sábado, 13 de junho de 2015

Inibidores da bomba de prótons podem aumentar risco de infarto do miocárdio

Os inibidores da bomba de prótons (IBP) têm sido associados a desfechos clínicos adversos entre usuários de clopidogrel apóssíndrome coronária aguda. Resultados pré-clínicos recentes sugerem que esse risco pode se estender a indivíduos sem história prévia de doença cardiovascular. O presente estudo, publicado no periódico PLOS One, explorou este risco potencial na população em geral através da abordagem de mineração de dados.

Usando uma nova abordagem para a mineração de dados clínicos de farmacovigilância, pesquisadores da Stanford University e colaboradores revisaram mais de 16 milhões de documentos clínicos de 2,9 milhões de indivíduos para analisar o uso de medicamentos IBP e sua associação com o risco cardiovascular na população em geral.

Em várias fontes de dados, eles descobriram que pacientes com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) expostos a IBPs tinham uma associação 1,16 vezes maior com infarto agudo do miocárdio (IAM). A análise de sobrevida em uma coorte prospectiva encontrou um aumento em dobro da associação com a mortalidadecardiovascular. Descobriu-se que esta associação existe independentemente do uso de clopidogrel. Além disso, descobriu-se que o uso de antagonistas dos receptores H2 da histamina (anti-H2), um tratamento alternativo para a DRGE, não foram associados ao aumento do risco cardiovascular.

Se tais algoritmos de farmacovigilância estivessem sendo usados a mais tempo, poderiam ter assinalado este risco tão cedo quanto no ano de 2000.

De acordo com as conclusões deste estudo, os cientistas mostraram que de maneira consistente com os achados pré-clínicos de que os IBPs podem impactar adversamente a função vascular, este estudo de mineração de dados ofereceu apoio à hipótese de que a exposição aos IBPs pode aumentar o risco de IAM na população em geral. Estes dados fornecem um exemplo de como uma combinação de estudos experimentais e de uma abordagem de mineração de dados pode ser aplicada para priorizar os sinais de segurança de uso de certos medicamentos em investigações futuras.

Fonte: PLOS One, de 10 de junho de 2015 –News.Med.Br, 2015.

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