terça-feira, 30 de abril de 2013

Vírus modificado pode tratar problema cardíaco

Pacientes britânicos farão parte de um teste clínico que vai avaliar se um vírus geneticamente modificado pode auxiliar no tratamento de insuficiência cardíaca.

A medicina tem avançado consideravelmente em tratamentos que resultam em altos índices de sobrevivência entre pacientes de ataques cardíacos, mas que passam a conviver com outros problemas, como a insuficiência cardíaca.

Mais de 750 mil pessoas no Reino Unido sofrem do problema, um termo médico que define situações em que o coração não consegue bombear o sangue para o resto do corpo de forma eficiente. Isto pode acontecer após um ataque cardíaco, por exemplo.

Pesquisadores do Imperial College London concluíram que os níveis da proteína SERCA2a são mais baixos em pacientes com este tipo de problema e modificaram geneticamente um vírus para que este produza mais quantidade da substância, muito importante para o bom funcionamento do coração.

O vírus alterado será liberado no músculo cardíaco de 200 pacientes por meio de um tubo inserido na perna que transportará o organismo pelos vasos sanguíneos.

O professor Sian Harding, do Imperial College London, espera que a experiência leve os pacientes para o estado de saúde em que se encontravam antes de sofrer danos no coração.

"Nós acreditamos que este é um tratamento que pode melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas", diz Harding.

O médico Alexander Lyon, cardiologista no Royal Brompton Hospital, onde alguns pacientes vão receber o vírus modificado, disse que este é o primeiro teste de terapia genética para tratar insuficiência cardíaca.

"Nosso objetivo é lutar contra insuficiência cardíaca revertendo algumas mudanças moleculares que ocorrem quando o coração falha", diz.

A organização British Heart Foundation disse que a ideia tem "um grande potencial, mas precisa ser provada em testes clínicos".

"Apesar de haver medicamentos eficientes, ainda não há tratamentos que restaurem a função cardíaca dos que sofrem de problemas no coração", disse Peter Weissberg, diretor da British Heart Foundation.

Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Novo remédio reduz número de injeções para tratamento de fertilidade

Um remédio que acaba de chegar ao Brasil reduz o número de injeções usadas nas fertilizações in vitro (FIV). Uma única injeção da medicação equivale às sete que as pacientes recebem hoje durante o tratamento.

A partir desta semana, a nova droga deve começar a ser oferecida em algumas clínicas privadas.

O medicamento (corifolitropina alfa), assim como outros que já existem no mercado, induz o ovário a produzir vários óvulos maduros, e não apenas um por mês, como geralmente ocorre.

A diferença é que a nova droga tem ação prolongada e pode ser administrada em uma dose única, substituindo as atuais injeções diárias.

O preço, porém, é similar ao do tratamento convencional: varia entre R$ 1.800 e R$ 2.800 (dependendo da dose).

A corifolitropina alfa é uma proteína criada por meio de um método chamado tecnologia de DNA recombinante: uma célula recebe um gene que a torna capaz de produzir a substância.

As picadas diárias, por no mínimo uma semana, são uma das razões que levam ao abandono do tratamento após a primeira tentativa de fertilização fracassada, dizem os médicos. Nos EUA, a taxa de desistência é de 40%.

"A nova droga pode tornar o tratamento mais 'amigável', facilitando a vida das mulheres. Não vai revolucionar a indução da ovulação para a reprodução assistida, mas pode minorar e simplificar os protocolos já existentes", diz Artur Dzik, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

O ginecologista Arnaldo Cambiaghi lembra que, além de haver o incômodo das injeções diárias e, às vezes, a necessidade de deslocar-se até a clínica para as aplicações, as mulheres precisam seguir à risca o horário das injeções, o que afeta o dia a dia.

INDIVIDUALIZAÇÃO

Para o médico Edson Borges, apesar de trazer mais comodidade às mulheres, o novo remédio pode levar a uma perda da individualização do tratamento.

Segundo ele, nem todas as mulheres respondem de maneira igual à medicação. "Sabemos que, em alguns casos, devemos utilizar outras drogas ou mudar a dosagem para melhorar os resultados."

O ginecologista Eduardo Motta, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), faz ponderação semelhante. "Precisamos ter cuidado. Se houver uma 'hiperresposta' do ovário, não será possível revertê-la porque a medicação estará agindo por seis ou sete dias", diz ele.

Ainda há incerteza sobre o desempenho da droga em mulheres mais velhas porque os estudos clínicos que levaram à sua aprovação na Europa e no Brasil consideraram o peso corpóreo, e não a idade das pacientes.

"Uma mulher de 28 anos e outra de 40 anos respondem à medicação de formas diferentes. Acho que vamos ter que 'temperar' ao nosso critério, dependendo do perfil da paciente", diz Cambiaghi.

Na opinião do ginecologista Ricardo Baruffi, mais estudos englobando um conjunto maior de diferentes grupos de pacientes deveriam ser realizados antes de encarar a nova droga "com euforia".

O remédio é administrado por injeção subcutânea: uma dose de 100 microgramas para mulheres que pesam 60 kg ou menos e uma dose de 150 microgramas para as que têm mais de 60 kg.

Fonte: Folha de São Paulo

Merck e Pfizer irão desenvolver tratamento contra diabetes

O acordo se centra em uma molécula da Pfizer, o ertugliflozin, para a qual os testes clínicos de fase III serão lançados neste ano

As farmacêuticas americanas Merck e Pfizer irão se associar para desenvolver e comercializar um novo tratamento potencial contra a diabetes tipo 2, indica um comunicado conjunto divulgado nesta segunda-feira.

O acordo, que se aplica a todo o mundo, exceto ao Japão, se centra em uma molécula da Pfizer, o ertugliflozin, para a qual os testes clínicos de fase III, o último passo antes de uma possível comercialização, serão lançados neste ano.

A Pfizer recebeu um primeiro pagamento de 60 milhões de dólares. Os pagamentos posteriores estão previstos quando forem superadas algumas etapas de desenvolvimento clínico, o procedimento de autorização e a comercialização, segundo o comunicado.

Merck e Pfizer planejam compartilhar com 60-40 as potenciais receitas da molécula, assim como certos custos.

A diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença, afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo. Este número pode duplicar nos próximos anos devido à epidemia de obesidade e às formas de vida sedentária acompanhados de uma alimentação muito rica em gorduras e carboidratos.

Fonte: EXAME.COM

Bayer comprará empresa de controle contraceptivo

Companhia alemã quer reforçar sua posição como maior empresa de saúde feminina do mundo com a aquisição da Conceptus

Frankfurt - A alemã Bayer anunciou nesta segunda-feira a compra da fabricante norte-americana de dispositivos contraceptivos Conceptus por 1,1 bilhão de dólares, com o objetivo de reforçar sua posição como maior empresa de saúde feminina do mundo.

A Bayer vai lançar uma oferta pública para adquirir todas as ações da Conceptus por 31 dólares cada, em dinheiro, em uma operação acordada com a administração da Conceptus, informou o grupo alemão.

O valor equivale a um prêmio de 19,7 por cento sobre o preço de fechamento da ação da Conceptus na sexta-feira, e a um múltiplo de aproximadamente 30 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) que a companhia norte-americana estima para este ano.

A área de saúde feminina da Bayer teve vendas de 3,15 bilhões de euros (4,1 bilhões dólares) no ano passado, devido a produtos como a pílula anticoncepcional Yasmin e o dispositivo intra-uterino Mirena.

"Nossa experiência no campo da ginecologia aliado a nossos conhecimentos em vendas e distribuição ajudarão a desenvolver mais os negócios da Conceptus", disse o chefe da unidade HealthCare Pharmaceuticals da Bayer, Andreas Fibig.

A Conceptus, que produz dispositivos que são colocados nas trompas de falópio como um contraceptivo permanente não-hormonal, teve Ebitda ajustado de 28,2 milhões de dólares no ano passado sobre vendas de 141 milhões de dólares.

A empresa norte-americana prevê em 2013 Ebitda ajustado de entre 34 milhões e 37 milhões de dólares sobre vendas de entre 155 milhões e 159 milhões de dólares.

Fonte: EXAME.COM

domingo, 28 de abril de 2013

Cotistas têm desempenho inferior entre universitários

Alunos de graduação beneficiários de políticas de ações afirmativas, como cotas e bônus, têm apresentado desempenho acadêmico pior que os demais estudantes nas universidades públicas do país, mostram estudos recentes.

As pesquisas também concluem que a diferença de notas perdura até o fim dos cursos e costuma ser maior em carreiras de ciências exatas.

Universitários que ingressaram em instituições públicas federais por meio de ação afirmativa tiraram, em média, nota 9,3% menor que a dos demais na prova de conhecimentos específicos do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), que avalia cursos superiores no país.

No caso das universidades estaduais, cotistas e beneficiários de bônus tiveram nota, em média, 10% menor.

Os dados fazem parte de estudo recente dos pesquisadores Fábio Waltenberg e Márcia de Carvalho, da UFF (Universidade Federal Fluminense), com base no Enade de 2008, que pela primeira vez identificou alunos que ingressaram por políticas de ação afirmativa.

Foram analisados os desempenhos de 167.704 alunos que estavam concluindo a graduação nos 13 cursos avaliados em 2008, como ciências sociais, engenharia, filosofia, história e matemática.

"Encontramos diferenças razoáveis. Não são catastróficas como previam alguns críticos das ações afirmativas, mas é importante registrar que existe uma diferença para não tapar o sol com a peneira", diz Waltenberg.

Para ele, o desnível atual é um preço baixo a se pagar pela maior inclusão. Mas ele ressalta que, com a ampliação da política de cotas (que atingirão 50% das vagas das federais até 2016), é possível que o hiato entre as notas se amplie.

EVASÃO MENOR

Pesquisa recente feita pelo economista Alvaro Mendes Junior, professor da Universidade Cândido Mendes, sobre o resultado de ações afirmativas na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) revela que o nível de evasão entre os cotistas na universidade é menor do que entre outros estudantes.

Mas os dados levantados por ele --que acompanhou o progresso de alunos que ingressaram em 2005 em 43 carreiras-- confirmam as disparidades de desempenho.

O coeficiente de rendimento (média das notas) de alunos não beneficiários de ações afirmativas que se formaram até 2012 foi, em média, 8,5%, maior do que o dos cotistas. Em carreiras como ciência da computação e física essa diferença salta para, respectivamente, 43,2% e 73,2%.

Fonte: Folha de São Paulo

Pesquisa diz que um refrigerante por dia aumenta risco de diabetes

Beber uma ou mais latas de refrigerantes por dia aumenta o risco de diabetes na vida adulta, de acordo com um estudo europeu publicado na revista britânica Diabetologia.

A pesquisa parece confirmar estudos americanos sobre o mesmo tema.

De acordo com seus coordenadores, do Imperial College London, quem bebe uma lata por dia de refrigerante sem ser diet tem um risco de desenvolver diabetes 20% maior do que quem consome uma lata ou menos por mês.

"E para cada lata de refrigerante que um indivíduo bebe por dia, o risco de diabetes aumenta mais", disse à BBC a pesquisadora Dora Romaguera, do Imperial College London.

A pesquisa foi realizada a partir de dados coletados no Reino Unido, Alemanha, Dinamarca, Itália, Espanha, Suécia, França e Holanda. Nela, cerca de 350.000 pessoas foram questionadas sobre sua dieta.

"Dado o aumento do consumo dessas bebidas na Europa, concluímos que é preciso dar à população informações claras sobre os seus efeitos sobre a saúde", conclui a pesquisa, que indica que o consumo de suco de frutas não tem o mesmo efeito o de refrigerante com açúcar.

Calorias

Matthew Hobbs, diretor de pesquisas da organização Diabetes UK, ressalta que a ligação entre refrigerantes e diabetes tipo 2 é observada mesmo quando o índice de massa corporal é levado em conta. Ou seja, o risco de desenvolver diabetes é maior mesmo em pessoas magras que consomem uma lata diária de refrigerante.

Segundo Hobbs, isso sugere que esse risco não estaria ligado ao fato de que quem consome a bebida estar ingerindo muitas calorias, embora mais estudos sejam necessários para comprovar isso.

"De qualquer forma, recomendamos um limite no consumo de alimentos e bebidas açucarados porque, por serem ricos em calorias, eles podem levar a um ganho de peso. E sabemos que a manutenção de um peso saudável é muito importante para se evitar a diabetes tipo 2", diz Hobbs.

Patrick Wolfe, da University College London, enfatiza que os refrigerantes açucarados são apenas um entre muitos outros fatores de risco para a diabetes tipo 2.

"Mas já que esse é um risco que podemos facilmente eliminar - trocando os refrigerantes com açúcar por refrigerantes diet ou, melhor ainda, cortando os refrigerantes de nossa dieta, faz sentido fazer isso", opina.

Fonte: BBC Brasil

Redução de estômago será testada contra hipertensão e complicações do diabetes

Três hospitais de São Paulo --o HCor (Hospital do Coração), o InCor (Instituto do Coração do HC da USP) e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz-- vão testar a cirurgia bariátrica para o tratamento de outras doenças que não a obesidade e o diabetes, suas indicações primárias.

As pesquisas se concentrarão em problemas circulatórios e cardíacos, e as três instituições estão recrutando voluntários (veja abaixo).

Ricardo Cohen, ex-presidente da Sociedade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, diz que a intervenção atingiu sua fase de maturidade.

"A grande demanda agora são os outros resultados que a operação pode trazer."

No HCor, a redução de estômago será testada para controlar a hipertensão resistente, condição na qual o paciente não consegue baixar a pressão mesmo tomando dois ou mais remédios todo dia.

Carlos Schiavon, um dos coordenadores do projeto, diz que estudos apontam que pacientes submetidos à cirurgia têm melhora na pressão como "efeito colateral"

O estudo vai comparar a cirurgia com o tratamento clínico. Os pacientes devem ter obesidade grau 1 ou 2 --ou seja, IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 e 40. Esse índice é obtido dividindo o peso, em quilos, pela altura, em metros, ao quadrado.

"Há pacientes que tomam quatro, cinco remédios e não têm um bom controle. É uma doença de tratamento difícil", afirma Schiavon.

Para Bruno Geloneze, endocrinologista do Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes da Unicamp, a iniciativa tem um "grau de ousadia e coragem" por se concentrar no paciente que está sem tratamento.

"Esse é um estudo inédito que pode cobrir uma lacuna importante."

CORAÇÃO
Já o estudo do InCor pretende investigar como a cirugia bariátrica pode reduzir o risco cardiovascular.

"É difícil dizer que variáveis a cirurgia altera para reduzir o risco. Investigaremos esses mecanismos", diz Bruno Caramelli, diretor da unidade de medicina interdisciplinar em cardiologia do InCor e coordenador do estudo.

Os pacientes devem ter diabetes e IMC entre 28 e 35, ou seja, sobrepeso e obesidade grau 1. Hoje, a cirurgia só é autorizada no país para obesos grau 3 e grau 2 --neste último caso, quando há doenças associadas.

Geloneze avalia a escolha do perfil dos pacientes como "inadequada". "Já se sabe que, quanto menor o IMC, pior o resultado da cirurgia."

Mas Caramelli diz que o objetivo é investigar como o diabetes se desenrola desde o começo. "A ideia é tentar identificar, numa fase precoce, quem são os caras que amanhã terão IMC de 35 e 40."

DIABETES

No hospital Oswaldo Cruz, o estudo quer comprovar os benefícios do tratamento cirúrgico para problemas microvasculares decorrentes do diabetes tipo 2, como as doenças renais e da retina (que pode levar à cegueira).

A cirurgia será comparada ao melhor tratamento clínico disponível para o diabetes.

Segundo o cirurgião Ricardo Cohen, coordenador da pesquisa, se a cirurgia levar à redução da incidência dessas complicações, causará também uma diminuição na mortalidade cardiovascular a longo prazo.

"Acredito que, se comprovarmos a eficácia da cirurgia nesse caso, o paciente com a doença microvascular terá indicação cirúrgica imediata. Não há razão para esperar falhar o tratamento clínico."

Os pacientes devem ter obesidade grau 1 (IMC entre 30 e 35), perfil para o qual a cirurgia não é autorizada fora de protocolos de estudo.

Cohen justifica a escolha porque a média do IMC dos diabéticos no Brasil é 29. "Vamos focar na população que realmente precisa."

O endocrinologista Bruno Geloneze da Unicamp, porém, afirma que um estudo já mostrou que, depois de cinco anos, a melhora de problemas microvasculares em pacientes diabéticos com IMC acima de 40 foi variada.

"Essa melhora depende de tempo de doença, fatores genéticos e boa nutrição. Como há o risco de desnutrição nesses pacientes menos obesos, o balanço tende a ser desfavorável", diz.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Almino Ramos, diz que os estudos se concentraram no diabetes, doença associada à obesidade que tinha mais resultados com a cirurgia. "Agora, eles devem focar em outros fatores, como a apneia do sono."

Mas, para Geloneze, é preciso lembrar que a prioridade é operar quem mais precisa -- obesos grau 3, com IMC acima de 40.

"Discutir novas indicações é uma forma de excluir os casos mais urgentes. Há que se pensar sempre no interesse do paciente."

Fonte: Folha de São Paulo

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mortalidade por doenças cardíacas aumenta no Norte e no Nordeste e cai no Sul e Sudeste

O aumento da renda nas regiões Norte e Nordeste na última década veio acompanhado de um "ônus" do crescimento econômico: o aumento do número de mortes por doenças cardíacas.

É o que aponta estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da PUC do Paraná, que analisou os óbitos por infarto e angina ocorridos entre 2000 e 2010 no Brasil --cerca de 1 milhão de casos.

Essas doenças são hoje a segunda maior causa de mortes naturais no país, perdendo apenas para os AVCs (acidentes vasculares cerebrais).

Segundo a pesquisa, enquanto a taxa de mortalidade por essas doenças se manteve estável no Brasil todo, o índice caiu até 25% no Sul e Sudeste e aumentou no Norte e Nordeste. Entre homens nordestinos, por exemplo, a alta foi de 34% no número de mortes por 100 mil habitantes (veja quadro abaixo).

Alimentação

O aumento da renda nesses Estados, associado ao consumo de alimentos industrializados, hipercalóricos e ricos em sódio --que agravam os fatores de risco cardíaco, como hipertensão, colesterol e obesidade-- é uma das explicações para o fenômeno.

"As pessoas estão deixando de morrer por doenças infectocontagiosas e passando a morrer de infarto", diz o pesquisador José Rocha Faria Neto, cardiologista e professor da PUC-PR.

O médico coordenou o estudo, em parceria com a estudante de doutorado Cristina Baena e a bioestatística Márcia Olandoski.

Os dados foram corrigidos levando em conta as subnotificações de óbitos, que são causas mal preenchidas ou não informadas de morte e que, em 2000, chegavam a atingir até 25% dos atestados do Norte e Nordeste.

"Ainda que tenha melhorado o preenchimento do atestado, esse aumento de mortes é verdadeiro."

Faria Neto compara a tendência à observada no leste europeu após a queda do Muro de Berlim, em 1989, quando a mortalidade por doenças cardíacas também aumentou, assim como a obesidade, a hipertensão, o diabetes e o sedentarismo.

"É um reflexo do que acontece quando começa a entrar dinheiro no país."

Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Brasileiros desenvolvem primeiro monitor cardíaco portátil do mundo

Aparelho, que contém eletrodos, comunicador e GPS, envia a médicos informações sobre o funcionamento cardíaco do paciente, além de o lugar onde ele se encontra para caso precise de atendimento emergencial

Coração online: pesquisa brasileira aponta que maioria dos vídeos publicados em rede social sobre doenças do coração traz informações imprecisas

Um grupo de especialistas brasileiros desenvolveu o primeiro monitor cardíaco portátil inteligente do mundo. O aparelho permite o envio à distância de eletrocardiogramas, a detecção precoce de problemas do coração que podem levar a um infarto ou à morte súbita, além da localização do paciente para o seu socorro caso seja necessário. O monitor, que aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para poder ser usado no país, será útil a pacientes que apresentam um alto risco cardíaco, como aqueles que sofreram um infarto recentemente ou que possuem familiares que tiveram uma morte súbita cardíaca.

Essa nova tecnologia é resultado de um projeto desenvolvido ao longo de cinco anos pelo Flextronics Instituto de Tecnologia (FIT), uma organização sem fins lucrativos, junto à empresa Corcam. Depois de pronto, o aparelho foi testado ao longo de um ano e meio por médicos do Hospital do Coração, em São Paulo.

De acordo com Enrique Pachón, cardiologista do Serviço de Arritmias Cardíacas e da Central de Telemedicina do Hospital do Coração, um dos médicos envolvidos nesse estudo, o teste do monitor cardíaco foi feito com cerca de 120 pacientes, entre eles pessoas com e sem problemas cardíacos. “Os resultados mostraram que o aparelho é eficaz em identificar de forma precoce quando um paciente apresenta algum risco cardíaco e quando necessita de atendimento emergencial. Além disso, as conclusões do estudo cumpriram todos os requisitos impostos pela Anvisa”, disse o médico ao site de VEJA.

Paciente usa o monitor cardíaco portátil

Funcionamento — Na prática, o aparelho funciona da seguinte forma: um paciente com alto risco cardíaco passa a andar com eletrodos colados em seu peito que são ligados a um aparelho cujo tamanho é um pouco maior do que o de um telefone celular. Esse aparelho transmite automaticamente os dados cardíacos do paciente para uma central onde há médicos capacitados para avaliar os eletrocardiogramas. O monitor também possui um comunicador que permite que um médico da central fale diretamente com o paciente, além de um GPS que possibilita que os profissionais identifiquem onde o paciente está caso ele se sinta mal e precise de cuidados emergenciais.

“Esse aparelho detecta muito bem alterações no coração, como uma arritmia cardíaca, antes mesmo de o paciente sentir qualquer sinal. Essas alterações podem levar a um ataque cardíaco ou até evoluir para uma morte súbita”, diz Pachón. Segundo o cardiologista, essas alterações detectadas pelo monitor são identificadas pelos médicos na central. “Os profissionais, então, devem entrar em contato com o paciente para verificar se ele está se sentindo bem, orientá-lo em relação a alguma medicação ou para que ele se dirija a um hospital. Caso o paciente não esteja se sentindo bem, ou então não responda aos médicos, uma ambulância é acionada para socorrê-lo”, afirma Pachón.

De acordo com Pachón, cabe ao médico recomendar o uso do aparelho ao seu paciente e determinar por quanto tempo a pessoa deverá conviver com o monitor. “Isso vai depender de pessoa para pessoa. Um paciente que acabou de sofrer um infarto passa certo período com um risco muito grande de ter outro problema cardíaco, então pode ser que seja ideal que ele use esse aparelho durante esse tempo”, diz o médico.

Mercado — Segundo Pachón, para que o aparelho possa ser usado na prática clínica – ou seja, fora do âmbito da pesquisa – é preciso apenas a última posição da Anvisa. A data oficial para essa resposta estava marcada para o dia 15 deste mês. “Acreditamos que até o fim de abril a Anvisa já autorize o uso do monitor em pacientes”, diz. O aparelho deve chegar ao mercado com o nome de Nexcor. Os Estados Unidos e alguns países da Europa vão receber ainda neste semestre os primeiros modelos produzidos no Brasil. Estima-se que o preço do ‘aluguel’ do aparelho seja de 600 reais por semana, segundo seus criadores.

Fonte: VEJA

Novartis acusada de pagar farmácias para recomendar remédios

Segundo denúncia, a empresa pagou às farmácias "para orientar milhares de pacientes" para que preferissem seu produto aos genéricos

Sede da Novartis na Suíça

A justiça dos Estados Unidos anunciou na terça-feira uma investigação sobre o laboratório farmacêutico suíço Novartis, acusado de ter subornado pelo menos 20 farmácias para que recomendassem um de seus medicamentos, o Myfortic, em troca de lucros sobre as vendas.

Segundo o texto da ação apresentada por um promotor, desde 2005 a Novartis pagou às farmácias "para orientar milhares de pacientes que haviam recebido um transplante" para que preferissem seu produto aos genéricos ou os de outras empresas com "subornos por meio de descontos ou promoções".

Como exemplo, uma farmácia de Los Angeles recebeu 5% das vendas anuais de Myfortic em troca do convencimento de entre 700 a 1.000 pacientes para que utilizassem o remédio.

As práticas ilegais teriam "levado a pagamentos de dezenas de milhões de dólares" pelo Myfortic que saíram dos fundos dos programas de saúde do governo dirigidos às pessoas mais velhas ou pobres.

"A Novartis rejeita as acusações e utilizará todos os mecanismos disponíveis em sua defesa", escreveu um porta-voz da empresa em um e-mail enviado à AFP.

O grupo suíço já foi processado por fraude contra os serviços de segurança em saúde nos Estados Unidos. Em 2010, o laboratório aceitou pagar 422,5 milhões de dólares para acabar com um litígio por acusações de promoção ilegal do Trileptal, um remédio para tratamento da epilepsia.

Fonte: EXAME.COM

terça-feira, 23 de abril de 2013

Vinho tinto inibe danos da carne vermelha ao coração

Por suas grandes quantidades de colesterol e gordura "ruim", a carne vermelha é vista com maus olhos por médicos e nutricionistas. Porém, um novo estudo científico afirma que, quando consumida com vinho tinto, a carne não traz danos à saúde.

De acordo com o artigo publicado no Journal of Functional Foods, o vinho tinto evita o acúmulo do LDL no sangue, impedindo danos nos vasos e diminuindo o risco de problemas cardíacos. Os investigadores demonstraram que os polifenóis, compostos antioxidantes presentes no tinto, evitam a absorção do colesterol.

Ron Kohen, professor do Instituto de Investigação sobre Drogas da Universidade Hebrea pontuou que os resultados podem ajudar a explicar porque o vinho tinto reduz o risco de doenças do coração. "A carne é rica em ácidos graxos poli-insaturados e colesterol. Nossos resultados poderiam proporcionar uma explicação para a associação frequente entre a carne e um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares. A inclusão de produtos ricos em polifenóis como parte integrante da refeição diminui significativamente os efeitos nocivos", explicou Kohen.

Por fim, o estudo é um avanço para a definição do chamado "paradoxo francês", expressão utilizada para explicar a contradição existente na população francesa, grande consumidora de alimentos com gorduras saturadas e, ao mesmo tempo, um dos países com menores índices de problemas cardíacos.

Fonte: ADEGA NA WEB

Americanos criam curativo 'cama de pregos' para recuperar cortes cirúrgicos

Cientistas americanos desenvolveram um curativo coberto com agulhas microscópicas, dispostas como em uma "cama de pregos" para cicatrizar cortes de cirurgias.

O curativo 'cama de pregos' (Imagem: Cortesia de Karplab no Brigham and Women's Hospital, www.karplab.net)

O curativo, inspirado em um verme parasita que vive no intestino de peixes e que se agarra nas paredes do órgão usando espinhos parecidos com os do cacto, fixa enxertos de pele com firmeza sem precisar de pontos ou grampos.

Os criadores afirmam que o curativo é três vezes mais forte do que os materiais usados atualmente em pacientes com queimaduras.

Os cientistas, baseados na cidade de Boston e trabalhando no Brigham and Women's Hospital, afirmaram que o curativo de quatro centímetros quadrados também pode injetar medicamentos no paciente através de suas agulhas minúsculas. O curativo já foi testado com sucesso em animais, segundo artigo divulgado na publicação científica Nature Communications.

Danos mínimos

A maioria dos curativos não consegue uma boa adesão à pele molhada. Grampos e pontos podem ajudar a fixar o curativo e também enxertos de pele, mas causam danos aos tecidos.

Para contornar este problema, o pesquisador Jeffrey Karp e sua equipe analisaram um verme parasita chamado Pomphorhynchus laevis.

O curativo 'cama de pregos' (Imagem: Cortesia de Karplab no Brigham and Women's Hospital, www.karplab.net)

Este parasita se fixa na superfície escorregadia do intestino de seu hospedeiro usando um sistema de agulhas microscópicas que perfuram a superfície e, quando são molhadas, incham e se prendem com firmeza aos pequenos furos que fizeram.

Estas agulhas minúsculas causam danos mínimos ao tecido em que se fixam mas, ainda assim, conseguem uma ótima fixação.

O curativo criado por Karp imita esta ação usando agulhas minúsculas de plástico com pontas que são rígidas enquanto estiverem secas. Mas, quando espetam tecido molhado, estas pontas incham.

"O design singular permite que as agulhas se prendam a tecidos moles com o mínimo de dano", afirmou Karp.

"Além disso, quando chega o momento de retirar o adesivo, comparado a grampos, há menos trauma aos tecidos, sangue e nervos e um risco menor de infecção", acrescentou.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 20 de abril de 2013

Um Vinho - Valdivieso Éclat

Vermelho intenso, com notas distintas de violeta. Complexo, especiarias, frutas vermelhas e um aroma levemente selvagem. Um vinho bem estruturado sendo corpo cheio e muito saboroso.

Tipo Tinto
Volume 750ml
Teor alcoólico 14%
Sugestão de Guarda 5 anos
Harmonização Carnes Brancas, Carnes vermelhas
Prêmios 90 pontos (Guia Descorchados)
Região Valle del Maule
Uva 65% Carignan; 20% Mourvèdre e 15% Syrah
Safra 2007
País Chile
Pontos Vinhocracia 89
Produtor Valdivieso

TAM tem a maior perda de mercado do setor em março

Segundo a Abear, companhia perdeu 2,3 pontos percentuais no último mês; já a GOL ganhou 2,2 pontos

Poltronas vazias em avião da TAM

O mercado de aviação ganhou fôlego em março no Brasil. As principais companhias aéreas, Avianca, Azul, GOL, TAM e Trip, ofertaram 8,8% mais assentos no período e a demanda por passageiros também cresceu quase na mesma proporção, 7,7%, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aérea (Abear).

Algumas companhias, como a TAM e a Trip, perderam mercado no período. A maior perda foi registrada pela TAM, que apresentou participação de mercado de 39,5% em março, 2,3 pontos percentuais a menos na comparação com fevereiro. Mesmo assim, ela continua com a liderança do mercado.

Já a queda da Trip foi de 2,2 pontos. A GOL ganhou participação e atingiu 36,4% de market share. A Avianca chegou a 7,2% e a Azul a 12,6%.

Segundo a Abear, a Gol foi a empresa com maior número de passageiros embarcados - quase 2,1 milhões, cerca de 50.000 passageiros a mais do que a TAM no mês passado. No primeiro trimestre de 2013, as empresas  transportaram juntas 18,07 milhões de passageiros nos voos domésticos.

Veja, a seguir, o desempenho das principais companhias aéreas do país em março, de acordo com dados da Abear: 

                  

   Março de 2013 TAM GOL Azul Avianca Trip
Oferta de assentos 3.661.650 3.782.664 1.081.709 600.056 380.617
Demanda de passageiros 2.678.323 2.468.997 857.545 487.655 284.963
Taxa de ocupação 73,15% 65,27% 79,28% 81,27% 74,87%
Participação de mercado 39,52% 36,43% 12,65% 7,20% 4,20%

  FONTE: EXAME.COM

Hospital encontra excesso na indicação de cirurgia de coluna

Um programa do hospital Albert Einstein está reavaliando indicações de cirurgias de coluna. Em dois anos, dos 1.679 pacientes que chegaram com pedido médico para a operação, só 683 (41%) foram confirmados como realmente necessários.

Os resultados foram apresentados anteontem em fórum internacional de qualidade e segurança do paciente, em Londres.

O programa atende pacientes particulares e de planos de saúde (Bradesco, Marítima e SulAmérica), que são encaminhados pelo próprio convênio para uma segunda opinião médica.

Além do diagnóstico, o acordo entre o hospital e os planos prevê reabilitação para os casos não cirúrgicos.

A iniciativa está causando polêmica entre os cirurgiões cujos diagnósticos foram questionados. O caso foi discutido na câmara técnica de implantes da AMB (Associação Médica Brasileira), que o encaminhou ao Conselho Federal de Medicina.

"Isso fere um preceito básico da ética médica que é um médico interferir ou mudar a conduta de outro. A indicação de cirurgia é prerrogativa do médico do paciente", afirma o neurocirurgião Marcelo Mudo, da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

O excesso de cirurgias de coluna e as sequelas (perda da mobilidade, por exemplo) que ocorrem quando ela é mal indicada são largamente documentados em estudos. Os procedimentos custam até R$ 200 mil e mais da metade desse valor se refere a dispositivos (pinos, parafusos etc).

Nos EUA, o número e os custos dessas cirurgias dispararam na última década e elas estão agora na mira do governo federal. Há a suspeita de que os médicos estejam indicando mais porque ganham benefícios da indústria.

Segundo o médico Claudio Lottenberg, presidente do Einstein, o projeto é uma tentativa de evitar esses conflitos e padronizar procedimentos. "Queremos o melhor para o paciente e para o sistema de saúde como um todo, não para a fábrica de implantes."

Os planos de saúde que participam da iniciativa economizaram R$ 54 milhões com as cirurgias não realizadas. Lottenberg diz que o grupo segue estritamente protocolos clínicos e não há intenção de favorecer convênios.

O médico Mario Ferretti, gerente de ortopedia do Einstein, afirma que a maioria das indicações cirúrgicas desnecessárias era relativa a diagnósticos associados a outras doenças não detectadas.

"O paciente pode até ter uma hérnia de disco, mas pode ser que outras patologias, como fibromialgia ou esclerose múltipla, sejam a real causa da dor na coluna."

No hospital, a equipe de atendimento tem ortopedistas, fisiatras e fisioterapeutas. "Não colocamos cirurgiões de propósito, para não ter viés. Os clínicos estão capacitados a fazer o diagnóstico. Se há dúvida, acionamos os cirurgiões", diz Ferretti.

Segundo dados do projeto, pacientes que adotaram tratamentos não invasivos, como fisioterapia, tiveram redução da dor e relataram melhoria de qualidade de vida.

Fonte: Folha de São Paulo

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Polícia mata suspeito de envolvimento no atentado de Boston

Polícia cerca carro  (foto: Getty)Policiais americanos informaram ter matado um dos dois suspeitos de envolvimento no atentado a bomba na Maratona de Boston, que deixou três mortos e mais de 170 feridos.

De acordo com o porta-voz da polícia de Boston, o segundo suspeito continua foragido em Watertown, a dez quilômetros de Boston.

Ele aparece nas fotos divulgadas pelo FBI na quinta-feira usando um boné branco momentos antes da explosão dos artefatos. Em outra imagem liberada pela polícia, ele aparece usando um casaco de moletom cinza com um capuz.

A polícia pediu à população de Watertown que não saia de casa e entre em contato com os serviços de emergência se virem algo suspeito.

Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Suco de beterraba pode reduzir a pressão arterial em cerca de 10 mmHg pela presença de nitrato no legume, publicado pelo periódico Hypertension

Artigo publicado pelo periódico Hypertension mostra que o suco de beterraba contém nitrato e pode reduzir a pressão arterial sistólica e diastólica em média em 10 mmHg, mesmo depois que os níveis de nitrato contidos no suco e ingeridos voltam ao normal no sangue. Os efeitos mais acentuados ocorreram entre três e seis horas após a ingestão do suco, mas ainda havia redução até 24 horas depois.

O estudo de Webb e colaboradores mostra que a ingestão de suco de beterraba, que é rica em nitrito/nitrato, por voluntários saudáveis não só reduziu a pressão arterial em aproximadamente 10 milímetros de mercúrio, mas também impediu a disfunção endotelial após reperfusão por isquemia (sem alterar a dilatação da artéria pré-isquemia). A ingestão do suco era coincidente com um aumento drástico nos níveis plasmáticos de nitrato e nitrito.

Dessa forma, o nitrato na dieta pode reduzir os riscos cardiovasculares através de um procedimento de baixo custo e natural em oposição à abordagem com o uso de vários medicamentos.

Fonte: Hypertension  NEWS.MED.BR, 2013

Para homens, basta sentir gosto de cerveja para querer mais, diz estudo

Um novo estudo feito por cientistas americanos indica que basta que os homens tomem uma quantidade pequena de cerveja para que seus cérebros sejam estimulados e eles queiram beber mais, mesmo antes de começarem a sentir os efeitos normais do álcool.

De acordo com a pesquisa, feita com 49 homens pela Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, o gosto de cerveja libera no cérebro a dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de recompensa.

Os resultados, divulgados pela publicação científica Neuropsychopharmacology, também revelaram uma maior sensação de prazer em pessoas com um histórico de alcoolismo na família.

Os homens que participaram do estudo foram submetidos a exames de tomografia computadorizada enquanto sprays com pequenas quantidades de diferentes bebidas eram borrifados em suas bocas.

Os pesquisadores compararam os efeitos dos sprays de água, uma bebida isotônica esportiva e a cerveja preferida do participante. Cada um recebeu um total de 15 mililitros de líquido – quantidade, no caso da cerveja, insuficiente para causar os efeitos inebriantes do álcool.

Os resultados indicaram que uma quantia maior de dopamina foi liberada no cérebro após o spray de cerveja e que, após esse spray, os homens tinham uma propensão maior a dizer que queriam tomar uma bebida alcoólica.

Alcoolismo

"Nós acreditamos que este seja o primeiro experimento em humanos a mostrar que o gosto da bebida alcóolica por si só, sem nenhum efeito narcotizante do álcool, pode desencadear esta atividade de dopamina nos centros de recompensa do cérebro", explica David Kareken, um dos cientistas envolvidos no estudo.

Ele sugeriu que a presença de efeitos maiores em homens com um histórico de alcoolismo na família poderia ser um fator de risco para o alcoolismo herdado dos pais.

Dai Stephens, da Universidade de Sussex, na Grã-Bretanha, diz que os dados encontrados já eram esperados.

"Estes resultados, embora tenham sido muito bem trabalhados e sejam uma primeira demonstração convincente em humanos de que o gosto de uma bebida tem tais efeitos no cérebro, não são particularmente surpreendentes, já que sabemos há algum tempo de estudos com animais que os eventos condicionados à ingestão de drogas aumentam o nível de dopamina", avalia.

No entanto, Stephens concorda que o componente do alcoolismo familiar é surpreendente e questionou se isto "está relacionado ao desenvolvimento do vício em álcool ou talvez em outras drogas".

Peter Anderson, pesquisador da área de abuso de drogas na Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, ressalta que o efeito do gosto da bebida descrito no estudo já era esperado.

"Sabe-se que todos os tipos de 'pistas', incluindo o gosto, cheiro, imagens e hábitos, aumentam o desejo de beber. Este trabalho demonstra que o gosto por si só tem impacto nas funções cerebrais associadas ao desejo", analisa.

Fonte: BBC BRASIL

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Anvisa aprova redução do teor de iodo no sal

A diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a resolução que reduz os teores de iodo do sal.

A regra, que entra em vigor 90 dias após a publicação no "Diário Oficial da União", prevê a alteração da faixa atual --de 20 mg a 60 mg de iodo por quilo de sal-- para um teor de 15 mg a 45 mg/kg.

A agência acredita que o mercado conseguirá se adaptar facilmente, com base em uma análise segundo a qual 90% das marcas de sal já seguem o novo intervalo.
Denise Resende, gerente geral de alimentos da Anvisa, explica que a decisão foi tomada em conjunto com o Ministério da Saúde, com entidades do setor do sal e com organizações internacionais.

A proposta está baseada em estudos que identificaram níveis elevados de iodo na urina do brasileiro.

O consumo excessivo do nutriente pode causar disfunções na glândula tireoide, que produz hormônios reguladores do metabolismo.

A agência também usa dados do Ministério da Saúde que indicam que a inclusão do iodo no sal em patamares mais elevados, nas últimas décadas, teve o impacto desejado de reduzir a quantidade de pessoas com bócio (uma consequência da baixa ingestão de iodo).

Nos últimos 15 anos, será a terceira alteração feita nas proporções de iodo que deve ser acrescido ao sal.

Há especialistas que discordam da redução dos teores atuais e acreditam que a mudança terá impacto grande no país.

"É uma decisão errônea que coloca em risco a saúde das gestantes brasileiras e de seus bebês", afirma a endocrinologista Laura Ward.

Segundo ela, metade das gestantes já tem déficit de iodo, o que pode aumentar o risco de parto prematuro, abortos, anomalias congênitas e debilidade intelectual associada a alterações neurológicas.

"As pessoas estão consumindo muito sal, o que não só eleva a quantidade de iodo mas também causa hipertensão. O mais eficaz seria educar a população para que ela reduza o consumo de sal", diz Maria Izabel Chiamolera, membro da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).

A Anvisa também foi criticada por alterar os valores sem esperar pela conclusão de uma pesquisa que vai avaliar a quantidade de iodo na urina de crianças no país para verificar em que pé está o consumo dessa substância.

Denise Resende, da agência, afirmou que a ideia original era esperar o fim do estudo, mas que já há a indicação de que a pesquisa não vai mudar o atual entendimento da questão. Por isso, optou-se por fazer logo a alteração.

Segundo ela, durante a consulta pública sobre o tema, 21 contribuições foram apresentadas. Só duas (de pessoas físicas) eram desfavoráveis à redução aprovada.
Para Chiamolera, a decisão foi precipitada.

"Não sei se há estudos suficientes para embasar essa decisão. A maior parte deles é feita na população urbana. Não sabemos se quem vive em áreas rurais tem excesso de iodo e se o país todo vai se beneficiar da medida."

Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 16 de abril de 2013

Veja novos tratamentos apresentados em congresso americano de dermatologia

Vários tratamentos estéticos que foram destaque no último encontro da Academia Americana de Dermatologia, nos EUA, já estão com previsão de chegada ao Brasil. Conheça as novidades em funilaria e pintura para corpo e rosto:

INJEÇÃO

O uso do desoxicolato de sódio em injeções para dissolver gordura localizada está proibido pela Anvisa, mas novas pesquisas podem reabilitar a substância para tratamentos estéticos. O alvo da vez é a gordura submandibular, mais conhecida por papada ou queixo duplo.

De acordo com a dermatologista Patrícia Rittes, pioneira nos trabalhos científicos sobre a droga, os estudos sobre esse uso da substância estão avançados, e a fórmula para acabar com a gordura sob o queixo está a ponto de ser liberada pela FDA, agência reguladora de medicamentos nos Estados Unidos.

Os testes já estão na fase 3 (última etapa antes da aprovação) e mostraram que a fórmula causa uma espécie de esticamento da pele e produção de colágeno novo 28 dias após a aplicação, segundo Rittes. "Os resultados foram semelhantes aos de uma lipoaspiração", afirma o dermatologista Adilson Costa.

Status: Aguarda aprovação

LAVA-RÁPIDO

Novidade no tratamento da acne, o Acleara usa ondas de luz e uma tecnologia para limpeza de pele a vácuo. O aparelho é uma alternativa para quem não pode usar remédios antiacne, como grávidas. A sucção criada pelo vácuo extrai cravos, sebo e bactérias acumuladas sob a pele, enquanto os disparos de luz têm efeito secativo e bactericida, evitando as inflamações que causam as espinhas.

As sessões, que custam entre R$ 200 e R$ 500, são rápidas: segundo o fabricante do aparelho, dá para tratar o rosto todo em cerca de 15 minutos.

O tratamento completo é feito com, em média, sete sessões e costuma ser bem tolerado. "Porém, em pessoas com grande predisposição a melasma [mancha amarronzada], devemos ser cuidadosos com terapias à base de luz, que podem acentuar o problema", diz o dermatologista Davi de Lacerda.

Status: Chega em junho ao Brasil

RECAUCHUTAGEM

Liberado pela Anvisa no início do mês passado, o Maximus é usado contra a flacidez do rosto e do corpo. Age por meio de duas tecnologias associadas: a radiofrequência, que aquece camadas profundas da pele, diluindo acúmulos de gordura, e a TriLipo DMA, que faz os músculos se contraírem e estimula a retração das fibras de colágeno, que dão firmeza à pele.

"O paciente sente uma leve sensação de choque por causa do estímulo muscular", conta a dermatologista Mônica Aribi. São necessárias seis sessões, uma por semana, ao custo de R$ 350 reais cada. Não são conhecidos efeitos colaterais importantes.

Status: Já tem no Brasil

DESODORIZAÇÃO

Já testado por alguns anos nos Estados Unidos, o Miradry é um aparelho para tratar hiperidrose (suor excessivo e incontrolável) de forma não invasiva -as técnicas até agora disponíveis no Brasil para combater esse problema são cirurgia torácica, injeção de botox ou remédios. A nova máquina destrói as glândulas sudoríparas por meio de micro-ondas. "O resultado é definitivo, foi isso que apontaram estudos com pacientes tratados já há cinco anos", diz a dermatologista Mônica Aribi. O dermatologista Davi de Lacerda não endossa: "A duração do efeito ainda precisa ser acompanhada por mais tempo para que se possa dizer que é definitivo".

O tratamento é feito com anestesia local. Alguns médicos dizem que basta uma sessão; outros, afirmam que são necessárias até três. O preço varia de R$ 5.000 a R$ 8.000 por sessão.

Status: Chega ao Brasil no segundo semestre

ACELERADOR

Um dos equipamentos que causou mais alvoroço entre os dermatologistas reunidos no congresso foi o Picos ré, novo removedor de tatuagens e sinais benignos a laser. Sua vantagem é que ele dispara pulsos de luz ultrarrápidos, tornando o tratamento menos demorado e mais eficaz.

"Com nosso laser mais moderno precisamos de dez sessões para conseguir remover uma tatuagem; esse aparelho faz o trabalho em cinco sessões e com um resultado melhor", compara a dermatologista Carolina Março.

O funcionamento do Picos ré não é muito diferente dos aparelhos utilizados hoje: ele quebra o pigmento em partes menores, que podem ser absorvidas pela pele e eliminadas pelo sistema imunológico. O que muda é a velocidade, medida em picos segundos (unidade equivalente a um bilionésimo de segundo), e o poder de destruição. Como as partículas de tinta ficam mais fragmentadas, o organismo consegue elimina-lãs com mais eficiência.

Em estudos conduzidos pelo próprio fabricante, o Picos ré também se mostrou mais eficaz na remoção de tintas azuis e verdes, as mais complicadas de serem extraídas. O pior efeito colateral é a hipopigmentação -aparecimento de uma mancha branca que não pode ser retirada com outros tratamentos. "Na tentativa de destruir a tatuagem, às vezes o aparelho acaba destruindo também o pigmento da pele", diz Marçon. O problema é mais comum em peles negras. (JULIANA CUNHA)

Status: No Brasil só em 2014

PNEUS

O Liposonix é um aparelho que usa a energia do ultrassom para destruir, por meio do calor, as células gordurosas. A tecnologia permite direcionar as ondas com grande precisão até a camada de gordura. "O calor não queima a pele superficialmente, e a gordura destruída é absorvida pelo organismo", diz Davi de Lacerda, dermatologista pelo Johns Hopkins Hospital.

Segundo o fabricante, dá para perder 2,5 cm de cintura em uma única sessão. "O resultado pode ser percebido entre dez e 12 semanas depois da aplicação", diz a dermatologista Mônica Aribi, preceptora da residência de dermatologia da Universidade de Mogi das Cruzes. O preço da sessão varia de R$ 3.000 a R$ 5.000. É preciso tomar um analgésico 40 minutos antes da aplicação, que costuma ser um pouco dolorosa. O tratamento é contraindicado para grávidas.

Status: Chega neste mês ao país

FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO

Chat heads do Facebook chegam ao iPhone

O Facebook atualizou hoje seu app para iPhone e iPad, que ganhou chat heads como as do Facebook Home e “adesivos” para bate-papo

App do Facebook no iPhone

O Facebook atualizou hoje seu app para iPhone e iPad, que ganhou ícones de bate-papo como as do Facebook Home. Outra novidade são “adesivos” com carinhas sorridentes e outras figuras que podem ser usadas nas conversas por texto.

Chamados em inglês de “chat heads” (cabeças de bate-papo), os ícones de bate-papo são pequenas fotos circulares de pessoas com quem o usuário tem conversas por texto em andamento.

Elas aparecem num canto da tela, empilhadas umas sobre as outras, e podem ser deslocadas com o dedo. Basta tocar na pilha para ver todas lado a lado. Um toque numa delas abre a janela de bate-papo correspondente. Para encerrar uma conversa, arrasta-se a foto para um círculo na parte inferior da tela.

O Facebook para iPhone também ganhou uma série de “adesivos” que podem ser usados nas conversas. Por enquanto, são carinhas com expressões diversas. Além daquelas incluídas no aplicativo, é possível baixar outras da internet.

A novidade chega quatro dias depois de o Facebook ter liberado o Facebook Home, sua interface alternativa para smartphones com Android. Nele, as chat heads permanecem abertas inclusive sobre outros aplicativos, enquanto no iOS elas funcionam só dentro do app do Facebook.

O Facebook Home ganhou elogios de Eric Schmidt, o chairman do Google, numa conferência hoje. Quando apresentou o software, no início deste mês, Mark Zuckerberg deu a entender que o Facebook considerava criar uma versão para iOS, que deveria ser feita em parceria com a Apple.

É improvável que isso aconteça, já que a Apple impõe muitas restrições ao que os apps podem fazer, incluindo a proibição de alterar a página inicial. A situação é parecida no Windows Phone e no BlackBerry. Assim, ao menos por enquanto, o Facebook Home deve continuar sendo exclusivo do Android.

Fonte: EXAME.COM

Adolescentes que malham demais podem ser vítimas de transtorno psiquiátrico

A rotina do estudante carioca M.V., 15, inclui musculação seis vezes por semana e pesquisa diária na internet sobre exercícios e suplementação alimentar. Tudo para ficar maior e mais forte.

O adolescente pesa 78 quilos e tem 1,81 m. "Não acho que 15 anos seja muito cedo para malhar. Quanto mais eu treinar, mais facilmente chegarei à meta." A meta, no caso, é aumentar o diâmetro do seu braço de 39 cm para 55 cm.

A página de M.V. no Facebook é igual a de muitos meninos dessa idade: cheia de fotos de corpos musculosos, frases motivacionais e chacotas com "frangos" ou "filés de borboleta" (jovens sem os músculos estufados, típicos de quem vive em academia).

Estudo feito com 1.307 adolescentes e publicado no jornal americano "Pediatrics", em novembro de 2012, constatou que 90% deles se exercitam para ganhar músculos. A enquete foi feita em Minesota (EUA), mas os dados podem ser extrapolados todo o país, diz a pesquisa.

Até aí, tudo bem. A questão, mostram estudos internacionais e locais, é que a insatisfação dos meninos com seus corpos está em alta e, é claro, ligada à malhação exagerada. Exemplo: em pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina com 641 jovens de 11 a 17 anos, 54,3% dos garotos se declararam insatisfeitos com sua imagem.

O educador físico Marcus Zimpeck observa a tendência em academias paulistanas: "Vários adolescentes que querem ganhar corpo exageram, mas nem se dão conta".

O estudante G.P., 17, na academia onde treina, na Grande São Paulo

NO ESPELHO

O hebiatra (médico especializado em adolescência)Alberto Mainieri, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concorda: "Há um crescente exagero não só na frequência do esforço muscular como na intensidade. Não são mais casos isolados". Segundo ele, o excesso de treinamento nessa fase da vida é perigoso e pode caracterizar vigorexia.

"É um vício que vai aos poucos interferindo na vida social", afirma Zimpeck. O instrutor acha que o transtorno está subdiagnosticado.

Quem tem o distúrbio nunca se satisfaz com o corpo que tem e treina obsessivamente. "Muitos pesquisadores consideram a vigorexia um subtipo de dismorfofobia", diz o psiquiatra Celso Alves dos Santos Filho, do Programa de Atenção aos Transtornos Alimentares da Unifesp.

A dismorfofobia é uma alteração na autoimagem. No espelho, a pessoa se enxerga de forma negativa, o que não condiz com a realidade.

É o que relata o estudante G.P., 17: "Todo mundo diz que estou bem assim: ganhei 12 quilos de músculos em oito meses, mas, quando me olho, não gosto do que vejo. Em algumas fotos até me acho mais forte, mas depois olho melhor e vejo que ainda falta muito". Ele pesa 70 quilos e quer chegar aos cem. "Mas, se ainda estiver ruim, subirei a meta para 109 quilos", diz.

G.P. admite que pensa nos treinos em tempo integral e que os amigos reclamam do seu novo hábito. Ele se sente culpado se não puder malhar. "Se falto, penso que vou perder muito peso e não vou atingir nunca minha meta."

A vida social de G.P. também foi alterada pelos treinos: "Só volto para as baladas quando ficar mais forte".

O surgimento do transtorno nessa faixa etária é favorecido pelas alterações físicas e psicológicas que ocorrem. "Adolescentes sentem necessidade constante de aceitação, até da aparência. Não é à toa que dismorfofobia e vigorexia têm início nessa fase", diz o psiquiatra.

A psicanalista Dirce de Sá Freire, membro do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro, vê nessa dedicação ao físico uma demonstração de autodomínio: "O adolescente abraça a teoria de que o corpo pode ser moldado numa tentativa de controlar a própria vida, já que não pode controlar seu entorno".

O diagnóstico de vigorexia é difícil. A fisiatra Isabel Chateubriand, coordenadora da Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês, diz atender pacientes com lesões causadas por excesso de musculação em um quadro claramente vigoréxico: "Explico ao jovem que está treinando errado e tem transtorno de imagem, mas ele não aceita. O máximo que faz é mudar temporariamente o treino até resolver o problema específico da lesão que o fez buscar ajuda".

As consequências desses excessos são difíceis de prever. "A curto prazo não identificamos os malefícios no corpo, pois aos olhos da sociedade o paciente é saudável, faz esporte. Se não fizermos os exames certos, nem saberemos que há alterações, já que adolescentes têm uma reserva de energia muito grande", diz Chateubriand.

D. D., 15, montou uma academia em casa e prepara suas séries sozinho: "Não preciso de instrutor. Qualquer dúvida, consulto a internet", argumenta ele, que treina há um ano, quatro vezes por semana, mas só exercita a parte superior, por causa de uma cirurgia para retirar um tumor na tíbia, feita aos 11 anos.

A mãe de D. D. diz se preocupar com o filho: "Os jovens de hoje querem ficar muito musculosos. Acho perigoso ele tomar suplementos, mas D. não me ouve". A dieta proteica que ele segue foi escolhida com base em informações recolhidas da internet.

METROS DE TÓRAX

Alguns dos adolescentes entrevistados para a reportagem pretendem participar de campeonatos de fisiculturismo, como I.C., 17, que acabou o segundo grau e quer estudar educação física.

Ele treina os sete dias da semana e conta que seus pais não aprovam isso: "Eles dizem que se eu ficar maior vou ficar feio, mas discordo. Ficarei como me sentir bem; meu objetivo é chegar aos dois metros de tórax", provoca.

O desejo de ganhar músculos em pouco tempo, passando por cima da genética, leva jovens a recorrerem a anabolizantes, é lógico --apesar de o tema ser tabu, mesmo para entrevistados protegidos pelo anonimato: "Desculpe, não falo sobre isso", diz I.C.

Zimpeck alega que a maior parte dos adolescentes que diz querer ser atleta de "bodybuilding" não sabe onde está se metendo: "Desconhecem como é difícil ser fisiculturista, ainda mais no Brasil, onde não se ganha para isso".

G. P. nunca pensou em ser fisiculturista. Seu interesse é ficar mais atraente mesmo: "Acho legal chegar na escola bem grande e os colegas comentarem. Eu me sinto mais seguro. É um sacrifício, mas acho que vale a pena".

Para Chateubriand, adolescentes obcecados por músculos cumprem o papel social imposto a eles: "São fruto das nossas crenças, estão sendo coerentes. É preciso mudar o conceito de exercício, de estética para saúde".

Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Venda de hormônios sintéticos da tireoide cresce 65% em quatro anos

Aumento de vendas pode estar relacionado ao consumo 'off label', por pessoas que buscam o emagrecimento rápido

A glândula tireóide produz hormônios que atuam em todo o nosso organismo, regulando o crescimento, digestão e o metabolismo

A venda de hormônios sintéticos da tireoide cresceu 65% entre os anos 2008 e 2012, segundo um levantamento da consultoria IMS Health, que analisa dados da indústria farmacêutica. Um dos medicamentos é o segundo mais vendido no Brasil. O fenômeno — ainda subdimensionado, porque os dados não levam em consideração medicamentos manipulados — pode estar ligado ao crescente consumo do produto não só por quem sofre de disfunção na tireoide, mas por pessoas interessadas em emagrecimento rápido (uso off label — para outras finalidades que não aquelas previstas em bula). Médicos alertam que o uso indevido do hormônio compromete o organismo e tem efeito pouco duradouro.

Em agosto, levantamentos já apontavam o crescimento do consumo de medicamentos para diabetes, epilepsia e depressão como alternativas para perda de peso, depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização de emagrecedores à base de anfetaminas. "O hormônio tireoidiano é um hormônio de atividade, ele é liberado no organismo nas reações de fuga e combate", explica Laura Ward, presidente do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, e professora de clínica médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"Esse hormônio é destinado a prover energia para os músculos. Mas, em excesso, consome esses músculos. Perde-se peso, sim. Mas não é um bom emagrecimento, porque a perda é de músculo, e não de tecido gorduroso", explica. A preocupação maior é com as fórmulas manipuladas. "Alguns colegas (médicos) são criminosos; deveriam ser denunciados. Eles prescrevem o hormônio tireoidiano puro, o T3, que é o de maior atividade: acelera o coração, causa arritmia, pode levar à isquemia do miocárdio e até ao infarto", diz.

Histórico — O uso indevido do hormônio tireoidiano vem sendo percebido há alguns anos. Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicado em 2007, já apontava o uso elevado da substância."O estudo principal era sobre a prevalência do hipotireoidismo na população, que estava em 12,3%. Mas incluímos uma pergunta sobre uso de fórmulas, chás e remédios para emagrecer. Encontramos um número muito grande", afirma a epidemiologista Rosely Sichieri, da UERJ.

Das 1.296 mulheres que participaram do estudo, 34% tinham usado as substâncias ao menos uma vez na vida, e outras 11% relataram tê-las consumido nos dois meses anteriores à realização da pesquisa. Ao testar o sangue das voluntárias, as que haviam usado os medicamentos mais recentemente tinham nível do hormônio tireoidiano TSH reduzido. "Isso significa que elas estavam com hipertireoidismo", afirma Laura.

De acordo com o especialista em treinamento esportivo Marcelo Ferreira Miranda, integrante do Conselho Federal de Educação Física, o uso indevido de hormônios da tireoide é uma prática simples de ser percebida pelos professores que atuam nas academias de ginástica. "A pessoa sua muito, fica ofegante, tem aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. Nas avaliações regulares, aparece a perda de massa muscular", diz. "As academias acabam carregando o estigma de que estimulam ou são coniventes com essa prática. Não é verdade. A orientação é que as pessoas busquem recursos naturais e saudáveis para emagrecer."

A médica Flávia Pinho, nutróloga do Espaço Stella Torreão, já atendeu pacientes que estavam tomando hormônios da tireoide. "Às vezes tinham prescrição médica; outras, não. Como método de emagrecimento é fugaz. Quando se interrompe a ingestão do hormônio, há o retorno dos padrões anteriores do metabolismo. Há risco de desenvolver deficiência hormonal e de dependência do medicamento para o resto da vida", diz.

Fonte: VEJA

Explosões na chegada da maratona de Boston deixam mortos e feridos

Testemunhas das explosões que atingiram a linha de chegada da Maratona de Boston relatam que muitas pessoas tiveram as pernas extirpadas durante o possível atentado.

As explosões deixaram ao menos 2 mortos e 23 feridos, segundo a polícia local. Os primeiros colocados já haviam completado a corrida, mas muitos corredores ainda chegavam e diversos espectadores se encontravam no local.

Roupen Bastaijan, 35, um policial de Rhode Island que participava da maratona, havia acabado de cruzar a linha de chegada quando ouviu a explosão. "Comecei a correr em direção à explosão. Havia pessoas espalhadas pelo chão. Começamos a fazer torniquetes [nos feridos] e a amarrar pernas... [Havia] muitos amputados. Ao menos 25 ou 30 estavam sem ao menos uma perna, ou sem o tornozelo, ou sem as duas pernas", conta.

A Associated Press informou que as autoridades estavam ajudando atletas feridos a deixar o local e espectadores, muitos dos quais sangrando, estavam sendo levados para a tenda médica que o evento havia montado para atender aos corredores.

Mike Mitchell, um participante canadense que havia acabado de completar a prova, afirma que olhou para trás na altura da linha de chegada e viu uma "grande explosão". A fumaça subiu a 15 metros de altura, segundo o atleta.

A organização da prova tentou isolar a área. Segundo relatos no Twitter, corredores estavam usando uma avenida paralela à do traçado, a Commonwealth Avenue, para completar o percurso.

A corrida em Boston é a maratona anual mais antiga do mundo, tendo sido realizada pela primeira vez em 1897, e se encontra em sua 117ª edição. Ela acontece na terceira segunda-feira do mês de abril, no Patriot's Day (dia do patriota), um feriado estadual em Massachusetts.

TPMTV

Fonte: Folha de São Paulo

Postos de saúde iniciam vacinação contra gripe

Cerca de 65 mil postos de saúde em todo o país iniciam hoje (15) a campanha de vacinação contra a gripe. A meta é imunizar 31,3 milhões de pessoas que integram os chamados grupos prioritários – gestantes, idosos com mais de 60 anos, crianças entre 6 meses e 2 anos, profissionais de saúde, índios, população carcerária e doentes crônicos.

Este ano, mulheres no puerpério (período de até 45 dias após o parto) também vão receber a dose. Outra novidade é que pacientes com doenças crônicas podem ser imunizados nos postos de saúde e não apenas nos centros de referência. Basta apresentar uma prescrição médica no ato da imunização.

A campanha vai até o dia 26 de abril. Serão distribuídas cerca de 43 milhões de doses que, este ano, protegem contra os seguintes subtipos de influenza: A (H1N1), a gripe suína, A (H3N2) e B.

Fonte: Agência Brasil

Classificação Campeonato Estadual 2013

CLASSIFICAÇÃO P J V E D GP GC SG %
Potiguar 9 3 3 0 0 6 0 6 100.00%
América 7 3 2 1 0 4 2 2 77.78%
ASSU 4 3 1 1 1 2 2 0 44.44%
ABC 4 3 1 1 1 1 3 -2 44.44%
Alecrim 3 3 1 0 2 5 4 1 33.33%
Santa Cruz 3 3 1 0 2 2 2 0 33.33%
Baraúnas 2 3 0 2 1 1 2 -1 22.22%
Corintians 1 3 0 1 2 2 8 -6 11.11%

P pontos J jogos V vitórias E empates D derrotas GP gols pró GC gols contra SG saldo de gols (%) aproveitamento

Cientistas desenvolvem rim de laboratório

Um rim "criado" em laboratório foi transplantado para animais onde começou a produzir urina, afirmam cientistas norte-americanos.

A técnica, desenvolvida pelo Hospital Geral de Massachusetts e apresentada na publicação Nature Medicine, resulta em rins menos eficazes do que os naturais. Mesmo assim, os pesquisadores de medicina regenerativa afirmam que ela representa uma enorme promessa.

strutura básica, que funcione como uma espécie de armação. A partir daí, o rim seria então reconstruído com células retiradas do paciente.

Isso teria duas grandes vantagens sobre os habituais transplantes de rim.

Como o novo tecido será formado com células do paciente, não será necessário o uso de drogas antirrejeição, que evitam que o sistema imunológico bloqueie o funcionamento do órgão "estranho" ao corpo.

Seria possível também aumentar consideravelmente o número de órgãos disponíveis para transplante. A maioria dos órgãos usados atualmente acaba rejeitada.

Teia de células

Nesse estudo, os pesquisadores usaram um rim de rato e aplicaram um detergente para retirar as células velhas.

A teia de células restante, formada por proteínas, tem a forma do rim, e inclui uma intrincada rede de vasos sanguíneos e tubos de drenagem.

Esta rede de tubos foi utilizada para bombear as células adequadas para a parte direita do rim, onde se juntaram com a "armação" para reconstruir o órgão.