sábado, 25 de janeiro de 2014

A história do vinho rosé

Por Sommelier Wine Lucas Cordeiro

Talvez por simplesmente não ser branco e nem tinto, o vinho rosé vem ao longo da história sofrendo um preconceito que não lhe permitiu estar frequentemente nas mesas dos apreciadores dessa bebida. Porém, nem sempre foi assim.

Na década de 50, não faz muito tempo, o escritor inglês P. Morton Shand, em seu livro A Book ok French Wines, relata o quanto os rosés eram populares entre os franceses, fato que observou quando lá esteve no outono de 1957. Contudo, esse prestígio perdeu-se de lá para cá.

IMG5_9514ok

O curioso é que, possivelmente, a cor rosada dos vinhos remonte a origem da bebida. Há quem defenda que, por pura falta de tecnologia, o vinho nos seus primórdios era rosado, muito doce e pouco alcoólico.

Hoje, é razoável imaginar que o máximo de popularidade que esse estilo de vinho conquistou ao redor do mundo se deva a dois fatores principais: à região francesa da Provence e ao rótulo português Mateus Rosé.

O primeiro fator, a Provence, na França, tem o apelido de “pátria do rosé”. Terra de paisagens encantadoras, suas características são únicas em todo o mundo. De todo vinho lá produzido, 87% é rosé e esse volume corresponde também a 40% dos exemplares dessa cor originados naquele país.

O segundo fator é um admirável sucesso de marketing. Nascido à época da segunda guerra mundial, em 1942, o Mateus Rosé encantou consumidores na Inglaterra e nos EUA, daí ganhou o mundo. Seu sucesso teve como base as características que o faziam único: levemente frisante e adocicado, refrescante, com uma garrafa diferenciada e uma sedutora cor rosada.

Pegando carona no seu êxito, somaram-se vários outros exemplares semelhantes lançados em Portugal, que, no século passado, representaram 55% das exportações de vinhos do país. Atualmente, encontramos uma oferta variada de garrafas recheadas com vinhos de cor rosada. Dos secos, leves e claros, aos mais escuros e encorpados, passando por rótulos ainda levemente doces.

Mas, geralmente, uma característica é comum a todos eles: são altamente refrescantes e digestivos, o que os torna excelentes para serem consumidos nas estações mais quentes, e na companhia dos mais variados pratos. Seguem algumas indicações para colorir a sua taça com a cor rosa neste verão!

Calyptra Vivendo Reserva Rosé 2010 - Esse rosé demonstra a qualidade do trabalho da vinícola Calyptra em sintonia com o terroir, resultando num vinho com elegância e frescor. Muito aromático, é perfeito para acompanhar frutos do mar, quiches, sanduíches ou ser servido como aperitivo.

Muga Rosado 2012 - Bodegas Muga reúne tradição e modernidade no melhor estilo de Rioja, produzindo vinhos de personalidade que refletem seu terroir. Fresco, frutado, com final persistente e muito agradável, esse exemplar é considerado um dos melhores rosés da Espanha.

E. Guigal Tavel Rosé 2011 - Fundado em 1946 o Domaine Etienne Guigal é considerado o melhor produtor de Côtes du Rhône, seus vinhos são austeros e de aroma exuberante. Esse rosé possui corpo médio, bom frescor e final agradável. Pode ser apreciado como aperitivo ou com pratos leves.

Nenhum comentário: