segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

As lágrimas do vinho

O que são? Quando acontecem? E o que representam? Entenda tudo sobre as lágrimas do vinho.

Lágrimas do vinho

Lágrimas, pernas, arcos, abóbadas, arcadas ou, mais tecnicamente, arquetes são as muitas nominações existentes para designar os misteriosos filetes que podem escorrer por uma taça de vinho.
As fascinantes lágrimas do vinho já fazem parte do ritual de degustação e, ainda hoje, confundem muitos com relação ao seu significado. Tem gente que acredita que elas estão diretamente ligadas à qualidade da bebida ou somente à doçura ou viscosidade do vinho.
Mas não é bem assim. A causa desse efeito foi esclarecida em meados do século dezenove pelos físicos Carlo Marangoni e James Thompson, italiano e inglês, respectivamente. Após muito estudo e teste, os dois comprovaram que tudo está diretamente ligado às características físico-químicas da água e do álcool e batizaram o fenômeno de Efeito Marangoni.
Para simplificar: o vinho é basicamente uma mistura de água, álcool e outros compostos químicos. O efeito ocorre pois há uma grande diferença entre a tensão superficial da água e do álcool e também devido ao fato do álcool evaporar com muita facilidade.
Quando giramos a taça, o fenômeno físico chamado de capilaridade faz o líquido subir pelas paredes dela. O álcool evapora por ser uma substância volátil e a alta tensão superficial que ficou ali na parede da taça (já que praticamente só tem água, uma vez que o álcool evaporou) faz com que surjam as gotas que voltam em forma de filete, devido à força da gravidade.
Aqui vale observar que a tensão superficial está relacionada com a força com que as moléculas estão ligadas entre si. A tensão da água é mais alta que a do álcool – a tensão da água é tão elevada que um inseto consegue ficar em cima dela e não afundar.
Resumindo, as lágrimas do vinho formam-se porque as velocidades de evaporação da água, do álcool, e suas tensões superficiais são diferentes. Sendo assim, elas estão diretamente ligadas ao teor alcoólico da bebida. Quanto mais elevada for a concentração alcoólica, mais abundantes serão e mais lentamente cairão as lágrimas.
O açúcar nos vinhos doces também contribui para o fenômeno, por aumentar a viscosidade da película. Por isso, exemplares doces e licorosos geralmente possuem lágrimas abundantes e que escorrem mais lentamente pela taça.
Fonte:  sommelierwine.com.br

General Atlantic compra 17% da rede de farmácias Pague Menos por R$600 milhões

(Reuters) - A empresa de investimentos norte-americana General Atlantic vai comprar 17 por cento da Pague Menos por cerca de 600 milhões de reais, informou a rede de farmácias nesta segunda-feira.
A operação será feita por meio de emissão de novas ações, em que a General Atlantic vai investir 440 milhões de reais, e o restante, 160 milhões, virá da compra de papéis de acionistas da Pague Menos, informou a empresa.
Os recursos serão utilizados para capital de giro e expansão dos negócios, informou a Pague Menos, em fato relevante.
A Pague Menos fechou o terceiro trimestre com 799 lojas em operação. O lucro líquido ajustado do período cresceu 20,6 por cento em bases anuais, a 25,3 milhões de reais.
A companhia chegou a se preparar para listar ações na Bovespa em 2012, mas o plano foi suspenso devido às condições adversas do mercado. Em 2014, o presidente da companhia, Francisco Deusmar Queirós, disse em entrevista à Reuters que havia investidores interessados em comprar o controle da rede, mas que ele não tinha interesse.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Pesquisadores geram polêmica com promessa de 'pílula do exercício físico'

Lucía Blasco - BBC Mundo

Thinkstock

Cientistas de universidades da Dinamarca e Austrália anunciaram estar se aproximando da criação de uma pílula que imita os efeitos do exercício físico no corpo humano.

As últimas pesquisas permitiram descobrir, pela primeira vez, o que realmente acontece dentro dos músculos no nível molecular quando praticamos esportes.

"Esta nova descoberta servirá para criar uma pílula que imita os efeitos do exercício físico e recria estas ações em nosso corpo", disse à BBC Mundo Erik Ritcher, diretor do Departamento de Fisiologia Molecular da Universidade de Copenhague. O projeto dinamarquês está sendo realizado em conjunto com o Charles Perkins Centre de Sidney, na Austrália.

Jorgen Wojtaszewski, outro pesquisador envolvido no projeto, afirma que esta "pílula do exercício" poderia ser útil para "pessoas com graves problemas de invalidez ou obesidade mórbida".

O anúncio gera muita polêmica: alguns mais esperançosos podem imaginar que, no futuro, a pílula pode substituir horas de academia ou corrida, mas os especialistas consultados pela BBC Mundo estão mais céticos e alguns até estão preocupados.

Alguns especialistas em esportes temem que a comercialização deste tipo de medicamento estimule ainda mais o sedentarismo que já um dos grandes problemas atuais.

"A mensagem que a população está recebendo é muito enganosa, igual às das dietas milagrosas", disse à BBC a pesquisadora Nuria Garatachea, doutora em Ciências da Atividade Física e Esporte e uma das autoras do ensaio científicoExercise is the Real Polypill ("O Exercício é o Verdadeiro Policomprimido", em tradução livre).

Nuria afirma que a comercialização desta "pílula do exercício" poderia ser "prejudicial para a sociedade" porque "corremos o risco de que a população fique ainda mais sedentária".

"O exercício físico é muito variado e, no entanto, ainda falta muito para descobrirmos sobre os efeitos das vias moleculares que se ativam em nosso organismo quando o praticamos."

"Temos uma ferramenta muito poderosa em nossas mãos que é o exercício físico. Levamos milhões de anos praticando-o e agora queremos renunciar a ele?"

"Não estamos programados para estar sentados; nosso DNA nos pede exercício, (em termos de) biomecânica e energia", afirmou.

Cada vez mais próximo

AFP

O pesquisador dinamarquês Erik Richter afirmou que "as pesquisas estão avançando cada vez mais" e o novo enfoque das últimas descobertas tornará possível o desenvolvimento de uma pílula do exercício apesar de "tudo depender das próximas pesquisas e do apoio que conseguirmos".

A nova pesquisa revelou "mais de mil reações musculares – até agora desconhecidas – nos músculos que estão expostos à atividade física", segundo fontes da Universidade de Copenhague.

Os cientistas utilizaram uma técnica chamada espectrometria de massas, um método avançado para identificar moléculas. Eles analisaram biópsias moleculares em quatro homens saudáveis antes e depois da realização de 10 minutos de exercícios intensos.

As experiências continuam.

"Agora temos que descobrir quais destas moléculas são as mais importantes e têm uma relação maior com a saúde e o exercícios", disse Richter.

"Para isso estamos realizando experiências com animais geneticamente modificados em colaboração com a Universidade de Sydney."

Insubstituível

Os especialistas em saúde e esporte consultados pela BBC, no entanto, não aprovam nenhum tipo de substituição dos exercícios.

Thinkstock

"O exercício é insubstituível e uma pílula não poderia substituir seus efeitos", disse à BBC Mundo Jesús María Pérez, gerente do Conselho Geral de Colégios de Profissionais da Educação Física e Esporte (Colef) da Espanha.

"Uma pílula não poderia substituir o exercício em competências funcionais – movimento – variáveis psicológicas – ansiedade, depressão, fadiga ou autoconfiança – e nos fatores sociais derivados da prática esportiva regular."

"No mundo da condição física e nas ciências do esporte há muitos mitos e produtos de marketing que oferecem milagres que não estão baseados em provas científicas", acrescentou.

A Universidade de Sydney emitiu uma nota afirmando que a descoberta "ajudará a revelar novos mecanismos biológicos relativos ao exercício e será uma fonte fundamental para futuras investigações fisiológicas".

Mas Carlota Díez, especialista em saúde do esporte, afirma que o verdadeiro problema está na maneira com que este tipo de mensagem é difundida.

Em seu comunicado, a Universidade de Copenhague afirmou que a pesquisa "nos deixa mais próximos do exercício em forma de pílula".

"Talvez, inicialmente, poderia conseguir alguns efeitos comparáveis aos da atividade física, mas há outros que não são possíveis de se conseguir", disse.

'Os efeitos negativos estariam diretamente relacionados com hábitos saudáveis e de qualidade de vida."

"Se um comprimido de exercício for comercializado como tal, conseguiria o aumento do sedentarismo, da obesidade e da inatividade física", afirmou.

"Talvez conseguiria uma melhora no nível muscular, mas faltariam muitas outras coisas, por exemplo, no nível cardiovascular, como é o consumo de oxigênio."

"Estaríamos perdendo mais da metade dos benefícios do exercício físico", disse.

A especialista admite que este tipo de medicamento poderia ter vantagens para pessoas com problemas como tetraplegia ou outros problemas graves de mobilidade, mas é "preciso deixar claro que a pílula não poderia ser para todo mundo, só deveria ser tomada se existe um problema real".

Fonte: BBC Brasil

Exercício previne o envelhecimento e a disfunção neurovascular em ratos de laboratório, estudo publicado pela PLOS Biology

O envelhecimento é o principal fator de risco para doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, mas pouco se sabe sobre os processos que levam ao declínio de estruturas e de funções cerebrais relativos à idade.

Com experimentos em ratos de laboratório, cientistas do The Jackson Laboratory, nos Estados Unidos, ressaltaram em artigo publicado pela revista PLOS Biology que o exercício aeróbio no longo prazo, a partir da meia-idade até a velhice, impediu o declínio neurovascular relacionado à idade, aumentou a plasticidade sináptica e a capacidade comportamental global em ratos idosos. Dado o papel da ApoE (Apoliproteína E) observado na manutenção da unidade neurovascular e como uma molécula anti-inflamatória, o estudo sugere uma ligação possível entre a ApoE e as disfunções neurovasculares relacionadas à idade. Para testar isso, camundongos ApoE-deficientes foram exercitados a partir da meia-idade até a velhice e comparados a ratos do tipo selvagem (ApoE-suficientes). A comparação mostrou que o exercício teve pouco ou nenhum efeito sobre o declínio neurovascular relativo à idade na ausência de ApoE. Coletivamente, os dados do estudo mostram que as estruturas neurovasculares diminuem com a idade, um processo que pode estar intimamente ligado à ativação do complemento na micróglia/monócitos. O exercício físico impede essas mudanças, mas não na ausência de ApoE, abrindo novos caminhos para a compreensão das complexas interações entre envelhecimento, doenças neurodegenerativas, manutenção da unidade neurovascular e respostas neuroinflamatórias.

Fonte: PLOS Biology, de 29 de outubro de 2015 – News.med.br

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Como guardar vinhos em casa

Ainda tem dúvidas de como guardar o vinho? Confira dicas rápidas que facilitarão sua vida.

Como armazenar vinhos

Quando o assunto é guardar vinhos em casa, as adegas climatizadas são a primeira opção. Porém, o investimento é relativamente alto e pouco útil para alguns, principalmente para quem não possui a intenção de guardar rótulos por muito tempo.

Agora, os que optaram por adaptar um ambiente em casa para armazenar as garrafas podem seguir as seguintes dicas:

1 – Se sua casa possui um porão, ele será o melhor lugar para armazenar seus vinhos. Além de serem naturalmente úmidos, também são frescos e sem incidência direta de luminosidade.

2 – Já quem não tem um porão em casa, deve procurar espaços com umidade balanceada. Caso contrário, a baixa umidade pode causar o ressecamento da rolha e o excesso pode mofar os vinhos.

3 – Mantenha as garrafas distantes de locais que sofrem muita variação de temperatura, como perto do fogão. Vale lembrar que temperaturas muito altas aceleram a evolução do vinho e as mais baixas atrasam o desenvolvimento normal da bebida.

4 – O indicado é armazenar as garrafas entre 14°C e 18°C, temperatura de consumo dos vinhos tintos. Não existe nenhum problema em armazenar brancos e espumantes nessas mesmas variações. Porém, antes do consumo eles devem ser resfriados até atingirem as temperaturas de serviço indicadas.

5 – O vinho também precisa estar em um local que não sofra com a incidência direta da luz solar ou de lâmpadas fluorescentes. A exposição solar altera a composição molecular do vinho, provocando sua oxidação.

6 – Por fim, o ambiente em que os vinhos forem alocados deve ser livre de trepidações. Afinal, vibrações frequentes também aceleram a evolução do vinho.

Fonte: sommelierwine

5 cuidados com adegas climatizadas

Confira algumas dicas de cuidados que você deve ter para armazenar seus vinhos em adegas climatizadas.

Adega

Práticas e modernas, as adegas climatizadas têm conquistado cada vez mais espaço nos ambientes dominados por apreciadores de vinhos. Disponíveis em diferentes tamanhos e modelos, elas atendem às necessidades de armazenamento de diversos tipos de vinho. É preciso mantê-la em bom estado para que os vinhos não sejam prejudicados. Ou seja, é necessário ter atenção a alguns pontos básicos na hora de cuidar desse item precioso. Para ajudar, listamos quais são. Olha só:

Cuidados com adegas climatizadas

1) Antes de instalar a sua adega, considere as seguintes distâncias mínimas de outros itens para garantir uma circulação de ar adequada: 10 cm nas laterais, 10 cm no fundo e 10 cm no topo.

2) Escolha um ambiente que não tenha equipamentos que gerem calor, como o fogão, para evitar um esforço maior do aparelho quanto a manter a temperatura ideal dos vinhos.

3) Mantenha-a sempre limpa. Isso pode evitar problemas no funcionamento e a sujeira nos rótulos armazenados. Consulte as dicas do fabricante e faça essa limpeza frequentemente, sem a adega estar conectada na tomada.

4) Sempre que começar a ter picos de energia, remova a tomada da adega para evitar trancos no motor e até mesmo o mal funcionamento da adega (as que contam com proteção contra quedas de energia dispensam esse cuidado).

5) Por fim, a porta da adega deve estar sempre bem vedada para evitar troca de calor com o meio externo. Inclusive, é bom ficar atento quando abri-la para pegar um vinho. Existem modelos que até dispararam um alarme quando a porta fica aberta.

Fonte: sommelierwine

sábado, 31 de outubro de 2015

Vinho x cerveja: qual é o melhor para a saúde?

Poucas bebidas (exceto, talvez, o chá e o café) dividem o mundo de maneira tão radical quanto a cerveja e o vinho. Gostos à parte, as duas apresentam diferença sutis na maneira como afetam o organismo e a saúde.

A BBC Future peneirou as evidências recolhidas por vários estudos científicos para tentar derrubar alguns dos mitos que cercam as duas bebidas. Sirva-se.

Qual embriaga mais rapidamente?

Uma pint de cerveja (665 ml) e uma taça média de vinho (175 ml) possuem praticamente o mesmo teor alcoólico. No entanto, a embriaguez ocorre quando esse álcool passa para a corrente sanguínea. E a velocidade com que isso acontece varia com cada bebida.

Mack Mitchell, da Faculdade de Medicina da Universidade do Texas, recentemente fez um experimento no qual pediu para um grupo de 15 homens ingerirem diferentes bebidas em dias distintos. Ele se certificou que o conteúdo alcoólico era compatível com o peso corporal de cada voluntário e monitorou para que a bebida fosse consumida no mesmo intervalo de 20 minutos.

Em um resultado pouco surpreendente, os destilados foram os que entraram na corrente sanguínea mais rapidamente. Em seguida, vem o vinho (que chega a um pico de saturação no sangue 54 minutos depois de ingerido), e a cerveja (que leva 62 minutos no mesmo processo). Em outras palavras, uma taça de vinho “sobe” mais rapidamente que uma pint de cerveja.

Conclusão: A cerveja é uma aposta mais certeira para se evitar vexames.

Qual engorda mais?

À primeira vista, a ideia da “barriga de cerveja” parece ser verdade. O próprio álcool já é rico em calorias, sem contar todos os açúcares que tornam essas bebidas tão saborosas.

Com 180 calorias, uma pint de cerveja tem 50% mais conteúdo energético do que uma taça pequena de vinho – o suficiente para ajudar a acumular uns quilinhos.

Mas para quem bebe moderadamente, as diferenças tendem a ser bem pequenas. Uma recente revisão de dezenas de estudos, realizada por especialistas do Instituto de Pesquisa de Ontário, no Canadá, concluiu que nem os apreciadores do vinho nem os da cerveja tendem a engordar a curto prazo.

Os autores notaram, no entanto, que a pesquisa mais longa durou apenas dez semanas. Ou seja, elas podem ter deixado de registrar uma pequena alteração de peso – até mesmo 1 quilo ganho nesse período pode significar um acúmulo radical de 25 quilos em um período de cinco anos.

Conclusão: As diferenças são pequenas, mas o vinho sai em ligeira vantagem ao engordar um pouco menos.

Qual dá a pior ressaca?

Apesar de seus esforços, cientistas ainda precisam entender melhor o mais incrível inimigo de quem bebe: a ressaca. Ainda não compreendemos totalmente as suas causas.

A desidratação parece ser um fator importante (o álcool faz com que eliminemos mais líquidos do que ingerimos). Mas o problema também pode ser provocado por subprodutos da fermentação.

Chamadas de congêneres, essas moléculas orgânicas dão a cada uma das bebidas seu sabor e aroma únicos, mas também podem ser tóxicos para o organismo, resultando na sensação de cabeça latejando e nos enjoos que normalmente sucedem uma noite de excessos.

A crença geral é de que as bebidas mais escuras são as que contêm mais congêneres. Mas na realidade, as evidências disso ainda são duvidosas. Apesar de alguns destilados escuros, como o bourbon, produzirem uma ressaca mais intensa do que a vodca, por exemplo, os diferentes tipos de cerveja e de vinho não parecem atuar de maneira significativamente distinta, de acordo com pesquisa da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston.

Conclusão: Muito duvidoso para bater o martelo definitivamente.

Qual é melhor para a saúde?

Sempre ouvimos falar que uma taça de vinho por dia ajuda a “rejuvenescer” o corpo, reduzindo o risco de doenças cardíacas, pressão alta e diabetes. Esses benefícios viriam dos chamados polifenóis (encontrados principalmente no vinho tinto), que aliviam inflamações e combatem os radicais livres.

Já a cerveja nunca está muito presente nesses boletins de saúde. Mas um estudo da Universidade de Barcelona, na Espanha, indica que a bebida também contém uma dose razoável de polifenóis e parece oferecer certos benefícios, comparáveis aos do vinho branco (mas menos que o tinto).

Obviamente, nenhum deles dá sinal verde a excessos.

Conclusão: O vinho tinto ganha de longe, mas a cerveja pode ser melhor do que outras bebidas alcoólicas.

Veredicto final: Quando se trata de benefícios para a saúde, o vinho se mostra um melhor “remédio”. No entanto, fãs da cerveja podem ao menos dizer que sua bebida favorita tem uma história mais ilustre. Alguns antropólogos sugeriram recentemente que nosso apreço pela cerveja pode ter dado origem à atividade agrícola e, por isso, à própria civilização. Nada mal para se pensar da próxima vez que se sentar em um bar com amigos.

Fonte: BBC Brasil

domingo, 25 de outubro de 2015

FDA: novo medicamento disponível para tratar a hipercalemia

A Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, aprovou o Veltassa (patiromer para suspensão oral) para tratar a hipercalemia, uma condição grave em que a quantidade de potássio no sangue é demasiadamente elevada e pode causar alterações no ritmo cardíaco.

O excesso de potássio no sangue pode levar a mudanças perigosas, até mesmo fatais, no ritmo cardíaco, sendo importante dispor de opções de tratamento para a hipercalemia, segundo informa Norman Stockbridge, diretor da Division of Cardiovascular and Renal Products no FDA’s Center for Drug Evaluation and Research.

O potássio é necessário para que as células funcionem adequadamente. Os rins removem potássio a partir dosangue para manter um equilíbrio apropriado deste mineral no corpo. Quando os rins não são capazes de exercer bem esta função, o nível de potássio pode ficar muito alto. A hipercalemia ocorre tipicamente em pacientes com doença renal aguda ou crônica ou insuficiência cardíaca, particularmente naqueles que estão fazendo uso de medicamentos que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que regula a pressão arterial e o equilíbrio de fluidos no organismo.

Veltassa é um medicamento em pó para ser misturado com água e tomado por via oral. Ele funciona através da ligação de potássio no trato gastrointestinal, diminuindo a sua absorção. Em ensaios clínicos, Veltassa foi eficaz na redução dos níveis de potássio de participantes hipercalêmicos com doença renal crônica em uso de pelo menos uma medicação que inibe o sistema renina-angiotensina-aldosterona.

Em ensaios clínicos, as reações adversas mais comuns foram obstipação, diminuição dos níveis de magnésio nosangue (hipomagnesemia), diarreia, náuseas, desconforto abdominal e flatulência. Veltassa não deve ser utilizado como um tratamento de emergência para hipercalemia com risco de vida devido ao seu atraso no início da ação.

A bula vem com um alerta, pois o novo medicamento se liga a muitas outras drogas administradas por via oral, o que poderia diminuir a absorção delas e reduzir seus efeitos. Recomenda-se fazer um intervalo de seis horas entre a ingestão de Veltassa e qualquer outro medicamento usado por via oral.

Veltassa é fabricado pela Relypsa Inc., Redwood City, Califórnia.

Fonte: FDA News Release, de 21 de outubro de 2015 – News.med.br

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Consumo moderado de vinho em diabéticos tipo 2 pode ajudar no controle da glicemia e do colesterol

A ingestão moderada de álcool tem sido associada a taxas mais baixas de doença cardiovascular e de morte entre indivíduos saudáveis. Não está claro se os pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) teriam benefícios de saúde semelhantes se beberem álcool ou se esse comportamento pode ser prejudicial para a sua saúde.

Para saber sobre os possíveis benefícios à saúde e os riscos de iniciar a ingestão moderada de vinho em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e se o tipo de vinho ingerido faz diferença, foi realizado um estudo, com publicação online pelo Annals of Internal Medicine, com 224 pacientes com DM2 bem controlados que não bebiam álcool antes de se matricular na pesquisa.

Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente para beber 150 ml de vinho tinto, vinho branco ou água mineral, junto com o jantar, diariamente, por 2 anos, e a todos eles foram dadas instruções de uma dieta mediterrânea, sem restrição de calorias. Os pesquisadores realizaram testes genéticos que mostraram quão rapidamente os pacientes metabolizavam o álcool. Foram feitos vários exames de lipídios e de controle da glicemia, pressão arterial, testes de função hepática, uso de medicamentos e de outros sintomas em vários momentos durante o acompanhamento.

Comparado ao grupo da água, os pacientes no grupo de vinho tinto tiveram melhorias nos seus exames de colesterol. Em ambos os grupos de vinho, os pacientes que eram "metabolizadores lentos do álcool" (de acordo com os testes genéticos) mostraram mais melhorias em testes de controle da glicemia do que os "metabolizadores rápidos do álcool." Em comparação com a água, o vinho não aumentou nem diminuiu apressão arterial nem os resultados dos exames de função hepática.

Este não foi um ensaio "cego", os pacientes sabiam a qual grupo eles foram atribuídos, o que constitui uma limitação do estudo. No entanto, este ensaio clínico mostrou que uma dieta saudável e a ingestão moderada de álcool no longo prazo, especialmente do vinho tinto, foram associados a um melhor controle dos lipídios e daglicose do que a ingestão de água e que eles não tinham efeitos prejudiciais significativos. Os testes genéticos podem ajudar a identificar pacientes com DM2 que poderiam se beneficiar clinicamente de beber quantidades moderadas de álcool.

Fonte: Annals of Internal Medicine, publicação online, de 13 de outubro de 2015 – News.med.br

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Os segredos da limpeza dos aviões - e as superfícies mais cheias de bactérias

Há passageiros clandestinos potencialmente perigosos em todos os aviões que pegamos. Eles podem ser encontrados na primeira classe ou na classe econômica, acomodados em sua poltrona ou na mesinha à sua frente.

Os micróbios que os passageiros transportam involuntariamente podem ser um problema para as companhias aéreas. Como elas podem garantir que seus aviões estejam sempre limpos a cada novo voo? E o que fazer para evitar uma contaminação quando viajamos?

Nossas experiências pessoais podem sugerir que algumas empresas não prestam muita atenção na limpeza. Eu mesma já penei em um longo voo transatlântico, com escala, em um avião que claramente não via uma boa faxina havia várias semanas.

"O problema começa com a presença contínua de um grande grupo de pessoas", explica James Barbaree, diretor do Centro de Detecção e Segurança Alimentar da Universidade Auburn, nos Estados Unidos. "Todos nós levamos micróbios na pele, nas roupas e dentro do corpo. Alguns deles são transmitidos para outros seres humanos, e essas bactérias conseguem se multiplicar em locais sujos."

No ano passado, Barbaree e seus colegas publicaram os resultados de um estudo de dois anos, que mostrou que bactérias perigosas coma SARM, a E. coli e aStreptococcus pyogenes podem sobreviver por vários dias em superfícies - como descansos de braço e bolsos das poltronas, mesinhas, cortinas e as maçanetas e alavancas dos toaletes.

A equipe de cientistas conseguiu mostrar que a SARM, também chamada de "superbactéria" por sua resistência a antibióticos, pode sobreviver até 168 horas no material do qual os bolsos das poltronas são feitos. Já a variação da E. coli que causa insuficiência renal resistiu por 96 horas nos descansos de braços.

Lucros ou saúde dos clientes?

O problema fundamental é que as companhias aéreas enfrentam dificuldades para conciliar dois objetivos conflitantes: por um lado, elas se empenham para dar a melhor atenção ao cliente; por outro, precisam aumentar seus lucros – e conseguem isso colocando cada vez mais gente a bordo e encurtando o intervalo entre os voos.

"Limpar um avião de passageiros com eficiência é uma tarefa que pressupõe um longo planejamento, além de pessoal, logística e metas de prioridade", afirma Adam Taylor, vice-presidente-executivo da Air Serv, empresa que oferece serviços para a aviação civil, incluindo a limpeza.

A Air Serv registra dados em tempo real de seus clientes para saber quando os aviões vão aterrissar, em qual portão e por quanto tempo ficarão em terra. Dessa maneira, a empresa coordena a disponibilidade de faxineiros e equipamento de limpeza. Com a ajuda de aparelhos dotados de GPS, a Air Serv rastreia e monitora as faxinas.

Outras companhias oferecem sistemas semelhantes. A americana Huntleigh tem o cE-Clean, sistema que registra o desempenho de cada membro da equipe de limpeza e dá aos clientes acesso em tempo real à duração das faxinas e sua qualidade.

A maneira como cada avião é limpo depende de seu modelo, claro, mas também se ele está destinado a um voo de curta ou longa distância, seu tempo em solo, o destino e a última vez em que recebeu uma faxina completa.

Segundo Taylor, os horários de chegada, a previsão do tempo e os horários de decolagem também influenciam no serviço. Voos domésticos, por exemplo, normalmente voltam a decolar rapidamente. Portanto há menos tempo para limpar esses aviões do que aqueles que vão para outros continentes.

Primeira classe primeiro

Sob essas circunstâncias, o avião recebe uma "limpeza básica". Como há pouco tempo para a faxina, a equipe se concentra nas áreas de alta prioridade, ou seja, a primeira classe e a classe executiva. Banheiros e espaços para a preparação de refeições também recebem atenção redobrada.

O resto do avião recebe uma rápida ajeitada no final – os faxineiros normalmente passam aspirador, retiram o lixo e, idealmente, limpam as mesinhas com uma solução antibacteriana. As poltronas da classe econômica, nesses voos, provavelmente continuarão como estão até que haja tempo para uma limpeza mais detalhada.

Quando uma aeronave passa a noite em um aeroporto recebe uma faxina mais completa, chamada de "Remain Overnight" ou RON.

Por fim, há o que se chama de limpeza profunda, que é quando a faxina envolve lavar e esfregar toda a cabine com água e sabão. Isso normalmente é feito em uma mudança de turno.

"Cada companhia aérea tem seus próprios procedimentos de limpeza, além de especificações sobre o tipo de faxina que querem, dependendo do tempo disponível", afirma Taylor.

A alemã Lufthansa, por exemplo, faz uma limpeza profunda de seus jatos depois que cada um completa 500 horas de voo. Já na Singapore Airlines, os aviões recebem uma faxina uma vez por mês, que inclui também a limpeza de partes técnicas, como os sistemas de ventilação.

Quando a equipe de limpeza chega, eles estão prontos para aquele tipo de aeronave, tempo em solo e destino. Mesmo assim, eles sempre trabalham contra o relógio. Um voo doméstico pode precisar de 40 minutos de faxina, enquanto um grande avião de voos intercontinentais chega a passar cinco horas sendo limpo, segundo Taylor.

"Normalmente leva duas horas para limpar um A380 com oito faxineiros, durante uma parada típica no aeroporto de Frankfurt", afirma um porta-voz da Lufthansa.

Atenção aos banheiros

Não por acaso, os banheiros recebem especial atenção das equipes de limpeza. Eles são pequenos, mas como são usados com extrema frequência, acabam sendo vítimas do que Taylor chama de "deterioração da qualidade" durante um voo.

Mas nem todas as companhias aéreas realizam uma boa limpeza dos toaletes entre um voo curto e outro. "Alguns aviões voam duas ou três pernas sem terem os banheiros limpos", conta Lars Barsoe, da Vestergaard, empresa sediada nos Estados Unidos que projeta e faz a manutenção de equipamentos para aeroportos.

Isso pode levar a casos de "o barato que sai caro". Se os tanques de resíduos não são esvaziados, o peso extra pode resultar em mais gasto de combustível. E se eles ficarem completamente lotados e o banheiro tiver que ser interditado, a tripulação terá que lidar com muitos passageiros insatisfeitos.

Algumas fabricantes de aeronaves, como a Boeing, projetam seus sistemas para que haja menos "água azul" circulando no sistema, o que deixa mais espaço para o lixo. "Mas esse tipo de eficiência também exige mais em termos de limpeza para evitar odores desagradáveis", diz Barsoe.

Limpar e desinfetar o interior de um banheiro requer produtos especiais e, normalmente, leva menos de 10 minutos. A faxina no exterior do toalete acrescenta mais 10 ou 15 minutos. Os métodos de limpeza de hoje são praticamente os mesmos de 25 anos atrás, mas hoje os faxineiros podem ser monitorados com mais eficiência.

Toque pessoal

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) recomenda a suas companhias aéreas afiliadas que os toaletes sejam mantidos "totalmente limpos".

Mas, de maneira geral, os padrões para a limpeza dos aviões não são claros. Segundo Taylor, cada companhia aérea é quem tem que estabelecer seus próprios padrões de qualidade.

Para Barbaree, isso não é suficiente. "Precisamos ter mais parâmetros no que se refere à limpeza das cabines de aviões comerciais. Precisamos melhorar nossos protocolos de limpeza e adotar regras para minimizar as chances de transmissão de bactérias e vírus", afirma.

Nas mãos dos passageiros

E o que os passageiros podem fazer para diminuir suas chances de apanhar algum germe durante um voo? Uma das atitudes mais simples é também a mais óbvia: lavar as mãos após usar o banheiro, segundo Michael Zimring, diretor de Medicina de Viagem na clínica Mercy, em Baltimore.

As maçanetas dos toaletes costumam ser um local cheio de germes - uma má notícia para quem gosta de usar o banheiro antes de comer. O problema pode ser resolvido trazendo um pequeno frasco de detergente à base de álcool, e usando uma toalha de papel para abrir a porta.

"Quando se levantar para dar uma volta nos corredores, use um sabonete sem água para lavar as mãos", recomenda Zimring. Lencinhos umedecidos também podem ser úteis para limpar as mesinhas, ainda mais porque alguns passageiros costumam usá-las para trocar fraldas.

E, finalmente, não se esqueça de se manter hidratado, tomando bastante água.

Mas talvez não precisemos criticar ferozmente as companhias aéreas. Seus aviões são limpos regularmente.

O mesmo não pode ser dito de nossos carros, por exemplo, ou até celulares e tablets, que usamos todos os dias.

Nós temos que dividir nosso mundo com os germes – cabe a cada um de nós fazer um pouco mais para manter esses seres à distância.

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Cientistas apostam em células-tronco em pesquisa para curar cegueira

Thinkstock

Cirurgiões em Londres realizaram uma operação pioneira para testar um novo tratamento de um tipo de cegueira usando células-tronco.

A "cobaia" foi uma mulher de 60 anos, portadora de degeneração macular, uma doença ocular degenerativa, em procedimento realizado no Moorfields Eye Hospital. A doença é a principal causa de perda de visão em países desenvolvidos.

No Brasil, cerca de 2,9 milhões de pessoas com mais de 65 anos têm a doença, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

A técnica envolve o uso de uma espécie de "remendo", feito com células oculares provenientes de doações, implantado na parte posterior da retina.

A cirurgia faz parte de um projeto criado há uma década para tentar reverter a perda de visão em pacientes com degeneração macular. Dez pacientes com o tipo "úmido" da doença, considerado o mais grave, participarão dos testes.

Todos eles têm expectativa de sofrer perda súbita de visão por conta de defeitos nos vasos sanguíneos localizados nos olhos.

Após a cirurgia, os pacientes serão monitorados por um ano para que se cheque se o tratamento é seguro e se houve melhora de visão.

BBC

A mulher que se submeteu à cirurgia não quis ser identificada. Segundo o coordenador do projeto, o médico Peter Coffey, do Instituto de Oftalmologia da University College London, o remendo de células parece estável.

"Não poderemos saber antes do Natal se a visão está boa e por quanto tempo pode ser mantida", explicou Coffey.

As células usadas na terapia são do epitélio pigmentar da retina (EPR), uma camada celular responsável pela "manutenção" dos fotorreceptores na mácula, o ponto do olho em que enxergamos com maior clareza e definição. Em casos de degeneração macular, as células EPR morrem e pacientes perdem sua visão central, que fica distorcida e borrada.

"Este é um projeto verdadeiramente regenerativo. No passado, era impossível substituir células perdidas. Se conseguirmos fazer com que as células implantadas funcionem, isso seria de imenso benefício para pessoas ameaçadas de cegueira", explica Lyndon Da Cruz, do Moorfields Eye Hospital, e que conduziu a cirurgia inicial.

'Viável'

A equipe trabalhando em Moorfields recebe apoio financeiro da empresa farmacêutica Pfizer.

Não é a primeira vez que cientistas usaram células-tronco em tratamentos de cegueira. Em 2012, pacientes com a doença de Stargardt, que também é marcada pela degeneração da visão, foram injetadas com embriões em experimentos nos EUA e na Grã-Bretanha, que também envolveram uma equipe de Moorfields.

BBC

O hospital londrino também tem um programa em que 40 pacientes com degeneração macular receberam tratamento com células tiradas dos próprios olhos.

"Vimos alguns casos impressionantes de recuperação, com algumas pessoas conseguindo voltar a ler e a dirigir. E essa recuperação tem sido sustentada por anos", explica Da Cruz.

O médico, no entanto, ressalta que o uso de células dos próprios pacientes é complexo e traz riscos, o que explica o fato de o novo estudo usar as células-tronco, que podem produzir um suprimento ilimitado de células.

Estudos em animais mostraram, segundo Da Cruz, que o uso dos "remendos" é viável. Mas até que conheçam os primeiros resultados dos testes em humanos, seu funcionamento em humanos permanece uma incógnita.

Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Conselho Federal de Medicina proíbe médicos de postar selfies com pacientes

Em nova resolução, CFM pretende endurecer regras que definem a conduta dos profissionais da área em relação às redes sociais e à divulgação do trabalho

Cirurgia

Nesta segunda-feira o Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou a alteração das regras que definem a conduta dos profissionais da área em relação às redes sociais e à divulgação de seu trabalho. Segundo a resolução 2.126/2015, os médicos não poderão publicar selfies em situações de trabalho, como durante a realização de procedimentos médicos, nem fazer a divulgação de imagens de "antes e depois", utilizadas especialmente por especialistas que fazem intervenções estéticas.

As normas, que ainda serão publicadas no Diário Oficial da União, alteram a resolução de 2011 e foram reformuladas após a reclamação de pacientes que sentiram que tiveram a privacidade violada."Tivemos pessoas incomodadas com alguns tipos de ação que feriam a privacidade e a intimidade, que são direitos constitucionais. Não foi fácil chegar a essa redação, mas conseguimos dar forma aos anseios da sociedade", diz Emmanuel Fortes, diretor de fiscalização do CFM.

Casos de fotografias durante cirurgias e após partos, mostrando os pacientes inclusive em situações constrangedoras motivaram a mudança. "Antes da edição da resolução, teve a imagem de um profissional segurando um bebê e, ao fundo, a mãe na posição de parto e com o cordão umbilical ainda nas partes íntimas. Isso viola a intimidade e temos de garantir isso aos pacientes", afirmou Fortes.

A proibição do "antes e depois" tem como objetivo proteger o paciente de técnicas que podem trazer resultados inesperados. "Nossa preocupação é que o médico não pode garantir resultados. O paciente precisa saber que nem sempre vai ter aquilo que o 'antes e depois' acaba induzindo", explicou o diretor.

Propaganda - As novas regras determinam ainda que os médicos não vão poder fazer propagandas de produtos e empresas, assim como de técnicas não reconhecidas pelo CFM. A resolução anterior contemplava apenas produtos como medicamentos, equipamentos e serviços de saúde. O ajuste se estende a outras áreas gêneros alimentícios e artigos de higiene e limpeza. A norma também veda aos profissionais de fazerem propaganda de métodos ou técnicas não reconhecidas como válidos pelo Conselho, como carboxiterapia ou a ozonioterapia, que ainda não possuem reconhecimento científico.

Autopromoção - Outra ação é em relação ao uso das redes sociais para a autopromoção por meio da colaboração com outras pessoas ou empresas. "Descobrimos que pacientes faziam reiterados agradecimentos aos médicos, mas era um acordo entre médico e paciente para fazer a divulgação e angariar clientela", disse Fortes. Neste caso, cabe aos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) investigar suspeitas de burla à essa orientação. Em entrevistas, os médicos também não poderão divulgar endereço e contatos de seu local de trabalho. "Ele deve falar sobre o que é útil à sociedade", afirma o diretor.

Fonte: Veja