Por Sommelière Wine Khátia Martins
É cada vez mais comum observar os apreciadores de vinho com suas taças em punho girando-as para lá e para cá. Mas mais do que uma aparente firula esse ritual, hoje transformado em hábito, está coerentemente relacionado aos banquetes da antiguidade. Um cacoete que nasceu a partir da necessidade de assegurar a qualidade dos alimentos.
Os reis e a nobreza intitulavam, por exemplo, pessoas de sua confiança para cozinhar e também para provar toda bebida e comida que lhes fossem servidas. Uma medida para evitar possíveis mal-estares e, em casos mais extremos, envenenamento.
E orientando-se pelas mesmas motivações surgiram os sommeliers. Eram eles os responsáveis por provar, antes mesmo do cozinheiro, os produtos que entravam na fortaleza, zelando também pela qualidade, armazenamento e perecibilidade dos alimentos durante as longas viagens empreendidas pelo séquito real.
Transpondo para a contemporaneidade, nosso Sommelier Lucas Cordeiro ensinou em um de seus posts como fazer e quais são os tipos de degustação. Sabemos então, que a degustação é dividida em 3 etapas: visual, olfativa e gustativa. E o giro da taça se encaixa na segunda fase, a olfativa.
Há milhares de partículas responsáveis pelo aroma de um vinho e é quando se gira a taça que elas se desprendem com maior facilidade, liberando perfume e à medida que o vinho interage com o oxigênio ele evolui e, consequentemente, seu paladar fica mais macio e agradável.
Agora que você já sabe, historicamente e tecnicamente falando, porque girar a taça tornou-se um gesto tão comum e importante no mundo do vinho é só colocar em prática. Boa degustação!
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