sábado, 31 de outubro de 2015

Vinho x cerveja: qual é o melhor para a saúde?

Poucas bebidas (exceto, talvez, o chá e o café) dividem o mundo de maneira tão radical quanto a cerveja e o vinho. Gostos à parte, as duas apresentam diferença sutis na maneira como afetam o organismo e a saúde.

A BBC Future peneirou as evidências recolhidas por vários estudos científicos para tentar derrubar alguns dos mitos que cercam as duas bebidas. Sirva-se.

Qual embriaga mais rapidamente?

Uma pint de cerveja (665 ml) e uma taça média de vinho (175 ml) possuem praticamente o mesmo teor alcoólico. No entanto, a embriaguez ocorre quando esse álcool passa para a corrente sanguínea. E a velocidade com que isso acontece varia com cada bebida.

Mack Mitchell, da Faculdade de Medicina da Universidade do Texas, recentemente fez um experimento no qual pediu para um grupo de 15 homens ingerirem diferentes bebidas em dias distintos. Ele se certificou que o conteúdo alcoólico era compatível com o peso corporal de cada voluntário e monitorou para que a bebida fosse consumida no mesmo intervalo de 20 minutos.

Em um resultado pouco surpreendente, os destilados foram os que entraram na corrente sanguínea mais rapidamente. Em seguida, vem o vinho (que chega a um pico de saturação no sangue 54 minutos depois de ingerido), e a cerveja (que leva 62 minutos no mesmo processo). Em outras palavras, uma taça de vinho “sobe” mais rapidamente que uma pint de cerveja.

Conclusão: A cerveja é uma aposta mais certeira para se evitar vexames.

Qual engorda mais?

À primeira vista, a ideia da “barriga de cerveja” parece ser verdade. O próprio álcool já é rico em calorias, sem contar todos os açúcares que tornam essas bebidas tão saborosas.

Com 180 calorias, uma pint de cerveja tem 50% mais conteúdo energético do que uma taça pequena de vinho – o suficiente para ajudar a acumular uns quilinhos.

Mas para quem bebe moderadamente, as diferenças tendem a ser bem pequenas. Uma recente revisão de dezenas de estudos, realizada por especialistas do Instituto de Pesquisa de Ontário, no Canadá, concluiu que nem os apreciadores do vinho nem os da cerveja tendem a engordar a curto prazo.

Os autores notaram, no entanto, que a pesquisa mais longa durou apenas dez semanas. Ou seja, elas podem ter deixado de registrar uma pequena alteração de peso – até mesmo 1 quilo ganho nesse período pode significar um acúmulo radical de 25 quilos em um período de cinco anos.

Conclusão: As diferenças são pequenas, mas o vinho sai em ligeira vantagem ao engordar um pouco menos.

Qual dá a pior ressaca?

Apesar de seus esforços, cientistas ainda precisam entender melhor o mais incrível inimigo de quem bebe: a ressaca. Ainda não compreendemos totalmente as suas causas.

A desidratação parece ser um fator importante (o álcool faz com que eliminemos mais líquidos do que ingerimos). Mas o problema também pode ser provocado por subprodutos da fermentação.

Chamadas de congêneres, essas moléculas orgânicas dão a cada uma das bebidas seu sabor e aroma únicos, mas também podem ser tóxicos para o organismo, resultando na sensação de cabeça latejando e nos enjoos que normalmente sucedem uma noite de excessos.

A crença geral é de que as bebidas mais escuras são as que contêm mais congêneres. Mas na realidade, as evidências disso ainda são duvidosas. Apesar de alguns destilados escuros, como o bourbon, produzirem uma ressaca mais intensa do que a vodca, por exemplo, os diferentes tipos de cerveja e de vinho não parecem atuar de maneira significativamente distinta, de acordo com pesquisa da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston.

Conclusão: Muito duvidoso para bater o martelo definitivamente.

Qual é melhor para a saúde?

Sempre ouvimos falar que uma taça de vinho por dia ajuda a “rejuvenescer” o corpo, reduzindo o risco de doenças cardíacas, pressão alta e diabetes. Esses benefícios viriam dos chamados polifenóis (encontrados principalmente no vinho tinto), que aliviam inflamações e combatem os radicais livres.

Já a cerveja nunca está muito presente nesses boletins de saúde. Mas um estudo da Universidade de Barcelona, na Espanha, indica que a bebida também contém uma dose razoável de polifenóis e parece oferecer certos benefícios, comparáveis aos do vinho branco (mas menos que o tinto).

Obviamente, nenhum deles dá sinal verde a excessos.

Conclusão: O vinho tinto ganha de longe, mas a cerveja pode ser melhor do que outras bebidas alcoólicas.

Veredicto final: Quando se trata de benefícios para a saúde, o vinho se mostra um melhor “remédio”. No entanto, fãs da cerveja podem ao menos dizer que sua bebida favorita tem uma história mais ilustre. Alguns antropólogos sugeriram recentemente que nosso apreço pela cerveja pode ter dado origem à atividade agrícola e, por isso, à própria civilização. Nada mal para se pensar da próxima vez que se sentar em um bar com amigos.

Fonte: BBC Brasil

domingo, 25 de outubro de 2015

FDA: novo medicamento disponível para tratar a hipercalemia

A Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, aprovou o Veltassa (patiromer para suspensão oral) para tratar a hipercalemia, uma condição grave em que a quantidade de potássio no sangue é demasiadamente elevada e pode causar alterações no ritmo cardíaco.

O excesso de potássio no sangue pode levar a mudanças perigosas, até mesmo fatais, no ritmo cardíaco, sendo importante dispor de opções de tratamento para a hipercalemia, segundo informa Norman Stockbridge, diretor da Division of Cardiovascular and Renal Products no FDA’s Center for Drug Evaluation and Research.

O potássio é necessário para que as células funcionem adequadamente. Os rins removem potássio a partir dosangue para manter um equilíbrio apropriado deste mineral no corpo. Quando os rins não são capazes de exercer bem esta função, o nível de potássio pode ficar muito alto. A hipercalemia ocorre tipicamente em pacientes com doença renal aguda ou crônica ou insuficiência cardíaca, particularmente naqueles que estão fazendo uso de medicamentos que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que regula a pressão arterial e o equilíbrio de fluidos no organismo.

Veltassa é um medicamento em pó para ser misturado com água e tomado por via oral. Ele funciona através da ligação de potássio no trato gastrointestinal, diminuindo a sua absorção. Em ensaios clínicos, Veltassa foi eficaz na redução dos níveis de potássio de participantes hipercalêmicos com doença renal crônica em uso de pelo menos uma medicação que inibe o sistema renina-angiotensina-aldosterona.

Em ensaios clínicos, as reações adversas mais comuns foram obstipação, diminuição dos níveis de magnésio nosangue (hipomagnesemia), diarreia, náuseas, desconforto abdominal e flatulência. Veltassa não deve ser utilizado como um tratamento de emergência para hipercalemia com risco de vida devido ao seu atraso no início da ação.

A bula vem com um alerta, pois o novo medicamento se liga a muitas outras drogas administradas por via oral, o que poderia diminuir a absorção delas e reduzir seus efeitos. Recomenda-se fazer um intervalo de seis horas entre a ingestão de Veltassa e qualquer outro medicamento usado por via oral.

Veltassa é fabricado pela Relypsa Inc., Redwood City, Califórnia.

Fonte: FDA News Release, de 21 de outubro de 2015 – News.med.br

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Consumo moderado de vinho em diabéticos tipo 2 pode ajudar no controle da glicemia e do colesterol

A ingestão moderada de álcool tem sido associada a taxas mais baixas de doença cardiovascular e de morte entre indivíduos saudáveis. Não está claro se os pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) teriam benefícios de saúde semelhantes se beberem álcool ou se esse comportamento pode ser prejudicial para a sua saúde.

Para saber sobre os possíveis benefícios à saúde e os riscos de iniciar a ingestão moderada de vinho em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e se o tipo de vinho ingerido faz diferença, foi realizado um estudo, com publicação online pelo Annals of Internal Medicine, com 224 pacientes com DM2 bem controlados que não bebiam álcool antes de se matricular na pesquisa.

Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente para beber 150 ml de vinho tinto, vinho branco ou água mineral, junto com o jantar, diariamente, por 2 anos, e a todos eles foram dadas instruções de uma dieta mediterrânea, sem restrição de calorias. Os pesquisadores realizaram testes genéticos que mostraram quão rapidamente os pacientes metabolizavam o álcool. Foram feitos vários exames de lipídios e de controle da glicemia, pressão arterial, testes de função hepática, uso de medicamentos e de outros sintomas em vários momentos durante o acompanhamento.

Comparado ao grupo da água, os pacientes no grupo de vinho tinto tiveram melhorias nos seus exames de colesterol. Em ambos os grupos de vinho, os pacientes que eram "metabolizadores lentos do álcool" (de acordo com os testes genéticos) mostraram mais melhorias em testes de controle da glicemia do que os "metabolizadores rápidos do álcool." Em comparação com a água, o vinho não aumentou nem diminuiu apressão arterial nem os resultados dos exames de função hepática.

Este não foi um ensaio "cego", os pacientes sabiam a qual grupo eles foram atribuídos, o que constitui uma limitação do estudo. No entanto, este ensaio clínico mostrou que uma dieta saudável e a ingestão moderada de álcool no longo prazo, especialmente do vinho tinto, foram associados a um melhor controle dos lipídios e daglicose do que a ingestão de água e que eles não tinham efeitos prejudiciais significativos. Os testes genéticos podem ajudar a identificar pacientes com DM2 que poderiam se beneficiar clinicamente de beber quantidades moderadas de álcool.

Fonte: Annals of Internal Medicine, publicação online, de 13 de outubro de 2015 – News.med.br

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Os segredos da limpeza dos aviões - e as superfícies mais cheias de bactérias

Há passageiros clandestinos potencialmente perigosos em todos os aviões que pegamos. Eles podem ser encontrados na primeira classe ou na classe econômica, acomodados em sua poltrona ou na mesinha à sua frente.

Os micróbios que os passageiros transportam involuntariamente podem ser um problema para as companhias aéreas. Como elas podem garantir que seus aviões estejam sempre limpos a cada novo voo? E o que fazer para evitar uma contaminação quando viajamos?

Nossas experiências pessoais podem sugerir que algumas empresas não prestam muita atenção na limpeza. Eu mesma já penei em um longo voo transatlântico, com escala, em um avião que claramente não via uma boa faxina havia várias semanas.

"O problema começa com a presença contínua de um grande grupo de pessoas", explica James Barbaree, diretor do Centro de Detecção e Segurança Alimentar da Universidade Auburn, nos Estados Unidos. "Todos nós levamos micróbios na pele, nas roupas e dentro do corpo. Alguns deles são transmitidos para outros seres humanos, e essas bactérias conseguem se multiplicar em locais sujos."

No ano passado, Barbaree e seus colegas publicaram os resultados de um estudo de dois anos, que mostrou que bactérias perigosas coma SARM, a E. coli e aStreptococcus pyogenes podem sobreviver por vários dias em superfícies - como descansos de braço e bolsos das poltronas, mesinhas, cortinas e as maçanetas e alavancas dos toaletes.

A equipe de cientistas conseguiu mostrar que a SARM, também chamada de "superbactéria" por sua resistência a antibióticos, pode sobreviver até 168 horas no material do qual os bolsos das poltronas são feitos. Já a variação da E. coli que causa insuficiência renal resistiu por 96 horas nos descansos de braços.

Lucros ou saúde dos clientes?

O problema fundamental é que as companhias aéreas enfrentam dificuldades para conciliar dois objetivos conflitantes: por um lado, elas se empenham para dar a melhor atenção ao cliente; por outro, precisam aumentar seus lucros – e conseguem isso colocando cada vez mais gente a bordo e encurtando o intervalo entre os voos.

"Limpar um avião de passageiros com eficiência é uma tarefa que pressupõe um longo planejamento, além de pessoal, logística e metas de prioridade", afirma Adam Taylor, vice-presidente-executivo da Air Serv, empresa que oferece serviços para a aviação civil, incluindo a limpeza.

A Air Serv registra dados em tempo real de seus clientes para saber quando os aviões vão aterrissar, em qual portão e por quanto tempo ficarão em terra. Dessa maneira, a empresa coordena a disponibilidade de faxineiros e equipamento de limpeza. Com a ajuda de aparelhos dotados de GPS, a Air Serv rastreia e monitora as faxinas.

Outras companhias oferecem sistemas semelhantes. A americana Huntleigh tem o cE-Clean, sistema que registra o desempenho de cada membro da equipe de limpeza e dá aos clientes acesso em tempo real à duração das faxinas e sua qualidade.

A maneira como cada avião é limpo depende de seu modelo, claro, mas também se ele está destinado a um voo de curta ou longa distância, seu tempo em solo, o destino e a última vez em que recebeu uma faxina completa.

Segundo Taylor, os horários de chegada, a previsão do tempo e os horários de decolagem também influenciam no serviço. Voos domésticos, por exemplo, normalmente voltam a decolar rapidamente. Portanto há menos tempo para limpar esses aviões do que aqueles que vão para outros continentes.

Primeira classe primeiro

Sob essas circunstâncias, o avião recebe uma "limpeza básica". Como há pouco tempo para a faxina, a equipe se concentra nas áreas de alta prioridade, ou seja, a primeira classe e a classe executiva. Banheiros e espaços para a preparação de refeições também recebem atenção redobrada.

O resto do avião recebe uma rápida ajeitada no final – os faxineiros normalmente passam aspirador, retiram o lixo e, idealmente, limpam as mesinhas com uma solução antibacteriana. As poltronas da classe econômica, nesses voos, provavelmente continuarão como estão até que haja tempo para uma limpeza mais detalhada.

Quando uma aeronave passa a noite em um aeroporto recebe uma faxina mais completa, chamada de "Remain Overnight" ou RON.

Por fim, há o que se chama de limpeza profunda, que é quando a faxina envolve lavar e esfregar toda a cabine com água e sabão. Isso normalmente é feito em uma mudança de turno.

"Cada companhia aérea tem seus próprios procedimentos de limpeza, além de especificações sobre o tipo de faxina que querem, dependendo do tempo disponível", afirma Taylor.

A alemã Lufthansa, por exemplo, faz uma limpeza profunda de seus jatos depois que cada um completa 500 horas de voo. Já na Singapore Airlines, os aviões recebem uma faxina uma vez por mês, que inclui também a limpeza de partes técnicas, como os sistemas de ventilação.

Quando a equipe de limpeza chega, eles estão prontos para aquele tipo de aeronave, tempo em solo e destino. Mesmo assim, eles sempre trabalham contra o relógio. Um voo doméstico pode precisar de 40 minutos de faxina, enquanto um grande avião de voos intercontinentais chega a passar cinco horas sendo limpo, segundo Taylor.

"Normalmente leva duas horas para limpar um A380 com oito faxineiros, durante uma parada típica no aeroporto de Frankfurt", afirma um porta-voz da Lufthansa.

Atenção aos banheiros

Não por acaso, os banheiros recebem especial atenção das equipes de limpeza. Eles são pequenos, mas como são usados com extrema frequência, acabam sendo vítimas do que Taylor chama de "deterioração da qualidade" durante um voo.

Mas nem todas as companhias aéreas realizam uma boa limpeza dos toaletes entre um voo curto e outro. "Alguns aviões voam duas ou três pernas sem terem os banheiros limpos", conta Lars Barsoe, da Vestergaard, empresa sediada nos Estados Unidos que projeta e faz a manutenção de equipamentos para aeroportos.

Isso pode levar a casos de "o barato que sai caro". Se os tanques de resíduos não são esvaziados, o peso extra pode resultar em mais gasto de combustível. E se eles ficarem completamente lotados e o banheiro tiver que ser interditado, a tripulação terá que lidar com muitos passageiros insatisfeitos.

Algumas fabricantes de aeronaves, como a Boeing, projetam seus sistemas para que haja menos "água azul" circulando no sistema, o que deixa mais espaço para o lixo. "Mas esse tipo de eficiência também exige mais em termos de limpeza para evitar odores desagradáveis", diz Barsoe.

Limpar e desinfetar o interior de um banheiro requer produtos especiais e, normalmente, leva menos de 10 minutos. A faxina no exterior do toalete acrescenta mais 10 ou 15 minutos. Os métodos de limpeza de hoje são praticamente os mesmos de 25 anos atrás, mas hoje os faxineiros podem ser monitorados com mais eficiência.

Toque pessoal

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) recomenda a suas companhias aéreas afiliadas que os toaletes sejam mantidos "totalmente limpos".

Mas, de maneira geral, os padrões para a limpeza dos aviões não são claros. Segundo Taylor, cada companhia aérea é quem tem que estabelecer seus próprios padrões de qualidade.

Para Barbaree, isso não é suficiente. "Precisamos ter mais parâmetros no que se refere à limpeza das cabines de aviões comerciais. Precisamos melhorar nossos protocolos de limpeza e adotar regras para minimizar as chances de transmissão de bactérias e vírus", afirma.

Nas mãos dos passageiros

E o que os passageiros podem fazer para diminuir suas chances de apanhar algum germe durante um voo? Uma das atitudes mais simples é também a mais óbvia: lavar as mãos após usar o banheiro, segundo Michael Zimring, diretor de Medicina de Viagem na clínica Mercy, em Baltimore.

As maçanetas dos toaletes costumam ser um local cheio de germes - uma má notícia para quem gosta de usar o banheiro antes de comer. O problema pode ser resolvido trazendo um pequeno frasco de detergente à base de álcool, e usando uma toalha de papel para abrir a porta.

"Quando se levantar para dar uma volta nos corredores, use um sabonete sem água para lavar as mãos", recomenda Zimring. Lencinhos umedecidos também podem ser úteis para limpar as mesinhas, ainda mais porque alguns passageiros costumam usá-las para trocar fraldas.

E, finalmente, não se esqueça de se manter hidratado, tomando bastante água.

Mas talvez não precisemos criticar ferozmente as companhias aéreas. Seus aviões são limpos regularmente.

O mesmo não pode ser dito de nossos carros, por exemplo, ou até celulares e tablets, que usamos todos os dias.

Nós temos que dividir nosso mundo com os germes – cabe a cada um de nós fazer um pouco mais para manter esses seres à distância.

Fonte: BBC Brasil