quarta-feira, 30 de abril de 2014

Cirurgia bariátrica pode ser opção de tratamento para diabéticos tipo 2 com sobrepeso: ensaio clínico publicado pelo The Lancet Diabetes & Endocrinology

A cirurgia bariátrica melhora a glicemia de pacientes obesos com diabetes tipo 2, mas os seus efeitos em diabéticos com sobrepesoainda não estão definidos. Foi realizado um ensaio clínicorandomizado para identificar se a cirurgia de banda gástrica ajustável por via laparoscópica pode melhorar o controle glicêmico em pessoas com diabetes tipo 2 que estão com sobrepeso, mas que não são obesas.

Foi feito um estudo aberto, randomizado e controlado, de grupos paralelos, entre 1° de novembro de 2009 e 30 de junho de 2013, em um centro de Melbourne, na Austrália. Pacientes com idade entre 18 e 65 anos, com diabetes tipo 2 e índice de massa corporal (IMC) entre 25 e 30 kg/m² foram aleatoriamente distribuídos (1:1) receber cuidados multidisciplinares de diabetes mais cirurgia de banda gástrica ajustável por via laparoscópica ou apenas os cuidados multidisciplinares sem cirurgia. O desfecho primário foi a remissão do diabetes dois anos após a randomização, definida como concentrações de glicose inferiores a 7,0 mmol/L (126 mg/dl), quando em jejum e a menos de 11,1 mmol/L (200 mg/dl) duas horas após 75 g de glicose oral, pelo menos dois dias após a interrupção da medicação usada para controlar a glicose. A análise foi por intenção de tratar.

Cinquenta e um pacientes foram randomizados ou para o atendimento multidisciplinar e banda gástrica (n=25) ou apenas atendimento multidisciplinar (n=26), dos quais 23 participantes e 25 participantes, respectivamente, completaram o acompanhamento de dois anos. Doze (52%) participantes do grupo do atendimento multidisciplinar mais banda gástrica e dois (8%) participantes do atendimento multidisciplinar alcançaram remissão do diabetes (p=0,0012). Um (4%) participante no grupo da banda gástrica necessitou de revisão cirúrgica e outros quatro (17%) tiveram um total de cinco episódios de intolerância alimentar devido ao ajuste excessivo da banda gástrica.

As interpretações do presente estudo mostram que, quando adicionada ao atendimento multidisciplinar do diabetes, a cirurgia de banda gástrica ajustável por via laparoscópica para diabéticos tipo 2 com sobrepesomelhora o controle glicêmico, com um perfil de eventos adversos aceitáveis. A cirurgia de banda gástrica ajustável por via laparoscópica pode ser uma opção de tratamento razoável para esta população.

Fonte: The Lancet Diabetes & Endocrinology, publicação online, de 8 de abril de 2014 – NEWS.MED.BR, 2014.

Para OMS, resistência de bactérias a antibióticos é 'ameaça global'

Pippa Stephens -BBC News

Antibióticos (BBC)

A resistência a antibióticos é uma "ameaça global" à saúde publica, segundo um Clique novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O órgão analisou dados de 114 países e afirmou que essa resistência está ocorrendo "em todas as regiões do mundo".

A OMS disse que caminhamos rumo a uma "era pós-antibiótico", em que pessoas morrem de infecções simples que são tratáveis há décadas.

Ainda acrescentou que provavelmente haverão consequências "devastadoras" a não ser que medidas sejam tomadas com urgência.

Doenças comuns

O relatório trata de sete bactérias que causam doenças comuns, ainda assim sérias, como pneumonia, diarreia e infecções sanguíneas.

O documento indica que dois antibióticos-chave não funcionam em mais da metade dos pacientes, em vários países.

Um deles, o carbapedem, é usado como um "último recurso" para tratar infecções potencialmente mortais, como pneumonia, infecções sanguíneas e infecções em recém-nascidos, causadas pela bactéria K.pneumoniae.

Bactérias normalmente sofrem mutações até se tornarem imunes a antibióticos, mas o mal uso desses medicamentos - como sua prescrição desnecessária por médicos ou pacientes que não terminam seus tratamentos - faz com que isso ocorra mais rápido.

Novos antibióticos

Bactéria E.coli (SPL)

A OMS diz que novos antibióticos devem ser desenvolvidos, enquanto governos e indivíduos devem tomar medidas para retardar o processo de resistência das bactérias.

No relatório, o órgão diz que a resistência a antibióticos como o usado para combater a bactéria E.coli em infecções urinárias aumentou de "praticamente zero" nos anos 1980 para mais da metade dos casos atuais.

Em alguns países, o antibiótico usado para tratar essa infecção não funcionaria em "mais da metade das pessoas tratadas com o medicamento".

"Sem uma ação urgente e coordenada entre as diferentes partes envolvidas nessa questão, o mundo caminha rumo a uma era pós-antibiótico, em que infecções comuns e ferimentos simples que são tratáveis há décadas podem matar novamente", afirma Keiji Fukuda, diretor-geral assistente da OMS.

Fukuda diz que os antibióticos têm sido um dos "pilares" que levaram as pessoas a viver por mais tempo e de forma mais saudável.

"A não ser que medidas sejam tomadas para melhorar os esforços de prevenir infecções e mudar a forma como produzimos, prescrevemos e usamos antibióticos, o mundo perderá uma das armas da saúde pública", afirma Fukuda. "As implicações disso serão devastadoras."

Falha

O relatório também identificou que um tratamento usado como último recurso para combater a gonorréia, infecção transmitida sexualmente e que pode levar à infertilidade, "havia falhado" no Reino Unido, na Áustria, na Austrália, no Canadá, na França, no Japão, na Noruega, na África do Sul, na Eslovênia e na Suécia.

Mais de um milhão de pessoas no mundo contraem gonorréia diariamente, segundo a OMS.

O relatório lista medidas como melhores práticas de higiene, acesso a água limpa, controle de infecções em centros de saúde e vacinação como formas de reduzir a necessidade de antibióticos.

"Nós encontramos taxas altíssimas de resistência a antibióticos em nossas operações de campo", diz a Jennifer Cohn, diretora médica da organização Médicos Sem Fronteiras, para quem o relatório da OMS deve servir como um alerta.

"Governos devem incentivar o desenvolvimento de novos antibióticos de baixo custo que não dependam de patentes e que sejam adaptados às necessidades de países em desenvolvimento."

Plano global

Cohn acrescenta que um plano de ação global deve ser criado para o "uso racional de antibióticos" e para que "medicamentos de qualidade cheguem a quem precisa deles, mas sem serem usados em demasia ou vendidos a um preço que os tornem inviáveis".

Nigel Brown, presidente da Sociedade de Microbiologia Geral do Reino Unido, diz ser vital que microbiológos e outros pesquisadores trabalhem juntos para desenvolver novas abordagens para lidar com essa resistência de bactérias.

"Isso inclui novos antibióticos, mas também estudos que levem à criação de formas mais ágeis de diagnóstico, que ajudem a entendem como os micróbios se tornam resistentes a medicamentos e sobre como o comportamento humano influencia essa resistência."

No Brasil

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), medidas vêm sendo tomadas desde 2011 no Brasil para reverter esse quadro.

"Havia no Brasil uma venda indiscriminada de antibióticos, assim como em outros países", diz Maria Eugênia Carvalhaes Cury, do Núcleode Gestão do Sistema Nacional de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária.

"Por ter sido uma grande inovação tecnológica nos anos 1940, responsável por salvar muitas vidas e ampliar a expectativa de vida, esse tipo de medicamento não era visto como um vilão, mas como um herói. Mas, por muitos anos, sabia-se pouco sobre a possibilidade de haver resistência. Isso levou ao uso indiscriminado e suas consequências, o que fez a OMS indicar a restrição do seu uso."

Há três anos, a agência estabeleceu por meio de uma resolução a obrigatoriedade de apresentação de receita médica na venda deste tipo de medicamento e a retenção do documento, que passou a ter de apresentar uma data de validade para impedir a venda do antibiótico após esse prazo.

A Anvisa também estabeleceu que, em casos de uso prolongado do medicamento, o paciente não poderia levar para casa toda a quantidade necessária de uma só vez. Deveria voltar à farmácia mensalmente para obter o medicamento e, ao fim do prazo de validade, passar por uma nova consulta.

"Assim, o paciente avalia com o médico a necessidade de continuar o tratamento. Não queremos coibir o acesso, mas promover o uso racional", afirma Cury.

A partir de janeiro deste ano, as farmácias também passaram a ser obrigadas a alimentar uma base de dados única com detalhes da receita e do tratamento, além do nome do médico e do paciente.

"Em alguns anos, teremos uma série histórica que nos permitirá avaliar o uso de antibióticos no país e avaliar se a prescrição vem sendo feita de forma adequada e atacar outras causas do aumento da resistência de bactérias, como o uso inadequado do medicamento", diz Cury.


terça-feira, 29 de abril de 2014

Bactérias podem ser chave para perda de peso, diz estudo chinês

Pippa Stephens - Repórter de saúde, BBC News

Obesidade (PA)

Na busca constante por soluções efetivas para o problema da obesidade, cientistas chineses estão estudando o impacto de certas bactérias sobre o peso da pessoa.

A equipe disse que alterar os tipos de bactérias encontradas nas vísceras pode trazer mais resultados do que simplesmente reduzir calorias.

Segundo estatísticas divulgadas pela Organização Mundial de Saúde, mais de 1,4 bilhão de adultos com idade a partir de 20 anos estavam acima do peso em 2008.

Destes, 200 milhões de homens e 300 milhões de mulheres foram classificados como obesos. E os índices continuam crescendo - eles dobraram desde 1980.

Testes com ratos em laboratório identificaram uma associação entre bactérias e obesidade, mas experimentos com humanos ainda estão em fase inicial.

Alcachofra e tofu

Em um estudo publicado na revista científica Microbiology Ecology, cientistas em Xangai estudaram 93 pessoas obesas com Índice de Massa Corporal (IMC) médio de 32.

O IMC se baseia no peso e altura de uma pessoa para determinar se ela está dentro dos padrões ideais de saúde. Um IMC de 32 kg/m2 corresponde ao que os especialistas classificam como obesidade grau 1. A categoria máxima, ou grau 3, inclui pessoas com IMC acima de 40.

Além de seguirem uma dieta saudável - rica em legumes, verduras, alcachofra e tofu - os participantes consumiram suplementos que estimulavam o crescimento de certos tipos de bactérias em seus intestinos e inibiam outros.

De tempos em tempos, eles eram medidos e pesados, preenchiam questionários detalhando o que haviam comido nas últimas 24 horas e eram submetidos a exames físicos.

Após nove semanas, os participantes tinham perdido em média 5 kg cada um. Um grupo menor de voluntários (45% deles) prosseguiu com a dieta. Ao fim de 23 semanas, tinham perdido em média 6 kg cada um.

Um paciente com obesidade grau 3 que participou de um estudo anterior ao experimento descrito acima, perdeu 51 kg em seis meses.

Segundo o estudo, índices da proteína C reativa, associada a obstruções nas artérias e danos em vasos sanguíneos no coração, também foram reduzidos durante o experimento.

No entanto, os pesquisadores chineses admitiram que não é possível saber com certeza se todos os efeitos observados foram resultado da manipulação das bactérias no intestino dos participantes.

Interação complexa

Um dos pesquisadores envolvidos no projeto, Liping Zhao, da Shanghai Jiao Tong University, disse que índices mais altos, no intestino, de bactérias que produzem toxinas, como as enterobactérias, podem levar o organismo a desenvolver resistência à insulina, impedindo que a pessoa se sinta satisfeita após comer.

Em vez de uma cumbuca de arroz, essa pessoa precisa de cinco, dez ou até 20 cumbucas, ele explicou.

Zhao acrescentou que alterar o tipo de bactéria presente no intestino pode também ativar um gene que faz o corpo queimar gordura.

"Está na hora de o público saber das evidências científicas que temos, que demonstram que bactérias têm um papel central na obesidade."

Outros cientistas comentam, no entanto, que as milhares de espécies de bactérias que vivem no nosso organismo interagem com nossos corpos de forma complexa, e que mais estudos são necessários para que possamos entender melhor como as coisas funcionam.

O pesquisador Stephen Bloom, do Imperial College London, disse: "Existem dez vezes mais bactérias no organismo do que células".

Não há dúvida de que alterar os tipos de bactérias nos corpos das pessoas pode trazer efeitos significativos, ele acrescentou. Por exemplo, a disenteria introduz bactérias diferentes no intestino, levando à perda de peso.

Mas Bloom disse que pessoas de países diferentes tendem a ter bactérias diferentes, o que dificulta a comparação.

E além disso, como houve uma alteração na dieta, fica difícil identificar com precisão o que levou ao emagrecimento, ele concluiu.

A diretora do órgão inglês de saúde pública Public Health England, Alison Tedstone, disse: "Acima de tudo, a obesidade tem a ver com um consumo maior de calorias do que o que se gasta. Muitas coisas interferem no tipo de bactéria que temos no nosso intestino, a mais importante delas é a nossa alimentação."

"O estudo faz associações interessantes, a questão é, como transformá-lo em orientação válida para o público em geral?"

O conselho de Tedstone, embora não seja novidade para ninguém, é irrefutável: Siga "uma dieta saudável e equilibrada" e faça bastante atividade.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Epidemia triplica o número de mortes por obesidade em dez anos no País

Conteúdo - Estadão

Saúde. Segundo levantamento inédito feito pelo 'Estadão Dados' com base em informações do Datasus, em 2001, 808 óbitos tiveram a doença como uma das causas. Em 2011, último dado disponível, o número passou para 2.390, um crescimento de 196%

Último levantamento da Saúde mostrou que mais de 50% dos adultos brasileiros tem sobrepeso - Divulgação

O número de brasileiros mortos por complicações diretamente relacionadas à obesidade triplicou em um período de dez anos, revela levantamento inédito feito pelo Estadão Dados com base em informações do Datasus. Em 2001, 808 óbitos tiveram a doença como uma das causas. Em 2011, último dado disponível, o número passou para 2.390, crescimento de 196%.

O aumento também foi significativo quando considerada a taxa de mortos por 1 milhão de habitantes. No mesmo período de dez anos, a taxa dobrou. Foi de 5,4 para 11,9, segundo dados do Ministério da Saúde.

Os dados levam em consideração as mortes nas quais a obesidade aparece como uma das causas no atestado de óbito. Segundo especialistas, como o excesso de peso é fator de risco para diversos tipos de doenças, como câncer e diabete, o número de vítimas indiretas da obesidade é ainda maior.

"As causas mais comuns de morte relacionadas à obesidade são as doenças cardiovasculares, como o enfarte e o acidente vascular cerebral (AVC). Sabemos, porém, que ela também está relacionada a muitos outros problemas, como apneia do sono, insuficiência renal e vários tipos de câncer", afirma o endocrinologista Mario Carra, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

Segundo o Ministério da Saúde, o aumento das mortes é um reflexo da "epidemia de obesidade" registrada hoje no País. "Outros países viveram isso primeiro, com alto consumo de alimentos industrializados e sedentarismo. O Brasil, ainda que mais tarde, está vivendo agora. Pesquisas feitas anualmente pelo ministério mostram que a obesidade e o sobrepeso têm aumentado muito", afirma o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Magalhães.

O último levantamento da pasta mostrou que mais da metade dos adultos brasileiros tem sobrepeso e pelo menos 17% da população está obesa.

Há dois meses, o aposentado Angelino Pires de Moraes, de 86 anos, tornou-se mais uma vítima do excesso de peso. Com 100 quilos e pouco menos de 1,80 de altura, ele sofreu um enfarte dentro de casa e morreu na hora. "Ele tinha colesterol alto e hipertensão. O médico já tinha avisado que o coração estava obstruído por gordura, mas ele não mudava a alimentação", conta o barbeiro Sérgio Buscarino de Moraes, de 50 anos, filho do aposentado. "Meu pai era teimoso e piorou depois que a minha mãe morreu, há cinco meses. Ficou deprimido e passou a cuidar menos da saúde", diz.

Medidas. Para especialistas, não é só a mudança de hábitos dos brasileiros que aumentou a mortalidade por obesidade. De acordo com Marcio Mancini, chefe do grupo de obesidade e síndrome metabólica do Hospital das Clínicas de São Paulo, as políticas públicas de prevenção e tratamento devem ser aprimoradas. "Não se faz prevenção em unidades básicas de saúde. Há o tratamento para diabetes, colesterol, hipertensão, mas pouco se faz para barrar o ganho de peso. Essa mesma preocupação deveria existir nas escolas", afirma ele.

De acordo com o especialista, quanto mais cedo se instala a obesidade, mais cedo a pessoa pode morrer. "Se uma pessoa já tem obesidade mórbida com 20 anos e permanece assim, a doença vai encurtar a vida desse paciente em 12 anos", diz ele.

Para Maria Tereza Zanella, endocrinologista da Unifesp, é preciso mudar os hábitos desde a infância. "As crianças vivem em apartamento, jogam videogame e comem produtos industrializados. São alimentos que têm um sabor agradável e as crianças vão se acostumando, mas isso deve ser evitado", diz ela.

Além da prevenção falha, os médicos apontam estrutura insuficiente para o tratamento da obesidade. "O SUS não oferece o tratamento medicamentoso, e os centros de referência para cirurgia bariátrica não dão conta da demanda", diz Mancini.

Em março, pelo menos 3 mil obesos de várias regiões do Brasil lotaram o ginásio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para passar por triagem em busca de cirurgia bariátrica. A fila de espera tem 2 mil pessoas.

Médicos alertam para perigo do uso da testosterona como 'elixir da juventude'

William Kremer -Do Serviço Mundial da BBC

homem se olhando no espelho | Thinkstock

O número de prescrições para suplementos de testosterona saltou em todo o mundo na última década. Mas há receios de que o medicamento esteja sendo usado mais do que necessário e não seja seguro para a saúde.

Há um ponto na vida de um homem em que ele começa a se sentir desanimado. Cansado, mal humorado, apático. Nos Estados Unidos, os canais de TV estão repletos de anúncios de homens bonitões de meia idade com cabelo grisalho, cansados demais para jogar basquete e impacientes até quando estão em um encontro romântico com uma linda mulher.

Este anúncios estão vendendo uma nova doença para o público: "Baixa T" ou baixos níveis de testosterona - o hormônio produzido nos testículos, responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas normais.

A síndrome até ganhou seu próprio site, isitlowt.com, criado pela empresa framacêutica Abbvie, em que homens podem completar um quiz com perguntas do tipo: "Você está triste e/o mal humorado? Está com falta de energia? Você fica sonolento após o jantar?"

Isso pode parecer com quase todos os homens de meia idade que você conhece, mas se os usuários do site respondem "sim" à maioria das perguntas, são orientados a conversar com seu médico.

Mercado

Nos Estados Unidos, onde o marketing direto de medicamentos é permitido ("Pergunte ao seu médico sobre nosso novo produto!") as drogas são promovidas nas mais variadas formas, de comprimidos e injeções à cremes e gel.

Desde 2001, receitas de testosterona nos Estados Unidos para homens acima dos 40 anos mais do que triplicaram. Atualmente 1,7 milhão de homens são orientados a usar os suplementos hormonais.

"A questão é: há realmente um problema a ser tratado?", indaga a médica Lisa Schwartz, do Dartmouth College. Conforme brinca o comediante Stephen Colbert, Baixa T é "uma condição de saúde identificada por uma fermacêutica que antigamente era conhecida como envelhecer".

Médicos concordam que uma pequena proporção de homens (cerca de 0,5%) precisa de terapia com testosterona. Entre eles estão homens com doenças genéticas ou cujos testículos, onde a testosterona é produzida, não funcionam mais após tratamentos com quimioterapia. E foi para casos como esses que a Food and Drug Administration (FDA) autorizou a venda dos medicamentos nos Estados Unidos.

Mas esses homens não são os únicos com baixa testosterona e acredita-se que o crescimento vertiginoso no número de receitas, principalmente para o de gel roll-on esteja direcionado a um grande grupo de homens que não sofrem de problemas genéticos.

Os níveis de testosterona em homens tendem a cair constantemente após os 40 anos e podem flutuar de um dia para outro.

"Em qualquer momento da vida, a testosterona cai. Seja por doença ou qualquer outro motivo", explica o médico Richard Quinton, endocrinologista da Royal Victoria Infirmary, em Newcastle, Inglaterra.

"Se você fica acordado a noite toda, no dia seguinte a sua testosterona vai cair. Até se você come demais", afirma.

Quinton é um dos vários especialistas que acreditam que o baixo nível de testosterona, referida pelos médicos como "hipogonadismo", não é uma razão para prescrever medicamentos na ausência de um problema físico observável ou de um diagnóstico clínico.

Por sua vez, a farmacêutica Abbvie defende a forma como comercializa seus medicamentos, argumentando que sua campanha de sensibilização para o problema é focada em "educar os homens sobre hipogonadismo e incentivar o diálogo com seu médico".

Efeitos colaterais

Muitos médicos, no entanto, apostam na capacidade da terapia de testosterona de fazer os homens se sentirem melhor. E alguns pacientes concordam.

Bill

Bill diz que o tratamento com testosterona mudou sua vida

Bill, um professor aposentado na Flórida que não quis divulgar seu sobrenome, sempre foi um homem ativo. Mas quando completou 60 anos, sentiu que seus níveis de energia caíram drasticamente.

"Era como se eu corresse uma maratona todo dia", lembra ele. Seu desejo sexual e sentimentos românticos saíram "voando pela janela", descreve ele.

Há quatro anos ele usa um gel de testosterona que aplica sobre o ombros e diz se sentir outra pessoa.

Mas, a exemplo do tratamento de reposição hormonal para mulheres, ligado ao aumento do risco de câncer de mama, ataques do coração e derrame, a terapia com testosterona também pode ter efeitos colaterais.

Um estudo publicado em novembro no Journal of American Medical Association analisou o histórico médico de 8,7 mil veteranos americanos, muitos deles com problemas cardíacos e todos com níveis de testosterona aparentemente baixos.

Os homens que haviam recebido tratamento com suplementos hormonais tiveram um risco 30% maior de derrame, ataque cardíaco e morte.

Um segundo estudo, publicado em janeiro no PLoS ONE, analisou os registros médicos de 55 mil homens que tinham sido prescritos com testosterona. Os especialistas concluíram que os homens com mais de 65 anos tiveram duas vezes mais riscos de sofrer um ataque cardíaco 90 dias depois de terem iniciado o tratamento.

Alguns pacientes entraram com ações na Justiça contra a Abbvie, alegando que a empresa não lhes avisou sobre os riscos.

Para Hugh Jones, Professor da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, a terapia com testosterona não é arriscada desde que os médicos façam o diagnóstico correto e monitorem o tratamento.

"Se você pegar o paciente certo e tratá-lo adequadamente, você pode mudar a vida de alguém", diz ele.

Embora não haja nenhuma evidência conclusiva de que os medicamentos sejam prejudiciais à saúde, Richard Quinton defende que homens mais velhos e debilitados devem evitá-los.

"A testosterona não é o elixir da vida. É um ótimo tratamento para homens com verdadeira deficiência de testosterona, mas não prolonga a vida para aqueles que não são propriamente deficientes do hormônio."


domingo, 27 de abril de 2014

Conheça os tipos de amigos mais excluídos no Facebook

BBC Brasil

Usuário acessa Facebook pelo celular

Se você está no Facebook já há alguns anos, é provável que sua lista de amigos tenha saído do seu controle.

Talvez você conheça mais detalhes sobre um ex-colega de escola do que no tempo em que estudavam juntos. Parece-lhe estranho olhar para fotos dele embora vocês não se falem há dez anos. E você ainda se sente incomodado pelos comentários dele sobre política. Você não está sozinho: este é o candidato perfeito para ser removido da sua lista de amigos.

Dois estudos da Universidade de Denver, no Colorado (EUA), jogam uma nova luz sobre o tipo de amigo que é excluído do Facebook e as reações emocionais à esta situação.

Os principais tipos de pessoas que são excluídas são: colegas do ensino médio, amigos do amigo, colegas de trabalho e amigos com interesses comuns.

Os estudos mostram que o "líder" em exclusão são os conhecidos do ensino médio.

"A forma mais comum de excluir um ex-colega do ensino médio é porque geralmente elas postam comentários sobre assuntos polêmicos, como religião ou política", diz o autor, Christopher Sibona, do programa de Ciência da Computação e Sistemas de Informação Universidade de Denver.

Os mais excluídos
  1. Ex-colegas do ensino médio
  2. Amigos do amigo
  3. Colegas de trabalho
  4. Amigos com interesses comuns

Sibona analisou o fenômeno da exclusão de amigos, que em inglês tem uma palavra só mais contundente: "unfriend" (algo como "desamigar", em um neologismo).

"Vimos que as pessoas muitas vezes excluem colegas de trabalho devido a suas ações no mundo real e não pelo que eles postam no Facebook", diz Sibona.

Ambos os estudos são baseados em uma pesquisa com 1.077 pessoas e foram apresentados durante uma conferência no Havaí.

Reação

Além de analisar os perfis mais prováveis a serem excluídos, Sibona investigou as reações dos eliminados e encontrou uma gama de emoções ligadas a esta situação, que vai de raiva ao riso.

As reações mais comuns foram "fiquei surpreso", "isso me incomodou", "ri" e "fiquei triste".

O que determina a reação é, claro, o quão próximo você é deste amigo que te excluiu, diz Sibona. "Você pode ficar triste ou preocupado se o seu melhor amigo te excluir".

"O custo de manter amizades é muito baixo, por isso, se alguém faz um esforço consciente para apertar um botão para se livrar de mim, isso pode machucar", diz o pesquisador.

O estudo descobriu que existem dois fatores que fazem um usuário se sentir mal: se o eliminado for um amigo próximo daquele que o eliminou e até que ponto a pessoa deletada observava o perfil do agora "ex-amigo".

A pesquisa revelou que a exclusão ocorre com mais frequência entre amigos que alguma vez foram próximos do que entre aqueles que são apenas conhecidos.

Como superar a eliminação?

"Ser excluído no Facebook é como ser expulso de um campo para gordos por ser muito gordo. E feio. Feio e gordo", brinca o site de tecnologia Gizmodo, que dá algumas dicas para superar a exclusão:

  • Ser deletado é saudável. É uma coisa normal, perfeitamente racional que as pessoas fazem no Facebook o tempo todo. É emocionalmente impossível que uma pessoa tenha centenas de amigos ao mesmo tempo.

  • Deixe o episódio passar mas, se um dia vocês se encontrarem pessoalmente, olhe-o com uma expressão "eu sei o que você fez". Será um momento de pânico e culpa recíproco.

  • Coloque-os em evidência. Esta é a parte divertida. Se você realmente não se importa com o que essas pessoas pensam de você, exponha-as publicamente como o que realmente são: tolas cruéis. Elas entrarão em choque e pedirão desculpas. Lembre-se: não há nada de errado com um pouco de vingança online.

Fonte: Gizmodo

 

 

ABC 1 x 0 Boa Esporte

Ficha Técnica
ABC 1 x 0 Boa Esporte
Fase
Unica
Rodada
Data
26/04/2014
Horário
21h00
Local
Estádio Iberezão, em Santa Cruz (RN)
Árbitro
Manoel Nunes Lopo Garrido - BA

Assistentes
Francisco Chaves Bezerra Junior - PE e Marcelino Castro de Nazaré - PE
 Renda
Não divulgada
 
 Público
Não divulgada
Cartões Amarelos
ABC:Somália, Samuel
Boa Esporte:Moisés, Alan Mineiro , Fernando Karanga, Lucas Farias
Gols
ABC: Patrick 37' 1T

ABC

Gilvan; 
Patrick (Liel), Sueliton, Samuel e Luciano Amaral; 
Michel, Daniel Amora, Somália e João Henrique (Octávio); 
Lúcio Flávio (Gilmar) e Dênis Marques.

Técnico: Zé Teodoro.

Boa Esporte

Emerson; 
Wendel (Lucas Farias), Thiago Carvalho, Mateus e Marinho Donizete; 
Vinícius Hess, Betinho, Moisés Ribeiro e Piauí (Bruno Aquino); 
Fernando Karanga (Alan Mineiro) e Nilson.

Técnico: Nedo Xavier.

sábado, 26 de abril de 2014

Classificação Série B

2ª Rodada
Clube PG J V E D GP GC SG A%
América-MG 4 2 1 1 0 4 1 3 66,7
Náutico-PE 4 2 1 1 0 4 2 2 66,7
Bragantino-SP 4 2 1 1 0 4 3 1 66,7
ABC-RN 4 2 1 1 0 2 1 1 66,7
Luverdense-MT 4 2 1 1 0 2 1 1 66,7
América-RN 3 2 1 0 1 4 3 1 50,0
Paraná-PR 3 2 1 0 1 4 3 1 50,0
Joinville-SC 3 1 1 0 0 3 2 1 100,0
Sampaio Corrêa-MA 3 2 1 0 1 3 2 1 50,0
10º
Oeste-SP 3 2 1 0 1 2 2 0 50,0
11º
Ceará-CE 3 2 1 0 1 1 3 -2 50,0
12º
Atlético-GO 2 2 0 2 0 3 3 0 33,3
13º
Ponte Preta-SP 2 2 0 2 0 3 3 0 33,3
14º
Santa Cruz-PE 2 2 0 2 0 2 2 0 33,3
15º
Portuguesa-SP 1 1 0 1 0 1 1 0 33,3
16º
Vasco da Gama-RJ 1 2 0 1 1 2 3 -1 16,7
17º
Boa Esporte-MG 1 2 0 1 1 1 2 -1 16,7
18º
Vila Nova-GO 1 2 0 1 1 0 2 -2 16,7
19º
Icasa-CE 1 2 0 1 1 1 4 -3 16,7
20º
Avaí-SC 0 2 0 0 2 2 5 -3 0,0
LegendaPG - Pontos Ganhos | JG - Jogos Disputados | VI - Vitórias | EM - Empates
DE - Derrotas | GP - Gols Pró | GC - Gols Contra | SG - Saldo de Gols
%A - Porcentual de Aproveitamento de Pontos

 
 
Acesso à Série A
 
Rebaixados à Serie C