sábado, 28 de fevereiro de 2015

Por que WhatsApp está sob ameaça de bloqueio em diversos países?

Foto: BBC

Não é apenas no Brasil, onde um juiz do Piauí ordenou o bloqueio do aplicativo, que o WhatsApp correu risco de sair do ar.

No Reino Unido, na Arábia Saudita, no Irã e em outros países, o aplicativo também sofreu ameaças de bloqueio e, em alguns deles, chegou a ser suspenso.

A discussão ocorre porque é mais difícil monitorar mensagens enviadas pelo aplicativo do que ligações telefônicas ou e-mails, por exemplo – o que, segundo alguns países, pode ameaçar tanto a segurança pública quanto a segurança nacional.

O bloqueio do WhatsApp, no entanto, é visto por muitos como uma ameaça à liberdade de expressão.

No Brasil, o juiz Luís de Moura Correa determinou que o WhatsApp fosse bloqueado para forçar a empresa a colaborar com a Justiça em uma investigação sobre pedofilia.

Na noite desta quinta-feira, a decisão foi derrubada pelo desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar. O magistrado entendeu que não era razoável bloquear um "serviço que afeta milhões de pessoas".

No Reino Unido, o primeiro-ministro David Cameron também critica a falta de colaboração da empresa em investigações – neste caso, sobre terrorismo.

Em um discurso em janeiro, o britânico disse que tentaria proibir serviços de mensagens encriptadas – como as do WhatsApp e do Snapshat – caso o conteúdo não pudesse ser acessado pelos serviços de inteligência britânicos.

A declaração foi feita após os ataques a revista satírica Charlie Hebdo, em Paris, que aumentaram o temor sobre ameaças terroristas. Já existe uma pressão para que empresas como Google e Facebook forneçam mais informações sobre as atividades dos seus usuários, já que há uma forte ação de recrutamento de grupos radicais pela internet.

"Vamos permitir meios de comunicação que são impossíveis de ler? Minha resposta é: não, não devemos fazer isso", disse Cameron.

Terrorismo

Ameaças de terrorismo ou à segurança nacional também serviram de justificativa para o bloqueio do serviço em outros países.

Muitos desses governos, no entanto, foram criticados por restringir a liberdade de expressão.

Na Arábia Saudita, de acordo com agências de notícias, houve uma ameaça de retirar o Whatsapp do ar em 2013 porque o serviço não estaria se adequando às regras de Comissão de Comunicações e Tecnologia da Informação. Na época, o país chegou a tirar do ar o Viber, aplicativo de mensagens e chamadas de voz pela internet, pelo mesmo motivo.

Em Bangladesh, o serviço foi bloqueado em janeiro, também de acordo com agências. O governo afirmou que havia ameaças de terrorismo e que era difícil monitorar comunicações pelo aplicativo.

"Terroristas e elementos criminosos estão usandos essas redes para se comunicar", disse uma autoridade do Paquistão para justificar a suspensão do aplicativo em uma província, segundo a mídia local.

No ano passado, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, considerado moderado, precisou se empenhar pessoalmente para liberar o aplicativo.

A linha dura iraniana pediu a censura, segundo a emissora de TV americana Fox News, devido à compra do app pelo Facebook – cujo dono, Mark Zuckerberg, seria uma "americano sionista", segundo o comitê do país responsável pela internet.

Na Síria, que passa por uma guerra há mais de três anos, o aplicativo – usado para marcar protestos durante a Primavera Árabe – foi suspenso em 2012.

"Um golpe na liberdade de expressão e nas comunicações em todo lugar. Um dia triste para a liberdade", publicou o WhatsApp em seu Twitter à época.

Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Classificação Campeonato Estadual 2015

CLASSIFICAÇÃO P J V E D GP GC SG %
América
13
5
4
1
0
12
1
11
86.67%
ABC
11
5
3
2
0
7
2
5
73.33%
Globo
10
5
3
1
1
10
4
6
66.67%
Santa Cruz
9
5
3
0
2
7
8
-1
60.00%
Alecrim
9
5
3
0
2
5
6
-1
60.00%
Baraúnas
7
5
2
1
2
4
3
1
46.67%
Potiguar
7
5
2
1
2
5
5
0
46.67%
Palmeira
3
5
1
0
4
6
14
-8
20.00%
Corintians
2
5
0
2
3
6
11
-5
13.33%
10º
Força e Luz
0
5
0
0
5
4
12
-8
0.00%
P pontos J jogos V vitórias E empates D derrotas GP gols pró GC gols contra SG saldo de gols (%)aproveitamento

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Testes com nova vacina indicam proteção total contra vírus HIV

HIV (Thinkstock)

Macacos totalmente protegidos contra o vírus do HIV. Esse foi o resultado de um teste de uma nova vacina contra o HIV, que deixou a comunidade científica animada.

A abordagem da vacina, cujo estudo acaba de ser publicado na revista Nature, é bastante radical.

Normalmente, as vacinas treinam o sistema imunológico para combater infecções. Mas nessa nova vacina os pesquisadores do instituto de pesquisa Scripps, com sede na Califórnia, alteraram o DNA dos macacos para dar às células deles propriedade para combater o HIV.

A equipe diz que a descoberta é “incrível” e que vai começar os testes em humanos em breve. Consultados pela BBC, cientistas independentes – não ligados ao instituto – também se entusiasmaram com os resultados do teste.

DNA

A técnica usa terapia genética para introduzir uma nova seção de DNA dentro das células musculares saudáveis.

Nessa parte de DNA há tipos de "instruções" para a criação de ferramentas para neutralizar o HIV, que então é bombardeado para fora da corrente sanguínea.

Nos testes, os macacos ficaram protegidos contra todos os tipos de HIV durante ao menos 34 semanas.

Como os macacos também desenvolveram proteção diante de altas doses do vírus, isso também pode ajudar pacientes que já tenham HIV, de acordo com os cientistas.

"Estamos mais perto de uma proteção universal (contra o HIV) do que qualquer outra abordagem feita por outras vacinas", disse o cientista Michael Farzan, um dos líderes do estudo. "Mas ainda temos muitos obstáculos, especialmente em como fazer uma vacina segura para ser aplicada em um grande número de pessoas."

Isso porque em uma vacinação convencional, o sistema imunológico responde apenas depois de estar diante de uma ameaça.

Já nesta abordagem, a terapia genética transforma células em fábricas que expelem constantemente "matadores de HIV" – e as implicações a longo prazo disso são desconhecidas.

Apesar dos entraves, cientistas de outras instituições comemoraram os resultados.

“Essa pesquisa é bastante inovadora e é uma promessa que nos leva em duas importantes direções: obter uma proteção a longo prazo contra o HIV e colocar o vírus em remissão, no caso de pessoas já infectadas", disse o pesquisador Anthony Fauci, do National Institutes of Health, dos EUA.

Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Transtornos de ansiedade e envelhecimento celular acelerado, dados publicados pelo The British Journal of Psychiatry

Os transtornos de ansiedade aumentam o risco de aparecimento de várias doenças somáticas relacionadas ao envelhecimento, o que pode ser a consequência do envelhecimento celular acelerado.

Para examinar a associação entre o estado de ansiedade e o comprimento dos telômeros de leucócitos (LTL) como um indicador de envelhecimento celular foi realizado um estudo publicado pelo The British Journal of Psychiatry.

Os telômeros são complexos especializados de DNA que ficam nas extremidades dos cromossomos e que encurtam com a idade. Eles são considerados um indicador de envelhecimento celular.

Os transtornos de ansiedade incluíram o transtorno de ansiedade generalizada, fobia social, agorafobia e transtorno de pânico com e sem agorafobia.

Os dados são de indivíduos com transtorno de ansiedade atual (n=1.283) ou passado (n=459), e os controles (n=582) sem transtorno psiquiátrico, que fizeram parte do estudo holandês Netherlands Study of Depression and Anxiety. A idade média dos participantes foi de 41,7 anos, sendo 66% deles mulheres. Foram determinados os diagnósticos de ansiedade (DSM-IV) e as características clínicas por entrevistas psiquiátricas estruturadas e questionários de autorrelato; o LTL foi avaliado por meio da reação em cadeia da polimerase quantitativa e convertido em pares de bases (pb).

Os pacientes no grupo com ansiedade atual (bp=5.431) tiveram TLT significativamente menor em comparação com o grupo controle (bp=5.506, P=0,01) e com o grupo com ansiedade no passado (bp=5.499, P=0,03) na análise ajustada para características sociodemográficas, de saúde e de estilo de vida. O grupo com ansiedade no passado não diferiu do grupo controle (P=0,84). No entanto, o tempo desde a remissão da ansiedade foi positivamente relacionado ao LTL. Além disso, os escores de gravidade de ansiedade foram associados ao LTL em toda a amostra, de acordo com uma associação de dose-resposta.

Concluiu-se que os pacientes com transtorno de ansiedade atual - mas não passado - apresentaram menor comprimento dos telômeros, o que sugere um processo de envelhecimento celular acelerado, que em parte pode ser reversível após a remissão do quadro clínico.

Fonte: The British Journal of Psychiatry, publicação online, de 5 de fevereiro de 2015 - NEWS.MED.BR, 2015.

Maconha mais potente triplica risco de psicose, diz estudo

BBC

O uso de 'skunk' - um tipo de maconha mais forte - triplica o risco de psicose, segundo estudo de uma universidade britânica.

Cientistas do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King's College de Londres apontaram também que o risco de psicose é cinco vezes maior entre usuários diários de maconha do que entre pessoas que não consomem a droga.

Por outro lado, o uso de haxixe, uma forma mais branda da maconha, não aumenta o risco de psicose, disse o estudo, que acompanhou 780 pessoas.

A psicose refere-se a delírios ou alucinações que podem estar presentes em certas condições psiquiátricas, como esquizofrenia e transtorno bipolar.

"Em comparação com aqueles que nunca tinham experimentado maconha, usuários de maconha do tipo 'skunk', mais potente, tiveram um risco três vezes maior de psicose", disse Marta Di Forti, coordenadora da pesquisa.

"O risco de psicose em usuários de maconha depende da frequência do uso e da potência da droga."

O 'skunk' contém mais THC (tetrahidrocanabinol) do que outras variações dacannabis, principal ingrediente psicoativo da maconha. Já o haxixe contém quantidades substanciais de outro produto químico chamado canabidiol, ou CBD.

Pesquisas sugerem que o CBD pode agir como um antídoto para o THC, contra-atacando os efeitos colaterais psicóticos.

'Salvando usuários'

Robin Murray, professor de pesquisa psiquiátrica do King's College, disse que "o trabalho sugere que poderíamos evitar quase um quarto dos casos de psicose se ninguém fumasse cannabis de alta potência".

"Isso pode salvar pacientes jovens e economizar dinheiro do sistema de saúde."

Marta Di Forti pediu que seja adotada uma "clara mensagem pública" sobre os riscos da maconha mais forte. Ela também sugeriu que os médicos perguntem aos seus pacientes sobre seus hábitos de uso da droga, como já acontece no caso do álcool e tabaco.

A pesquisa foi realizada ao longo de vários anos e comparou 410 pacientes com idades entre 18 e 65 anos, que relataram um primeiro episódio de psicose num hospital psiquiátrico do sul de Londres, com 370 participantes saudáveis na mesma faixa etária e da mesma área de Londres.

O relatório será divulgado nesta semana na publicação científica The Lancet Psychiatry.

Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

De onde vem a maldade?

Se você tivesse a chance de colocar um punhado de insetos inofensivos dentro de uma máquina trituradora, iria gostar da experiência? E que tal assustar um desconhecido com um barulho alto e insuportável?

Esses são alguns dos testes realizados pelo psicólogo Delroy Paulhus na tentativa de entender as personalidades "nefastas" que andam por aí.

Ele basicamente quer responder a uma pergunta que muitos de nós já fizemos: por que algumas pessoas têm prazer em serem cruéis? Não aquelas classificadas como psicopatas ou condenadas por crimes violentos, mas especificamente os bullies das escolas, os trolls da internet e até membros da sociedade tidos como respeitáveis, como políticos e policiais.

Segundo Paulhus, é muito fácil tirar conclusões rápidas e simplistas sobre esse tipo de indivíduo. "Temos uma tendência a querer simplificar o mundo dividindo as pessoas entre as boas e as más", afirma o psicólogo, professor da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá.

Mas, segundo ele, existe uma "taxonomia" para os diferentes tipos de maldade encontradas no dia-a-dia.

'Tríade do Mal'

O interesse de Paulhus começou com os narcisistas – indivíduos incrivelmente egoístas e vaidosos que atacam os outros para defender sua própria autoestima.

Há pouco mais de uma década, um aluno seu, Kevin Williams, sugeriu que explorassem a possibilidade de essas tendências ao egocentrismo estarem ligadas a duas outras características desagradáveis: o maquiavelismo (uma manipulação fria) e a psicopatia (uma insensibilidade aguda e indiferença ao sentimento dos outros).

Juntos, os dois cientistas descobriram que os três traços eram bastante independentes, apesar de às vezes coincidirem, formando uma "Tríade do Mal".

A honestidade dos voluntários nos testes de Paulhus o surpreendeu. Ele percebeu que os participantes que concordavam com frases como "Gosto de provocar pessoas mais vulneráveis" ou "Não é uma boa ideia me contarem segredos" geralmente se abriam sem pudor e tinham passado por alguma experiência de bullying, na adolescência ou na vida adulta.

Essas pessoas também apresentaram uma tendência maior a serem infiéis a seus parceiros e a trapacear em exames.

Paulhus notou ainda que essas características não apareciam em um primeiro contato frente a frente com o voluntário. "Essas pessoas estão lidando com a sociedade cotidianamente, por isso têm autocontrole suficiente para não se meterem em confusão. Mas uma coisa ou outra em seu comportamento acaba chamando a atenção", afirma o psicólogo.

Malvado por natureza

Daniel Craig em filmagem de 'Spectre'Quando Paulhus começou a examinar a fundo essas mentes macabras, outras perguntas foram surgindo. Por exemplo, será que as pessoas nascem malvadas?

Estudos que comparam gêmeos idênticos e não-idênticos sugerem que existe um componente genético relativamente grande para o narcisismo e a psicopatia, enquanto o maquiavelismo parece ser mais influenciado pelo ambiente.

Mas o fato de herdarmos alguns desses traços não nos isenta de responsabilidades. "Não acredito que uma pessoa nasça com genes de psicopata e que nada possa ser feito para que isso não se desenvolva", afirma Minna Lyons, da Universidade de Liverpool, na Grã-Bretanha.

Basta olhar para os anti-heróis da cultura pop – James Bond, Don Draper (do seriado Mad Man) e Jordan Belfort (o protagonista de O Lobo de Wall Street) – para perceber que personalidades sinistras são bastante sedutoras, uma descoberta sustentada por outros estudos científicos.

Lyons e sua equipe descobriram ainda que indivíduos notívagos tendem a apresentar mais características ligadas à maldade. Eles se arriscam mais, são mais manipulativos e tendem a explorar outras pessoas.

Isso pode fazer sentido se pensarmos na evolução humana: talvez as pessoas com uma personalidade hermética tinham mais chances de roubar e ter relações ilícitas enquanto os demais dormiam, então acabaram evoluindo para serem criaturas da noite.

Cantos obscuros

Recentemente, Paulhus começou a examinar mais profundamente as partes mais sombrias da psique humana. "Preparamos questionários com perguntas mais extremas e descobrimos que alguns voluntários facilmente admitiam já ter causado dor em outras pessoas apenas por prazer", conta.

Para ele, essa tendência não é apenas um mero reflexo do narcisismo, da psicopatia ou do maquiavelismo, mas sim uma subespécie de maldade, à qual deu o nome de "sadismo cotidiano".

O "triturador de insetos" propiciou a Paulhus e seus colegas entender se aquilo se tratava de um comportamento verdadeiro. Sem que os participantes soubessem, a máquina foi adaptada para dar aos insetos uma saída, mas ainda assim produzia sons arrepiantes que imitavam o ruído dos animais sendo esmagados.

Algumas pessoas eram tão sensíveis que se recusavam a participar da experiência, enquanto outras demonstraram ter prazer na tarefa. "Esses indivíduos foram os que marcaram mais pontos no meu questionário sobre sadismo cotidiano", afirma Paulhus.

Caça aos trolls

Paulhus acredita que esse comportamento é semelhante ao dos chamados trolls da internet. "Eles são a versão online do sadista cotidiano porque passam um bom tempo procurando pessoas para atacar".

Um pesquisa anônima com indivíduos que deixam comentários com teor de trolagem na rede concluiu que eles são os que marcam mais pontos nos testes de personalidade cruel e têm o prazer como sua principal motivação.

Os estudos de Paulhus chamaram a atenção da polícia e de agências militares, que querem trabalhar com ele para investigar por que algumas pessoas abusam de suas posições.

"A preocupação dessas forças é que alguns indivíduos escolham empregos junto a elas por acreditarem que terão um mandado para infligir dor em outros", explica o psicólogo. Se for assim, poderiam ser criados testes que filtrariam e eliminariam candidatos com uma personalidade mais sombria.

Paulhus também está animado com os resultados de novas pesquisas sobre "maquiavelismo moral" ou "narcisismo comunitário" – pessoas com algumas características macabras mas que as usam para algo positivo.

Ele lembra que pessoas com essa personalidade em geral têm mais iniciativa e autoconfiança para realizar o que desejam. "Até Madre Teresa de Calcutá tinha um lado mais frio", diz o psicólogo. "Afinal, você não vai ajudar o mundo ficando bonzinho em casa."

Fonte:BBC Future