sábado, 29 de junho de 2013

Estudos questionam segurança de novas drogas para diabetes

Sucesso de vendas e com alto custo, os remédios contra o diabetes tipo 2 com base no hormônio GLP-1, os "primos do Victoza", são o xodó da indústria farmacêutica. Por seu potencial emagrecedor e por causar baixa incidência de hipoglicemia, esses medicamentos também ganharam a preferência de endocrinologistas.

Agora, com o uso continuado dos primeiros medicamentos dessa classe por uma quantidade grande de pacientes, começaram a surgir trabalhos científicos indicando risco aumentado para pancreatite e alguns cânceres.

O GLP-1 é um hormônio produzido normalmente pelo organismo que favorece a liberação da insulina e contribui para a sensação de saciedade. Esses novos remédios, grosso modo, usam hormônios similares ao GLP-1 para turbinar esses efeitos.

De acordo com autores de artigos que questionam a segurança dos medicamentos, seus efeitos potencialmente perigosos foram omitidos dos testes clínicos apresentados pelas farmacêuticas.

"As partes individuais de evidências não publicadas podem parecer inconclusivas, mas, quando consideradas com outras evidências emergentes ou já antigas, um quadro preocupante surge" disse Deborah Cohen, diretora de investigação do "British Medical Journal", que publicou um extenso material sobre o assunto neste mês.

O assunto foi debatido na reunião científica da ADA (Associação Americana do Diabetes), que terminou nesta semana em Chicago (EUA).

DEFESA

As farmacêuticas negam que tenha havido omissões e endocrinologistas saíram em defesa dos produtos, considerando que os dados ainda não são conclusivos.

"O paciente com diabetes tem maior propensão a desenvolver pancreatite e alguns cânceres. Os resultados não conseguiram provar uma relação de causalidade entre as drogas e esses problemas", disse o endocrinologista Freddy Eliaschewitz, diretor do CPClin (Centro de Pesquisas Clínicas), de São Paulo.

Marcos Tambascia, endocrinologista e professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), concorda com o colega e destaca que as novas drogas têm recebido atenção por obter perda de peso.

Esse efeito fez com que muita gente que não tem diabetes usasse o remédio como emagrecedor, o chamado uso "off label" (fora da bula).

"É muito arriscado. Não há testes que confirmem a segurança ou possíveis efeitos colaterais. Não é nem possível calcular a dose adequada", disse Eliaschewitz.

O diabetes tipo 2, diretamente relacionado à obesidade, é uma epidemia mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 347 milhões de pessoas têm o problema.

Devido ao alto custo --cerca de R$ 400 por mês, enquanto que a terapia-padrão, a metformina, é distribuída gratuitamente no país-- e à quantidade cada vez maior de potenciais usuários, essas drogas vêm recebendo investimentos da indústria.

O Victoza (liraglutida), o primeiro a ficar "famoso", e o Byetta (exosenatida) já são vendidos no Brasil. A Sanofi espera trazer sua versão, o Lyxumia (lixisenatida), já aprovado na Europa e na Austrália, no início do ano que vem.

A albiglutida, da GSK, e a dulaglutida, da Eli Lilly, mostraram bons resultados em estudos com versões para serem injetadas só uma vez por semana. Os demais são de dose diária, exceto o Byetta, usado duas vezes ao dia.

Fonte: Folha de São Paulo

Governo vai anunciar vacinação contra HPV na rede pública

O Ministério da Saúde vai anunciar, na segunda-feira, a inclusão da vacina contra o HPV (papilomavírus humano) no calendário público.

Esse vírus está ligado a diversos tipos de câncer --de útero principalmente, mas ainda o anal e de garganta, entre outros-- e ao aparecimento de verrugas genitais.

O contato íntimo já permite a transmissão do vírus, não sendo necessária para tanto uma relação sexual.

Duas vacinas disputam o anúncio: a quadrivalente (da americana MSD) e a bivalente (da inglesa GSK). As duas oferecem proteção contra os dois tipos de vírus mais frequentemente relacionados ao câncer do colo do útero. A da MSD também oferece proteção contra verrugas genitais.

A ideia é que a empresa escolhida faça transferência de tecnologia para um laboratório público nacional --Instituto Butantan ou Fiocruz.

O modelo a ser adotado não foi detalhado pelo ministério. A proposta que vinha sendo estudada no último ano era oferecer a vacina para meninas com idades próximas à faixa dos dez anos, para garantir que estejam imunizadas antes do início de qualquer atividade sexual.

A estratégia de vacinação que vinha sendo defendida era aproximar as escolas dos postos de saúde, garantindo que o esclarecimento sobre a nova vacina a professores, alunos e familiares, e a oferta no posto de saúde.

O governo quer garantir que seja passado o seguinte recado: a vacinação contra o HPV não descarta a necessidade da realização periódica do exame ginecológico.

Enquanto o governo federal discutia a inclusão da vacina, alguns governos locais passaram a oferecê-la por contra própria, caso do Distrito Federal.

Nesta semana, a pedido da GSK, a Anvisa ampliou a indicação etária da vacina contra o HPV para meninas acima de nove anos -o limite até então era de dez a 25 anos.

Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Consumo de cocaína no Brasil dobrou em seis anos, diz ONU

O consumo de cocaína dobrou no Brasil no prazo de seis anos, enquanto em outras partes do mundo o uso dessa substância está caindo, afirma o Relatório Mundial sobre Drogas 2013 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), divulgado nesta quarta-feira.

AP: generic coceine useSegundo a agência da ONU, o consumo de cocaína no Brasil aumentou "substancialmente" e atingiu 1,75% da população com idade entre 15 e 64 anos em 2011 - ante 0,7% da população em 2005.

Os dois principais mercados para a cocaína, a América do Norte e a Europa, registraram uma diminuição no consumo da droga entre 2010 e 2011, diz o relatório. A redução é de 0,1 ponto percentual nessas regiões.

Na América do Sul o uso de cocaína, que atinge 1,3% da população, também diminuiu ou se manteve estável em muitos países, afirma a UNODC.

Mas no Brasil "houve um aumento substancial que é óbvio o suficiente para refletir-se na taxa de prevalência regional em 2011", afirma a ONU.

"Esse crescimento no Brasil pode ser atribuído em parte ao aumento da preferência pelo uso da cocaína especialmente por jovens de centros urbanos, como também à maior disponibilidade da droga ligada ao aumento do tráfico via os países do Cone Sul", disse à assessoria de imprensa da UNODC à BBC Brasil.

Perigo dos 'euforizantes'

O relatório sobre drogas também revela que o número de Novas Substâncias Psicoativas (NSP), vendidas legalmente como "euforizantes", aumentou em mais de 50% em apenas dois anos e meio e se tornou um "problema alarmante".

O total dessas Novas Substâncias Psicoativas (ou Novos Produtos de Síntese) passou de 166 no final de 2009 para 251 em meados de 2012, ultrapassando pela primeira vez o número de substâncias sob controle internacional, que é de 234.

Essas novas "drogas de síntese" ou "euforizantes legais", vendidos geralmente pela internet, "estão se proliferando em um ritmo sem precedentes e criando desafios jamais vistos em termos de saúde pública", diz a UNODC.

Segundo a agência da ONU, países em quase todas as regiões do mundo, incluindo o Brasil, identificaram o surgimento dessas novas substâncias.

"As NSP também avançaram na América Latina, apesar de o consumo nessa região ser inferior ao registrado na América do Norte ou na Europa", afirma o relatório.

As NSP identificadas na América Latina incluem a quetamina (anestésico para animais) e substâncias à base de plantas, como a Salvia Divinorum(ou "erva divina", uma espécie de sálvia que provoca efeitos alucinógenos, proibida no Brasil no ano passado).

Os Estados Unidos são o país que reúne o maior número de NSP: 158 foram identificadas no ano passado, mais do que o dobro do registrado na União Europeia, onde o consumo se concentra na Grã-Bretanha, Polônia, França, Alemanha e Espanha.

De acordo com a agência da ONU, as NSP, vendidas livremente e que não sofreram testes de controle, "podem ser muito mais perigosas do que as drogas tradicionais".

"Elas são vendidos como euforizantes legais, termo que permite subentender que seu consumo não é nocivo, mas a realidade é diferente", diz o estudo.

"Para enganar as autoridades, os fornecedores recorrem a métodos de vendas e publicidades agressivas e dão às substâncias nomes de produtos do cotidiano relativamente inofensivos, como sais de banho, incensos de plantas e miau-miau."

Para a UNODC, isso induz os jovens a pensar "que eles podem se divertir com poucos riscos".

"A infinidade de novas substâncias psicoativas e a velocidade com a qual elas têm surgido em todas as regiões do mundo são uma das tendências mais marcantes nos mercados de drogas nos últimos cinco anos", diz o relatório.

 

Remédios

Outro problema apontado pelo estudo é o abuso de remédios com receita médica, geralmente associados com substâncias ilegais, que "continua problemático".

"O uso indevido de sedativos e tranquilizantes é particularmente preocupante, considerando-se que mais de 60% dos países analisados no relatório indicam que esses remédios fazem parte dos três tipos de substâncias consumidas com maior frequência", afirma a UNODC.

O relatório ressalta ainda que, de maneira geral, o consumo de drogas no mundo se manteve estável em 2012.

"O aumento do número estimado de usuários é atribuído, em grande parte, ao crescimento da população mundial", diz o relatório.

Fonte: BBC Brasil

'Vacina às avessas' é testada para tratar diabetes tipo 1

Em busca de uma nova arma contra o diabetes tipo 1, forma da doença que costuma afetar crianças e adolescentes, cientistas da Holanda e dos EUA desenvolveram uma espécie de vacina às avessas, projetada para amansar o sistema de defesa do organismo.

A estratégia faz sentido porque essa forma de diabetes surge quando o corpo do próprio paciente se volta contra ele, destruindo as células do pâncreas que produzem o hormônio insulina.

Com cada vez menos insulina em seu organismo, o paciente se torna incapaz de controlar os níveis de açúcar no sangue, o que pode levá-lo à morte se ele não repuser o hormônio com frequência.

A nova abordagem conseguiu impedir que o pâncreas dos pacientes sofresse mais danos e, em alguns casos, parece ter feito com que o organismo deles aumentasse sua produção natural de insulina. Além disso, as células de defesa que estavam atacando as "fábricas" do hormônio passaram a sumir.

Esses efeitos positivos acabaram passando três meses depois das 12 semanas de tratamento experimental, mas os autores da pesquisa pretendem verificar se é possível obter efeitos mais duradouros com um tempo maior de terapia.

DNA

O estudo, coordenado por Bart Roep, da Universidade de Leiden, na Holanda, está na edição desta semana da revista especializada "Science Translational Medicine".

Em essência, o que os pesquisadores criaram é uma vacina de DNA "ao contrário".

Grosso modo, vacinas funcionam apresentando ao sistema imunológico (de defesa) um exemplo do inimigo que ele precisa enfrentar (como bactérias enfraquecidas ou fragmentos de um vírus).

Com base nessa pista, o sistema de defesa se prepara, fabricando anticorpos ou células para atacar tal adversário.

No diabetes tipo 1, esse sistema falha, e um dos erros é que certas células de defesa, os linfócitos T CD8, põem-se a destruir as células produtoras de insulina do pâncreas. A intenção dos pesquisadores era aumentar a tolerância do sistema imune dos doentes à insulina e evitar esse ataque suicida.

"Imagine um pit bull ou outro cão bravo. Se ele for criado comigo desde pequeno, perco o medo", compara o médico Carlos Eduardo Couri, especialista em diabetes da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

Para conseguir isso, Roep e companhia injetaram, num grupo de 80 pacientes, um fragmento sintético de DNA, no qual havia o gene que contém a receita para a produção da proinsulina (matéria-prima da insulina).

Eles alteraram ligeiramente as "letras" químicas dessa receita, no entanto, de modo que o sistema imune encarasse de forma mais calma a molécula. Deu certo, ao menos temporarivamente.

Couri lembra que a técnica apresenta limitações.

"Os pacientes em geral são diagnosticados quando o pâncreas já perdeu entre 70% e 80% da capacidade."

O pesquisador da USP aponta também que em nenhum momento os pacientes do estudo internacional puderam dispensar o uso da insulina. "Tudo isso leva a gente a crer que é preciso ser muito mais agressivo para conseguir um avanço real."

Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 25 de junho de 2013

Centrais sindicais vão fazer greve geral

Líderes terão encontro com presidente Dilma na quarta, 26, para reforçarem pauta trabalhista - Epitacio Pessoa/AEAs centrais sindicais marcaram para o dia 11 de julho uma greve geral em todo o País, numa onda de mobilização batizada pela categoria como "Dia de Luta". O motivo será pressionar a presidente Dilma Rousseff a dar mais atenção à pauta trabalhista entregue ao governo em março deste ano. A decisão foi tomada durante uma reunião realizada nesta terça-feira, 25, com as lideranças dos sindicatos em São Paulo.

A onda de paralisações é vista pelos sindicalistas como um preparativo para uma grande marcha prevista para agosto, em Brasília, e cuja data ainda vai ser discutida pela classe.

"Queremos o cumprimento dessa pauta histórica da categoria, que está nas mãos da presidente desde antes de ela ter sido eleita e que infelizmente ela não cumpriu", afirmou o deputado Paulinho da Força, presidente da Força Sindical.

Os sindicalistas vão se reunir na manhã de quarta-feira, 26, com a presidente Dilma, em Brasília, para reforçar as principais reivindicações da categoria que estão na pauta. São basicamente seis pontos que vão ser reforçados: maior investimento em saúde e educação; aumento de salários; redução de jornadas de trabalho; apoio à reforma agrária; fim do fator previdenciário e transporte público de qualidade.

No encontro, a presidente Dilma foi elogiada por alguns líderes sindicais pela proposta que ela fez na segunda de um plebiscito que autoriza a instauração de uma Assembleia Constituinte para fazer a reforma política. Um deles foi o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT) Vagner Freitas, que negou que o anúncio de Dilma faça com que a classe não vá "com a faca nos dentes" no encontro desta quarta.

"A CUT sempre teve a faca entre os dentes. O que acho importante nessa questão do plebiscito é que precisamos aprofundar esse debate. Ele é contraditório e tem algumas falhas", afirmou Freitas.

Fonte: Estadão

domingo, 23 de junho de 2013

A revolta do gás lacrimogêneo (em sete capítulos)

As semanas que mudariam a história da política brasileira começaram com um protesto desinteressante. Os outros atos se sucederam com novidades: jovens dispostos a resistir à PM, arregimentados em redes sociais, lidando com o despreparo das autoridades

1º PROTESTO (quinta-feira, dia 6): Eram só cerca de 150 meninos do Movimento Passe Livre (MPL) e estudantes ligados ao PSOL e PSTU em frente à Prefeitura. Eles já haviam feito manifestações semelhantes em outros anos. Sem novidades.

Eles estavam na calçada, não atrapalhavam o trânsito e cantavam, em uníssono: "mãos para o alto, 3,20 é um assalto". Nada indicava que haveria surpresas. A manifestação deveria virar uma nota no jornal do dia seguinte.

Mas a PM decidiu agir. Por excesso de zelo - talvez um erro histórico -, passou a lançar bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra os jovens. Os manifestantes fugiram e foram seguidos até o Vale do Anhangabaú, entre a neblina do gás tóxico.

Começaria a ousada tática dos manifestantes de reagir via barricadas e interrupção do trânsito na hora do rush. Primeiro foram as Avenidas 23 de Maio e 9 de Julho. Depois, eles correram para a Avenida Paulista e se sentaram em frente ao Masp. A Tropa de Choque entrou em ação. Mesmo sem que houvesse tempo para perceber, algo novo e histórico estava acontecendo.

2º PROTESTO (sexta-feira, dia 7): No dia seguinte, os holofotes da imprensa já haviam se voltado para os jovens do MPL e dos partidos de esquerda. Eles se concentrariam no Largo da Batata - 5 mil pessoas compareceram ao ato. A combinação do grupo com a PM era encerrar na Avenida Eusébio Matoso, mas os jovens se dirigiram à Marginal do Pinheiros e interromperam o trânsito no rush antes do feriado. Em piada infeliz, um promotor pediu à PM que atirasse nos manifestantes.

A Tropa de Choque veio novamente com bombas de gás para liberar a pista. O comandante do Choque, coronel César Morelli, era o mesmo que havia abusado das bombas de gás um ano antes, no Pinheirinho, em São José dos Campos. A neblina tóxica não assustou os jovens, que passaram a correr da PM, a se concentrar em novos pontos e a interromper novas vias com barricadas. A ousadia do grupo causou perplexidade. A PM estava perdida.

3º PROTESTO (terça-feira, dia 11): A terça-feira da semana seguinte seria o dia da demonstração de força na Avenida Paulista. As redes sociais começavam a mostrar seu potencial. No terceiro protesto, os jovens e adolescentes que não tivessem em sua timeline do Facebook uma foto na passeata estariam cometendo suicídio social. Seriam os fracassados da escola. Doze mil pessoas compareceram.

A passeata começou de forma festiva na Consolação e não dispersou mesmo com o temporal. A PM acompanhava o cortejo de perto, sem provocar problemas. A situação só mudou de figura quando o grupo chegou ao terminal de ônibus D. Pedro II. Os manifestantes quiseram entrar, mas foram impedidos pela Tropa de Choque. Houve tentativa de negociação, mas novamente as bombas de gás foram o argumento usado pela PM para botar os jovens para correr.

Na subida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, outra novidade surgiria. Jovens com afinidades anarquistas, boa parte deles pertencente a grupos de pichação que praticam cotidianamente a desobediência civil, os chamados Black Blocks, a "tropa de choque" dos protestos, subiram em direção à Paulista, quebrando agências bancárias, ônibus e pichando prédios públicos. O despreparo da PM se revelou novamente. Soldados quase foram linchados, em fotos que repercutiram nos jornais. Havia um clima de basta no ar. E os manifestantes persistiriam.

4º PROTESTO (quinta-feira, dia 13): O quarto dia de protestos deve ser apontado como o capítulo decisivo da novela. A população já parecia cansada de ser atrapalhada e havia no ar um clima de apoio a ações mais enérgicas da PM. Os policiais foram para as ruas dispostos a manter a Avenida Paulista livre. Cerca de 5 mil pessoas compareceram. PMs e estudantes combinaram que o ato se dispersaria na Praça Roosevelt.

Só que, na Consolação com a Rua Maria Antônia, a passeata insistiu em seguir em direção à Paulista. Cerca de mil policiais estavam preparados para impedir. As bombas começaram a ser lançadas. Na pista da Consolação sentido centro, carros parados foram bombardeados, juntamente com os manifestantes. Bombas e balas de borracha foram disparadas sem constrangimento. Policiais atiravam mesmo quando eram flagrados pelas câmeras de jornais e televisão. Jornalistas ficaram feridos, além de mais de cem manifestantes. A covardia e os excessos policiais, mostrados insistentemente na internet e nas TVs, viraram o jogo. Os jovens do MPL começavam a conquistar, junto com sua geração, um lugar na história.

5º PROTESTO (segunda-feira, dia 17): Quarenta e cinco anos depois, São Paulo parecia reviver ares dos protestos de 1968 na quinta passeata. Perto de 100 mil pessoas foram às ruas, partindo do Largo da Batata rumo à Faria Lima. O Facebook havia se tornado praticamente monotemático. A incapacidade da PM para lidar com a novidade política que surgia havia sido escancarada pelos jovens. O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, sentiu o peso da opinião pública e determinou que os policiais do Choque só agiriam se fosse extremamente necessário.

Ondas de manifestantes se dividiram por três caminhos. Um grupo foi para a Ponte Estaiada, outro para a Paulista e um terceiro, mais radical, foi atacar o Palácio dos Bandeirantes. Depois de tanta desconfiança nos políticos, os jovens bem articulados do MPL tornavam-se a mais agradável surpresa do cenário recente.

Não se reclamava mais do trânsito nem dos protestos. A imprensa havia abraçado a causa. O comentarista Arnaldo Jabor, depois de criticar o movimento no início dos protestos, se desculpou e admitiu o erro. O Brasil parecia mudado, como se uma ficha gigante houvesse caído em algum momento.

6º PROTESTO (terça-feira, dia 18): Apesar do sucesso de público das passeatas, os políticos se mantinham irredutíveis até o sexto manifesto e não reduziam a tarifa. Foi quando os anarquistas dos Black Blocks decidiram entrar em ação. Quando todos esperavam mais uma passeata tranquila, com 30 mil pessoas, São Paulo viveu três horas de caos na mão de 300 jovens. O prédio da Prefeitura, o Teatro Municipal e o monumento da Praça do Patriarca foram pichados; 20 lojas, destruídas e saqueadas. A PM não agiu. Manifestantes foram para a frente da casa do prefeito Fernando Haddad. A violência assustou os políticos, que pareciam ter perdido o controle da situação. E, estavam, de fato.

7º PROTESTO (quinta-feira, dia 20): A estratégia da violência deu resultados. Prefeito e governador revogaram os aumentos. Na sétima passeata, 100 mil pessoas foram à Avenida Paulista com demandas diversas. As ruas haviam mostrado sua força. O PT, percebendo os riscos políticos de ter sido colocado ao lado dos antigos opositores, tentou se mostrar como aliado do movimento. Militantes corajosos deram a cara à tapa na passeata. E acabaram sendo agredidos por parte da população. Os protestos e seus métodos haviam se espalhado pelas outras capitais. Barricadas e depredações viraram uma forma de pressão. O Brasil, mesmo sem saber para onde segue, pode nunca mais ser o mesmo.

Fonte: ESTADÃO

PF investiga uso de verba pública pelo Atlético-MG

Time sensação do país, o Atlético-MG é investigado pela Polícia Federal por suspeita de irregularidade na utilização de verba obtida pela Lei de Incentivo ao Esporte.

A PF de Minas apura denúncias de que o clube teria feito contratação irregular para compra de equipamentos de musculação em 2009, já durante a gestão do atual presidente, Alexandre Kalil.

O inquérito já teve desdobramentos. O Ministério do Esporte impediu o clube de requisitar benefícios por intermédio da lei de incentivo.

Em 2007, o Ministério do Esporte aprovou projeto solicitado pelo Atlético, então presidido por Ziza Valadares, e pelo qual captou R$ 5 milhões com BMG, Fiat e Cemig.

Do repasse, o clube teria usado quase R$ 4 milhões entre 2007 e o fim de 2008. Sob pretexto de modernizar seu departamento profissional abriu, à época, concorrência para fornecimento de equipamentos de musculação.

O clube teria descartado orçamentos mais baratos apresentados pelas tradicionais Life Fitness e Reebok e preferido proposta da Áquila Fitness, que mostrou orçamento de R$ 510,3 mil.

Também uma empresa que nem teria participado da licitação, a Technofitness, emitiu duas notas fiscais de venda ao clube e foi paga.

O valor apresentado no orçamento da Áquila, de acordo com a denúncia, foi "pago" com cheques da conta aberta pelo ministério no BB (que é procedimento padrão) em dezembro de 2007 --um de R$ 70 mil, nominal à Áquila, e um outro de R$ 440 mil, destinado à Technofitness.

As notas emitidas pela Technofitness são quase sequenciais, de número 1 e 3, e no documento consta um endereço diferente do comunicado no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).

Enquanto a investigação está em andamento, a Coordenação Geral de Prestação de Contas do Ministério do Esporte, de forma preventiva, bloqueou o clube para apresentação de projetos por meio de lei de incentivo fiscal.

Neste ano, Kalil ganhou notoriedade ao se aliar à cúpula da CBF e atacar a pasta do Esporte. Alfinetou o ministro Aldo Rebelo ao afirmar que quem está à frente do ministério "não é do ramo".

Em campo, o Atlético passa por bom momento. O campeão mineiro tem atraído atenções pela boa campanha na Libertadores, pela qual pega o Newell's Old Boys, em julho.

OUTRO LADO

O Atlético-MG, via sua assessoria de imprensa, foi sucinto ao comentar o caso.

O texto isenta o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, de responsabilidades ao argumentar que "os referidos convênios já haviam sido firmados quando a atual administração assumiu o clube, em novembro de 2008".

E alegou estar colaborando com a Justiça: "Todas as informações e documentos solicitados pelas autoridades já foram encaminhados".

A reportagem tentou falar com Ziza Valadares, líder do Atlético-MG à época em que o convênio foi fechado.

O Sindicato do Futebol não tem seu número. Eduardo Maluf, dirigente em sua gestão, disse não ter seu telefone. A secretária do Atlético-MG orientou que o conselho deliberativo do clube fosse procurado. Um funcionário do conselho sugeriu que fosse contatada a Copasa, mas a firma informou que ele não trabalha mais lá.

ENTENDA A investigação da Polícia Federal

Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 22 de junho de 2013

Brasil 4 x 2 Itália

Contra bloqueio, tripulantes voam de avião de Congonhas a Cumbica

Com dificuldade para fazer com que seus funcionários chegassem por terra a Guarulhos, as companhias aéreas TAM e Gol mandaram tripulantes para Cumbica em dois voos que partiram do aeroporto de Congonhas. No voo da TAM, foram cerca de 130 funcionários. No da Gol, 50.

Segundo a Infraero, sete voos sofreram atraso por problemas de acesso da tripulação.

O acesso a Cumbica foi prejudicado a partir das 16h30 por um protesto em frente aos terminais 1 e 2 do aeroporto, além de bloqueios nas rodovias Hélio Smidt e Presidente Dutra.

Por volta das 20h, a Polícia Militar chegou a estimar em 8.000 o número de manifestantes no local. Muitos gritavam palavras de ordem contra o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida, e reclamavam dos gastos com a Copa do Mundo de 2014.

Com o trânsito parado, muitos passageiros com voos marcados para a noite de ontem decidiram abandonar os carros e ir a pé até o aeroporto, arrastando malas e outros pertences pessoais. Para alguns, a caminhada começou já na alça de acesso da rodovia Ayrton Senna, num trajeto de quase nove quilômetros.

Foi o caso do advogado britânico Mark Smith, 39, que vive há quatro anos no Brasil. Com voo marcado para a meia-noite, ele começou a caminhar por volta das 21h e só chegou em Cumbica mais de duas horas depois.

Fonte: Folha de São Paulo

Diretor da TelexFree confirma que empresa foi notificada pela justiça

O diretor de Marketing da TelexFree, Carlos Costa, confirmou na noite desta sexta-feira, 21, em vídeo divulgado no site da empresa de MMN, que a Ympactus Comercial Ltda e seus representantes foram notificados oficialmente pela justiça do Acre e que “infelizmente” terão que obedecer a liminar da juíza da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, Thaís Queiroz Borges de Oliveira Abou Khalil, que determinou que a empresa ficassem proibida de realizar cadastros e pagamentos, até o julgamento final da ação principal, sob pena de multa diária de R$500.000,00 (quinhentos mil reais).

“Infelizmente hoje nós tivemos que cumprir a liminar que veio lá do Acre. Então, em várias parte de nosso site (www.telexfree.com), vocês vão encontrar o texto que a juíza na liminar determinou que fosse apresentando. Em várias partes de nosso site, como no cadastro, no cadastro de novos clientes, no seu banking office, transferências e pagamentos, nas recompras e nos anúncios, estarão com esse POP-UP, com esse aviso, com essa determinação da juíza”, destacou Costa, que afirmou ainda que a Telexfree cumpri tudo o que a lei determina.

O representante da TelexFree informou que os advogados estão trabalhando “pesado” no Acre para reverter a decisão da liminar e que na próxima segunda-feira os clientes da empresa podem ter “novidades”.

Na oportunidade, foi apresentado um documento onde consta que a empresa está assegurada. Segundo Carlos Costa, a empresa contratou o seguro Mapfre, uma das maiores seguradores do mundo, “para acabar de uma vez com a boataria, as especulações que envolvem a telexfree”.

TwitCasting

App TwitCasting no iPhone

Em tempos de protestos aí estar uma ferramenta legal para quem gosta de fazer transmissões ao vivo é o TwitCasting.

O TwitCasting permite montar um canal de TV pessoal na web e divulgá-lo no Twitter e no Facebook. Com ele, é possível captar imagens com a câmera do smartphone e compartilhá-las ao vivo internet. Em nosso teste, o app funcionou inclusive com conexão 3G, mas a qualidade das imagens é baixa nessa situação. O vídeo pode ser visto na web ou por meio de apps de visualização, disponíveis para Android e iOS.

 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Stroke: pequenas mudanças de estilo de vida podem ter grande impacto na redução do risco de acidente vascular cerebral (AVC)

Fazer pequenas mudanças de estilo de vida pode reduzir o risco de ter um acidente vascular cerebral, de acordo com um novo estudo da American Heart Association, publicado na revista Stroke.

Os pesquisadores avaliaram o risco de AVC usando o programa Life’s Simple 7, da American Heart Association, que inclui sete fatores de saúde cardiológica: ser ativo, controlar o colesterol, ter uma dieta saudável, controlar a pressão arterial, manter um peso corporal saudável, controlar a glicemia (açúcar no sangue) e não fumar. Observou-se que pequenas diferenças no estado de saúde foram associadas a grandes reduções no risco de acidente vascular cerebral, disse Mary Cushman, principal autora do estudo e professora de medicina na Universidade de Vermont, em Burlington.

Os pesquisadores dividiram os sete fatores de saúde cardiovascular em três categorias:

  • Inadequada: de zero a quatro pontos.
  • Média: de cinco a nove pontos.
  • Ideal: de dez a catorze pontos.

Os pesquisadores descobriram que cada aumento de um ponto em direção a uma melhor pontuação foi associado com um risco 8% menor de AVC.

Em comparação com aqueles com pontuação inadequada, as pessoas com melhores pontuações tiveram um risco 48% menor de acidente vascular cerebral e aqueles com pontuações médias tiveram um risco 27% menor de AVC.

A melhor pontuação foi associada a um risco de acidente vascular cerebral reduzido e similar em negros e brancos.

Cushman e colegas analisaram informações sobre 22.914 americanos negros e brancos, de 45 anos de idade ou mais, que estão participando de um estudo de base populacional em todo o país chamado de Reasons for Geographic and Racial Differences in Stroke (REGARDS). Os participantes foram acompanhados por cinco anos. Muitos dos participantes do estudo vivem na região sudeste dos Estados Unidos, onde as taxas de mortalidade por acidente vascular cerebral são as mais altas.

Durante o estudo, ocorreram 432 AVCs. Todos os sete fatores de saúde cardiovascular desempenharam um papel importante em predizer o risco de acidente vascular cerebral, mas ter a pressão arterial ideal é o mais importante indicador de risco de AVC, segundo informam os pesquisadores. Em comparação com aqueles com mau controle da pressão arterial, aqueles que tinham um controle ideal apresentavam risco 60% menor de acidente vascular cerebral no futuro.

Fonte: American Heart Association - NEWS.MED.BR, 2013.

Bazedoxifeno: medicamento usado para osteoporose pode ajudar a evitar o crescimento de células do câncer de mama, mesmo em tumores resistentes a medicamentos antiestrogênicos

O bazedoxifeno (Conbriza), um medicamento aprovado pelaEuropean Medicines Agency (EMA), na Europa, para tratar aosteoporose, demonstrou ajudar a impedir o crescimento de células do câncer de mama, mesmo em tumores que se tornaram resistentes às atuais terapias antiestrogênicas, de acordo com um estudo do Duke Cancer Institute.

Os resultados, apresentados no dia 15 junho de 2013, na reunião anual da Sociedade de Endocrinologia, em São Francisco, EUA, indicam que o bazedoxifeno não só evita que o estrogênio alimente o crescimento de células de câncer de mama, como também sinaliza a destruição do receptor de estrógeno. "Descobrimos que o bazedoxifeno se liga ao receptor de estrógeno e interfere na sua atividade, mas o que surpreendeu foi observar que ele também degrada o receptor deste hormônio e livra-se dele”, segundo informa o principal autor do estudo, Dr. Donald McDonnell, presidente do Departamento de Farmacologia e Biologia do Câncer do Duke Cancer Institute.

Em estudos com animais e com cultura de células, a droga inibiu o crescimento, tanto em células de câncer de mama dependente de estrogênio quanto em células que tinham desenvolvido resistência aos medicamentos antiestrogênicos tamoxifeno e/ou inibidores da aromatase, dois dos tipos mais utilizados de medicamentos para prevenir e tratar o câncer de mama dependente de estrógeno. Atualmente, se as células do câncer de mama desenvolvem resistência a estas terapias, os pacientes são geralmente tratados com agentes quimioterápicos tóxicos que têm efeitos colaterais significativos.

Bazedoxifeno é uma pílula que, tal como o tamoxifeno, pertence a uma classe de fármacos conhecidos como moduladores seletivos de receptores estrogênicos (SERMs). Sabe-se que estas drogas têm a capacidade de se comportarem como estrogênio em alguns tecidos, enquanto bloqueiam significativamente a ação do estrogênio em outros tecidos. Mas, ao contrário do tamoxifeno, o bazedoxifeno tem algumas das propriedades de um grupo mais recente de medicamentos, conhecidos como degradadores seletivos de receptores estrogênicos, ou SERDs, o que pode ter como alvo a destruição de receptores de estrogênio.

"Como a medicação remove o receptor de estrogênio como um alvo de degradação, é menos provável que a célula cancerosa desenvolva um mecanismo de resistência, pois você está removendo o alvo", explica Suzanne Wardell, pesquisadora do laboratório de McDonnell e também autora do estudo.

Muitos investigadores tinham concluído que uma vez que as células do câncer de mama desenvolvam resistência ao tamoxifeno, elas também seriam resistentes a todas as drogas que têm como alvo o receptor de estrogênio, explicou McDonnell. Mas, na presente pesquisa, foi descoberto que o receptor de estrogênio ainda é um bom alvo, mesmo depois que a resistência ao tamoxifeno se desenvolva.

Os investigadores testaram uma variedade de tipos de células de câncer de mama, incluindo células sensíveis ao tamoxifeno que são resistentes à droga lapatinibe, outra terapia alvo que é usada para tratar pacientes com câncer de mama avançado, que contêm o gene HER2 mutante. Já foi previamente demonstrado que essas células reativam a sinalização ao estrogênio de modo a adquirir resistência a drogas. Neste tipo de célula, o bazedoxifeno também inibiu o crescimento celular.

Paradoxalmente, no tecido ósseo, o bazedoxifeno imita a ação do estrogênio, ajudando a protegê-lo da destruição. Como o bazedoxifeno já passou por estudos de segurança e eficácia como um tratamento para aosteoporose, ele pode ser uma opção viável em curto prazo para os pacientes com câncer de mama avançado, cujos tumores tornaram-se resistentes a outras opções de tratamento, segundo relata Wardell. Em ensaios clínicos, os efeitos colaterais mais frequentemente relatados com o bazedoxifeno foram ondas de calor.

O estudo foi financiado pela Pfizer Pharmaceuticals, fabricante do bazedoxifeno. Além de Wardell e McDonnell, Erik Nelson e Christina Chao, do Departamento de Farmacologia e Biologia do Câncer da Duke University School of Medicine, contribuíram para a pesquisa.

Fonte: DukeHealth.org - NEWS.MED.BR, 2013.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Adesivos podem substituir agulhas em vacina do futuro, dizem cientistas

Um adesivo que é colocado na pele para aplicar vacinas de forma barata e eficaz foi apresentado durante a conferência TEDGlobal em Edimburgo, na Escócia.

Nanoadesivo (Foto Australian Institute for Bioengineering and Nanotechnology)

Substituir a agulha por um nanoadesivo pode transformar a prevenção de doenças mundo afora, disse o inventor da tecnologia, o pesquisador Mark Kendall, da University of Queensland, em Brisbane, Austrália.

Segundo ele, o novo método abre caminho para vacinas de uso fácil para doenças como a malária, por exemplo.

Outros especialistas deram boas vindas à novidade, mas disseram que o método pode não ser apropriado para todos os pacientes.

A série de conferências TEDGlobal (a sigla inglesa TED quer dizer "Think, Exchange, Debate" ou "Pense, Troque, Debata") é realizada anualmente em diferentes partes do mundo. Ela é financiada pela fundação privada sem fins lucrativos Sapling Foundation, que promove a circulação de grandes ideias pelo mundo.

Método Antigo

A palestra de Kendall em Edimburgo teve uma simbologia histórica: há 160 anos, na capital escocesa, Alexander Wood pediu a primeira patente para a agulha e a seringa.

"A patente era quase idêntica às agulhas que usamos hoje. É uma tecnologia de 160 anos", disse Kendall.

Aliada à água limpa e saneamento, ela cumpriu um papel fundamental no aumento da longevidade em todo o mundo, acrescentou. Mas para Kendall, talvez tenha chegado a hora de atualizarmos essa tecnologia.

O nanoadesivo é baseado na nanotecnologia - que permite manipular a matéria em escala atômica e molecular, ou seja, em dimensões infinitamente pequenas.

Ele supera algumas das desvantagens mais óbvias de vacinas convencionais, como o medo da agulha e a possibilidade de contaminação provocada pelo uso de agulhas sujas.

Mas há outras razões pelas quais o método pode ser transformador, disse o professor.

Milhares de minúsculas saliências no adesivo perfuram a pele e liberam a vacina, que é aplicada, seca, sobre a pele.Nanoadesivo (Foto Australian Institute for Bioengineering and Nanotechnology)

"As saliências no adesivo trabalham com o sistema imunológico da pele. Nosso alvo são essas células, situadas a um fio de cabelo de distância da superfície da pele", disse Kendall.

"Talvez estejamos errando na mira e deixando de atingir o ponto imunológico exato, que pode estar na pele e não no músculo, que é onde as agulhas tradicionais vão".

Em testes feitos no laboratório de Kendall na University of Queensland, o adesivo foi usado para administrar a vacina contra gripe.

A equipe australiana disse ter notado que as respostas para vacinas aplicadas por meio do nanoadesivo foram completamente diferentes daquelas aplicadas com o uso da seringa tradicional.

"Isso significa que nós podemos trazer uma ferramenta completamente diferente para a vacinação", disse o pesquisador.

A quantidade de vacina necessária, por exemplo, é muito menor - até um centésimo da dose normal.

O preço de "uma vacina que custa US$ 10 pode ser reduzido para US$ 0,10, o que é muito importante no mundo em desenvolvimento", acrescentou.

Vacinas Sem Efeito

Outro ponto fraco das vacinas tradicionais é que, por serem líquidas, precisam ser mantidas no refrigerador, desde o laboratório até a clínica onde é feita a vacinação.

"Metade das vacinas aplicadas na África não estão funcionando direito por causa de falhas na refrigeração em algum momento".

Quando Kendall disse, durante a conferência, que a vacina nanoadesiva poderia ser mantida a 23ºC durante um ano, a plateia respondeu com aplausos calorosos.

Um representante da Brithish Society for Immunology, a sociedade britânica de imunologia, deu boas vindas à tecnologia, mas fez algumas ressalvas.

"Essa abordagem traz esperanças de vacinação fácil e em grande escala, já que ela tem como alvo um tipo de célula imunológica chamada célula Langerhans, que existe em abundância na pele", disse Diane Williamson".

"Essas células absorvem avidamente a vacina e são capazes de desencadear a resposta imunológica".

"Porém, um dos problemas em potencial na aplicação (da vacina) sobre a pele é o tempo de aplicação e como garantir a administração da quantidade adequada de vacina".

"Além disso, talvez haja problemas de tolerância do adesivo em alguns pacientes. Mas se esses problemas puderem ser superados, o nanoadesivo tem o potencial de substituir a aplicação convencional, baseada em aplicação intramuscular por agulha".

O nanoadesivo começará a ser testado em breve na Papua Nova Guiné, onde suprimentos de vacina são escassos.

Kendall disse que acha difícil imaginar um mundo sem agulhas e seringas tradicionais, mas espera que o novo método possa ser utilizado em grande escala.

Fonte: BBC Brasil


Senado aprova projeto de lei do Ato Médico

O plenário do Senado aprovou, na noite desta terça-feira (18), o polêmico projeto de lei apelidado de Ato Médico. Após pouco mais de dez anos de discussão, a proposta segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.

Ao regulamentar a profissão do médico, o texto colocou em lados opostos o CFM (Conselho Federal de Medicina), que apoia a proposta, e os conselhos de outras profissões da saúde, que veem no projeto uma restrição à sua prática diária.

Ficam definidos como atos privativos do médico, por exemplo, o diagnóstico da doença e a respectiva prescrição terapêutica e a indicação e realização de cirurgias e procedimentos invasivos.

Esses procedimentos, segundo o texto, são a invasão da derme e epiderme com uso de produtos químicos ou abrasivos; invasão da pele que atinja o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, drenagem ou instilação; ou ainda invasão dos orifícios naturais do corpo, atingindo órgãos internos.

Profissionais de outras áreas da saúde temem que, com essas definições, possam ficar restritas ao médico ações como a acupuntura, a realização do parto normal e a identificação de sintomas de doenças corriqueiras.

Por outro lado, o projeto especifica que não são privativos do médico os diagnósticos funcional, psicológico, nutricional e avaliações comportamentais.

O único ponto ainda em aberto é a decisão sobre realização e a emissão de laudo dos exames citopatológicos (como papanicolaou). Segundo a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), uma das líderes do debate, o texto aprovado diz que essas ações não são privativas dos médicos. No entanto, a mesa do Senado entendeu que, de acordo com a votação, ficou decidida a exclusividade do médico na realização desses testes.

As medidas valem 60 dias após a lei entrar em vigor.

Para a senadora Lúcia Vânia, o projeto não relega outras profissões da saúde a uma categoria de inferioridade em relação ao médico.

"É evidente que esse projeto não se superpõe à legislação de quaisquer profissões da saúde regulamentadas."

O CFM sustenta que a intenção não é limitar as demais profissões, mas afirmar a necessidade da presença do médico em todos os locais.

O conselho argumentou, durante a tramitação, que não pode haver uma divisão econômica e social, em que parte da população tem seus procedimentos feitos por um médico, e outra parte, não.

Uma consequência desse projeto, segundo a entidade, é que todas as equipes de saúde da família deverão ter médicos --o que ocorre hoje em cerca de 50% dos casos, de acordo com o CFM.

Para o Conselho Federal de Enfermagem, o texto "mantém a formulação de uma organização hierárquica entre os que pensam e os que executam, a clara intenção de reserva de mercado e de garantia de espaço de poder sobre a atuação dos outros profissionais de saúde (...) reservando para a enfermagem a condição de subsidiária em atividades manuais sob prescrição e supervisão médica".

Fonte: Folha de São Paulo

FDA investiga mortes relacionadas a remédio da Lilly

Órgão irá investigar a morte de dois pacientes após tomarem injeções de um tratamento de longa ação para esquizofrenia chamado Zyprexa Relprevv

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, em inglês) informou na terça-feira que estava investigando a morte de dois pacientes, que morreram após tomarem injeções de um tratamento de longa ação para esquizofrenia da Eli Lilly, chamado Zyprexa Relprevv.

A agência disse que os pacientes morreram três a quatro dias após receberem uma dose adequada do medicamento, e tinham níveis muito elevados da droga injetável em sua corrente sanguínea.

O rótulo do medicamento traz uma proeminente "tarja preta" de advertência para síndrome de delírio pós-injeção (PDSS), uma doença grave em que a droga entra na corrente sanguínea muito rapidamente após uma injeção, causando níveis muito elevados da droga na corrente sanguínea.

O FDA, em um boletim em seu site, disse que altas doses da droga podem causar delírio, parada cardiorrespiratória, problemas de ritmo cardíaco, sedação e coma.

O medicamento, aprovado pela FDA no final de 2009, vem com avisos de que os pacientes devem ficar no escritório do médico por pelo menos três horas após receberem a dose para que possam ser monitorados.

Fonte: EXAME.COM

Com recall no exterior, Cilest não é vendido no Brasil

Ministério da Justiça havia emitido notificação dirigida à Johnson & Johnson pedindo informações sobre um recall no exterior envolvendo o Cilest

Pílula anticoncepcional Cilest, da Johnson %26 Johnson

O anticoncepcional Cilest não é vendido no Brasil, esclarece a Janssen-Cilag Farmacêutica. A comunicação refere-se à medida da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça (MJ). O órgão emitiu uma notificação dirigida à Johnson & Johnson pedindo informações sobre um recall no exterior envolvendo o Cilest.

"Referente às notícias publicadas sobre o anticoncepcional Cilest, a Janssen Farmacêutica informa que tal medicamento não é comercializado no Brasil. A empresa está em contato com as autoridades competentes no Brasil para esclarecer a situação", cita o comunicado divulgado nesta terça-feira, 18, pela Janssen Brasil. Integrante do Grupo Johnson & Johnson, a Janssen está presente no Brasil desde 1937, diz o site da empresa.

Em nota divulgada na segunda-feira, 17, o MJ disse que a notificação à empresa foi emitida na última sexta-feira, 14, "para que esclareça se os medicamentos sujeitos ao defeito foram comercializados no Brasil e, caso tenham sido, para que inicie imediatamente o procedimento de recall em território nacional".

Fonte: EXAME.COM

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Prozac na água torna peixes antissociais e agressivos

Poluição por resíduos fármacos, como o antidepressivo de fluoxetina, compromete sistema neurológico e reprodutivo dos peixes, revela estudo

Peixe dourado com boca abertaDiariamente, milhões de litros de remédios e hormônios eliminados pelo organismo humano seguem pelo esgoto para um destino comum: as águas dos rios. Os peixes que vivem nas proximidades de plantas de tratamento são particularmente vulneráveis à poluição por drogas humanas, uma vez que os resíduos fármacos ainda não são eficazmente removidos nas estações.

Um novo estudo indica que quando os peixes nadam em águas contaminadas com medicamentos antidepressivos, eles se tornam ansiosos, antissociais, agressivos e, por vezes, até mesmo homicidas. Segundo os cientistas, os resíduos de remédios antidepressivos podem alterar genes responsáveis pela construção do cérebro do peixe e mudar seu comportamento.

A exposição à fluoxetina, sintetizada e comercializada inicialmente pela companhia farmacêutica Eli Lilly sob a marca Prozac, teve um efeito peculiar em peixes do gênero masculino, de acordo com a pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Wisconsin-Milwaukee, nos Estaos Unidos.

Na experiência de laboratório, quando expostos a pequenas doses diluídas na água, os animais ignoravam as fêmeas e, na hora da caça, levavam mais tempo para capturar a presa. Quando a dose foi aumentada (mas de forma compatível com níveis encontrados em algumas das águas residuais coletadas), os machos tornaram-se ainda mais agressivos, matando as fêmeas em alguns casos.

Os antidepressivos são os medicamentos mais comumente prescritos nos Estados Unidos,  a cada ano são cerca de 250 milhões de prescrições. E eles também são as drogas mais documentadas por contaminar cursos de água no país.

Apesar do efeito na vida marinha, autoridades de saúde dizem que os níveis encontrados na água potável são baixos demais para causar danos aos seres humanos. De acordo com um relatório da Organização de Saúde Mundial de 2012, a quantidade de resíduos de remédios encontrada na água potável geralmente é mil vezes menor do que a dose necessária para implicar efeitos.

Fonte: EXAME.COM

domingo, 16 de junho de 2013

Stress realmente deixa os cabelos brancos – e pesquisa explica como

Estudo descobriu que hormônio relacionado ao stress ajuda a desencadear um processo que tira do folículo piloso células produtoras de pigmento

Homem estressado com cabelo branco

O culpado por parte de seus cabelos brancos pode ser, de fato, o stress. Agora há embasamento científico para se pensar dessa forma. Uma nova pesquisa da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, encontrou uma relação entre a falta de células produtoras de pigmentação nos folículos pilosos (estrutura que produz os cabelos e pelos) e a produção de hormônios relacionados ao stress. As descobertas foram publicadas na edição desta semana da revista Nature Medicine.

Esse estudo começou quando os pesquisadores estudaram, em camundongos, as células-tronco de melanócitos, que são produtores de melanina, o pigmento escuro presente em grande concentração nos pelos.

A equipe descobriu que quando a pele dos animais é danificada ou então atingida por raios ultravioleta, os melanócitos presentes nos folículos pilosos migram para a pele a fim de ajudar a reparar o dano na região e a repor os melanócitos na epiderme. Porém, ao migrarem, essas células não se replicam, os folículos ficam sem a quantidade ideal de melanócitos e, portanto, sem pigmento. Os fios da região que sofre com falta de melanócitos, então, perdem a cor.

Ao estudar melhor essa migração dos melanócitos, a equipe observou que um dos receptores fundamentais para que esse processo ocorra é o chamado Mc1r, produzido justamente por hormônios associados ao stress, incluindo o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). Segundo os autores do estudo, portanto, um dos motivos pelos quais uma pessoa passe a ter cabelos grisalhos pode ser, sim, altos níveis de stress.

Os pesquisadores acreditam que essa descoberta possa ajudar em novos estudos que buscam tratamentos contra outros problemas, como o vitiligo (despigmentação da pele) e a hiperpigmentação da pele.

Fonte: VEJA

Tomografia pode indicar o melhor tratamento para cada paciente com depressão

Pesquisadores descobriram que o padrão da atividade em determinada região do cérebro pode diferenciar pessoas que responderão melhor a medicamentos daquelas que serão mais beneficiadas com a psicoterapia

Tomografia: Resultados do exame do cérebro pode ajudar o médico a decidir se o melhor para o paciente com depressão é a psicoterapia ou são os remédios antidepressivos

Pesquisadores americanos descobriram uma forma de fazer com que um exame de tomografia ajude os médicos a prever se um paciente com depressão responderá melhor a um tratamento com remédios ou à psicoterapia. Isso porque a equipe conseguiu identificar determinados padrões da atividade cerebral de pacientes com a doença que estão relacionados ao sucesso – ou não – dos tratamentos contra o problema. 

A pesquisa, promovida pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH, sigla em inglês) dos Estados Unidos, foi publicada nesta quarta-feira no periódico JAMA Psychiatry. Se essas conclusões forem confirmadas em estudos futuros, os autores acreditam que será possível definir melhor os tipos de depressão e, assim, selecionar o melhor tratamento para cada paciente de uma forma objetiva.

“A depressão é uma condição séria e o sofrimento prolongado causado por um tratamento ineficaz pode causar grandes consequências médicas, pessoais e sociais. Nosso objetivo não é somente deixar os pacientes bem, mas fazer isso o mais rápido possível, usando o tratamento que seja melhor para cada indivíduo”, diz Helen Mayberg, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Emory, Estados Unidos, e coordenadora do estudo.

Atividade cerebral — Há alguns anos, Mayberg vem estudando, por meio de tomografias, o que acontece no cérebro de pessoas deprimidas e de que forma diferentes tratamentos afetam a atividade cerebral delas. Com base nas descobertas de seus trabalhos anteriores, esse novo estudo usou tomografias para avaliar a atividade de determinada região cerebral de pessoas com depressão. A área analisada foi a ínsula, que ajuda a controlar as emoções.

A pesquisa avaliou 38 pessoas diagnosticadas com depressão com idades entre 18 e 60 anos. Parte dos participantes foi submetida a 12 semanas de tratamento com antidepressivos e o restante, a dezesseis sessões de terapia cognitivo-comportamental. Antes do início do tratamento, eles foram submetidos a uma tomografia.

Previsões — A equipe descobriu que o padrão da atividade na ínsula anterior do cérebro dos participantes pode diferenciar aqueles que responderão ou não ao tratamento atribuído. Mais especificamente, as conclusões indicaram que pessoas com depressão que apresentam, nas tomografias, uma baixa atividade nessa área do cérebro são aquelas que se beneficiam do tratamento com terapia cognitivo-comportamental. No entanto, essas pessoas apresentam pouca resposta aos medicamentos antidepressivos. Por outro lado, pacientes que apresentam uma alta atividade na ínsula anterior são mais propensos a responder bem aos remédios e mal à psicoterapia.

“Esses dados sugerem que se você trata o paciente com base em seu tipo cerebral, você aumenta as chances de promover um tratamento eficaz”, diz Meyberg. Segundo a pesquisadora, esses achados precisam ser replicados em outros estudos para que possam, no futuro, ser usados na prática clínica.

Fonte: VEJA

Laboratórios investem na criação do 'Viagra feminino'

Para a indústria farmacêutica, é como a busca pelo Santo Graal: encontrar a pílula do desejo feminino tem se mostrado um processo tão complexo e infrutífero quanto a perseguição ao mitológico Cálice Sagrado por cavaleiros medievais.

Hoje, no entanto, as pesquisas parecem estar mais próximas de um medicamento que dê às mulheres com distúrbios sexuais a satisfação que o Viagra e seus concorrentes dão aos homens.

O principal contendor nessa corrida é o laboratório Emotional Brain, segundo aponta o jornalista Daniel Bergner, autor de "What Do Women Want?: Adventures in the Science of Female Desire" (o que as mulheres querem?: aventuras na ciência do desejo feminino), lançado neste mês nos EUA.

A empresa, fundada na Holanda, vem realizando testes com as drogas Lybrido e Lybridos. Espera ter ainda neste ano aprovação da FDA (vigilância sanitária dos EUA) para fazer testes com um número maior de mulheres e estima em dois anos o prazo para chegar ao mercado.

Apesar do otimismo do dono da companhia, Adriaan Tuiten, experiências anteriores citadas no livro acabaram suspensas depois de milhões de dólares gastos e resultados insatisfatórios.

RATAS EXCITADAS

Há o caso do Bremelanotide, que teve bons resultados em testes em 2006 e 2007. Ratinhas que usaram o medicamento deram explosivas demonstrações de disposição para o sexo.
Quando chegou às mulheres, relata o livro, as reações foram animadoras """Eu estava totalmente focada em sexo, não pensava em mais coisa nenhuma", disse uma das participantes da experiência.

O medicamento, porém, provocava náusea e aumento da pressão, e o projeto acabou abortado.

O Bremelanotide, assim como outras drogas experimentadas no passado, estão sendo testados novamente, em outras formulações.

ATAQUE DUPLO

Mas, diferentemente de seus predecessores, os medicamentos da Emotional Brain se baseiam na combinação de dois agentes. No Lybrido, a pílula é coberta por uma camada de testosterona, que derrete na boca --o gosto é de hortelã--, e o remédio engolido tem um componente semelhante ao do Viagra.

A ideia é que os dois deixem a mente mais aberta aos impulsos eróticos, ao mesmo tempo em que melhorem o fluxo sanguíneo na região genital, diz Bergner no livro, que já recebeu uma oferta para publicação no Brasil.

No Lybridos, em vez do componente semelhante ao do Viagra, a pílula engolida tem buspirona, ansiolítico.

Enquanto a mágica pílula não chega, médicos procuram opções para atender as mulheres --5,8% das brasileiras de 18 a 25 anos não têm desejo, índice que sobe para 19,9% depois dos 60 anos, informa o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro, liderado pela psiquiatra Carmita Abdo.

Abdo, 62, que é coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP, diz que uma opção é o uso de medicação que age sobre neurotransmissores, como o antidepressivo bupropiona.

"O remédio não foi idealizado para isso, mas melhora a disposição para o sexo, pois coloca a dopamina mais à disposição, e a dopamina vai agir nos centros do prazer."

Seu uso, porém, deve ser "criterioso". "A substância não pode ser usada no caso de a paciente ter predisposição para convulsão, ter sido ou ser anoréxica, bulímica, ansiosa, insone ou usar drogas ou bebidas em excesso."

Outra opção é a aplicação de testosterona, hormônio masculino que, em menor concentração, também está presente nas mulheres.

"Existem pesquisas mostrando que a testosterona pode oferecer vantagens para melhorar a libido feminina", afirma o ginecologista César Eduardo Fernandes, 62, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.

Ele lembra que medicações vasculares, como o componente do Viagra, já foram tentadas em mulheres, mas não aumentam o desejo sexual. "Para que o Viagra funcione, é fundamental que o homem tenha a libido preservada."

No caso das mulheres, explica o ginecologista, o grande problema é a ausência de desejo. E só melhorar o fluxo sanguíneo para a área genital não resolve: "A libido feminina é multifatorial. Ela não depende só de ter um parceiro que possa causar o desejo. Ela precisa ter uma relação afetiva de boa qualidade, depende de odores, de ambiente, do nível hormonal em que ela se encontra".

Fonte: Folha de São Paulo

Homem liga para a polícia e reclama de prostituta 'feia'

Um homem foi repreendido pela polícia britânica após ligar para o serviço de emergência para reclamar da feiura de uma prostituta.

A polícia do condado de West Midlands, no centro da Inglaterra, informou ter recebido a ligação de um homem, na noite de terça-feira, querendo denunciar a mulher por ter feito propaganda enganosa a respeito de sua aparência.

Ele teria dito aos policiais que a prostituta, com quem se encontrou no estacionamento de um hotel, não era tão atraente como havia dito no telefone e que deveria ser investigada por quebrar o "Sale of Goods Act" (Lei de Venda de Bens, em tradução livre), que dá ao consumidor diretos legais, estipulando que bens vendidos devem ser de boa qualidade e se encaixar na descrição dos vendedores.

"Quando ele reclamou com a mulher, ela teria pego as chaves do carro, saído correndo e depois jogado as chaves em cima dele", disse a polícia, que escreveu uma carta de advertência ao homem dizendo que ele não deveria desperdiçar o tempo da força policial.

Inacreditável

Na ligação para a polícia, o homem explicou que teria pedido à mulher que fizesse uma descrição honesta de sua aparência para que não tivesse que dispensá-la depois.

"Basicamente, ela não tinha feito uma descrição verdadeira e ficou com raiva (depois) porque, obviamente, acha que eu devo a ela alguma coisa", disse o homem à polícia.

O sargento Jerome Moran, baseado na delegacia de Solyhull, ligou de volta ao homem para lhe dar conselhos.

"Foi inacreditável. Ele realmente acreditava que não havia feito nada de errado e que a mulher deveria ser investigada pela polícia", disse Moran.

"Eu lhe disse que ela não cometeu nenhuma ofensa e que, de fato, suas ações ao solicitar sexo é que eram ilegais."

Fonte: BBC Brasil

sábado, 15 de junho de 2013

Brasil 3 x 0 Japão - Melhores Momentos

Seriam os homens os 'culpados' pela menopausa?

Sensação de calor, suor noturno, variações de humor: esses efeitos colaterais comuns da menopausa feminina podem ser culpa dos homens, sugerem especialistas.

Especialistas em evolução genética da McMaster University, no Canadá, dizem que a tendência dos homens em escolher parceiras mais jovens fez com que a fertilidade de mulheres perdesse sua necessidade.

Em artigo publicado na revista científica PLOS Computational Biology, eles afirmam que essa tendência eventualmente acabou criando a menopausa.

Um especialista britânico, entretanto, ressalta que essa preferência masculina por parceiras mais jovens pode ter surgido exatamente porque as mulheres mais velhas não eram mais férteis.

Preferência pelas jovens

Cientistas sempre estiveram intrigados pelas razões que levariam a espécie humana a parecer ser a única em que as fêmeas não têm a capacidade de reprodução por toda a vida.

Algumas teorias já propuseram o conceito batizado de "efeito avó", que sugere que as mulheres perdem a capacidade fértil na idade em que não seriam aptas a ver seus filhos crescerem. Com isso, elas passariam a ficar mais disponíveis para cuidar dos filhos das mulheres mais jovens.

A menopausa, segundo essa teoria, passou a ser um fator de bloqueio para que mulheres mais velhas continuassem a reproduzir.

Entretanto, a nova teoria sugere que isso funcionaria de maneira oposta. Ou seja: o fato de não serem escolhidas como parceiras fez com as mulheres mais velhas passassem a ficar inférteis, iniciando assim o processo da menopausa.

Utilizando métodos de simulação por computador, o time da McMaster University concluiu que a preferência masculina pelas jovens estaria por trás do surgimento da menopausa.

Para Rama Singh, geneticista evolutivo que liderou a pesquisa, "existe evidência na história da humanidade de que sempre existiu uma preferência por mulheres jovens".

Singh enfatizou que sua equipe levou em conta o desenvolvimento humano há milhares de anos, em vez de se focar apenas em traços sociais atuais.

Resposta evolutiva

Na Grã-Bretanha, a idade média de entrada na menopausa é 52 anos, e as mulheres vivem por outros 30 anos.

Rama Singh disse que essa extensão da longevidade, somadas a uma maternidade mais tardia, poderiam, eventualmente, acabar alterando a chegada da menopausa depois de um significativo espaço de tempo.

"O sistema social está mudando. Existem mulheres que estão começando suas famílias mais tarde para estudarem ou por causa da carreira".

Ele sugeriu que essa tendência significaria que todas as mulheres passariam a ter uma menopausa mais tardia, e aqueles genes seriam repassados para suas filhas "com a possibilidade desse ciclo ser atrasado".

Discordância

Entretanto, Maxwell Burton-Chellew, biólogo evolutivo do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford, rebateu essa teoria.

"Os autores (do estudo canadense) argumentam que a menopausa existe por causa da preferência dos homens por parceiras mais jovens. Entretanto, isso é provavelmente o contrário: a preferência dos machos por fêmeas mais jovens acontece, possivelmente, porque as mais velhas são menos férteis", explica.

"Eu acredito que faz mais sentido ver essa preferência dos machos por fêmeas mais jovens provavelmente como resposta evolutiva à menopausa. Podemos, assim, assumir que os nossos ancestrais do sexo masculino foram inteligentes em copular com mulheres jovens que pudessem produzir filhos".

Ele ainda adiciona: "evolutivamente falando, fêmeas mais velhas enfrentaram uma 'decisão' interessante: ter um filho que poderia não alcançar a idade adulta antes da sua morte ou parar de reproduzir e passar a se focar na ajuda a mulheres da família que pudessem reproduzir".

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Caminhadas curtas após as refeições podem ajudar a reduzir níveis de glicose pós-prandiais em idosos

Pequenas caminhadas após as refeições podem ser mais eficazes do que uma caminhada mais longa para o controle dahiperglicemia pós-prandial em idosos com risco aumentado para intolerância à glicose, de acordo com um estudo publicado pelo Diabetes Care.

O objetivo do estudo foi comparar, em adultos inativos (idade média de 69 anos) com níveis de glicemia de jejum entre 105 e 125 mg/dL e risco aumentado de intolerância à glicose, qual o efeito de três programas distintos de exercícios físicos sobre o controle glicêmico em 24 horas. Os participantes completaram três protocolos de exercícios ordenados aleatoriamente e espaçados em quatro semanas, da seguinte forma: caminhar por 15 minutos, três vezes ao dia, depois de cada refeição; por 45 minutos às 10h30min da manhã ou durante 45 minutos às 16h30min. Todas as caminhadas foram realizadas em esteira com uma intensidade absoluta de 3 METs (= Termo Equivalente Metabólico). Cada protocolo era composto de uma estadia de 48 horas em um quarto, com o primeiro dia servindo como controle. No segundo dia, os participantes realizavam aleatoriamente o programa de exercício físico. Concentrações de glicose foram determinadas por mais de 48 horas com um monitor contínuo de glicose.

A caminhada matinal de 45 minutos e as mais curtas, três vezes por dia, melhoraram igualmente e significativamente o controle glicêmico ao longo do dia em relação ao dia de controle. Mas as caminhadas mais curtas eram mais eficazes do que as caminhadas mais longas na redução dos níveis de glicose pós-prandial durante três horas.

Os autores chamaram os efeitos das caminhadas curtas de "substancial", observando que os idosos podem se sentir mais confortáveis com tal regime de atividades físicas.

Fonte: Diabetes Care - American Diabetes Association, NEWS.MED.BR, 2013.

Ausência de exame para câncer de boca exige atenção aos sintomas, alertam médicos

ImagemO ator Michael Douglas fez para o câncer de garganta o que Rock Hudson fez pela AIDS e Angelina Jolie pela mastectomia profilática. Ao afirmar na semana passada que seu câncer foi causado por um vírus transmitido durante o sexo oral, Douglas colocou a doença nas capas dos jornais e levou milhões de americanos a se preocuparem com isso pela primeira vez.

Trata-se de um subgrupo de americanos que normalmente tem mais medo de morrer em consequência do excesso de colesterol, do que de uma DST. A vítima típica é um homem de meia idade, classe média, casado, branco e heterossexual, que teve em média seis parceiras de sexo oral ao longo da vida.

O vírus do papiloma humano tipo 16, o HPV, também pode causar o câncer cervical. Mas não existe um exame oral em estágio inicial que um homem possa fazer --algo como o exame de Papanicolaou, que praticamente eliminou o câncer cervical como causa de morte no país.

O papanicolaou consiste na raspagem de algumas células cervicais que, em seguida, são analisadas sob o microscópio em busca de mudanças pré-cancerosas. Teoricamente, deveria ser igualmente fácil raspar e examinar células da garganta. Todavia, oncologistas afirmam que isso seria inútil.

Praticamente todos os tipos de câncer de boca, língua, gengiva, palato duro ou qualquer outro lugar antes da úvula (a "campainha" pendurada no palato mole) são causados pelo consumo de álcool e tabaco.

O tipo de infecção crônica causada pelo HPV 16, que pode levar ao câncer bucal, ocorre muito mais embaixo, perto da base da língua. Para dificultar ainda mais, a infecção ocorre "no fundo das criptas das amígdalas", afirmou Eric Moore, cirurgião da Clínica Mayo especializado nesse tipo de câncer.

"Não dá para raspar. É simplesmente impossível", afirmou Marshall Posner, diretor médico de otorrinolaringologia no Centro Médico Mount Sinai.

Um exame de saliva pode detectar uma infecção oral por HPV. Porém, esse dado torna-se inútil, uma vez que 85% da população contraiu pelo menos um dos 100 diferentes vírus do papiloma humano em circulação. A maioria das infecções é curada pelo sistema imunológico em um ou dois anos. Dentre os infectados pelo HPV 16, menos de 1% desenvolve câncer de garganta.

"Se eu disser a um paciente que ele tem HPV na boca, isso não o ajudará, pois eu não terei nada para oferecer e ele terá que viver com a ansiedade e o medo de contrair câncer", afirmou Robert Haddad, chefe do setor de otorrinolaringologia do Instituto do Câncer Dana-Farber, em Boston. "Mas se eu disser a uma mulher que seu exame de Papanicolaou veio alterado, há algo que ela pode fazer a esse respeito."

Embora o câncer de garganta causado pelo HPV esteja aumentando, ele é relativamente raro. Cerca de 25.000 casos por ano são diagnosticados nos Estados Unidos, comparados a 226.000 casos de câncer de pulmão. Contudo, sua importância à medida que diminuem os casos de câncer bucal ligados ao fumo.

O sexo oral se tornou mais comum desde a revolução sexual dos anos 1960, mas não tanto assim. De acordo com Debby Herbenick, diretora do Centro de Promoção de Saúde Sexual na Universidade de Indiana, o número médio de parceiras de sexo oral relatado por homens americanos com idade entre 35 e 54 anos é de seis. Homens com idades entre 55 e 64 anos relatam cinco parceiras, e homens com idades entre 25 e 34 anos relatam quatro, ao passo que homens com mais de 65 e menos de 25 anos relatam apenas três.

Todavia, essas "mudanças relativamente modestas" nos hábitos sexuais não explicam por que o risco dobrou ou triplicou ao longo dos anos, afirmou Gypsyamber D'Souza, especialista em câncer viral da Faculdade de Saúde Pública Bloomberg do Hospital Johns Hopkins. O risco aumentou principalmente no grupo de homens brancos com mais de 45 anos. A idade pode ser explicada com base no fato de que, como o câncer cervical, a doença pode demorar anos para se desenvolver.

Homens têm o dobro de chance de mulheres de contrair a doença, de acordo com D'Souza, que é mais comum entre brancos do que negros, talvez por que 90% dos brancos já praticaram sexo oral, comparados com 69% dos negros.

Além disso, homens heterossexuais têm mais chance que homossexuais de contrair a doença. Uma teoria afirma que pode haver mais HPV nos fluidos vaginais, do que no pênis, afirmou o Lori Wirth, oncologista especializado em cabeça e pescoço no Hospital Geral de Massachusetts.

A falta de exames significa que o médico deve ser visitado assim que os sintomas aparecerem: um inchaço no pescoço, uma dor na garganta ou no ouvido que persiste por mais de duas semanas.

Embora nenhum estudo que comprove isso tenha sido realizado, o Gardasil e o Cervarix, as vacinas que previnem o câncer cervical causado pelo HPV tipos 16 e 18, também podem evitar o câncer bucal, caso seja aplicada em meninos e jovens, de acordo com diversos médicos.

Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Google confirma compra do Waze

Waze

Depois de tantos dias de boatos, o Google confirmou hoje a compra do popular aplicativo Waze pela módica quantia estimada de US$1,3 bilhão. O serviço possui mais de 2,1 milhões de usuários só no Brasil.

Resta saber se ele terá o mesmo destino de outros que foram adquiridos pela gigante das buscas, como Sparrow, ou abandonar os usuários, como está fazendo com o Google Reader.

Fonte: Blog do Iphone

terça-feira, 11 de junho de 2013

Teste detecta síndrome de Down durante gravidez com 'mais precisão'

Uma equipe de cientistas britânicos desenvolveu um novo exame que promete detectar, mais cedo e com mais precisão, a síndrome de Down durante a gravidez.

A equipe da universidade Kings College de Londres, responsável pela pesquisa, analisou o sangue de 1 mil grávidas e concluiu que o novo teste, chamado exame de DNA fetal (cfDNA, na sigla em inglês), pode mostrar "quase que com certeza" se o bebê é portador do distúrbio genético.

Atualmente, o teste mais comum é feito entre a 11ª e a 13ª semana de gravidez por meio de ultrassom. Nele, o médico mede a quantidade de um líquido atrás do pescoço do bebê chamado translucência nucal. Crianças com síndrome de Down tendem a apresentar uma maior quantidade de dessa substância.

Além disso, hoje, as grávidas podem fazer um exame de sangue para checar se há níveis anormais de certas proteínas e hormônios em seus bebês.

A partir desses testes, são calculadas as chances da criança ser portadora da síndrome. No entanto, se a chance for alta, a recomendação é que as grávidas passem por um dos dois testes para esses casos – ambos invasivos e arriscados.

Um deles é a biópsia do vilo corial, que analisa uma pequena amostra da placenta. O outro é a amniocentese, que testa o líquido amniótico que envolve o bebê. A probabilidade de os dois exames provocarem aborto é de 1 em 100 casos.

'Definitivo'

O professor Kypros Nicolaides, que coordenou a pesquisa, afirmou que o novo exame de DNA é muito mais certeiro, já que seu resultado indica com 99% de precisão se o bebê apresenta a síndrome de Down.

"Esse teste é praticamente um diagnóstico. Ele mostra com quase certeza se o seu bebê tem ou não a síndrome", diz Nicolaides. "Da perspectiva da mulher, ele traz uma mensagem muito mais clara sobre o que fazer em seguida."

Segundo ele, hoje a prática médica recomenda envolver os pacientes nessas decisões. "Mas isso é apenas da boca para fora. Porque se o risco é de, por exemplo, um em 250, como é possível decidir? Quando os pacientes tiverem mais clareza, será mais fácil."

A equipe médica, que publicou a pesquisa sobre o teste na revista científica Ultrasound in Obstetrics and Gynaecology, agora vai fazer um estudo com 20 mil mulheres para incrementar os resultados obtidos.

A Associação de Síndrome de Down no país disse que a realização do teste ainda não é algo iminente.

Fonte: BBC Brasil

Pílulas anticoncepcionais causaram 23 mortes no Canadá

Os médicos e farmacêuticos suspeitam que as pílulas Yaz e Yasmin do laboratório alemão Bayer foram as causadoras destas mortes

A maioria das pacientes teve coágulos sanguíneos

Ao menos 23 canadenses que tomam pílulas anticoncepcionais de consumo frequente morreram, em sua maioria devido a coágulos no sangue, de acordo com documentos do Ministério da Saúde, informou nesta terça-feira a rede de televisão CBC.

Os médicos e farmacêuticos, que são obrigados a notificar as reações adversas aos medicamentos, suspeitam que as pílulas Yaz e Yasmin do laboratório alemão Bayer foram as causadoras destas mortes, acrescentou a Canadian Broadcasting Corporation.

Centenas de mulheres podem ter sofrido os efeitos nocivos destes fármacos, disse o advogado que apresentou um recurso coletivo, citado pela CBC.

Milhares de ações foram apresentadas contra a Bayer, em particular nos Estados Unidos.

A Agência Americana de Alimentos e Medicamentos (FDA) já havia lançado em abril de 2012 uma advertência de que estas pílulas poderiam estar "vinculadas a um risco maior de coágulos no sangue" e que esta informação deveria aparecer em sua bula.

A Agência Europeia de Medicamentos também fez uma advertência similar em 2011.

As pílulas Yaz e Yasmin da Bayer estão entre as mais vendidas. Contêm drospirenona combinada com etinil estradiol, um estrogênio comum nos contraceptivos orais.

Fonte: EXAME.COM

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Novo teste detecta leptospirose em 24 horas

Um novo teste desenvolvido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio, permite o diagnóstico de leptospirose em 24 horas. Hoje, os testes existentes demoram de cinco a seis dias para confirmar a doença.

Ainda em fase experimental, o novo exame realiza o diagnóstico por meio da identificação da leptospira, a bactéria causadora da doença.

A identificação rápida da leptospirose permite que o paciente seja tratado de forma mais eficaz.

Com sintomas semelhantes aos da dengue, hepatite A e outros processos infecciosos, o paciente só era diagnosticado quando o organismo produzia anticorpos, quase uma semana depois de ser infectado.

Com o novo teste, a leptospirose pode ser detectada no primeiro ou segundo dia de contaminação.

A doença é transmitida principalmente pela urina de animais infectados. Seus sintomas são febre, dor de cabeça e comprometimento gastrointestinal.

"O mais importante para o paciente é o diagnóstico precoce. E para a Vigilância Epidemiológica a importância é saber o tipo de bactéria circulante, para que se possa controlar os animais [cães, bois ou outros mamíferos] da cadeia de transmissão e evitar surtos e epidemias", afirma a microbiologista Ilana Balassiano, do Instituto Oswaldo Cruz.

RECONHECIMENTO
A pesquisa foi divulgada na revista científica "Diagnostic Microbiology and Infections Disease", em 2012. Os resultados serão apresentados no Congresso de Microbiologia na Alemanha, em julho deste ano.

O novo teste é chamado de PCR-Imunocaptura. Segundo Balassiano, existem aproximadamente 20 espécies de bactérias da doença.

A identificação é feita em diferentes níveis --gênero, espécie e outros-- para classificar a bactéria e apontar o animal associado à cadeia de transmissão da doença.

A pesquisadora conta que deposita o soro infectado com leptospira numa placa com diferentes anticorpos. Em seguida, faz-se a extração de DNA para identificar a bactéria e fazer o diagnóstico da doença.

"Esse teste [da Fiocruz] é mais preciso. É uma ferramenta a mais do diagnóstico já que os sintomas da leptospirose podem se parecer com os de várias outras doenças", diz o professor de infectologia pediátrica e diretor do Instituto de Pediatria da UFRJ, Edimilson Migowski.

O Ministério da Saúde informou que o estudo ainda será analisado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Secretaria de Vigilância em Saúde.

Desde 2005, o Brasil registrou 31.418 casos de leptospirose. Em 2011 houve o maior número de doentes: 4.832, com 436 mortes.

Só no ano passado, foram registrados 3.242 casos e 268 óbitos. Neste ano, o número já chega a 693, sendo 63 as vítimas fatais.

Fonte: Folha de São Paulo