terça-feira, 29 de setembro de 2015

Cientistas apostam em células-tronco em pesquisa para curar cegueira

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Cirurgiões em Londres realizaram uma operação pioneira para testar um novo tratamento de um tipo de cegueira usando células-tronco.

A "cobaia" foi uma mulher de 60 anos, portadora de degeneração macular, uma doença ocular degenerativa, em procedimento realizado no Moorfields Eye Hospital. A doença é a principal causa de perda de visão em países desenvolvidos.

No Brasil, cerca de 2,9 milhões de pessoas com mais de 65 anos têm a doença, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

A técnica envolve o uso de uma espécie de "remendo", feito com células oculares provenientes de doações, implantado na parte posterior da retina.

A cirurgia faz parte de um projeto criado há uma década para tentar reverter a perda de visão em pacientes com degeneração macular. Dez pacientes com o tipo "úmido" da doença, considerado o mais grave, participarão dos testes.

Todos eles têm expectativa de sofrer perda súbita de visão por conta de defeitos nos vasos sanguíneos localizados nos olhos.

Após a cirurgia, os pacientes serão monitorados por um ano para que se cheque se o tratamento é seguro e se houve melhora de visão.

BBC

A mulher que se submeteu à cirurgia não quis ser identificada. Segundo o coordenador do projeto, o médico Peter Coffey, do Instituto de Oftalmologia da University College London, o remendo de células parece estável.

"Não poderemos saber antes do Natal se a visão está boa e por quanto tempo pode ser mantida", explicou Coffey.

As células usadas na terapia são do epitélio pigmentar da retina (EPR), uma camada celular responsável pela "manutenção" dos fotorreceptores na mácula, o ponto do olho em que enxergamos com maior clareza e definição. Em casos de degeneração macular, as células EPR morrem e pacientes perdem sua visão central, que fica distorcida e borrada.

"Este é um projeto verdadeiramente regenerativo. No passado, era impossível substituir células perdidas. Se conseguirmos fazer com que as células implantadas funcionem, isso seria de imenso benefício para pessoas ameaçadas de cegueira", explica Lyndon Da Cruz, do Moorfields Eye Hospital, e que conduziu a cirurgia inicial.

'Viável'

A equipe trabalhando em Moorfields recebe apoio financeiro da empresa farmacêutica Pfizer.

Não é a primeira vez que cientistas usaram células-tronco em tratamentos de cegueira. Em 2012, pacientes com a doença de Stargardt, que também é marcada pela degeneração da visão, foram injetadas com embriões em experimentos nos EUA e na Grã-Bretanha, que também envolveram uma equipe de Moorfields.

BBC

O hospital londrino também tem um programa em que 40 pacientes com degeneração macular receberam tratamento com células tiradas dos próprios olhos.

"Vimos alguns casos impressionantes de recuperação, com algumas pessoas conseguindo voltar a ler e a dirigir. E essa recuperação tem sido sustentada por anos", explica Da Cruz.

O médico, no entanto, ressalta que o uso de células dos próprios pacientes é complexo e traz riscos, o que explica o fato de o novo estudo usar as células-tronco, que podem produzir um suprimento ilimitado de células.

Estudos em animais mostraram, segundo Da Cruz, que o uso dos "remendos" é viável. Mas até que conheçam os primeiros resultados dos testes em humanos, seu funcionamento em humanos permanece uma incógnita.

Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Conselho Federal de Medicina proíbe médicos de postar selfies com pacientes

Em nova resolução, CFM pretende endurecer regras que definem a conduta dos profissionais da área em relação às redes sociais e à divulgação do trabalho

Cirurgia

Nesta segunda-feira o Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou a alteração das regras que definem a conduta dos profissionais da área em relação às redes sociais e à divulgação de seu trabalho. Segundo a resolução 2.126/2015, os médicos não poderão publicar selfies em situações de trabalho, como durante a realização de procedimentos médicos, nem fazer a divulgação de imagens de "antes e depois", utilizadas especialmente por especialistas que fazem intervenções estéticas.

As normas, que ainda serão publicadas no Diário Oficial da União, alteram a resolução de 2011 e foram reformuladas após a reclamação de pacientes que sentiram que tiveram a privacidade violada."Tivemos pessoas incomodadas com alguns tipos de ação que feriam a privacidade e a intimidade, que são direitos constitucionais. Não foi fácil chegar a essa redação, mas conseguimos dar forma aos anseios da sociedade", diz Emmanuel Fortes, diretor de fiscalização do CFM.

Casos de fotografias durante cirurgias e após partos, mostrando os pacientes inclusive em situações constrangedoras motivaram a mudança. "Antes da edição da resolução, teve a imagem de um profissional segurando um bebê e, ao fundo, a mãe na posição de parto e com o cordão umbilical ainda nas partes íntimas. Isso viola a intimidade e temos de garantir isso aos pacientes", afirmou Fortes.

A proibição do "antes e depois" tem como objetivo proteger o paciente de técnicas que podem trazer resultados inesperados. "Nossa preocupação é que o médico não pode garantir resultados. O paciente precisa saber que nem sempre vai ter aquilo que o 'antes e depois' acaba induzindo", explicou o diretor.

Propaganda - As novas regras determinam ainda que os médicos não vão poder fazer propagandas de produtos e empresas, assim como de técnicas não reconhecidas pelo CFM. A resolução anterior contemplava apenas produtos como medicamentos, equipamentos e serviços de saúde. O ajuste se estende a outras áreas gêneros alimentícios e artigos de higiene e limpeza. A norma também veda aos profissionais de fazerem propaganda de métodos ou técnicas não reconhecidas como válidos pelo Conselho, como carboxiterapia ou a ozonioterapia, que ainda não possuem reconhecimento científico.

Autopromoção - Outra ação é em relação ao uso das redes sociais para a autopromoção por meio da colaboração com outras pessoas ou empresas. "Descobrimos que pacientes faziam reiterados agradecimentos aos médicos, mas era um acordo entre médico e paciente para fazer a divulgação e angariar clientela", disse Fortes. Neste caso, cabe aos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) investigar suspeitas de burla à essa orientação. Em entrevistas, os médicos também não poderão divulgar endereço e contatos de seu local de trabalho. "Ele deve falar sobre o que é útil à sociedade", afirma o diretor.

Fonte: Veja

Remédio contra diabetes reduz risco de morte cardiovascular

Um estudo mostrou que a empagliflozina, além de tratar o diabetes, diminui em 38% o risco de morte por problemas cardiovasculares. É a primeira vez que um antidiabético demonstra esse benefício Controle do diabetes: pacientes com a doença devem monitorar as taxas de açúcar no sangue constantemente

Um novo estudo mostrou que a empagliflozina, medicamento utilizado para o tratamento de diabetes tipo 2, reduz em 38% a probabilidade de morte por eventos cardiovasculares e em 32% por qualquer causa em pacientes com alto risco de complicações cardíacas. Os dados foram apresentados durante o Encontro Anual da Associação Europeia para o Estudo de Diabetes, realizado em Estocolmo, e publicados simultaneamente na revista científica New England Journal of Medicine.

"Essa é a primeira vez na história que um medicamento antidiabético se mostra eficaz na redução de eventos cardiovasculares, que são a principal causa de morte destes pacientes", diz o cardiologista José Kerr Saraiva, chefe do serviço de cardiologia do Hospital Universitário da PUC-Campinas e um dos autores do estudo. "Até agora, todas as pesquisas realizadas com outros medicamentos mostraram que eles não tinham nenhum efeito sob o risco cardiovascular ou, em um caso específico que foi inclusive retirado do mercado, aumentava esse risco. Por isso, esse estudo é um grande marco e foi recebido com muito ânimo pelos cardiologistas", explicou.

O estudo EMPA-REG descobriu que o Jardiance, nome comercial do medicamento, também mostrou que as hospitalizações por insuficiência cardíaca crônica caíram em 35%. Após três anos de acompanhamento, 10,5% dos participantes no grupo de Jardiance sofreram um infarto, AVC ou morreram por outras causas cardiovasculares, em comparação com 12,1% dos pacientes que tomaram o placebo. O que corresponde a uma redução relativa de 14% no risco destes eventos.

De acordo com Saraiva, os resultados são ainda mais surpreendentes porque quase 80% dos participantes já utilizavam medicamentos para controlar o diabetes, a pressão arterial e o colesterol. Mesmo durante o estudo, estes pacientes puderam continuar os tratamentos.

Sabe-se que a redução do açúcar no sangue (efeito dos medicamentos antidiabéticos) já tende a reduzir o risco cardiovascular. Entretanto, os autores do estudo acreditam o efeito benéfico de Jardiance na redução destes eventos esteja relacionada com outros efeitos do medicamento, como a capacidade em reduzir a pressão sanguínea, o peso e a rigidez arterial.

Problemas cardiovasculares como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e doença coronariana são as principais causas de morte de metade dos pacientes com diabetes tipo 2 ao redor do mundo. Isso acontece porque o excesso de açúcar no sangue traz serie de transtornos metabólicos que danificam o coração e os vasos sanguíneos. No caso de pacientes diabéticos que já correm um risco elevado de complicações cardíacas, como pessoas que já tiveram um AVC, infarto ou que têm artérias obstruídas -, a expectativa de vida se reduz em, em média, 12 anos.

A empagliflozina é produzida em parceria pelas farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly e pertence a uma classe de medicamentos chamada inibidores de SGLT2, que ajudam excretar o excesso de açúcar do sangue pela urina. Por isso, estes remédios são contra indicados para pacientes com problemas renais. Os efeitos colaterais incluem desidratação, baixo nível de açúcar no sangue e infecções urinárias. O tratamento está disponível no Brasil desde março e custa, em média, 185 reais por mês.

Fonte: Veja

Complicações intravasculares do cateterismo venoso central dependem do local de inserção do cateter

Três pontos anatômicos são comumente usados para inserir cateteres venosos centrais, mas a inserção em cada local tem diferentes potenciais de complicações.

Neste estudo multicêntrico, publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM), foram aleatoriamente designados pacientes adultos em unidade de terapia intensiva (UTI) para cateterismo venoso central não tunelizado na veia subclávia, jugular ou femoral. O desfecho primário foi um composto de infecção da corrente sanguínea relacionada ao cateter e trombose venosa profundasintomática.

Concluiu-se que, na população estudada, o cateterismo da veia subclávia foi associado a um menor risco deinfecção da corrente sanguínea e trombose sintomática e um maior risco de pneumotórax do que o cateterismo da veia jugular ou da veia femoral.

Fonte: NEJM, de 24 de setembro de 2015 – News.med.br

sábado, 26 de setembro de 2015

É justo uma empresa subir preço de um remédio em 5000%? Seu presidente defende que sim

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Você acharia justo um aumento de 5000% no preço de um medicamento usado por pacientes com Aids da noite para o dia?

Martin Shkreli, presidente da Turing, uma farmacêutica americana, acredita que é. Ele está no centro da controvérsia após uma reportagem do jornal The New York Times revelar o aumento do preço dessa magnitude para uma dose de Daraprim.

A droga é usada em tratamentos contra toxoplasmose, doença infecciosa causada por um protozoário encontrado nas fezes de felinos e que afeta pessoas que estão com seu sistema imunológico comprometido (por exemplo, por culpa da Aids ou de alguns tipos de câncer). É uma doença rara, porém potencialmente fatal.

O comprimido do Daraprim passou de US$ 13,50 (R$ 54) para US$ 750 (R$ 3 mil) após a Turing comprar, em agosto passado, os direitos para fabricar o medicamento, que está há 62 anos no mercado. O comprimido custa cerca de US$ 1 para ser produzido.

Mas Shkreli, um ex-gerente de fundos de investimento, diz que esse valor não inclui outros custos, como marketing e distribuição, que teriam aumentado drasticamente nos últimos anos e que a receita obtida será usada em pesquisas de novos tratamentos para a toxoplasmose.

"Precisamos ter lucro com essa droga. Antes de nós, as empresas estavam praticamente dando-a de graça", afirmou ele em entrevista à emissora Bloomberg.

Prática 'comum' ou 'revoltante'?

CBS News

Martin Shkreli, da Turing, defende que aumento de preço é necessário para tornar Daraprim lucrativo.

O executivo afirma que essa prática é comum na indústria: "Hoje em dia, medicamentos modernos, como drogas para câncer, podem custar US$ 100 mil ou mais. O Daraprim ainda está mais barato em relação a esses medicamentos."

A Sociedade para Doenças Infecciosas dos EUA, a Associação de Medicamentos para HIV (HMA, na sigla em inglês) e outros órgãos da área de saúde dos Estados Unidos publicaram uma carta aberta para a Turning, demandando que a empresa reconsidere o aumento.

"O custo é injustificável para pacientes vulneráveis que precisam do medicamento e insustentável para o sistema de saúde", disse o grupo no documento.

Wendy Armstrong, da HMA, ainda questionou a necessidade de novos tratamentos para toxoplasmose. "Essa não é uma infecção para a qual buscamos medicamentos mais eficazes", disse ela ao site Infectious Disease News.

Na Bolsa de Nova York, as ações de empresas de biotecnologia caíram na segunda-feira após Hillary Clinton, pré-candidata à Presidência pelo Partido Democrata, dizer que o aumento é "revoltante".

Caso seja eleita, Clinton prometeu tomar medidas contra empresas que elevem demais os preços de medicamentos especializados, como é o caso do Daraprim.

(Des)controle de preços

Determinar o preço de um medicamento é uma questão delicada, e as regras para isso variam de acordo com cada país.

No Brasil, por exemplo, cabe à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), um órgão interministerial no qual a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) responde por sua secretaria executiva, atuar neste mercado.

A CMED é responsável por monitorar os preços cobrados por drogas que já estão no mercado e auxiliar no estabelecimento dos preços para novos medicamentos.

Ainda determina os índices de ajuste anual de preços de acordo com critérios estabelecidos na lei federal 10.742, de 2003, como produtividade da indústria, variação dos custos de insumos e a concorrência no setor.

Em março deste ano, o índice aplicado a 9.120 medicamentos variou entre 5% e 7,7%, seguindo a inflação registrada nos 12 meses anteriores, de acordo com o tipo de droga.

Os preços máximos para o consumidor, já incluídos os impostos, são informados pela Anvisa em seu site. Uma empresa pode ser multada caso descumpra essa determinação.

Mas não é assim que funciona nos Estados Unidos. Os principais compradores de medicamentos no país são as seguradoras de saúde e o governo. Nesse mercado, os preços variam de acordo com o que as pessoas estão dispostas a pagar.

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Doenças raras, lucro difícil

No entanto, casos como o do Daraprim vêm despertando a atenção de consumidores e autoridades americanas para a forma como são determinados os preços de medicamentos no país.

Houve nas últimas semanas uma polêmica parecida quando subiu o preço de um medicamento para tuberculose. Sua fabricante, a Rodelis Therapeutics, voltou atrás e devolveu os direitos de fabricação para sua dona anterior, uma ONG associada a uma universidade.

No caso da Turing, Shkreli alegou que, nos últimos anos, a pesquisa e desenvolvimento de novas drogas desacelerou, e empresas precisam pensar com cuidado no que investirão.

Medicamentos muito bem-sucedidos, como o Viagra, geram bastante dinheiro, mas drogas para doença raras são menos atraentes, porque menos pessoas as usam e torná-las lucrativas é mais difícil.

Segundo Shkreli, o aumento de preço não foi feito por ganância desmedida, mas por razões justificáveis do ponto de vista de seu negócio. Com isso, diz esperar criar um mercado que atrairá outras empresas para a busca por novos tratamentos para enfermidades raras.

Ele ainda afirma ter criado formas para dar a droga de graça para quem não puder pagar por ela.

Recuo

Shkreli chegou a dar sinais de que não recuaria do aumento, mas não resistiu à repercussão do caso. Ele afirmou nesta terça-feira à imprensa norte-americana que reduziria o preço do medicamento – sem, porém, informar quanto – e acusou os críticos de não entenderem o funcionamento da indústria farmacêutica.

"Nós concordamos em diminuir o preço do Daraprim até um patamar mais acessível e ao mesmo capaz de permitir à companhia ter lucro, embora bem pequeno", disse o presidente da Turing à ABC News.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 19 de setembro de 2015

A água com gás faz mal?

Todo mundo sabe que tomar refrigerantes e outras bebidas gasosas e açucaradas o dia inteiro não é uma boa ideia.

A mistura do alto teor de açúcar com a acidez provocada pela carbonização (o processo de injeção de bolhas de ar) gera resultados curiosos.

Se você já deixou moedas em um copo de refrigerante tipo cola por algumas horas, pôde ver que elas saem limpas e brilhantes. O motivo para isso é que o ácido fosfórico presente na bebida remove a camada de óxido que se acumula nas moedas.

E água com gás, faz mal?

Estômago cheio

Água com gás expande o estômago e pode ser boa aliada para quem quer emagrecer

Comecemos pelo estômago. A água com gás é fabricada com a adição de dióxido de carbono sob pressão ao líquido. O resultado é que a bebida passa a conter ácido carbônico, um ácido fraco.

Engolir um copo de água com gás de uma só vez pode causar soluços ou indigestão. E se você tomar aos pouquinhos? Será que a ideia de que ela faz mal ao estômago tem fundamento?

Na realidade, parece ser exatamente o contrário. Em um teste realizado na Universidade de Nápoles, na Itália, pacientes com dispepsia ou constipação frequentes foram divididos em dois grupos. Cada um deveria consumir exclusivamente água com gás ou água sem gás por 15 dias.

Todos passaram por uma série de testes, e ambos os grupos tiveram suas condições melhoradas com a água com gás, enquanto nada mudou entre aqueles que tomaram água do filtro.

Quem bebe muita água com gás pode se sentir inchado, mas cientistas da Universidade de Hyogo, no Japão, descobriram que isso tem suas vantagens. Um grupo de voluntárias fez uma noite de jejum e para quebrá-lo, cada uma tomou lentamente água comum ou com gás.

Os pesquisadores descobriram que 900 mililitros de gás são liberados em apenas 250 mililitros de água. Por isso, a bebida causa uma ligeira dilatação do estômago, dando a sensação de saciedade. Como as voluntárias não se sentiram mal, os cientistas passaram a recomendar a água com gás como uma maneira de evitar se comer em excesso.

Algumas pessoas acreditam que a água com gás também tenha um bom poder reidratante, principalmente se deixarem o gás escapar. Mas um estudo feito na Grã-Bretanha com crianças com gastroenterite aguda mostrou que, em comparação com sais de reidratação vendidos em farmácias, a água mineral tem bem menos sódio e potássio. Portanto, para essa finalidade, os sais ainda são melhores.

Efeito sobre os ossos?

Refrigerantes tipo cola foram reprovados em testes em ossos e dentes

Mas se a água com gás não faz mal para o estômago, o que dizer dos ossos? Será que eles ficam mais fracos? Novamente, os estudos científicos sugerem que não.

Uma pesquisa realizada no Canadá em 2001 descobriu que adolescentes que tomam refrigerantes em excesso apresentam menos cálcio nos ossos. Mas não ficou claro se isso foi consequência da bebida ou porque esses jovens acabam consumindo menos leite.

Um extenso estudo realizado na Universidade Tufts, em Boston, está testando mais de 2,5 mil voluntários a cada quatro anos para avaliar as circunstâncias da ocorrência da osteoporose.

Em 2006, os cientistas analisaram a relação entre a densidade óssea e o consumo de refrigerantes, e descobriram que as mulheres que tomam refrigerantes tipo cola três vezes por semana tinham uma densidade mineral óssea abaixo da média. Outras bebidas carbonizadas não causaram diferenças.

Os autores acreditam que o efeito ocorra provavelmente por causa da cafeína e da ação do ácido fosfórico (ausente da água com gás), de uma maneira que ainda não é compreendida. É possível que essas substâncias bloqueiem a absorção do cálcio, mas nada foi provado em relação a isso.

Dentes prejudicados?

Pelo menos em termos de ossos e estômago, a água com gás não parece representar um grande problema. Mas e os dentes? Será que a presença de um ácido, mesmo sendo fraco, não deteriora o esmalte que os protege?

Apesar de poucas pesquisas terem sido feitas sobre os efeitos da água com gás nos dentes, há muitas sobre refrigerantes.

O dentista Barry Owens, da Universidade do Tennessee, conduziu um estudo em 2007 comparando diferentes bebidas não alcoólicas. Na pesquisa, aqueles à base de cola se mostraram os mais ácidos, seguidos pela versão diet e pelo café.

O especialista acredita que não é o pH inicial da bebida o que importa, mas sim a força com que a bebida retém sua acidez na presença de outras substâncias. A saliva ou outros alimentos que consumimos podem alterar o nível de acidez, ou sua capacidade de obstrução.

Um estudo classifica as bebidas nessa ordem: refrigerantes tipo cola ou sem frutas são os mais ácidos (um pouco menos em sua versão diet), seguidos por aqueles à base de frutas, sucos de frutas e café.

Ao tomar fatias de esmalte e imergi-las em diferentes refrigerantes por seis, 24 ou 48 horas, Poonam Jain, da Universidade de Southern Illinois, demonstrou que o esmalte realmente começa a ser corroído por essas bebidas.

Alguns especialistas argumentam que o experimento não reproduz a vida real porque ninguém passa horas com um refrigerante na boca. Mas ao longo de vários anos, até cada segundo de um gole conta.

Um estudo publicado em 2009 sobre um homem de 25 anos cujos dentes da frente apodreceram depois de quatro anos tomando meio litro de refrigerante tipo cola por dia, seguidos por três anos em que a dose subiu para 1,5 litro diariamente, é suficiente para assustar qualquer pessoa.

Uma pesquisa feita na Suécia também mostrou que quanto mais a bebida permanece na boca, mais notável é a queda do pH. Ou seja, mais ácida a boca se torna. Mas beber com um canudo ajuda a reduzir o estrago.

Água sem inocência

Na Universidade de Birmingham, Catriona Brown experimentou colocar dentes sem sinal de erosão por meia hora em vários tipos de água saborizada com gás. Os dentes foram cobertos com um verniz, exceto uma área de meio centímetro.

Ela e seus colegas descobriram que o efeito dessas bebidas nos dentes é o mesmo ou até maior do que o do suco de laranja, conhecido por amolecer o esmalte. Outras frutas cítricas também estão entre as mais ácidas. Portanto as águas com sabor não podem ser consideradas tão inofensivas.

Mas e a água com gás comum? Os estudos nessa área são poucos e chegam a diferentes conclusões.

Em 2001, a mesma equipe em Birmingham examinou sete marcas diferentes de água mineral, colocando-as sobre os dentes. Eles descobriram que o pH da água com gás varia entre 5 e 6 (não tão ácidos quanto a cola), comparado com a água sem gás, cujo pH permanece neutro em 7.

Em outras palavras, há um ácido fraco, mas seu potencial erosivo tem um efeito cem vezes menos intenso do que outras bebidas gasosas.

É claro que a boca é um ambiente diferente de uma garrafa, mas as provas até agora são de que não há muito estrago.

Portanto, se você acredita que a água com gás pode ser uma boa alternativa, lembre-se que em relação a estômago, ossos e dentes, ainda não há provas de que ela faça mal.

Fonte: BBC Brasil

O número mágico da pressão sanguínea

Estudo conduzido pelo órgão americano de incentivo a pesquisas médicas decreta 120 x 80 — o popular 12 por 8 — como o índice adequado

Pressão alta

120 x 80, ou 12 por 8, como costumamos ouvir dos médicos. É medida dada em milímetros de mercúrio. O primeiro número anuncia a pressão com que o sangue é bombeado do coração para o resto do corpo. O segundo indica a pressão no caminho inverso. Um marca a pressão sistólica; o outro, a diastólica. O 120 x 80 foi anunciado recentemente pelos prestigiosos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) como a taxa ideal, e a partir de agora irrecorrível, da pressão arterial adequada ao bom funcionamento do organismo. É um número mágico, o santo graal tão buscado. Até agora, a maioria dos médicos lidava com uma margem de diferença maior - taxas de até 140 x 90 eram perfeitamente aceitáveis. Não mais. Diz o cardiologista Roberto Kalil, diretor da divisão de cardiologia clínica do Incor e do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo: "A mudança de parâmetro surtirá um impacto brutal na saúde da população". A manutenção da pressão a 120 x 80, e não a 140 x 90, pode reduzir em 30% a incidência de infartos e derrames e em 25% o risco de morte em razão dessas doenças.

arte pressão sanguínea

O novo padrão definitivo de normalidade foi alcançado depois de seis anos de avaliações médicas que envolveram um pelotão de 9 300 homens e mulheres com mais de 50 anos nos Estados Unidos e Porto Rico. O estudo dividiu os voluntários em dois grupos, ambos com pressão arterial acima de 140 x 90. Um deles foi tratado com medicamentos, de forma a baixar os índices para 120 x 80 ou menos. O outro deveria reduzi-los para 140 x 90. Em ambos, mediu-se a incidência de problemas associados à hipertensão, como infarto, derrame e doenças renais. As conclusões do levantamento eram aguardadas para 2017. A certeza dos pesquisadores antecipou a divulgação dos principais resultados. "É a maior mudança de paradigma nessa área depois da chegada dos anti-hipertensivos de última geração, há uma década", diz Marcus Bolívar Malachias, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

As pessoas com mais de 75 anos, faixa de idade de um quarto dos participantes da pesquisa americana, saem com uma boa notícia: poderão manter as taxas como as preconizadas atualmente, em torno de 140 x 90. Quando se reduz drasticamente a pressão, diminui-se também a força no bombeamento de sangue para as coronárias, os vasos que irrigam o coração. Em organismos vigorosos, a queda no aporte sanguíneo não causa problemas. Em corpos naturalmente fragilizados pelo passar dos anos, pode deflagrar uma isquemia, condição na qual o sangue não consegue chegar em quantidades corretas ao coração. Para o restante da população, insista-se, é até 120 x 80.

A recomendação de índices mais reduzidos levará, naturalmente, a uma nova postura no tratamento da hipertensão. Hoje, 30% da população mundial sofre de pressão alta - entre os idosos, a incidência chega a ser de 50%. Com o novo parâmetro, metade da população adulta será classificada como hipertensa. Entre os mais velhos, 70%. Os médicos costumam receitar medicamentos para os doentes cuja pressão arterial é igual ou superior a 150 x 90, além de recomendar o controle alimentar e a prática de exercícios físicos. Para atingir a meta dos atuais 140 x 90, são necessários, em média, de um a dois tipos de remédio anti-hipertensivo. Estima-se que sejam necessários de dois a três medicamentos para chegar ao patamar desejado de 120 x 80.

A hipertensão configura-se como a dificuldade de o sangue passar pelos vasos do organismo, provocada pelo enrijecimento das paredes arteriais. O mecanismo tem as causas mais diversas, como consumo excessivo de sal, sobrepeso, fatores genéticos e o envelhecimento em si. A pressão alta está na gênese da maioria dos problemas cardiovasculares - cinco em cada dez infartos são atribuídos à doença. Seis em dez derrames também podem ser atribuídos à hipertensão.

Durante muito tempo (e não faz tanto tempo assim), acreditou-se que, quanto mais alta fosse a pressão, mais facilmente o sangue correria pelas artérias endurecidas no processo de envelhecimento. A medicina só começou a investigar a hipertensão como doença nos anos 50, a partir do momento em que as companhias de seguro dos Estados Unidos notaram que a incidência do distúrbio era alta no rol dos clientes mortos. De lá para cá, a medicina avançou muito nos conhecimentos sobre a doença e nas formas de contro­lá-la e preveni-la. A consagração dos 120 x 80 é um ponto seminal nessa rica história.

Fonte: VEJA

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Humanos são ‘programados’ para serem preguiçosos, sugere estudo

Uma corrida no parque ou ficar deitado no sofá da sala?

Se você preferiu a segunda opção, não tema: saiba que um estudo feito por pesquisadores da Universidade Simon Fraser, no Canadá, sugere que os humanos são biologicamente "programados" para serem preguiçosos.

A pesquisa mostrou que o sistema nervoso reprograma padrões de movimentos como andar em uma busca constante para gastar o mínimo de energia possível.

"E isso é uma notícia ruim para quem come muito", afirmou o professor de fisiologia Max Donelan, que é co-autor do estudo.

Durante o estudo, pesquisadores pediram a nove voluntários que usassem um tipo de aparelho ortopédico (como o da foto acima), que dificultasse o ato de caminhar.

Após alguns minutos, todos os voluntários já haviam modificado seu modo habitual de caminhar para usar menos energia, ou seja, queimar menos calorias.

Segundo os pesquisadores, o sistema nervoso continuou a aprimorar os movimentos do andar das pessoas para manter um baixo gasto de energia.

Eles afirma que as conclusões da pesquisa, divulgada na publicação Current Biology, se encaixam na "tendência" de usar o menor esforço possível nas tarefas físicas.

"Fornecemos uma base psicológica para essa preguiça ao demonstrarmos que mesmo em um movimento bem comum como andar, o sistema nervoso monitora, de maneira subconsciente, a energia usada e vai, continuamente, aprimorando e reaprimorando os padrões, em um exercício constante para se mover da maneira mais barata, com menos gasto calórico, possível."

Mesmo quando as pessoas optaram por correr, seus cérebros trabalhavam para que isso fosse feito da maneira mais eficiente possível.

Segundo Donelan, mais pesquisas são necessárias para ampliar o estudo e se ter uma compreensão melhor de como os milhares de músculos e nervos trabalhavam juntos para conseguir esse feito.

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Ensaio de alta sensibilidade da troponina-T pode identificar pessoas em risco de desenvolver hipertensão arterial

A elevação da pressão arterial (PA) é muitas vezes precedida por anormalidades cardíacas estruturais, potencialmente permitindo a detecção precoce antes do início da hipertensão evidente.

A hipótese do presente trabalho, coordenado por Bill Mcevoy, do Johns Hopkins Hospital, em Baltimore, é de que o ensaio de alta sensibilidade da troponina-T (hs-cTNT), um biomarcador de lesão miocárdica subclínica, pode identificar as pessoas em risco de desenvolver hipertensão arterial.

Foram estudados 6.516 participantes do estudo ARIC, livres de hipertensão arterial e doença cardiovascular prevalentes no início do estudo (1990-1992). Usou-se modelos de Cox, que examinaram a associação das categorias dos níveis de hs-cTNT com o diagnóstico de hipertensão arterial incidente (definida pelo uso de medicamentos ou auto-relato anual após um tempo médio de 12 anos) e com hipertensão incidente após consulta médica (definida pelo uso de medicamentos, auto-relato ou medida da PA > 140x90mmHg durante 6 anos).

Concluiu-se que o nível de hs-cTNT no início do estudo está associado à hipertensão arterial incidente e ao risco de hipertrofia ventricular esquerda (HVE). Mais pesquisas são necessárias para determinar se os níveis de hs-cTNT podem identificar as pessoas que se beneficiariam de monitorização ambulatorial da pressão arterial(MAPA), estratégias de prevenção da hipertensão ligadas ao estilo de vida ou de uma intervenção precoce sobre a pressão arterial.

Fonte: Circulation, volume 131, número 1, de 2015 – News.med.br

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O álcool realmente faz mal?

Quem curte tomar uma cerveja ou um vinho de vez em quando adoraria receber a notícia de que esse prazer é também bom para nosso corpo.

Qualquer estudo científico sugerindo que uma ou duas doses ocasionais são saudáveis é normalmente recebido com um enorme entusiasmo pela imprensa e pelo público.

Mas determinar se o álcool consumido em moderação traz algum benefício para a saúde é algo bastante complexo.

Uma das primeiras pesquisas a estabelecer uma relação entre o consumo de álcool e a saúde foi realizada pelo escocês Archie Cochrane, um dos pioneiros da medicina baseada em evidências.

Em 1979, ele e dois colegas tentaram entender o que exatamente estava por trás das disparidades da taxa de mortalidade por doenças cardíacas em 18 países desenvolvidos, entre eles os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Austrália.

A análise concluiu que há uma ligação clara e significativa entre o aumento do consumo de álcool – principalmente vinho – e a queda na incidência da doença arterial coronariana (causada pelo acúmulo de gordura nos vasos que suprem o coração).

Citando estudos anteriores que haviam encontrado uma relação entre o álcool e a menor taxa de morte por enfarte, Cochrane sugeriu que a aromaticidade e certos compostos da bebida seriam os responsáveis pelos benefícios – o que hoje se imagina serem antioxidantes, como os polifenóis.

Meio-termo ou mais cuidados?

Em 1986, pesquisadores investigaram um grupo de mais de 50 mil médicos homens sobre seus hábitos alimentares, sua história médica e seu estado de saúde, durante dois anos. Eles descobriram que quanto mais álcool os entrevistados diziam tomar, menor sua chance de desenvolver a doença arterial coronariana, independentemente de sua dieta.

Outro grande estudo publicado em 2000, também feito com médicos homens, descobriu que aqueles que bebiam uma dose normal por dia tinham menos chances de morrer durante os cinco anos de duração da pesquisa do que aqueles que bebiam menos de uma vez por semana ou que bebiam mais de uma vez por dia.

Isso sugeriria a existência de um “ponto certo” para o consumo de álcool, um meio-termo saudável entre o que pode ser considerado pouco ou demais, em que os benefícios para a saúde cardiovascular compensam os riscos de morte por outras causas.

Mas será que é o álcool em si que traz os benefícios, ou trata-se apenas de um aspecto de um comportamento saudável? Será que as pessoas que bebem com moderação não são as mesmas que se cuidam, que mantêm uma alimentação equilibrada e praticam atividades físicas?

Em 2005, outro estudo realizado com profissionais da área médica – dessa vez 32 mil mulheres e 18 mil homens – tentou responder a essas perguntas examinando como os hábitos alcoólicos afetavam sua fisiologia.

Aqueles que bebiam de uma a duas doses de álcool, três a quatro vezes por semana, tinham menor risco de sofrer enfarte – o que os pesquisadores atribuíram aos efeitos benéficos do álcool sobre o chamado bom colesterol, sobre a hemoglobina A1c (um marcador do risco de diabetes) e sobre o fibrinogênio, uma proteína que ajuda na coagulação.

Esses três fatores têm um importante papel na “síndrome metabólica”, o conjunto de anormalidades que normalmente são o prenúncio da diabetes e das doenças cardiovasculares.

Outros estudos encontraram indícios de que o álcool pode alterar para melhor o equilíbrio desses fatores.

Mais pesquisas ainda reproduziram esse efeito de “ponto certo” do álcool para problemas como o acidente vascular cerebral isquêmico e para a própria morte, de maneira geral.

Fonte: BBC Brasil

Como ler rótulos de vinhos franceses

Veja o que significam alguns termos estampados nos diferentes rótulos de vinhos franceses, especialmente os de Bordeaux. Vinhos Franceses

Entender por completo rótulos de vinhos franceses nem sempre é uma tarefa simples. Para quem não está familiarizado com alguns termos no mundo dos vinhos e, especificamente, das diferentes regiões produtoras no país, alguns pontos podem passar despercebidos.

Para que isso não aconteça com você, pontuamos algumas menções utilizadas pelos produtores de regiões, como Bordeaux, e o que elas significam. Veja só:

Mis en bouteille au château, Mis en bouteille au domaine e Mis en bouteille à la propriété:São menções equivalentes. Reforçam a identidade do vinho, confirmando que o vinho foi engarrafado na propriedade.

– Grand Vin de Bordeaux: Se o vinho for de Bordeaux, no rótulo é obrigatório fazer referência a essa região. Além dessa tradicional menção, os produtores também podem usar Vin de Bordeaux, Bordeaux ou apenas exibir o brasão da região.

Das 60 denominações que os vinhos de Bordeaux podem ter, mas existem duas que garantem maior flexibilidade ao produtor para elaborar os vinhos com uvas de qualquer vinhedo da região. São elas:

– Bordeaux: Geralmente, são vinhos mais jovens, frutados e de consumo mais imediato. Não necessitam de amadurecimento em barricas de carvalho. Menor potencial de guarda.

– Bordeaux Supérieur: Devem passar por um amadurecimento de, no mínimo, 9 meses em barricas de carvalho. Possuem potencial de guarda maior que Bordeaux.

– Certificações: Existem três principais para os vinhos de qualidade:

* Appellations d’Origine Contrôlée (AOC): O produtor deve ter uma licença e obedecer a rigorosas regras para a produção em determinada origem geográfica.

* Vin Délimité de Qualité Supérieure (VDQS)  – A mais difícil de se ver por aí. Regras menos rígidas que AOC, mas também determina exatamente onde as uvas foram colhidas.

* Vins de Pays (VDP) – a reforma europeia de 2009 trocou esse termo por IGP (Indication Géographique Protégée), Ele indica uso de regras menos rigorosas, que permitem ao produtor maior liberdade para a produção do estilo de vinho que quer elaborar.

– Nome do vinho: Pode ter escrito o nome Château ou Domaine e trazer na estampa um castelo ou brasão.

– Uvas: Na França, não é obrigatório ter o nome das uvas no rótulo. Algumas regiões, como a Alsácia, costumam estampá-las.

Classificações: Nas regiões de Médoc, Graves e Sauternes, em 1855, foi feita uma classificação com cinco escalões de qualidade para os vinhos, na qual os chamados Premier Cru Classé estão no topo, seguidos em ordem decrescente dos Deuxièmes (2° crus) aos Cinquièmes (5° crus).

Ainda em Bordeaux, só que em Saint-Emilion, há mudanças. Em 1954, uma classificação colocou no topo da qualidade regional onze vinhos denominados como Premiers Grands Crus.

– Cru Bourgeois: Em Bordeaux, o termo se refere a uma categoria de vinhos de Médoc não classificados, mas de excelente qualidade.

– Blanc de Blancs: Termo muito comum em Champagne. Significa que só foram utilizadas uvas brancas na elaboração da bebida.

– Blanc de noirs: Só utilizaram uvas tintas.

Fonte: sommelierwine.com.br

domingo, 6 de setembro de 2015

Como saber se você é viciado em tecnologia e 4 formas de combater

Homem usando celular na cama

Você passa a maior parte do seu dia em frente a uma tela de laptop, tablet ou celular? Mesmo na hora de dormir?

"Então, você vive em modo de sobrevivência. O seu sistema nervoso simpático está funcionando em ritmo forçado. Suponho que você se sinta arrasado à tarde, o que significa que o seu organismo está atuando à base da adrenalina, noradrenalina e cortisol", explica a médica Nerina Ramlakhan, especialista em manejo de energia e técnicas para dormir do hospital de Nightingale, em Londres.

Esta, disse Ramlakhan ao site em espanhol da BBC, BBC Mundo, é a descrição de um viciado em tecnologia.

O perfil do paciente

O perfil dos viciados costuma ter características que se repetem: perfeccionismo, tendência a controlar tudo e bruxismo.

Menina utiliza laptop

Pesquisadores alertam que a memória de certos pacientes está diminuindo, diante do excesso de atividades ao mesmo tempo

"Elas costumam ter um tipo de personalidade: são pessoas automotivadas, competitivas, agressivas e sentem uma necessidade imperiosa de realizar coisas", disse Ramlakhan.

"Para pessoas com estes traços, é muito difícil se desconectar. Não conseguem relaxar e, quando o fazem, se sentem rapidamente exaustos."

"Até quando veem televisão usam várias telas. Têm um nível de hiperatividade que é produto do medo de não estar no controle."

Por isso, o simples ato de passar páginas no celular cria uma sensação de gratificação, semelhante à que se sente ao degustar uma comida predileta, fazer algo que nos diverte ou mesmo praticar sexo.

Colegiais

Um estudo recente da London School of Economics indica que escolas que proíbem celulares têm resultados até 6% melhores.

Embora muitos se vangloriem de serem capazes de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, o chamado multitasking, segundo a psicóloga Catherine Steiner-Adair é um perigo, principalmente para crianças.

"Vivemos uma diminuição da memória. Não estão desenvolvendo esta parte do cérebro, que é um músculo que necessita de exercícios focados em uma só atividade", disse a psicóloga.

Os diagnóstico

Para Ramlakhan, nestes casos, as pessoas adquirem o padrão clássico do ciclo da fadiga.

Nesta situação, a pessoa só consegue se ativar ao receber doses contínuas de dopamina, um hormônio liberado no cérebro pelo hipotálamo. A consequência é maior motivação, aumento dos batimentos cardíacos, melhor humor, maior capacidade de processar informação e mais sono.

Em outras palavras, o vício em tecnologia transforma a pessoa em viciada em dopamina.

"Os pacientes vão para a cama e não conseguem dormir. E quando conseguem, acordam cansados. As pessoas me dizem que simplesmente não conseguem 'desligar o cérebro'", afirm Ramlakhan.

A esta altura, pode-se dizer que a mente da pessoa está "fundida", após tantas horas conectada a dispositivos eletrônicos – seja por trabalho ou prazer.

A receita médica

Para a especialista Ramlakhan, o vício tem que ser atacado por vários ângulos. Ela recomenda quatro ações simples:

  • Criar o "entardecer eletrônico" diário: quando a hora de dormir se aproximar, afaste-se de todos os dispositivos tecnológicos e, por exemplo, leia um livro (que não seja eletrônico).
  • Mantenha o relógio afastado durante a noite, de forma que não seja possível saber que horas são, para que o passar do tempo não provoque ansiedade.
  • Não usar o smartphone como despertador. Recarregue-se com energia saudável: tome café da manhã, ainda que leve, na primeira meia hora após se levantar e antes de tomar qualquer bebida com cafeína.
  • Mantenha-se hidratado: tome pelo menos dois litros de água por dia.

Como prevenir

Um estudo recente da universidade London School of Economics indica que as escolas em que os alunos são proibidos de usar telefones celulares têm resultados melhorados em mais de 6%.

A filosofia da escola Steiner-Waldorf desestimula abertamente o uso de dispositivos para crianças menores de 12 anos.

Teclado de computador

A organização NICE, dedicada à conscientização de hábitos saudáveis no Reino Unido, recomenda um limite de duas horas diárias em frente a dispositivos, de forma a incentivar as atividades físicas. Curiosamente, o problema parece ser mais agudo para a geração que se lembra da vida antes do advento da internet. Para eles, a tecnologia parece exercer uma atração irresistível, segundo Ramlakhan.

Ela diz que tem uma filha de 11 anos que se cansou do Facebook, enquanto o filho de 4 anos não pensa duas vezes antes de desligar todos os dispositivos eletrônicos da casa.

"As novas gerações serão mais sagazes. Nós, entretanto, ainda estamos na fase de fascínio com a tecnologia, ainda estamos empolgados."

Enquanto isso acontece, ela diz que é preciso lutar diariamente para recuperar o terreno do sono e das atividades físicas na nossa rotina.

Fonte: BBC Brasil