domingo, 30 de novembro de 2014

Saiba como é a vida de quem tem apenas um rim

Thinkstock

Os rins exercem funções muito importantes para o bom funcionamento do organismo, como regular a pressão arterial, produzir células vermelhas, ativar a vitamina D e, principalmente, filtrar fluidos para expelir toxinas.

No entanto, muitas pessoas vivem com apenas um rim, como o ex-jogador Pelé, que foi internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratar uma infecção urinária 11 dias após a retirada de cálculos renais.

Isso não significa, porém, que essas pessoas sejam obrigadas a seguir determinadas restrições ou que elas corram risco de ter problemas de saúde.

É possível levar uma vida normal e saudável com apenas um desses órgãos.

Entenda a seguir os motivos pelos quais alguém vive com apenas um rim e os efeitos desta condição:

1) Por que uma pessoa tem só um rim?

Existem quatro razões mais comuns para isso.

A pessoa pode ter nascido com apenas um rim, uma condição conhecida como agenesia renal.

Isso é mais comum entre homens, segundo o instituto de pesquisa Kidney Research, do Reino Unido.

Também é possível nascer com ambos os rins, mas apenas um deles funciona.

A pessoa ainda pode ter um de seus rins retirados por causa de uma anormalidade na sua formação anatômica, para tratar um sério trauma causado por um acidente ou por causa de uma doença, como câncer, ou pode ter doado um dos rins a quem precisava de um transplante.

Segundo relatos da imprensa, Pelé teve um rim extraído nos anos 70 nos Estados Unidos, no final de sua carreira como atleta, por ter tido um tumor no órgão.

2) Ter só um rim gera problemas de saúde?

A maioria das pessoas que tem apenas um rim leva uma vida saudável.

Em geral, quem nasce com apenas um rim saudável ou tem um deles retirado ainda na infância não enfrenta problemas no curto prazo.

Isso porque o rim restante cresce mais rápido e se torna maior do que um rim comum, um fênomeno conhecido como "crescimento compensatório" ou "crescimento regenerativo".

Este único rim pode chegar a ter quase o mesmo tamanho de dois rins juntos. Isso permite ao órgão realizar o trabalho que caberia aos dois rins.

O mesmo ocorre com quem vive com apenas um rim após um transplante. O órgão cresce e torna-se até 40% mais potente do que um rim comum.

Mas foram observados efeitos ao longo de um período maior de tempo entre aqueles que nasceram com um rim apenas ou tiveram um deles retirado na infância.

É possível sofrer uma pequena perda de função renal, o que não afeta muito a expectativa de vida. Esta condição leva, em média, 25 anos para ser desenvolvida, segundo o instituto americano de pesquisa National Kidney Foundation.

Estas pessoas ainda podem ter pressão alta quando ficarem mais velhas ou apresentar um excesso de proteína na urina, o que leva o corpo a reter fluídos e sódio, causando um inchaço nos tornozelos e no abdômen.

3) É preciso ir com mais frequência ao médico?

A pessoa deve testar sua função renal por meio de exames ao menos uma vez por ano, de acordo com a National Kidney Foundation.

Isso pode ser feito por meio de exames de urina e sangue.

Ainda é preciso monitorar a pressão arterial.

4) A pessoa pode praticar esportes?

O exercício físico é uma prática saudável e recomendada, mas alguns médicos recomendam ter cuidado e evitar lesões ao órgão, que, por ser maior e mais pesado, também é mais suscetível a traumas.

Uma forma de fazer isso é usar uma proteção sobre a roupa durante a atividade.

Alguns médicos ainda recomendam evitar esportes de contato, como futebol, basquete, lutas e artes marciais, para prevenir danos aos órgão.

5) Há uma dieta especial?

A maioria das pessoas com só um rim não precisa seguir uma dieta especial. Mas a Kidney Research recomenda consumir menos sal e beber bastante água, entre seis a oito copos por dia.

Mas, quando a pessoa precisou de um transplante motivados por uma doença ou falha renal, pode haver algumas restrições na alimentação, o que varia a cada caso e depende da avaliação médica.

Assim como quando a pessoa apresenta uma concentração de proteína acima do normal na urina, sendo recomendada uma dieta com menos proteína.

Fonte: BBC Brasil

Classicação Final da Série B

C Participantes PG JG VI EM DE GP GC SG %A
Joinville-SC 70 38 21 7 10 54 33 21 61.4
Ponte Preta-SP 69 38 19 12 7 61 38 23 60.5
Vasco da Gama-RJ 63 38 16 15 7 50 36 14 55.3
Avaí-SC 62 38 18 8 12 47 40 7 54.4
América-MG 61 38 20 7 11 59 39 20 58.8
Boa Esporte-MG 59 38 18 5 15 51 48 3 51.8
Atlético-GO 59 38 17 8 13 54 49 5 51.8
Ceará-CE 57 38 16 9 13 58 53 5 50.0
Santa Cruz-PE 55 38 14 13 11 51 38 13 48.2
10º
Sampaio Corrêa-MA 53 38 13 14 11 54 46 8 46.5
11º
Paraná-PR 51 38 13 12 13 45 43 2 44.7
12º
Luverdense-MT 50 38 15 5 18 40 46 -6 43.9
13º
Náutico-PE 50 38 14 8 16 40 47 -7 43.9
14º
ABC-RN 48 38 14 6 18 34 40 -6 42.1
15º
Oeste-SP 48 38 12 12 14 39 48 -9 42.1
16º
Bragantino-SP 46 38 13 7 18 45 55 -10 40.4
17º
América-RN 43 38 12 7 19 44 53 -9 37.7
18º
Icasa-CE 43 38 11 10 17 34 43 -9 37.7
19º
Vila Nova-GO 32 38 10 2 26 35 70 -35 28.1
20º
Portuguesa-SP 25 38 4 13 21 29 59 -30 21.9
* América-MG foi punido com a perda de 6 pontos no STJD por escalação irregular de jogador.

Absinto: a 'fada verde' que virou a musa dos grandes artistas

O absinto foi inventado no século 18 nas geleiras da região suíça de Val-de-Travers, onde brota a sua matéria-prima, a erva Artemísia absinthium. Desde então, é difícil explicar a dimensão que a bebida tomou no mundo cultural – ou achar um equivalente moderno.

A bebida foi a musa inspiradora de vários artistas – de Édouard Manet, que chocou o Salão de Paris de 1859 com seu "O Bebedor de Absinto", a Pablo Picasso, que fez a escultura com o nome da bebida.

Durante a Belle Époque, a "fée verte" (ou "fada verde", como era conhecida, por sua cor marcante) era a bebida da moda para escritores e artistas em Paris. As cinco horas da tarde ficaram conhecidas em Paris como "Hora Verde", que era quando o consumo do absinto chegava ao seu auge.

O absinto forjava e destruía amizades, e criava visões e estados etéreos que invadiam obras artísticas. A bebida foi importante na criação de vários movimentos artísticos: simbolismo, surrealismo, modernismo, impressionismo, pós-impressionismo e cubismo.

Uma análise mais detalhada da química do absinto antigo revela alguns de seus segredos. O sabor licoroso vinha do boldo ou do anis. Mas a erva do absinto também contém tujona, que possui um efeito levemente alucinógeno.

Mas na verdade esse efeito provavelmente é exagerado pela mitologia que se criou em torno da bebida. Seu poderoso efeito no cérebro provavelmente era causado pelo alto teor alcoolico. Ainda assim, a mística do absinto sobrevive até hoje.

Musa na garrafa

Rimbaud, Baudelaire, Paul Verlaine, Emile Zola, Alfred Jarry e Oscar Wilde eram notórios entusiastas do absinto. Jarry tomava puro; Baudelaire misturava com láudano e ópio; Rimbaud combinava com haxixe. Eles descreveram em diários, cartas e obras o efeito viciante no processo produtivo.

No poema "Poison", do volume de 1857 de "As Flores do Mal", Baudelaire colocava o absinto acima do vinho e do ópio como droga de preferência.

"Nenhum deles se iguala ao veneno que se acumula nos olhos e que me mostra minha pobre alma ao reverso, meus sonhos ansiam em beber nessas piscinas verdes de distorção", escreveu.

"O Bebedor de Absinto" é uma das obras famosas de Edouard Manet

Rimbaud via a poesia como algo "alquímico, uma forma de mudar a realidade", e para ele o absinto era uma ferramenta artística. A desorientação causada pela bebida era o que fazia o poeta ter uma visão pródiga do mundo.

Em um de seus contos, Guy de Maupassant descreve um funcionário de um cartório que bebe tanto absinto em uma festa de um pintor que ele acaba dançando valsa com uma cadeira e desabando ao chão. No dia seguinte, ele esquece tudo e acorda nu em uma cama de um estranho.

Essa fama nociva do absinto levou ao seu declínio. Alguns atribuem a bebida à derrocada e morte de artistas como Baudelaire, Jarry, Paul Verlaine e Alfred de Musset. Há quem diga que Vincent Van Gogh havia bebido absinto quando cortou fora sua orelha.

Com tantos incidentes e até mesmo assassinatos atribuídos a ela, em 1915 a bebida já havia sido banida na França, Suíça, Estados Unidos e grande parte da Europa.

Ressaca cultural

A "fada verde" desapareceu como fonte de inspiração no século 20. Acabou substituída por coquetéis como o martini, e posteriormente por drogas alucinógenas, nos anos 1960.

Mas há referências quase nostálgicas à bebida na literatura do século 20. Ernest Hemingway tomou absinto na Espanha nos anos 1920. Seu personagem Jake Barnes usa a bebida como consolo depois de perder sua amada para um toureiro em "O Sol Também se Levanta".

Em "Por Quem os Sinos Dobram", Robert Jordan tem absinto em seu cantil. Em "Morte na Tarde", Hemingway conta que parou com touradas por falta de ânimo, "exceto quando tomava três ou quatro absintos, que me inflamavam a coragem e distorciam meus reflexos".

No livro, existe até mesmo uma receita de um coquetel que leva absinto. "Coloque uma dose de absinto em uma taça de champagne. Acrescente champagne gelada até ficar com um aspecto leitoso. Beba três a cinco destes lentamente."

Hoje o absinto voltou a ser oferecido legalmente.

"Para mim, o absinto tem algo de místico, de sobrenatural, qualidades que eu gosto de ver em bebidas", diz Rosie Schaap, colunista de drinques do jornal New York Times. Mas ela recomenda moderação.

Nos círculos literários atuais, o absinto é mais parte do entretenimento do que da inspiração. Volta e meia a bebida ressurge em coquetéis de lançamento de livros de intelectuais.

A nova "encarnação cultural" da bebida é bastante diversa – ela aparece em seriados como "Mad Men", foi lançada como uma marca própria pelo cantor Marilyn Manson ("Mansinthe") e também está a venda em edição de luxo por US$ 10 mil (a vintage "Pernod Fils").

Mas hoje a bebida já não é mais uma musa, mas sim uma tentativa de resgatar uma Belle Époque que não existe mais.

Fonte: Jane Ciabattari Da BBC Culture (BBC Brasil)