sábado, 13 de outubro de 2012

Estádios brasileiros serão classificados de uma a cinco estrelas

No embalo dos investimentos bilionários da Copa-2014, cerca de 150 estádios de todos os Estados brasileiros serão classificados de uma a cinco estrelas, num ranking similar ao dos hotéis.

Itens como conforto, segurança e higiene serão avaliados para criar uma lista com o que há de melhor e pior nas arenas do país do futebol.

O projeto é parceria do Ministério do Esporte e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O ministério bancará o custo de R$ 5,4 milhões --R$ 36 mil por estádio.

As vistorias serão feitas por pesquisadores da UFRJ, com o apoio de outras universidades. Para se chegar aos 150, foram delimitados estádios com capacidade mínima para 10 mil pessoas. No total, o país tem mais de 600 arenas.

O ministério pretende usar o ranking para exigir o mínimo de qualidade em determinadas competições ou jogos. As regras estão em estudo.

"Nossa ideia é classificar os estádios com 4 ou 5 estrelas como o ideal para jogos de alto risco, para mais de 30 mil pessoas. Quem não tiver esse estádio, ou adequa ou não joga nele", diz Paulo Castilho, diretor do Departamento de Defesa dos Direitos do Torcedor do ministério.

Com esse ranking, afirma Castilho, será possível evitar polêmicas como a de Santos e Atlético-PR, que não puderam disputar a final da Libertadores em suas casas por falta de estádio considerado adequado pela organização.

O ranking deverá ser divulgado no primeiro semestre de 2013. Um dos objetivos do governo é criar um canal on-line para torcedores enviarem fotos e reportarem problemas para, assim, o monitoramento ser contínuo nos estádios.

O próximo passo em discussão é o ministério bancar os projetos das reformas e, com esses orçamentos, oferecer financiamento.

RISCOS

A vistoria abordará detalhes como o número de banheiros e se há um sistema de evacuação de multidões ou monitoramento visual do público, entre outros itens.

"Os estádios hoje não são usados só para futebol. Se não olharmos de perto, o risco de dar uma confusão é razoável", disse Marcos Freitas, professor e coordenador do Instituto Virtual de Mudanças Globais da UFRJ.

A vistoria servirá também para evitar tragédias como a que o ocorreu em 2007 no estádio da Fonte Nova, em Salvador (BA), quando parte da arquibancada desmoronou, e sete pessoas morreram.

Todas as arenas para mais de 40 mil torcedores terão uma análise específica da estrutura física e de riscos de desabamento.

Fonte: Folha Online



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