segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Governo quer aumentar rigor na concessão de benefícios ao trabalhador

Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil

As normas de ingresso e de manutenção dos brasileiros em cinco benefícios trabalhistas e previdenciários serão alteradas pelo governo federal. Nesta terça-feira (30), será publicado noDiário Oficial da União o envio de medidas provisórias ao Congresso Nacional, com ajustes nas despesas do abono salarial, do seguro-desemprego, do seguro-defeso, da pensão por morte e do auxílio-doença.

O objetivo das novas regras, informou o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é eliminar excessos, aumentar a transparência e corrigir distorções, visando a sustentabilidade dos programas que utilizam os fundos de Amparo ao Trabalhador (FAT) e da Previdência Social. “Todas as mudanças respeitam integralmente todos os benefícios que já estão sendo pagos”, disse o ministro. “[Elas] não se aplicam aos atuais beneficiados, não é retroativo”.

As medidas foram anunciadas após encontro dos ministros com representantes de centrais sindicais, na tarde de hoje (29), no Palácio do Planalto. Elas começam a valer a partir de amanhã, mas precisam ser aprovadas pelos deputados e senadores para virarem lei. Elas vão gerar redução de custos de aproximadamente R$ 18 bilhões por ano, a preços de 2015.

De acordo com Nelson Barbosa, que vai assumir nesta quinta-feira (1º) o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o valor equivale a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) do próximo ano, e vai aumentar ao longo do tempo, de acordo com a maior utilização dos benefícios.

A primeira medida anunciada é o aumento da carência do trabalhador que tem direito a receber o abono salarial. Antes, quem trabalhava somente um mês e recebia até dois salários mínimos poderia receber o benefício. Agora, o tempo será de no mínimo seis meses ininterruptos. Outra mudança será o pagamento proporcional ao tempo trabalhado, do mesmo modo que ocorre atualmente com o 13º salário, já que pela regra atual o benefício era pago igualmente para os trabalhadores, independentemente do tempo trabalhado.

O seguro-desemprego também sofrerá alterações. Se hoje o trabalhador pode solicitar o seguro após trabalhar seis meses, com as novas regras ele terá que comprovar vínculo com o empregador por pelo menos 18 meses na primeira vez em que solicitar o benefício. Na segunda solicitação, o período de carência será de 12 meses. A partir do terceiro pedido, a carência voltará a ser de seis meses.

Citando casos de acúmulo de benefícios no seguro-desemprego do pescador artesanal, conhecido como seguro-defeso, as regras também terão mudanças. A primeira mudança visa a vedar o acúmulo de benefícios assistenciais e previdenciários com o seguro-defeso. O benefício de um salário mínimo é pago aos pescadores que exercem a atividade de forma exclusiva, durante o período em que a pesca é proibida, visando a reprodução dos peixes.

Mercadante afirmou que “não faz sentido” o trabalhador receber o seguro-defeso e concomitantemente o seguro-desemprego ou o auxílio-doença, por exemplo. Além desta medida, serão criadas regras para comprovar que o pescador comercializou a sua produção por pelo menos 12 meses, além de ser criada carência de três anos a partir do registro do pescador.

Com base em estudos de experiências internacionais, o governo pretende criar uma carência de dois anos para quem recebe pensão por morte. Outra intenção é exigir tempo mínimo de dois anos de casamento ou união estável para que os dependentes recebam a pensão. “Não dá para casar na última hora para simplesmente transferir o benefício como em casamentos oportunistas que ocorrem hoje”, justificou Mercadante.

A exceção é para os casos em que o óbito do trabalhador ocorra em função de acidente de trabalho, depois do casamento ou para o caso de cônjuge incapaz. Nova regra de cálculo do benefício também será estipulada, e reduzirá o atual patamar de 100% do salário-de-benefício para 50% mais 10% por dependente. Outra mudança é a exclusão do direito a pensão para os dependentes que forem condenados judicialmente pela prática de assassinato do segurado.

O auxílio-doença também sofrerá alteração. O teto do benefício será a média das últimas 12 contribuições, e o prazo de afastamento a ser pago pelo empregador será estendido de 15 para 30 dias, antes que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passe a arcar com o auxílio-doença.

A única medida anunciada pelos ministros, que valerá para todos os beneficiados, será o aumento da transparência dos programas. Os nomes dos beneficiados, a que auxílio têm direito, por qual motivo e quanto recebem são informações que, de acordo com Mercadante, estarão disponíveis publicamente na internet, da mesma forma que é hoje para quem recebe o Bolsa Família.

O ministro explicou que já existem medidas de auditoria permanente no Bolsa Família, e disse que as mudanças visam a dar isonomia à concessão dos programas. “Estamos fazendo com critério, equidade, equilíbrio, preservando políticas, direitos adquiridos. São ajustes e correções inadiáveis e indispensáveis”, afirmou.

Durante o encontro, estiveram presentes Carlos Eduardo Gabas, secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, que foi efetivado nesta segunda-feira (29) à frente da pasta; Paulo Rogério Caffarelli, secretário executivo do Ministério da Fazenda; Miriam Belchior, ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão; e Manoel Dias, ministro do Trabalho e Emprego.

Os trabalhadores foram representados por dirigentes da Central Única dos Trabalhadores, União Geral dos Trabalhadores, Nova Central Sindical dos Trabalhadores, Central dos Sindicatos Brasileiros e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.

Avião faz aterrissagem de emergência em Londres sem trem de pouso

Um Boeing 747 da companhia aérea Virgin Atlantic fez uma aterrissagem emergencial em Londres na tarde desta segunda-feira por conta de problemas em um de seus trens de pouso.

O voo VS43, com 447 passageiros e 15 tripulantes a bordo, ia do aeroporto de Gatwick a Las Vegas (EUA), mas teve de voltar por conta do problema técnico.

O piloto circulou sobre o espaço aéreo britânico para queimar combustível antes de fazer um pouso turbulento, porém seguro.

A pista de Gatwick ficou temporariamente fechada, provocando atrasos em voos e desvios de aeronaves para outros aeroportos.

A Virgin Atlantic disse em comunicado que o voo VS43 fez um "pouso fora do padrão" por causa de uma "questão técnica com um dos equipamentos de aterrissagem".

Imagens do avião postadas no Twitter mostram que um de seus trens de pouso não funcionou.

Fonte: BBC Brasil

domingo, 28 de dezembro de 2014

Anac planeja liberar companhias aéreas para cobrar bilhetes de bebês

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) planeja liberar as empresas aéreas para cobrar pelas passagens de bebês que viajam no colo. Atualmente, a norma estabelece que crianças de zero a dois anos que fiquem no colo dos pais paguem no máximo 10% do valor pago pelo adulto. Na prática, nenhuma das companhias cobra.

Foram as próprias empresas aéreas, porém, que pediram a liberação da tarifa, sob o argumento de que o valor dos bilhetes dos demais passageiros já é desregulado.

A intenção consta de documento sobre mudanças nas condições de transporte feito pela Superintendência de Regulação Econômica da Anac. "Na minuta de resolução pretende­se excluir essa regra [a tarifa de 10% para bebês, em virtude da liberdade tarifária", diz um trecho.

Chamado de "nota técnica", o documento serve de base para uma consulta pública aberta em novembro para mudar regras no setor. Até junho, o tema irá a audiência pública, em que a minuta do texto será então apresentada.

O documento, em debate na área técnica da Anac, terá que passar pelo crivo da diretoria da agência, o que ocorrerá até a audiência pública.

É na minuta que irá constar a proposta inicial da agência sobre o assunto, disse a Anac, por meio da assessoria.

Associação das empresas aéreas, a Abear disse que a medida aumentaria a competitividade. "Uma vez que as empresas possam cobrar ou não pelo transporte dos menores de dois anos, certamente terá preferência aquela que oferecer a condição mais vantajosa para o consumidor e sua família", diz a entidade.

ESPERA NO AVIÃO

Há outras propostas em debate. A agência quer obrigar as companhias a dar assistência a passageiros submetidos a espera dentro do avião.

Aconteceu no último dia 16 com um voo da TAM que partiria do Galeão (Rio) rumo a Nova York. O avião quebrou –e os passageiros esperaram seis horas dentro dele.

Essa é uma lacuna da lei. Se o passageiro estiver no terminal, as empresas têm de fornecer assistência, mas, dentro do avião, não.

A intenção é fazer as empresas darem alimentação se o atraso for "significativo".

Há mais novidades, como a intenção de que as empresas ofereçam uma tarifa na qual a taxa de remarcação não exceda 5% do valor pago.

A taxa de remarcação é motivo de reclamação dos passageiros em passagens aéreas promocionais. Já as passagens mais caras dão mais flexibilidade para remarcação.

Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 27 de dezembro de 2014

Por que problemas de flatulência são comuns a bordo de aviões?

As férias de fim de ano chegaram e muita gente se prepara para viajar. Se isto já aconteceu com você, não se envergonhe: problemas de flatulência durante voos são comuns.

Por que? Foi o que se perguntou o médico Jacob Rosenberg, que decidiu encontrar a explicação - o interesse dele pela flatulência a bordo começou durante uma viagem longa para a Nova Zelândia.

Ao olhar para a própria barriga, percebeu que ela havia crescido visivelmente desde que entrou no avião. Foi ao abrir a mala e ver sua garrafa d'água vazia que ele entendeu o que se passava.

A garrafinha havia se expandido quando a pressão na aeronave baixou durante o voo e logo se contraiu quando aterrissaram. O médico se deu conta que os gases em seu estômago deveriam estar fazendo o mesmo.

"Desde então notei quanta flatulência se tem durante voos", disse.

Ainda que não seja comparável aos efeitos da turbulência externa, o assunto é alvo comum de queixas entre passageiros. "Todo mundo já sentiu algum mau odor durante algum voo", diz Rosenberg, que é professor da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

Isso levou o pesquisador a se perguntar sobre as consequências científicas deste fenômeno, o que o fez buscar soluções para aplacar o problema.

Gás

Mesmo com os pés na terra, todos os humanos expulsam uma quantidade surpreendente de gases por dia. Cientistas estimam que uma persona emita em média dez flatulências a cada 24 horas - o equivalente a um livro de emanações.

Estes gases são produto dos alimentos que não foram absorvidos pelo intestino e são fermentados por bactérias.

A fermentação produz nitrogênio, dióxido de carbono e hidrogênio, além de outros componentes sulfúricos mais fedorentos.

Rosenberg também desconstruiu uma série de mitos sobre o tema.

Por exemplo, ao contrário do que sugere a cultura popular, um estudo realizado nos anos 90 mostra que homens não têm mais flatulência que as mulheres.

A mesma pesquisa mostra que os gases de mulheres têm concentração maior de componentes sulfúricos, o que torna seu odor mais potente.

E, mesmo que os grãos tenham ganhado fama como fontes de gases, um experimento recente mostrou que eles não são tão inflamatórios para o intestino como se acreditava e que seu efeito varia muito de pessoa para pessoa.

Sucos de frutas, peixe e arroz são alguns dos alimentos mapeados para ajudar a reduzir a flatulência.

Diferente do que muitos acreditam, os alimentos derivados do leite também reduzem os gases.

Inchaço

A flatulência pode causar inconvenientes durante os voos - especialmente para quem passa muito tempo em cabines pressurizadas.

Segundo estatísticas da Associação Médica Aeroespacial, mais de 60% dos pilotos sentem inchaço abdominal, uma cifra bem maior que a de trabalhadores de outros setores.

A razão tem a ver com a física básica: "a pressão cai e o ar tem mais espaço para se expandir", diz Rosenberg.

O médico estima que este gás ocupe um volume 30% maior, o que explica a sensação de inchaço.

Rosenberg não recomenda que se retenha estes gases. "Se você é jovem e saudável não tem problema, mas para idosos isso pode representar um esforço cardíaco perigoso", adverte.

Perigo de explosão?

Por outro lado, liberar todos os gases também pode trazer riscos.

Um estudo de 1969 advertiu para o perigo de explosão que a acumulação de flatulências geradas por astronautas num foguete poderia gerar.

Até hoje, entretanto, nunca foi registrado um acidente por esta razão.

Recentemente, a Agência Espacial do Canadá sugeriu que a soja fermentada poderia ser a comida ideal para consumo no espaço, já que contém bactérias probióticas que reduziriam o inchaço abdominal dos astronautas.

Mesmo que nos aviões comerciais não haja risco de explosão, as companhias aéreas investem em medidas para aliviar o desconforto gerado por este problema.

Rosenberg entrevistou diferentes companhias que usam filtros de carbono no ar-condicionado para absorver cheiros.

As empresas também procuram servir alimentos que contenham poucas fibras e muitos carboidratos - uma combinação que facilita a digestão.

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Denominação de Origem Controlada - DOC

DOC é um classificação de controle de qualidade dos vinhos

Desde os mais remotos tempos sempre houve aproveitadores em todas as partes do mundo. Não foi diferente no século XVIII, quando o vinho do Porto estava no auge do seu sucesso e era um dos principais produtos de exportação de Portugal. Como a demanda por este vinho não parava de crescer, começaram a surgir as primeiras falsificações e adulterações da bebida.

Esta situação gerou na época uma dupla influência negativa na sua comercialização. Uma devido à diminuição das vendas, pois as pessoas estavam adquirindo produtos falsos ao invés do verdadeiro vinho fortificado. A outra, se deu ao fato dos consumidores perceberem a baixa qualidade do vinho degustado e deixarem de adquiri-lo, pois não conseguiam discriminar os vinhos falsos dos verdadeiros. E o pior, como a maioria dos consumidores nem ao menos sabiam que estavam disponíveis no mercado falsificações, acabavam achando que o produto estava perdendo qualidade.

Como surgiu

Diante deste cenário, em 1757, Marquês de Pombal, ministro do Estado de Portugal na época, criou o sistema de controle que posteriormente daria origem à classificação D.O.C. - Denominação de Origem Controlada – ou simplesmente DOC. Isto significa que o vinho foi produzido dentro de uma região específica com diversos tipos de controles. A primeira região a ser demarcada foi o Douro, em terras lusitanas, e ajudou a diminuir as adulterações do famoso vinho do Porto.

O Marques de Pombal criou uma classificação que daria origem à denominação DOC

Atualmente, o sistema de denominação DOC é utilizado para atribuir normas de produção em regiões geograficamente delimitadas, determinas por cada país. Além de assegurar a qualidade do vinho e genuinidade dos processos de produção, o certificado DOC visa estabelecer os métodos de vinificação, o rendimento por hectare, o processo de envelhecimento do vinho e, muitas vezes, a graduação alcoólica.

Não é tarefa fácil conquistar um selo DOC, para isso é necessário cumprir rigorosamente as normas estabelecidas, e depois submeter às amostras dos vinhos para as comissões reguladora de avaliação local. Nesta avaliação são considerados parâmetros como as práticas enológicas, práticas culturais, as castas recomendadas e autorizadas, o tipo de solo, delimitação geográfica da área, métodos de vinificação, teor alcoólico mínimo natural, as características físico-químicas e as características organolépticas. O objetivo é garantir um controle de qualidade em todo o processo de produção, desde a vinha até o consumidor final.

O Douro foi uma das primeiras regiões a receber um denominação DOC

Denominações pelo mundo

Este tipo de protocolo de qualidade é utilizado pela maioria dos países produtores. Veja alguma das variações que podem ser encontradas:

  • AOC = Appellation d'Origine Contrôlée – França
  • DO = Denominación de Origen – Espanha
  • DOC = Denominação de Origem Controlada – Países de língua portuguesa
  • DOCG = Denominação de Origem Controlada e Garantida – Países de língua portuguesa
  • DOC = Denominazione di Origine Controllata – Itália
  • QBA = Qualitätswein Bestimmter Anbaugebiete – Alemanha
  • WO = Wine of Origin – África do Sul

Desta forma, não é por acaso que se encontra nos rótulos das garrafas a sigla DOC ou DOCG, tais inscrições tentam garantir a procedência e qualidade do fermentado, assim como proteger a reputação de seus produtores.

Fonte: sobrevinho.net

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Uso intenso de smartphones provoca alteração no cérebro

A utilização intensa de certos tipos de telefones celulares está provocando uma alteração no cérebro de usuários pela adaptação à nova atividade motora. A conclusão faz parte de um estudo feito pelo Instituto de Neuroinformática da Universidade de Zurique, que analisou as reações de um grupo de 37 voluntários.

Segundo os pesquisadores, os cérebros dos usuários dos chamados smartphones estão sendo alterados pela operação repetida das telas de toque.

Para medir a atividade cerebral do grupo, os cientistas utilizaram a técnica conhecida como eletroencefalografia ou EEG na sigla em inglês. Eles perceberam diferenças marcantes entre os usuários de smartphones e aqueles que utilizavam celulares "convencionais".

Analisando os resultados do EEG, os cientistas concluíram que os usuários de smartphones demonstravam maior destreza no uso dos dedos.

Dos 37 voluntários, 26 eram usuários de smartphones com telas de toque e 11 se mantinham fieis aos modelos mais antiquados de celulares.

EEG

O teste de EEG monitorou os impulsos elétricos trocados entre o cérebro e as mãos dos indivíduos através dos nervos.

A atividade foi monitorada por diversos eletrodos colocados no couro cabeludo de cada voluntário, capazes de captar esta troca de mensagens na forma sensorial.

A partir dessas informações, os pesquisadores puderam criar um "mapa" que indica a porção do tecido cerebral dedicada à operação de uma determinada parte do corpo.

Os resultados revelaram diferenças distintas entre os usuários de smartphones com telas de toque e os que usam telefones celulares convencionais.

Os usuários de smartphones apresentaram maior atividade cerebral em resposta aos toques dados na tela dos aparelhos pelos dedos médio, polegar e indicador.

E, aparentemente, isto está ligado à frequência com que se usa o smartphone - quanto mais frequente é o uso, maior é a resposta registrada pelo EEG.

Segundo os cientistas, o resultado - publicado na revista científica Current Biology - faz sentido, uma vez que o cérebro é maleável e, portanto, pode ser moldado pela utilização prática repetidamente.

Eles citam como exemplo os violinistas, que têm a área do cérebro dedicada ao controle dos dedos usados para tocar o instrumento maior do que a mesma área do cérebro de alguém que não toca violino.

Os pesquisadores acreditam que o mesmo está acontecendo com os usuários de smartphone - eles estariam tendo seus cérebros "esculpidos" pelo uso repetido pelos toques nas telas dos aparelhos.

Arko Ghosh, que liderou o grupo de pesquisadores da Universidade de Zurique, disse que ficou surpreso pela "escala das mudanças introduzidas (no cérebro) pelo uso de smartphones".

Ele acrescentou que o estudo reforça a ideia de que a onipresença dos smartphones está tendo um grande efeito na nossa vida cotidiana.

Fonte: BBC Brasil

Natal mais doce com Vinho do Porto

http://wineinrio.com.br/wp-content/uploads/2014/12/800px-Port_wine.jpgA jornalista Victoria Moore, do jornal britânico The Telegraph, indicou recentemente o Vinho do Porto como um dos melhores vinhos licorosos para se saborear neste Natal. “O Natal não é Natal sem uma garrafa de Vinho do Porto”, escreveu a autora do artigo.

O Vinho do Porto é um vinho natural e fortificado, produzido exclusivamente a partir de uvas tintas provenientes da Região Demarcada do Douro, no Norte de Portugal a cerca de 100 km a leste da cidade do Porto.

O vinho do Porto Tawny é a segunda recomendação de uma lista de vinhos licorosos que Victoria sugeriu para este natal. “O Porto tawny envelhece em barris de madeira o que lhe da um sabor diferente do Porto vintage ou ruby”, explica a autora.

Este vinho deve ser bebido gelado para acentuar os sabores de “nozes e caramelo, pois fica glorioso ao ser harmonizado com frutas secas ou queijos fortes ou queijos azuis.

Fonte: WINE IN RIO

Metformina é segura para pacientes com doença renal, diz pesquisa

Medicamento mais utilizado para tratar o diabetes tipo 2 não oferece risco de acidose láctica em indivíduos com doença renal leve a moderada

Metformina: um dos medicamentos mais populares para o tratamento do diabetes tipo 2

Ao contrário do que orientam as diretrizes da FDA, agência americana que regula remédios e alimentos, a metformina, um dos medicamentos mais populares para o tratamento do diabetes tipo 2, é segura para pacientes com doença renal leve a moderada. Essa é a constatação de um estudo feito por pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, e publicado na terça-feira no periódico Jama.

Há 20 anos a metformina é usada para controlar os níveis de açúcar no sangue de pacientes com diabetes tipo 2. Os médicos, no entanto, evitam prescrever a droga para doentes mais velhos, em uma tentativa de reduzir o risco de acidose láctica, uma condição na qual o sangue torna-se muito ácido.

“Quando o indivíduo chega a uma certa idade, sua função renal começa a decair e a primeira coisa que os médicos costumam fazer é parar o tratamento com metformina”, explica Silvio Inzucchi, coautor do estudo. “No entanto, o diabetes fica fora de controle. Outras drogas podem ser usadas, mas elas são mais caras e causam mais efeitos colaterais que a metformina.”​

Resultado — Os pesquisadores revisaram pesquisas já publicadas para verificar o risco de acidose láctica com o uso de metformina em diabéticos com doença renal leve a moderada. Eles constataram que o risco do problema acontecer é extremamente baixo e comparável ao daqueles que não tomam o medicamento.

Fonte: VEJA

Por que os rituais de Natal tornam a ceia mais saborosa?

Tom Stafford - Da BBC Future

Todos nós realizamos pequenos rituais no dia-a-dia, seja ao apertarmos a mão de alguém que nos é apresentado ou ao brindar tocando taças antes de beber.

Nesta época do ano, não é diferente: montar a árvore de Natal, armar o presépio, comprar o presente do amigo secreto são tradições que transcendem fronteiras.

Esses rituais podem parecer apenas costumes pouco relevantes, mas alguns cientistas acreditam que, na realidade, esses gestos são resultado da própria evolução humana, algo que pode explicar como o homem se relacionava antes mesmo de ter uma linguagem verbal.

Nossa história começa explorando como os rituais tornam nossa comida mais saborosa. Nos últimos anos, vários estudos científicos indicaram que realizar pequenos ritos podem influenciar a maneira de uma pessoa apreciar o que come.

Em um experimento, a equipe de Kathleen Vohs, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, tentou entender como um ritual poderia afetar a experiência de comer uma barra de chocolate.

Metade dos voluntários foi orientada a relaxar por alguns instantes e aí comer o chocolate normalmente. Os demais voluntários foram instruídos a seguir um ritual simples, quebrando a barra ao meio antes de abri-la, desembrulhando e comendo cada parte de uma vez.

Seguir essas simples regras teve um efeito surpreendente. Os voluntários do segundo grupo disseram ter gostado mais do chocolate, dando uma nota 15% maior do que a dada pelos primeiros participantes.

Eles também demoraram mais para comer todo o chocolate, degustando-o por até 50% mais tempo do que a outra parcela de voluntários. Por fim, o grupo do ritual disse que pagaria até o dobro por aquele chocolate.

Esse experimento mostra que um pequeno ato pode aumentar significativamente a apreciação de uma experiência alimentar. Vohs e seus colegas deram sequência ao teste, dessa vez pedindo aos participantes para descrever o ato de comer o chocolate.

Foi uma variável importante: os voluntários que tiveram que seguir o ritual disseram que a experiência foi mais divertida, menos chata e mais interessante do que os do grupo de controle. Uma análise detalhada mostrou que esse era o motivo pelo qual eles gostaram mais do chocolate e até pagariam mais por ele.

Comportamento tribal

Os rituais, portanto, parecem fazer com que as pessoas prestem mais atenção ao que estão fazendo, permitindo que se concentrem nos aspectos positivos de um simples prazer.

Mas será que existe algo mais do que isso? E já que os rituais aparecem em tantos aspectos da vida que não estão relacionados à comida – de missas a posses presidenciais –, será que eles teriam raízes mais profundas na nossa história evolucionária?

No livro The Symbolic Species, o antropólogo Terrence Deacon afirma que os rituais tiveram um papel especial na evolução humana, particularmente no momento de transição em que começamos a adquirir as bases da linguagem.

Deacon argumenta que os primeiros "símbolos" que nós usamos para nos comunicarmos – e que se tornaram as origens da linguagem humana – não eram parecidos com as palavras que hoje usamos sem pensar.

Segundo o antropólogo, esses primeiros símbolos teriam sido uma série complexa e extensa de comportamentos realizados em grupo. Ou seja, rituais.

Esses símbolos eram necessários por causa da maneira como os primeiros humanos organizavam seus grupos familiares e, principalmente, como compartilhavam os frutos de suas caçadas.

Os primeiros humanos precisavam de uma maneira de comunicar para os demais quais eram as responsabilidades e privilégios de cada um; quem era parte da família e quem podia comer daquela comida, por exemplo. Essas ideias são difíceis de serem transmitidas somente ao se apontar para um indivíduo ou outro.

Deacon afirma que os rituais foram a resposta evolutiva ao problema de conectar grupos de humanos e verificar que todos entendiam como o grupo funcionava.

Fraco por rituais

Se você acreditar nessa narrativa evolucionária – e muita gente não acredita -, é possível compreender por que nossas mentes têm um fraco por rituais.

Um pequeno rito pode tornar uma comida mais saborosa. Mas por que ele tem esse efeito? A resposta de Deacon é que nosso amor por rituais evoluiu com a nossa necessidade de compartilhar alimentos. Nossos ancestrais que realizavam rituais tinham mais filhos, por exemplo.

Ao conectar nossas mentes aos rituais de maneira a tornar os alimentos mais saborosos, a evolução tomou um atalho para garantir a sobrevivência da espécie.

Por isso, se você pretende passar o Natal com a família, não descarte os rituais. Participe das decorações e do preparo das refeições, brinde e ouça seu tio contar aquela piada pela enésima vez.

Os rituais vão ajuda-lo a saborear mais a comida e evocar nossa longa história como espécie e todos os banquetes que nossos antepassados tiveram antes mesmo de existir o Natal.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Os melhores e piores cursos de enfermagem, segundo o MEC

Para uma graduação ser considerada excelente para o Ministério da Educação (MEC), é preciso que o curso tenha índices 4 ou 5 no CPC (Conceito Preliminar de Curso).

Em escala que vai de 1 a 5, o CPC é um indicador de qualidade que leva em conta o desempenho dos formandos no Enade, a titulação do corpo docente e também a estrutura da instituição de ensino, além de outros fatores.

Cursos superiores que não atingem nível 3 no CPC são classificados como insatisfatórios e entram na mira do MEC que pode exigir medidas para sanar os problemas.

Na semana passada, o Ministério da Educação publicou no Diário Oficial os resultados do ciclo de avaliação de 2013, que englobou diversos cursos na área de saúde, entre eles o de enfermagem.

Veja na classificação do MEC, quais os cursos mais bem avaliados e aqueles que tiveram notas insatisfatórias:

1. Os melhores cursos de enfermagem do Brasil, segundo o MEC:

FDA aprova novo antibiótico, o Zerbaxa

Zerbaxa é uma combinação de medicamentos contendo ceftolozane, um antibiótico da classe das cefalosporinas, e tazobactam, um inibidor de beta-lactamase. Zerbaxa é utilizado para tratar infecções urinárias complicadas (ITUCs), incluindo a pielonefrite. Ele é utilizado em combinação ao metronidazol para o tratamento de infecções intra-abdominais complicadas (IIACs).

Zerbaxa é o quarto novo fármaco antibacteriano aprovado pela FDA este ano. A agência aprovou anteriormente o Dalvance (dalbavancina) em maio, Sivextro (tedizolide) em junho e Orbactiv (oritavancin) em agosto.

urinary-tract-infection-treatmentsZerbaxa é o quarto novo produto antibacteriano designado como um Qualified Infectious Disease Product (QIDP)a receber a aprovação da FDA. Sob o título de Generating Antibiotic Incentives Now (GAIN), da lei FDA Safety and Innovation Act, foi concedida ao Zerbaxa a designação QIDP porque ele é um antibacteriano ou antifúngico humano que se destina a tratar uma infecção grave ou que coloque a vida em risco.

Como parte de sua designação QIDP, ao Zerbaxa foi dada uma revisão prioritária, a qual fornece uma revisão acelerada da aplicação da droga. A designação QIDP também qualifica o Zerbaxa por mais cinco anos de comercialização exclusiva para ser adicionado a determinados períodos de exclusividade já previstos pela leiFood, Drug and Cosmetic Act.

A eficácia do Zerbaxa para tratar IIACs, em combinação com o metronidazol, foi verificada em um ensaio clínico com um total de 979 adultos. Os participantes foram aleatoriamente designados para receber Zerbaxa, além de metronidazol ou meropenem, uma droga antibacteriana aprovada pela FDA. Os resultados mostraram que a combinação Zerbaxa/Metronidazol era mais eficaz para o tratamento de IIACs.

A eficácia do Zerbaxa para tratar ITUCs foi verificada em um ensaio clínico no qual 1.068 adultos foram distribuídos aleatoriamente para receber Zerbaxa ou levofloxacina, uma droga antibacteriana aprovada pela FDApara tratar ITUCs. Zerbaxa demonstrou ser eficaz no tratamento de ITUCs.

A bula do Zerbaxa inclui um aviso sobre a diminuição da eficácia observada em pacientes com insuficiência renal. Os efeitos colaterais mais comuns identificados nos ensaios clínicos foram náuseas, diarreia, dor de cabeçae febre (pirexia).

Zerbaxa e Sivextro são comercializados pela Cubist Pharmaceuticals, com sede em Lexington, Massachusetts. Dalvance é comercializado pela DURATA Therapeutics, com sede em Chicago, e Orbactiv é comercializado pelaParsippany, com sede na The Medicines Company, em New Jersey.

Fonte: FDA News Release, de 19 de dezembro de 2014 - NEWS.MED.BR

Tablets e smartphones à noite prejudicam o sono, indica pesquisa

Homem lê em tablet

Ler livros digitais antes de dormir pode prejudicar o sono e ter efeitos negativos sobre a saúde, segundo uma pesquisa realizada pela Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos.

Um grupo de pesquisadores da universidade comparou o efeito da leitura de livros de papel e de leitores digitais (e-readers) antes de drormir.

Eles verificaram que as pessoas que haviam lido livros digitais levavam mais tempo para adormecer e tinham um sono de pior qualidade.

Como consequência, se sentiam mais cansados ao acordarem na manhã seguinte.

Segundo os pesquisadores, a explicação estaria na luz emitida pelos e-readers, que podem interferir com o relógio biológico.

Nosso corpo se guia pela luz para diferenciar o dia e a noite e determinar seu ritmo.

Mas a luz azul, faixa de onda comum em smartphones, tablets e luzes LED (presentes em alguns tipos de TV, por exemplo), é capaz de interferir com o relógio biológico.

A exposição à luz azul à noite pode desacelerar ou impedir a produção de melatonina, hormônio que regula o sono.

Obesidade, diabetes e câncer

A pesquisa de Harvard deixou 12 pessoas dentro de um laboratório por duas semanas.

Eles passavam cinco dias lendo livros em papel e outros cinco dias lendo em um iPad.

Exames de sangue periódicos mostraram que a podução de melatonina era reduzida quando as pessoas liam no tablet.

Essas pessoas também demoravam mais para adormecer, tinham menos sono profundo e se sentiam mais cansadas na manhã seguinte.

"A luz emitida pela maioria dos e-readers brilha diretamente nos olhos do leitor, enquanto em um livro em papel ou no Kindle original, o leitor somente está exposto à luz refletida das páginas do livro", disse à BBC o coordenador da pesquisa, Charles Czeisler.

Segundo ele, o prejuízo ao sono também afeta a saúde. "A deficiência de sono já foi relacionada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, doenças metabólicas como a obesidade e diabetes e ao câncer", diz Czeisler.

"Por isso, a supressão da melatonina verificada nos participantes do estudo nos preocupa", afirma.

Preocupação com adolescentes

Para a pesquisadora Victoria Revell, que estuda o impacto da luz sobre o corpo na Universidade de Surrey, no Reino Unido, deveria-se recomendar que se reduza o uso de dispositivos que emitem luz à noite, "particularmente entre os adolescentes, que costumam usar seus telefones e tablets até tarde".

Os adolescentes têm naturalmente um relógio biológico noturno, que faz com que eles sejam lentos em acordar pela manhã e fiquem acordados até mais tarde à noite.

Czeisler diz que há "preocupação especial" com os adolescentes que já têm deficiência do sono e ainda são forçados a acordar cedo para ir à escola.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 20 de dezembro de 2014

FDA aprova Xtoro para tratar a otite dos nadadores

A Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, aprovou hoje o Xtoro (suspensão otológica de finafloxacina), um novo medicamento utilizado para tratar a otite externa aguda, vulgarmente conhecida como otite do nadador.

A otite externa aguda é uma infecção na orelha externa (pavilhão auricular e conduto auditivo externo, terminando no tímpano), geralmente causada por bactérias que estão no conduto auditivo. Atividades em que o ouvido precise ficar debaixo d'água podem criar um ambiente úmido, no qual as bactérias podem, por vezes, crescer. A infecção provoca inflamação do conduto auditivo, levando à dor, inchaço e vermelhidão.

Xtoro é uma suspensão otológica aprovada para tratar a otite externa aguda causada por Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Xtoro é a mais nova medicação que pertence à classe antimicrobiana da fluoroquinolona a ser aprovada pela FDA. Ela se junta a vários outros medicamentos antibacterianos previamente aprovados para o tratamento de infecções de ouvido.

A segurança e a eficácia do Xtoro foram primeiramente estabelecidas em dois ensaios clínicos, nos quais 1.234 participantes, com idades entre seis meses e 85 anos, foram aleatoriamente designados para receber Xtoro ou o seu veículo (uma solução sem a fluoroquinolona). A cura clínica era alcançada se a vermelhidão, o edema e a sensibilidade fossem completamente resolvidos.

Entre 560 participantes cuja otite externa aguda causada por Pseudomonas aeruginosa ou Staphylococcus aureusfoi confirmada, 70% dos que receberam Xtoro alcançaram a cura clínica versus 37% dos que receberam apenas o veículo. Além disso, Xtoro foi superior ao veículo para limpar as bactérias, com base na cultura da orelha, e aliviar a dor de ouvido mais precocemente do que o veículo.

Os efeitos colaterais mais comuns relatados nos participantes tratados com Xtoro foram coceira no ouvido (prurido) e náuseas.

Xtoro é fabricado pelo Alcon Laboratories, Inc., com sede em Fort Worth, Texas.

Fonte: FDA News Release, de 17 de dezembro de 2014 - NEWS.MED.BR, 2014.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Pilotos de avião enfrentam radiação de bronzeamento artificial

Segundo estudo, após uma hora de voo, profissionais são expostos à mesma quantidade de radiação UVA que em 20 minutos de sessão de cama de bronzeamento

avião

Pilotos de avião são expostos à mesma quantidade de radiação UVA emitida por uma sessão de bronzeamento artificial. Segundo uma pesquisa americana publicada nesta quarta-feira no periódico Jama Dermatology, isso ocorre porque o para-brisa do avião é feito, na maioria das vezes, de plástico policarbonato ou vidro, que não bloqueiam totalmente a radiação UVA. A exposição exagerada aos raios UVA pode danificar o DNA das células da pele e causar melanoma, o câncer que acomete o órgão. 

No estudo, os autores mediram a quantidade de radiação UV na cabine do piloto antes e durante voos e a compararam com uma sessão de bronzeamento artificial. Eles concluíram que, quando o piloto fica por quase uma hora a pelo menos nove quilômetros de altitude, ele é exposto à mesma quantidade de radiação de uma sessão de 20 minutos numa cama de bronzeamento.

A radiação pode ser ainda maior se o avião ficar entre nuvens ou nevascas, que refletem os raios solares. “Nós recomendamos que os pilotos usem protetor solar e que chequem a saúde cutânea frequentemente”, dizem os autores.

Fonte: VEJA

domingo, 14 de dezembro de 2014

Mensagem de Final de Ano do Sindiprofarn

Cientistas criam aditivo que gera saciedade e reduz ingestão de comida

Foto: Thinkstock

Cientistas britânicos criaram um aditivo para alimentos que aumenta a sensação de saciedade.

Os testes iniciais mostraram que a substância ajudou as pessoas a reduzirem sua ingestão de alimentos e desacelerou o seu aumento de peso.

O aditivo, batizado de IPE, tem como ingrediente principal o propionato, que ao ser produzido no corpo a partir da quebra das fibras no intestino, nos ajuda naturalmente a sentir-nos satisfeitos.

Os pesquisadores do Imperial College de Londres e da Universidade de Glasgow, na Escócia, afirmaram que o aditivo tem de ser consumido regularmente para fazer efeito.

O problema é que a forma do IPE é um pó solúvel de gosto desagradável. Os cientistas querem contornar este problema tentando incorporar o aditivo em pães e frapês de frutas.

A pesquisa foi divulgada na revista especializada Gut.

Absorção

A parte problemática da pesquisa foi encontrar uma forma de levar o propionato até o intestino grosso, onde vai desencadear a liberação de hormônios que controlam o apetite.

Adicionar o propionato à comida não funcionaria, pois a substância seria absorvida cedo demais pelo intestino.

A equipe de pesquisadores encontrou uma forma de ligar o propionato a um carboidrato natural encontrado em plantas, a inulina. A ligação explica o nome IPE, uma sigla inglês que denota um éster formado pela ligação inulina-propionato.

Uma vez ligado, o propionato pode passar pelo sistema digestivo com segurança antes de ser desacoplado da inulina pelas bactérias do intestino grosso.

Nos testes iniciais da pesquisa, 20 voluntários receberam ou a inulina ou o IPE, e então receberam sinal verde para comer o quanto queriam.

Os que receberam o IPE comeram cerca de 14% menos.

Na parte seguinte do estudo, 49 voluntários que estavam acima do peso receberam IPE ou inulina, ambos em pó. Eles deveriam adicionar dez gramas (cerca de uma colher de sobremesa) de um dos dois à comida diariamente.

Depois de 24 semanas, seis dos 24 voluntários que receberam inulina tinham aumentado seu peso em mais de 3%, enquanto apenas um dos 25 que receberam o IPE tiveram aumento de peso.

"Sabemos que os adultos ganham entre 0,3 quilo e 0,8 quilo por ano em média, e há uma necessidade real de estratégias que possam evitar isto", disse o coordenador do estudo, Gary Frost, do Imperial College de Londres.

"Moléculas como o propionato estimulam a liberação de hormônios do intestino que controlam o apetite, mas você precisa comer quantidades imensas de fibra para conseguir um efeito forte", acrescentou.

Douglas Morrison, do Centro de Pesquisa Ambiental da Universidade de Glasgow, afirmou que as experiências mostraram que o propionato poderá ter um papel importante no gerenciamento do peso.

"Se eles conseguirem fazer isto sem afetar o gosto ou os intestinos, então eu aprovo", disse David Haslam, presidente do Fórum Nacional Britânico de Obesidade.

Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Quase-acidente causado por drone acende alerta em Aviação Civil inglesa

Crédito: PA

Os drones têm se tornado cada vez mais comuns no mundo inteiro, mas um 'quase-acidente' provocado por um deles na Inglaterra reacendeu a discussão sobre a necessidade de uma legislação mais rígida e apropriada para esse tipo de veículo aéreo.

A Autoridade da Aviação Civil inglesa (CAA, na sigla em inglês) confirmou nesta semana que foi um drone o responsável por quase causar um acidente com um Airbus A320 que se aproximava do aeroporto de Heathrow, em Londres, para pousar em 22 de julho deste ano.

O piloto do avião relatou ter visto um "drone com estilo de helicóptero" quando estava a pouco mais de 200 metros do chão enquanto se aproximava da pista de pouso do Heathrow às 14h16 daquele dia.

A CAA não divulgou a companhia aérea do Airbus, nem quão perto o drone chegou do avião, que tem capacidade para levar 180 pessoas. No relatório que veio a público agora, porém, a Aviação Civil inglesa classificou o acidente como "A", com sério risco de colisão – a classificação mais alta pelos critérios da entidade.

Investigadores não conseguiram identificar o drone, que não aparecia no radar de controle do tráfego aéreo e desapareceu depois de cruzar com o avião.

Alerta de acidente

Em maio, o piloto de um ATR 72 turbo-prop relatou ter visto um drone a apenas 24 metros de distância enquanto ele se aproximava do aeroporto de Southend, também em Londres, a uma altura de 458 metros.

Os incidentes levaram a uma advertência da Associação Britânica de Pilotos (Balpa), que fez um alerta. Segundo a entidade, o rápido aumento no número de drones operados por entusiastas amadores agora representa um "risco real" para aviões comerciais.

Crédito: PA

O secretário-geral da associação, Jim McAuslan disse que drones poderiam causar uma repetição da "experiência do Rio Hudson", quando um avião foi forçado a pousar na água em Nova York em 2009, depois que pássaros foram sugados para seus motores.

"O risco de um objecto de 10 quilos atingir um avião é real, e os pilotos estão muito preocupados com isso", disse McAuslan.

As vendas de drones têm aumentado bastante recentemente. No Reino Unido, cerca de 1.000 a 2.000 drones são vendidos todo mês.

Em geral, equipamentos como esse podem custar apenas £ 35 (R$ 142) por um modelo pequeno – os modelos mais avançados ,capazes de carregar uma câmera de alta definição e de voar a 70 km/h podem custa quase £ 3.000 (R$ 12.000).

Apesar de serem cada vez mais populares, os drones raramente são operados por pessoas que tenham passado por cursos de treinamento sobre como utilizá-los. Apenas um pequeno número de pessoas são treinadas para operar o objeto.

'Senso comum'

Um porta-voz da Aviação Civil inglesa disse que "depende das pessoas usar o senso comum quando estão operando drones".

Sgeundo ele, o nível de risco atual de que ocorra algum acidente deve "ser mantido em perspectiva", mas alertou que "quebrar as leis do uso de drones pode ameaçar aviões comerciais".

"As pessoas que utilizam aeronaves não tripuladas precisam pensar, usar o bom senso e assumir a responsabilidade por eles", disse ele.

"Há regras que têm força de lei e têm de ser seguidas."

Drones não podem ser operados a uma altura maior que 400 metros ou 500 metros do operador, e eles não devem ficar a uma distância menor do que 50 metros de pessoas, veículos ou edifícios.

Existem zonas de exclusão ao redor de aeroportos e que impedem a aproximação de drones pesando mais que sete quilogramas.

McAuslan disse que há uma necessidade urgente de regras mais rígidas antes que veículos de carga não tripulados muito maiores – potencialmente do tamanho de um Boeing 737 – dominem o céu.

Fonte: BBC Brasil

#SalaSocial: Redes sociais aproximam brasileiros adeptos do 'poliamor'

Ricardo Senra - Da BBC Brasil em São Paulo

"A monogamia é uma invenção social."

Se por muito tempo a opinião dos chamados poliamoristas foi compartilhada à boca pequena, em reuniões íntimas ou mesas discretas de fundo de bar, agora a banda toca diferente: com ajuda das redes sociais, o poliamor "saiu do armário".

Em grupos secretos ou fechados no Facebook, milhares de "trisais" ("casais" formados por três indivíduos), "quatrilhos" (quatro pessoas), grupos e curiosos defendem a possibilidade de múltiplos relacionamentos amorosos simultâneos, sempre com o consentimento de todos os envolvidos.

Nas redes, compartilham suas fotos, dúvidas e experiências. Discutem ciúme, fidelidade e regras para relacionamentos "poli". Detalham diferentes modelos de relações. Trocam dicas para a discussão do tema em família e tomam coragem para se assumirem publicamente.

Também, claro, aproveitam o espaço para flerte e para encontrar novos pares.

Famílias

"Sou casada no papel com Joviano há 12 anos. Conhecemos Daiane há sete. Há dois, moramos todos juntos. Dois filhos são biologicamente meus e dois são dela. No coração, eles são filhos dos três", conta a dona de casa Juliana Cabral, de 30 anos, ao #SalaSocial.

Ao lado de Daiane, Joviano e dos quatro filhos, ela diz viver uma experiência familar poliamorosa "bem-sucedida".

Os filhos hoje aceitam bem o modelo não-convencional. "Eles dizem para os amiguinhos que têm duas mães", conta, orgulhosa.

Mas nem sempre foi assim. "Foi difícil para o mais velho. Ele perguntou: 'você é sapatão, mãe?'. Eu disse que não. Contei que amo estas duas pessoas igualmente, independente de gênero. Aí ele começou a relaxar."

A dificuldade não residia só dentro da casa simples onde vivem, na cidade goiana de Aporé, cuja população não chega a quatro mil pessoas.

"Minha mãe deixou de falar comigo. Meu pai não toca no assunto. Às vezes, professoras nos chamam para entender como são as coisas. Tudo bem, vou e explico. Já aconteceu de uma delas, evangélica, proibir as crianças de tocarem no assunto. 'Era pecado'. Então, mudamos de escola."

'Amar é natural'

A principal das barreiras a se enfrentar, diz Juliana, era ela própria.

"Até descobrir o grupo, eu me sentia pessoa errada. Lá que descobri que amar é natural. Então procuramos ajuda psicológica e só confirmamos isso. Se dá para amar seis filhos, por que não amar seis maridos ou esposas? O que impede a gente? Aprendi a resposta: a sociedade."

O grupo a que Juliana se refere está no Facebook, chama-se Poliamor e reúne mais de 5 mil interessados. "A internet me ajudou muito, moço. No começo eu tinha vergonha de dizer que era casada com um homem e uma mulher. Vendo os depoimentos, vi muita gente como eu. E era gente feliz."

Com a ajuda dos desconhecidos da rede, vergonha se tornou orgulho.

"Ponho foto no Facebook. Faço declarações. Todo mundo sabe. Nos queremos bem, não fazemos mal a ninguém e precisamos ser respeitados. Poliamor não é suruba ou safadeza. Poliamor é amor."

Encontros

A principal dificuldade relatada nos grupos pelos novatos é identificar em qual categoria poliamorosa se encaixam.

Mais comum, o termo poligamia é rechaçado pela maioria dos poliamoristas. "A poligamia sempre foi associada aos haréns, a relações machistas entre homens e várias mulheres. Aqui os direitos são iguais e mulheres têm direito de ter quantos homens desejarem", explicam.

Famílias

"Sou casada no papel com Joviano há 12 anos. Conhecemos Daiane há sete. Há dois, moramos todos juntos. Dois filhos são biologicamente meus e dois são dela. No coração, eles são filhos dos três", conta a dona de casa Juliana Cabral, de 30 anos, ao #SalaSocial.

Ao lado de Daiane, Joviano e dos quatro filhos, ela diz viver uma experiência familar poliamorosa "bem-sucedida".

Os filhos hoje aceitam bem o modelo não-convencional. "Eles dizem para os amiguinhos que têm duas mães", conta, orgulhosa.

Mas nem sempre foi assim. "Foi difícil para o mais velho. Ele perguntou: 'você é sapatão, mãe?'. Eu disse que não. Contei que amo estas duas pessoas igualmente, independente de gênero. Aí ele começou a relaxar."

A dificuldade não residia só dentro da casa simples onde vivem, na cidade goiana de Aporé, cuja população não chega a quatro mil pessoas.

"Minha mãe deixou de falar comigo. Meu pai não toca no assunto. Às vezes, professoras nos chamam para entender como são as coisas. Tudo bem, vou e explico. Já aconteceu de uma delas, evangélica, proibir as crianças de tocarem no assunto. 'Era pecado'. Então, mudamos de escola."

'Amar é natural'

A principal das barreiras a se enfrentar, diz Juliana, era ela própria.

"Até descobrir o grupo, eu me sentia pessoa errada. Lá que descobri que amar é natural. Então procuramos ajuda psicológica e só confirmamos isso. Se dá para amar seis filhos, por que não amar seis maridos ou esposas? O que impede a gente? Aprendi a resposta: a sociedade."

O grupo a que Juliana se refere está no Facebook, chama-se Poliamor e reúne mais de 5 mil interessados. "A internet me ajudou muito, moço. No começo eu tinha vergonha de dizer que era casada com um homem e uma mulher. Vendo os depoimentos, vi muita gente como eu. E era gente feliz."

Com a ajuda dos desconhecidos da rede, vergonha se tornou orgulho.

"Ponho foto no Facebook. Faço declarações. Todo mundo sabe. Nos queremos bem, não fazemos mal a ninguém e precisamos ser respeitados. Poliamor não é suruba ou safadeza. Poliamor é amor."

Encontros

A principal dificuldade relatada nos grupos pelos novatos é identificar em qual categoria poliamorosa se encaixam.

Mais comum, o termo poligamia é rechaçado pela maioria dos poliamoristas. "A poligamia sempre foi associada aos haréns, a relações machistas entre homens e várias mulheres. Aqui os direitos são iguais e mulheres têm direito de ter quantos homens desejarem", explicam.

O cardápio é vasto, e inclui triângulos abertos (por exemplo, uma mulher casada com dois homens que não se relacionam entre si), triângulos fechados (trios em que todos os membros se relacionam) a grupos em que os quatro integrantes se relacionam.

Nuno*, Lucas* e Rômulo* formam um triângulo fechado. "Esse é meu marido e esse é meu namorado", diz o primeiro, apontando para a foto em que aparece abraçado a dois rapazes - um, com quem se casou no papel no ano passado e outro, com quem ambos se relacionam (e vivem juntos) há dois meses.

Ele conta que, uma vez juntos, precisaram conversar para definir as regras da relação para driblar o ciúme e possíveis frustrações.

"O 'contrato' padrão dos namoros e casamentos por aí é normativo: 'eu não traio e você não me trai'. Quando fugimos desse padrão, precisamos colocar parâmetros: Seremos só nós três? Podemos fazer com mais gente? Sempre todos juntos ou pode separado? Tem que avisar antes ou não tem?".

As regras, diga-se, ainda são obscuras na legislação.

Jurisprudência

A principal experiência de oficialização de relações poliafetivas no Brasil foi registrada em 2012, na cidade de Tupã, interior de São Paulo. Uma escritura pública de União Afetiva uniu oficialmente duas mulheres e um homem que viviam na mesma casa há três anos.

Em entrevista à BBC Brasil na época, a tabeliã Claudia do Nascimento Domingues, que lavrou a união, defendeu que nada na Constituição brasileira impedia mais de duas pessoas de viverem como família.

"O modelo descrito na lei é de duas pessoas. Mas em nenhum lugar está dizendo que é crime constituir uma família com mais de dois. E é com isso que eu trabalho, com a legalidade. Sendo assim o documento me pareceu bastante tranquilo. Trata-se de um contrato declaratório, não estou casando ninguém", afirmou Claudia na oportunidade.

Nuno*, o rapaz que vive com outros dois apresentado nesta reportagem, reclama:

"Estes documentos de cartório funcionam como uma declaração de sociedade. Aí tudo é gerenciado como se fosse uma empresa, para efeito de partilha de bens. Não é a mesma coisa (que uma relação reconhecida no papel)."

*Os nomes são fictícios a pedido dos entrevistados

Fonte: BBC Brasil

domingo, 7 de dezembro de 2014

O Vinho dá Dor de Cabeça???

Quando falamos em vinho e dor de cabeça, muitas pessoas já vem dizendo que vinho dá ressaca... Mas algumas pessoas sofrem dessas dores com apenas uma taça de vinho. Entre as explicações populares está o famoso conservante do vinho, o enxofre (SO2).

O SO2, também conhecido como dióxido de enxofre ou anidrido sulfuroso, é adicionado ao vinho tinto para protegê-lo contra os efeitos da oxidação, atuando como um agente antimicrobiano.

Não se apavore!!! A grande maioria dos vinhos vem com SO2 em pequenas dosagens. Isso é muito comum!!! Pois, é muito difícil se fazer um vinho 100% natural e que não venha com "defeitos".

Saiba como evitar a tal dor de cabeça:

  • Opte sempre por vinhos de boa qualidade;
  • Prefira vinhos com baixo teor de álcool;
  • Procure vinhos sem SO2 ou orgânicos, biodinâmicos, biológicos;
  • PRINCIPALMENTE: ingerir água entre uma taça e outra para manter-se hidratado;
  • Não beber de barriga vazia. Prefira beber o vinho acompanhando uma boa refeição. Afinal, o vinho foi feito para harmonizar as refeições...
  • E por último... isso serve para todas as bebidas: Beber com moderação! Não exagere!!!

Fonte: blogenofilia

Cientistas desenvolvem droga que pode consertar danos à medula

Crédito: Thinkstock

Cientistas americanos dizem ter desenvolvido uma droga que pode incentivar os nervos na medula espinhal a crescer e reparar lesões.

O estudo com ratos, divulgado na publicação científica Nature, permitiu a recuperação parcial de movimentos e controle da bexiga. A droga funciona ao perturbar a "cola pegajosa" que impede que as células nervosas cresçam durante uma lesão.

Mais testes precisam ser feitos em animais maiores antes de testes serem realizados em humanos, mas o grupo Spinal Research (Pesquisa Espinhal, em tradução literal) disse haver um "progresso real".

Danos na medula espinhal interrompem o fluxo constante de sinais elétricos do cérebro para o corpo e podem levar à paralisia abaixo de uma lesão.

A equipe da Escola Universitária de Medicina Case Western Reserve, de Ohio, disse que o tecido de cicatriz formado após uma lesão impede a reparação da medula espinhal, já que proteínas de açúcar liberadas pelo tecido agem como cola.

'Incrível'Crédito: Case Western Reserve School of Medicine

A equipe injetou um produto químico sob a pele que chegou até a medula espinhal e perturbou a atividade da cola. "Foi incrível", disse o pesquisador Jerry Prata.

"O que pudemos ver foi realmente notável. Alguns (ratos) se recuperaram fantasticamente e tão bem que você dificilmente diria que havia uma lesão".

Nos testes, 21 dos 26 ratos mostraram algum grau de recuperação na capacidade de movimentos ou das funções da bexiga.

Mark Bacon, do grupo Spinal Research, disse: "Acreditamos que a plasticidade é o principal mecanismo responsável pela recuperação espontânea que vimos em pacientes com lesão da medula espinhal, mas é muito limitada".

"Reforçar a plasticidade é, portanto, um dos principais objetivos... Estes dados preliminares sugerem progresso real nesse sentido".

Fonte: BBC Brasil

Como a conexão 5G mudará o mundo

AP

Quando começarmos a usar roupas que se conectam à internet, comprarmos carros sem motorista que se comunicam com outros carros para evitar acidentes e usarmos latas de lixo que nos avisem quando estão cheias, vamos precisar de uma conexão de internet muito mais rápida.

Por isso começou a corrida mundial para desenvolver a internet 5G, a quinta geração de conexão móvel. Os cientistas envolvidos nesta corrida estão muito entusiasmados pois, desta vez, vão fazer tudo diferente.

A conexão 5G permitirá a existência de um mundo de cidades inteligentes e interconectadas, cirurgias realizadas à distância, com o uso de robôs e a imersão na internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), ou seja, a interconexão digital de todos os nossos objetos cotidianos.

Este cenário será comum em apenas seis anos: cientistas, governos e empresas de comunicações investigam e fazem planos para começar a usar o 5G a partir de 2020.

Os especialistas acreditam que, até lá, o número de conexões que temos hoje em dia poderá se multiplicar por dez.

"Antes se falava que em 2020 haveria 50 bilhões de dispositivos conectados à internet, agora se acredita que esta cifra é cautelosa", disse à BBC Sara Mazur, diretora de investigação da Ericsson, uma das companhias de comunicações que está liderando o desenvolvimento do 5G.

Segundo Mazur, a conexão 4G não aguenta esta demanda de conectividade, pois não foi criada para isto.

Rapidez e capacidade

Quando a Samsung anunciou em 2013 que estava experimentando a conexão 5G a 1 gigabite por segundo (Gbps), a mídia informou que os usuários poderiam baixar um filme em HD em apenas um segundo com esta conexão.

AFP/Getty

Agora, o professor Rahim Tafazolli, que lidera do Centro de Inovação de 5G da Universidade de Surrey, na Inglaterra, acredita que, no futuro, será possível ter uma conexão de dados sem fio a 800 gigas por segundo, o que significa uma conexão cem vezes mais rápida que as conexões 5G que estão sendo testadas atualmente.

Uma velocidade de 800 Gbpse equivaleria a baixar 800 filmes em HD em apenas um segundo.

Mas, além de rápida, nossa futura conexão em 5G deverá ter uma capacidade maior.

Aumentar a capacidade de uma rede é o equivalente a ampliar uma estrada que passa por um túnel, se uma pista é acrescentada, mais veículos podem passar.

Também é importante colocar ordem nesta estrada: por exemplo, designar certas pistas para o transporte de grandes distâncias e deixar outras para o tráfego local.

Por isso, com a conexão 5G, se estabeleceriam bandas diferentes de frequência para suportar a demanda.

E este aumento gigantesco da demanda será o resultado do boom de objetos inanimados conectados à internet, ou a internet das coisas.

Não vai cair

Outra característica da internet 5G deverá ser de que esta conexão não poderá falhar.

"Terá (o nível de) confiança que atualmente temos com as conexões de fibra ótica", disse Sara Mazur.

Os avanços na tecnologia de antenas anunciam o fim dos cortes repentinos neste tipo de conexão e essa característica será essencial para a segurança.

Companhias como a Huawei, da China, já estão falando em usar o 5G para permitir a comunicação entre carros sem motoristas e entre esses carros e a infraestrutura que os cerca.

Getty

Além do mais, serviços como o transporte inteligente ou as cirurgias à distância, nas quais um médico humano usa remotamente um robô para realizar operações complicadas, dependerão da redução dos períodos de latência, ou seja, os tempos de demora entre ação e resposta.

A Ericsson prevê que o período de latência do 5G ficará em torno de um milissegundo, ou seja, será imperceptível ao ser humano e 50 vezes menor que o do 4G.

Preço?

As empresas Ericsson e Huwaei afirmam que, por enquanto, não se sabe o preço da conexão 5G.

Ainda não é possível fazer este cálculo até que comece a fase de desenvolvimento do produto. Mesmo assim, já existem iniciativas para levar os resultados das investigações ao mercado.

Na Coreia do Sul, que já foi a pioneira no desenvolvimento do 4G, a Samsung espera poder lançar uma rede temporária para testar o 5G a tempo dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018.

E a Huawei compete para colocar em prática sua própria versão de conexão 5G em Moscou, durante a Copa do Mundo da Rússia também em 2018.

A boa notícia é que, apesar da rivalidade e das quantias gigantescas de dinheiro que estas companhias estão investindo em pesquisa e desenvolvimento, em termos gerais elas estão colaborando para poder oferecer uma conexão em 5G.

E isso abre as portas para um desenvolvimento sem paralelo de novas tecnologias.

"Mas isto (vale) até a chegada a conexão 6G, até por volta de 2040", lembrou Rahim Tafazolli, do Centro de Inovação de 5G da Universidade de Surrey.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 6 de dezembro de 2014

Obesos perdem até 8 anos da expectativa de vida, diz estudo

Foto: BBC

A obesidade mórbida pode cortar em até oito anos a expectativa de vida de uma pessoa e causar décadas de problemas de saúde, diz um estudo canadense.

O mesmo relatório também observou que ser obeso na juventude pode ter consequências ainda mais graves sobre a saúde e a expectativa de vida.

Os cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, dizem que problemas cardíacos e diabetes tipo 2 eram as principais causas de complicações de saúde e morte nos casos analisados.

Segundo os especialistas, as pessoas são freqüentemente "ignorantes" sobre as consequências da obesidade.

Os problemas de saúde causados pela obesidade, porém, são bem conhecidos.

O relatório, publicado no Lancet Diabetes e Endocrinology, usou um modelo de computador para mapear riscos e calcular o impacto do peso sobre a expectativa de vida em diferentes idades.

Na comparação com pessoas entre 20 a 39 anos de idade com um peso saudável, obesos da mesma faixa etária perdem 8,4 anos de vida, se homens, e 6,1, quando mulheres.

No caso dos homens, eles ainda viveram pelo menos 18,8 anos com a saúde debilitada - no das mulheres, foram mais 19,1 nessa condição.

Considerando-se um grupo de idade dos 40 aos 50 anos, os homens obesos perderam 3,7 anos e as mulheres 5,3 anos de expectativa de vida.

Homens e mulheres que se tornam obesos em seus 60 e 70 anos de idade perdem um ano de vida - mas enfrentam pelo menos 7 de saúde precária.

'Padrão claro'

"Nosso estudo mostra que a obesidade está associada a um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares, incluindo doença cardíaca e acidente vascular cerebral, e diabetes, que, em média, reduzem drasticamente a expectativa de vida de um indivíduo", disse o professor Steven Grover, da Universidade de Montreal.

"O padrão é claro. Quanto mais um indivíduo pesa e quanto mais jovem é, maior o efeito sobre a sua saúde, pois eles têm muitos anos pela frente durante os quais o aumento dos riscos de saúde associados à obesidade podem impactar negativamente suas vidas", complementou.

Em resposta às conclusões, Barbara Dinsdale, da organização Heart Research UK, disse: "Quantos mais alertas como estes precisamos? Esta pesquisa mais uma vez afirma a mensagem clara de que, tornando-se obeso, você não só perderá anos de vida como tornará em 'anos perdidos' os que restam, já que sua saúde estará em más condições e não será possível levar uma vida feliz, ativa e produtiva".

Tam Fry, do Fórum Nacional de Obesidade do Reino Unido, disse: "As pessoas insistem em pensar que a gordura é apenas gordura e são ignorantes quanto às muitas doenças que um índice de massa corporal elevado dispara".

"Se eles soubessem que podem perder uma perna ou ficar cegas por conta da diabetes, ou ainda desenvolver complicações que ameaçam a vida, tenho certeza que eles iriam pensar duas vezes antes de acumularem quilos", completou.

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

HIV está se tornando menos mortal e infeccioso, diz estudo

Credito: Thinkstock

O vírus HIV está se tornando menos mortal e menos infeccioso, de acordo com uma pesquisa coordenada pela Universidade de Oxford.

Os pesquisadores mostraram que o vírus está perdendo força ao se adaptar ao nosso sistema imunológico e demorando mais para causar a Aids (a síndrome da imunodeficiência adquirida, que ocorre à medida que as barreiras imunológicas do corpo começam a ser corroídas).

Alguns virologistas sugerem que a evolução do vírus pode torná-lo, algum dia, "quase inofensivo". Para os pesquisadores de Oxford, as mudanças no vírus podem ajudar nos esforços para conter a pandemia.

Hoje, o HIV infecta mais de 37 milhões de pessoas no mundo - em seus corpos, ocorre uma batalha entre o sistema imunológico e o vírus. Tal qual um mestre do disfarce, o vírus sabe rapidamente e com pouco esforço passar por mutações para se adaptar ao sistema imunológico.

No entanto, às vezes o HIV infecta uma pessoa com um sistema imunológico particularmente eficaz.

"[Nestes casos] o vírus fica entre a cruz e a espada", explica o professor Philip Goulder, da Universidade de Oxford. "Ele pode perder a eficácia ou se transformar para sobreviver e, se tiver que mudar, isso terá um custo."

O "custo" é uma diminuição na capacidade de se replicar, o que faz com que o vírus se torne menos infeccioso e leve mais tempo para causar Aids.

Lentidão

À medida que este vírus enfraquecido é passado para outras pessoas, tem início um lento ciclo de enfraquecimento.

A equipe mostrou esse processo acontecendo na África, comparando Botswana, onde os problemas com o HIV existem há um longo tempo, e África do Sul, onde o vírus chegou uma década depois.

"É bastante surpreendente. É possível ver que a capacidade de se replicar é 10% menor em Botswana do que na África do Sul e isso é muito emocionante", disse Goulder à BBC.

"Estamos observando a evolução acontecer na nossa frente e é surpreendente a rapidez com que o processo está acontecendo. O vírus está perdendo sua capacidade de causar doença e isso vai contribuir para sua eliminação."

As descobertas foram publicadas na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Ataque dos antirretrovirais

O estudo também sugere que as drogas antirretrovirais estão forçando o HIV a evoluir para formas mais leves. Os medicamentos teriam como alvo principalmente as versões mais agressivas do HIV, permitindo a reprodução das formas menos violentas.

"Vinte anos atrás, a Aids se manifestava em dez anos. Mas, nos últimos dez anos, em Botswana, isso pode ter aumentado para 12,5 anos - um aumento pequeno, mas que no contexto geral é uma mudança rápida", disse Goulder.

"É possível imaginar que isso se estenda cada vez mais e que, no futuro, as pessoas possam permanecer assintomáticas durante décadas."

"Se a tendência continuar, em seguida, podemos ver uma mudança de cenário global: uma doença longa sendo menos transmissível", disse à BBC Jonathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham.

"Em teoria, se deixássemos o HIV seguir o seu curso, veríamos o surgimento de uma população humana mais resistente ao vírus do que somos hoje coletivamente. A infecção por HIV acabaria se tornando quase inofensiva. Isso provavelmente já aconteceu ao longo da história, mas estamos falando de escalas de tempo muito grandes."

Porém, o grupo alertou que mesmo uma versão enfraquecida do HIV ainda é perigosa e pode causar Aids.

Credito: Thinkstock

Andrew Freedman, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Cardiff, qualificou o estudo de "intrigante".

"Os pesquisadores foram capazes de demonstrar como o vírus se enfraqueceu ao longo do tempo. O uso generalizado de terapia antirretroviral pode ter um efeito semelhante e, em conjunto, estes efeitos podem contribuir para o controle final da epidemia de HIV", disse.

Mas ele advertiu que o HIV ainda tem "um caminho muito longo" até se tornar inofensivo e que "outros acontecimentos podem substituir isso, incluindo um acesso mais amplo ao tratamento e, eventualmente, o desenvolvimento de uma cura".

Fonte: BBC Brasil

'Amigos que odiamos' estressam mais que inimigos, diz estudo

Uma pesquisa feita por psicólogos nos Estados Unidos revelou que as "relações ambivalentes" – amigos com quem costumamos ter uma relação de amor e ódio – podem ter um efeito mais nocivo na nossa saúde do que nossos inimigos.

Na língua inglesa existe até mesmo um termo para descrever esse tipo de pessoa: "frenemy" – uma combinação das palavras "friend" ("amigo") e "enemy" ("inimigo").

Segundo a psicóloga Julianne Holt-Lunstat, da Bringham Young University do Estado americano de Utah, metade das pessoas que conhecemos, em média, são pessoas com quem mantemos esse tipo de relação.

"É raro encontrar alguém que não possui pelo menos uma dessas relações", diz Holt-Lunstad.

Amizade e saúde

As relações que mantemos são importantes para nossa saúde. Cerca de 150 estudos diferentes analisados pela psicóloga mostraram que relações sociais saudáveis podem reduzir o risco de morte pela metade – o mesmo índice registrado por pessoas que param de fumar. Ser solitátio é quase duas vezes mais perigoso que ser obeso.

Amigos ajudam a reduzir os níveis de estresse, reduzindo a pressão sanguínea e riscos de infecção. Alguns males como distúrbios de sono estão ligados à falta de amizades.

Mas as amizades possuem diferentes graus. O famoso antropólogo Robin Dunbar, da universidade de Oxford, chegou a propor o "número de Dunbar": ele sustenta que cada pessoa só é capaz de manter 150 amizades com alguma profundidade.

"[Em suas relações com os outros] você está sempre lidando com vários interesses que concorrem entre si. O problema é neutralizar os estresses para permitir que o seu grupo social se mantenha coerente ao longo do tempo", diz Dunbar.

"Então é preciso agradar seus aliados, o que pode incluir alguns 'frenemies'. Você os tolera para conseguir administrar melhor os seus interesses."

Pesquisas

Mas estudos conduzidos em Utah mostram que tentar administrar relações com pessoas que "amamos e odiamos" pode trazer mais malefícios do que se pensa.

Em uma das pesquisas, cientistas mediram a pressão sanguínea de voluntários quando em contato com seus amigos. Como seria de prever, os amigos mais amados produziram pressões sanguíneas baixas nos voluntários; colegas de trabalho irritantes ou chefes ruins fizeram a pressão subir.

Mas a surpresa foi descobrir que a pressão atingiu seu ponto mais alto diante de um certo grupo de amigos – justamente os "frenemies".

Outras pesquisas posteriores confirmaram e ampliaram estes resultados.

"Mesmo quando a pessoa em questão está no quarto ao lado, a pressão aumenta, com maiores níveis de ansiedade. Só por causa da sensação de logo ter que lidar com a pessoa", diz Holt-Lunstad. Em alguns casos, bastava mostrar o nome da pessoa em uma tela para que o batimento cardíaco subisse.

O problema, segundo os cientistas, é que esses amigos de amor e ódio têm um impacto muito grande na vida das pessoas. Pequenos sinais do cotidiano que desencadeiem memórias deles são suficientes para castigar o corpo com sensações ruins.

Para Hold-Lunstad, é a falta de constância na relação que gera estresse.

"Há sempre uma incerteza [quando encontramos um 'frenemy']. Será que a pessoa veio para me ajudar ou para falar novamente de algo desagradável?"

O psicólogo Bert Uchino, que trabalhou na mesma pesquisa, diz que "frenemies" têm um impacto mais nocivo no nosso comportamento porque são pessoas que costumamos levar a sério e com quem nos importamos. Segundo ele, comentários maldosos feitos por inimigos nossos são mais fáceis de serem ignorados, já que não consideramos muito a opinião de quem não gostamos.

"Temos tendência a ficar ruminando conversas dolorosas [que tivemos com nossos 'frenemies'] por mais tempo", diz Uchino.

Estratégias

Por ora, todas as pesquisas feitas analisam apenas períodos curtos, mas os cientistas querem entender o efeito de longo prazo dessas relações na nossa saúde. Uchino está estudando o impacto das amizades no DNA para determinar se há consequências mais graves para a saúde, como a incidência de câncer.

O desafio para a maior parte das pessoas, segundo os psicólogos, é romper as relações com os "frenemies", já que muitos deles são amigos de longa data. Há também uma sensação de que se deve ter "grandeza" e manter relações mesmo com pessoas que não amamos totalmente.

Uchino conta que, pessoalmente, estuda duas estratégias para lidar com seus "amigos que odeia". Uma delas é expor mais os pontos de conflito na relação, na tentativa de reduzir a sensação de ambiguidade e incerteza. A outra é meditar sobre o papel de cada amigo na sua vida, o que segundo alguns estudos pode ajudar a reduzir o estresse nas relações.

No entanto, ele diz que esses estudos ainda não são cientificamente robustos o suficiente para serem levados a sério.

Fonte: BBC Brasil