder peso e manter isso."

Para a médica, a maior oportunidade para combater a "epidemia de obesidade" é mudar a política no nível da população.

Registros médicos

O estudo acompanhou o peso de 278.982 homens e mulheres entre 2004 e 2014 através de registros médicos eletrônicos.

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Pacientes que perderam peso por causa de cirurgias específicas para isso foram excluídas.

Durante a pesquisa, 1.283 homens e 2.245 voltaram ao seu peso normal.

Para aqueles considerados obesos (com Índice de Massa Corporal, IMC, entre 30 e 35), a probabilidade de emagrecer em um ano é maior entre mulheres que entre homens.

No caso de obesos mórbidos (IMC entre 40 e 45), apenas um em 1.290 homens e uma em 677 mulheres conseguiram emagrecer, segundo a pesquisa.

A boa notícia, segundo a doutora Fildes, é que perder 5% do peso é mais fácil.

Um em cada 12 homens e uma em cada 10 mulheres conseguiram emagrecer nesta proporção durante um ano.

No entanto, a maioria recuperou todo o sobrepeso nos cinco anos seguintes.

Mais de um terço dos homens e mulheres estudados atravessaram ciclos semelhantes de aumento e queda de peso.

A pesquisa foi publicada na revista médica American Journal of Public Health.

Será que a associação de hipertensão com eventos cardiovasculares é realmente mais forte em pessoas magras do que em obesos?

Estudos anteriores, que sugerem que a associação de hipertensão arterial com doença cardiovascular (DCV) é mais forte em pessoas com baixo peso ou peso normal do que em obesos, ou incluíram fumantes, diabéticos ou pacientes com câncer, ou não levaram em conta a obesidade central.

O presente estudo, coordenado por Laura A. Colangelo, do Departamento de Medicina Preventiva da Feinberg School of Medicine, Northwestern University, analisa a interação entre adiposidade com hipertensão em eventos cardiovasculares usando o índice de massa corporal (IMC), tomando por base as definições de sobrepeso e obesidade, bem como a circunferência da cintura (CC) para avaliar a adiposidade.

No estudo Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis, foram classificados 3.657 homens e mulheres não-fumantes, livres de DCV clínica de base, diabetes mellitus e câncer, em 7 combinações IMC-CC definidos pela etnicidade específica para IMC (normal, sobrepeso, obeso classe 1 e obesos classes 2/3) e categorias de etnicidade e de sexo específicas para CC (ideais ou não ótimos). As taxas ajustadas absolutas de eventos por 1.000 pessoas-ano e riscos relativos (intervalos de confiança de 95%) para eventos cardiovasculares para a hipertensão (pressão arterial ≥140/90 ou em uso de medicação) versus sem hipertensão computadas dentro das categorias de adiposidade foram de 9,3 versus 1,9 e 4,96 (2.56- 9,60) para IMC normal/ótima CC ; 13,2 contra 4,2 e 3,13 (0,99-9,86) para IMC normal/CC não-ótima; 9,0 contra 4,5 e 2,00 (1,19-3,36) para o sobrepeso/ótima CC; 8,4 contra 5,6 e 1,50 (0,88-2,54) para o sobrepeso/CC não-ótima; 14,1 contra 2,1 e 6,75 (0,69-65,57) para obeso classe 1/ótima CC; 10,1 contra 3,7 e 2,69 (1,41-5,16) para obeso classe 1/CC não-ótima e 9,9 contra 6,9 e 1,45 (0,60-3,52) para obesos classe 2 ou 3/CC reunidas.

Este estudo encontrou um grande risco relativo de eventos cardiovasculares associados à hipertensão para os participantes com IMC normal e, mais importante, riscos absolutos igualmente elevados, tanto para IMC normal e obesos com hipertensão arterial.

Fonte: Hypertension, publicação online de 15 de julho de 2015 – News.med.br

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Startup dos Estados Unidos cria respirador minúsculo para pacientes com apneia

Aparelho pretende oferecer mais conforto para as pessoas que sofrem com esse problema

Uma startup de Massachusetts, nos Estado Unidos, desenvolveu um respirador que promete proporcionar melhor conforto aos paciente que sofrem com apneia, um distúrbio que afeta a qualidade do sono e pode causar até danos no cérebro.

A funcionalidade do Airing, como foi batizado o produto, é a de facilitar a entrada de ar no organismo do paciente enquanto ele dorme. No entanto, por meio da tecnologia, seus desenvolvedores garantem que o produto pode funcionar por mais de 8 horas. Chama a atenção também o tamanho reduzido do aparelho, o que não incomoda a pessoa que eventualmente use o produto.

A esperança da empresa é aumentar o uso do dispositivo entre os portadores de apneia e demais distúrbios respiratórios. Isso porque, segundo pesquisa feita pela própria startup, 50% dos pacientes que necessitam das máscaras de oxigênio - aplicadas tradicionalmente nesse tipo de tratamento durante o sono - as abandonam porque elas são consideradas desconfortáveis.

Para dar sequência ao desenvolvimento do aparelho e projetar sua comercialização, a empresa buscou fundos entre os usuários da internet criando uma campanha de financiamento coletivo no site Indiegogo.

Fonte: PME Estadão

quinta-feira, 16 de julho de 2015

BMJ: risco de hemorragia intracraniana em usuários de antidepressivos e de anti-inflamatórios não esteroides

Para definir o risco de hemorragia intracraniana em doentes tratados com antidepressivos e drogas anti-inflamatórias não-esteroides (AINEs), em comparação com o risco entre aqueles tratados com antidepressivos sem AINEs, foi realizado um estudo publicado pelo BMJ.

Os participantes eram pacientes que começaram a usar antidepressivos pela primeira vez, sem história de ter recebido uma prescrição de antidepressivos durante o ano anterior. Os pacientes que tinham sido diagnosticados como tendo doenças cerebrovasculares dentro de um ano antes do início do estudo foram excluídos. Foram usadas informações de bancos de dados coreanos de 1° de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2013.

A principal medida foi o tempo da primeira internação por hemorragia intracraniana dentro de 30 dias após o uso da medicação. Modelos de regressão de Cox emparelhados foram usados para comparar o risco dehemorragias intracranianas em pacientes que foram tratados com antidepressivos, com e sem AINEs, após correspondência de escore de propensão em uma proporção de 1: 1.

Após estimativa do escore de propensão e correspondência na proporção de 1: 1, a coorte utilizada na análise incluiu 4.145.226 pessoas. O risco de hemorragia intracraniana em 30 dias durante todo o período de estudo foi maior para o uso combinado de antidepressivos e AINEs do que para uso de antidepressivos sem AINEs (hazard ratio 1,6; intervalo de confiança de 95% de 1,32 a 1,85). Não houve diferenças estatisticamente significativas no risco de hemorragia intracraniana entre as classes de antidepressivos.

Neste estudo, o uso combinado de antidepressivos e AINEs foi associado a um risco aumentado de hemorragiaintracraniana dentro do prazo de 30 dias do início do uso dessa combinação.

Fonte: The British Medical Journal (BMJ), de 14 de julho de 2015 – News.Med.Br

terça-feira, 14 de julho de 2015

Drogas anti-inflamatórias não esteroides (AINEs) não aspirina: FDAreforça aviso de aumento da chance de acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco com o uso desse tipo de medicação

Direcionado aos consumidores e aos profissionais de saúde, a Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, está reforçando o aviso de segurança quanto ao uso de anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) não aspirina e o risco aumentado de acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco.

Com base na revisão abrangente de novas informações de segurança, a FDA está exigindo atualizações nas bulas que devem conter basicamente as seguintes informações:

  • O risco de ataque cardíaco ou derrame pode ocorrer tão cedo quanto nas primeiras semanas de uso de um AINE. O risco pode aumentar com o tempo de uso do AINE.
  • O risco parece maior em doses mais elevadas.
  • Pensou-se previamente que todos os AINEs podiam ter um risco semelhante. Novas informações tornam menos claro que o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral é semelhante para todos os AINEs; no entanto, esta nova informação não é suficiente para determinarmos que o risco de qualquer AINE em particular é definitivamente mais elevado ou mais baixo do que o de qualquer outro AINE em particular.
  • AINEs podem aumentar o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral em pacientes com ou sem doença cardíaca ou fatores de risco para doença cardíaca. Um grande número de estudos apoia esta conclusão, com diferentes estimativas de quanto o risco está aumentado, dependendo dos fármacos e das doses estudados.
  • Em geral, os pacientes com doenças cardíacas ou fatores de risco para este tipo de doenças têm uma maior probabilidade de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral após o uso de AINE do que pacientes sem esses fatores de risco, porque eles já têm um risco mais elevado no início do estudo.
  • Os doentes tratados com AINEs na sequência de um primeiro ataque cardíaco são mais propensos a morrer no primeiro ano após o ataque cardíaco, em comparação aos pacientes que não foram tratados com AINEs após seu primeiro ataque cardíaco.
  • Existe um risco aumentado de insuficiência cardíaca com o uso de AINE.

Os pacientes e os profissionais de saúde devem estar atentos para efeitos secundários em relação à saúdecardiovascular durante todo o tempo em que os AINEs estão sendo usados. Os pacientes que tomam AINE devem procurar atendimento médico imediatamente se apresentarem sintomas como dor no peito, falta de ar, dificuldade em respirar, fraqueza no corpo ou fala arrastada.

Fonte: FDA MedWatch, de 9 de julho de 2015  - News.med.br

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Fumar pode causar psicose? Revisão sistemática com publicação peloThe Lancet Psychiatry

Muitos pacientes com psicose também fumam. Será que o uso do tabaco pode estar envolvido com o início desta condição? Sameer Jauhar, James MacCabe e Hannah Cagney exploraram esta associação em um estudo financiado pelo NIHR Maudsley Biomedical Research Centre.

Embora a associação entre doença psicótica e o hábito de fumar cigarro seja conhecida, as razões não são claras sobre o motivo de pessoas com psicose serem mais propensas a fumar do que outras da população em geral. O objetivo desta revisão foi testar várias hipóteses:

  1. O uso diário de tabaco está associado a um risco aumentado de doença psicótica em estudos caso-controle e estudos prospectivos?
  2. O tabagismo está associado a uma idade mais precoce de início da doença psicótica?
  3. Uma idade mais precoce no início do hábito de fumar está associada a um risco aumentado de psicose?

Os pesquisadores também tiveram como objetivo obter uma estimativa da prevalência do tabagismo nos pacientes que apresentavam um primeiro episódio de psicose.

Foram pesquisadas as bases de dados Embase, Medline e PsycINFO e estudos observacionais selecionados em que as taxas de tabagismo foram relatadas em pessoas com transtornos psicóticos, em comparação com os controles. Calculou-se a diferença da média ponderada para a idade de início da psicose e para a idade de início do hábito de fumar. Para resultados categóricos, foram calculadas razões de chances de estudos transversais e razões de risco de estudos prospectivos.

De 3.717 citações, 61 estudos compreendendo 72 amostras preencheram os critérios de inclusão. A amostra total incluiu 14.555 usuários de tabaco e 273.162 não-usuários. A prevalência de tabagismo em pacientes apresentando o seu primeiro episódio de psicose foi 0,57 (IC 95% 0,52-0,62; p<0,0001). Em estudos de caso-controle, a razão de chances globais para o primeiro episódio de psicose em fumantes versus não-fumantes foi de 3,22 (IC 95% 1,63-6,33), com alguma evidência de viés de publicação (Teste de Egger p=0,018 e Teste de Begg p=0,007). Para estudos prospectivos, foi calculado um risco relativo global de novos distúrbios psicóticos em fumantes diários versus não-fumantes de 2,18 (IC 95% 1,23-3,85). Fumantes diários desenvolveram doença psicótica em uma idade mais precoce do que não-fumantes (diferença média ponderada -1,04 anos; IC 95% -1,82 a -0,26). Aqueles com psicose começavam a fumar em uma idade não significativamente mais precoce do que os controles saudáveis (-0,44 anos; IC 95% -1,21 a 0,34).

O uso diário de tabaco está associado ao aumento do risco de psicose em uma idade de início mais precoce da doença psicótica. A possibilidade de uma relação causal entre o uso de tabaco e a psicose merece uma análise mais aprofundada.

Fonte: The Lancet Psychiatry, publicação online, de 9 de julho de 2015 – News.med.br

Por que criamos rugas e o que podemos fazer para evitá-las?

Rugas (Thinkstock)

Dizem que nossa pele conta uma história sobre nossa vida.

O problema é que a história nem sempre é precisa. Por que há pessoas que parecem mais velhas e outras mais jovens do que realmente são?

Encontrar a resposta para essa pergunta pode ser a chave para uma aparência mais saudável.

O que diz a ciência? O que faz com que a pele envelheça? É possível fazer algo sem recorrer à cirurgia plástica?

O que causa as rugas?

Proteja-se do sol

Por que?

Todos temos consciência do risco de queimaduras causadas pelos raios solares, mas esse é apenas um dos perigos que esse astro representa para nossa pele.

A luz do sol contém diferentes tipos de raios UV (ultravioleta) e o efeito desses raios depende de seu comprimento de onda.

As queimaduras são causadas pelos raios UVB (ultravioleta B), que atingem a porção superior da pele, mas não penetram até a epiderme ou a derme.

Os raios UVA possuem comprimento de onda muito maior, daí seu efeito mais profundo: podem degradar o colágeno que é o “adesivo” de nosso corpo. E se o colágeno se debilita na pele, surgem as rugas.null

O que fazer?

Simples: use protetor solar. Mas não apenas quando estiver tomando sol.

Por causa de seu comprimento de onda, os raios UVA podem atravessar vidros, o que significa que o envelhecimento de sua pele pode estar se acelerando quando você dirige até o trabalho ou quando está sentado ao lado de uma janela.

Certifique-se que sua marca de protetor solar tenha boa proteção contra raios UVA.

Coma os alimentos corretos

Por que?

nullApenas respirar já nos causa rugas.

Cada vez que respira, uma fração mínima do oxigênio que inspira entra em suas células e ataca seu DNA.

Essas moléculas de oxigênio são conhecidas como radicais (antes radicais livres). O dano que causam, sobretudo aos fibroblastos produtores do colágeno da pele, se acumula no tempo. E provoca rugas.

O que fazer?

Precisamos respirar, então por esse lado não há opção.

Mas pesquisadores estão convencidos da possibilidade de reduzir o dano causado pelos radicais por meio da alimentação correta.

Essas são regras chave a seguir:

Regra 1: Escolha alimentos de cores vibrantesnull

Regra 2: Aposte em frutas e vegetais com sabor amargo

nullVegetais como brócolis e rabanetes são fonte rica de um tipo de antioxidante chamado glucosinolato. Consumir esse tipo de ingrediente pode elevar as defesas naturais da pele.

Regra 3: Coma muitos peixes oleosos, como salmão, atum e sardinha

nullO ingrediente vital nesses peixes é o ômega 3. Esse ácio graxo minimiza a inflamação nas células da pele, o que também ajuda a desacelerar o estresse de oxidação.

Outros fatores, como fumar, também podem acelerar o envelhecimento da pele.

Controle o açúcar no sangue

Por que?

Pesquisadores que investigam o vínculo entre taxas de açúcar no sangue e envelhecimento da pele descobriram que pessoas com altos níveis de glicose aparentam ser dois anos mais velhos do que são.

O que ocorre? O excesso de açúcar no sangue se associa ao colágeno da pele e faz com ele fique mais quebradiço, o que torna o processo de reparação da pele mais difícil. O resultado? Mais rugas.

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O que fazer?

Nada muito drástico.

O açúcar do sangue é produzido naturalmente quando digerimos comida, e é uma parte essencial do processo pelo qual o corpo adquire a energia que precisa para funcionar.

Mas ao praticarmos exercícios de forma regular e cortarmos os carboidratos da alimentação podemos evitar niveis altos de açúcar no sangue e as complicações associadas ao envelhecimento da pele.

Caso tenha uma condição médica anterior, como diabetes, consulte o seu médico.

Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Nova vacina recombinante oral contra o Helicobacter pylori está em estudo e pode ser eficaz para crianças

O Helicobacter pylori é um dos agentes patogênicos gástricos mais comuns, afetando pelo menos metade da população mundial. Ele está fortemente associado à gastrite, úlcera péptica, adenocarcinoma gástrico e linfoma. O objetivo do estudo, publicado no periódico The Lancet, foi avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade de uma vacina recombinante contra o Helicobacter pylori.

O estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, na fase 3 foi realizado em um centro médico emGanyu County, província de Jiangsu, na China. Crianças saudáveis com idades entre 6 e 15 anos, sem infecçãoprévia ou atual pelo H. pylori, foram distribuídas aleatoriamente (1: 1) para receber a vacina contra o H. pylori ouplacebo. O resultado primário de eficácia foi a ocorrência de infecção por H. pylori no prazo de um ano após a vacinação. A vacina em questão pode ser administrada por via oral, em três doses.

Entre 2 de dezembro de 2004 e 19 de março de 2005, foram distribuídos aleatoriamente 4.464 participantes do estudo para o grupo da vacina (n=2.232) ou para o grupo placebo (n=2.232), dos quais 4.403 (99%) completaram as três doses do calendário de vacinação e foram incluídos na análise. O acompanhamento foi estendido para três anos. Foram registradas 64 ocorrências de infecção por H. pylori no primeiro ano [14 eventos em 2.074 (3 pessoas-ano em situação de risco) no grupo da vacina vs 50 eventos em 2.089 (6 pessoas-ano em situação de risco no grupo placebo)], resultando em uma vacina com eficácia de 71,8% (IC 95% 48,2-85,6). Cento e cinquenta e sete participantes (7%) no grupo da vacina e 161 participantes (7%) do grupo placeborelataram pelo menos uma reação adversa. Eventos adversos graves foram relatados em cinco participantes (<1%) no grupo da vacina e em sete participantes (<1%) no grupo placebo, mas nenhum foi considerado estar relacionado à vacinação.

De acordo com os resultados, a vacina recombinante oral contra o H. pylori foi eficaz, segura e imunogênica em crianças não infectadas por esta bactéria. Esta vacina poderia reduzir substancialmente a incidência de infecçãopor H. pylori, no entanto, um acompanhamento por um período de tempo mais prolongado é necessário para confirmar a proteção da vacina contra doenças associadas ao H. pylori.

O estudo foi financiado pela Chongqing Kangwei Biological Technology.

Fonte: The Lancet, publicação online, de 30 de junho de 2015 – News.med.br

Tinea genital: uma nova entidade de doença sexualmente transmissível?

Um trabalho com publicação online pelo periódico Sexually Transmitted Infections investigou casos recentes de tinea genital em pessoas que viajaram para o Sudeste Asiático. As conclusões mostram que a atividade sexual deve ser considerada como um meio potencialmente importante de transmissão de Trichophyton interdigitale.

Pacientes com tinea na região genital, que surgiu após relação sexual ocorrida no Sudeste Asiático, foram submetidos a uma avaliação mais aprofundada, incluindo microscopia, culturas e análises de DNA.

A casuística incluiu sete pacientes. Em seis pacientes, o Trichophyton interdigitale (também conhecido comoTrichophyton mentagrophytes) foi detectado. Três pacientes sofriam de uma reação inflamatória do tecido mole e dois deles necessitaram de hospitalização devido à dor severa. Em quatro pacientes a cura com cicatrização foi observada. Cinco pacientes foram declarados incapacitados para o trabalho.

Concluiu-se que a atividade sexual deve ser considerada como um meio potencialmente importante, anteriormente subestimada, de transmissão de T. interdigitale. Para evitar alopecia cicatricial irreversível, o início imediato do tratamento antifúngico é essencial e o isolamento adequado e a identificação do agentepatogênico é obrigatória.

Fonte: Sexually Transmitted Infections, publicação online, de 12 de junho de 2015 – News.Med.br

sexta-feira, 3 de julho de 2015

A importância de evitar bebidas adocicadas: uma estimativa das doenças relacionadas ao consumo dessas bebidas

Bebidas açucaradas são consumidas globalmente e contribuem para a adiposidade. No entanto, o impacto mundial do consumo deste tipo de bebida em termos de adiposidade nas doenças cardiovasculares (DCV), câncer e diabetes ainda não foi avaliado até o momento.

Um estudo divulgado pelo periódico Circulation, da American Heart Association, modelou global, regional e nacionalmente os encargos nas doenças associadas ao consumo de bebidas adocicadas por país, idade e sexo em 2010. Os efeitos do consumo de bebidas adocicadas no índice de massa corporal (IMC) e diabetes, e do IMC elevado nas doenças cardiovasculares, diabetes e câncer foram obtidos a partir de grandes estudos prospectivos de coorte de agrupamento.

Dados de mortalidade/morbidade de doenças específicas foram obtidos a partir do estudo Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors 2010 Study. As análises foram feitas por país, idade e sexo. Em todo o mundo, o modelo estimou 184.000 óbitos/ano atribuíveis ao consumo de bebidas adocicadas: 133.000 (126.000-139.000) de diabetes, 45.000 (26.000-61.000) por DCV e 6.450 (4.300-8.600) por câncer. 5% das mortes relacionadas ao consumo de bebidas adocicadas ocorreram em países de baixa renda; 70,9% em países de média renda e 24,1% nos países de alta renda. A mortalidade proporcional por consumo de bebidas doces variou de <1% em japoneses com mais de 65 anos para 30% em mexicanos com menos de 45 anos. Entre os 20 países mais populosos, o México tinha os maiores números absolutos (405 mortes/milhão de adultos) e proporcionais (12,1%) de mortes relacionadas ao consumo de bebidas adocicadas. Um total de 8,5 (2,8-19,2) milhões de anos de vida ajustados em função da incapacidade estava relacionado à ingestão deste tipo de bebida (4,5% deles relacionados à diabetes).

Este estudo conclui que o consumo de bebidas adocicadas é um componente único e modificável da dieta, que pode ter um impacto muito importante em doenças e mortes preveníveis em adultos provenientes de países de alta, média e baixa rendas. Isso indica uma necessidade urgente de desenvolvimento de programas globais de prevenção para que este consumo seja evitado.

Fonte: Circulation, publicação online, de 29 de junho de 2015 – News.Med.Br