sexta-feira, 31 de maio de 2013

Cirurgias feitas no fim da semana têm risco maior, indica estudo

Uma nova pesquisa britânica indica que os pacientes que passam por cirurgias nos últimos dias da semana têm mais chances de morrer do que aqueles que passam pelo procedimento no começo da semana.

Os pesquisadores do Imperial College de Londres reuniram dados relativos a todas as cirurgias programadas (que não eram feitas em situação de emergência) realizadas pelo NHS, o serviço público de saúde britânico, na Inglaterra entre 2008 e 2011.

Ao analisar cerca de 4 milhões de procedimentos, os autores do estudo descobriram mais de 27 mil mortes em um mês, o que representa um risco médio de morte de 0,67%.

Os pesquisadores afirmam que o motivo de preocupação é a variação significativa durante a semana: o risco é mais baixo para cirurgias realizadas na segunda-feira e vai aumentando a cada dia, chegando ao máximo durante o fim de semana.

O estudo aponta que as pessoas que fazem cirurgia na sexta-feira têm 44% de aumento das chances de morrer do que as pessoas que passam por procedimentos na segunda-feira.

A pesquisa também indica que o risco de morrer é ainda mais alto se a cirurgia for feita durante o fim de semana, 82% maior do que na segunda-feira. Mas os pesquisadores afirmam que apenas uma minoria dos procedimentos planejados atualmente é realizada em sábados e domingos. O estudo foi divulgado na publicação especializada British Medical Journal.

 

Menos médicos

Os pesquisadores afirmam que os problemas com os procedimentos nos últimos dias da semana podem ocorrer devido a cuidados pós-operatórios de má qualidade no fim de semana.

"As primeiras 48 horas depois de um procedimento são as mais críticas, quando as coisas podem dar errado, como sangramentos e infecções", afirmou Paul Aylin, autor do estudo. "Se você não tem os funcionários certos, isso deve contribuir para que coisas passem despercebidas."

"Se eu fosse um paciente, eu me consolaria com o fato de que a taxa geral de mortes é baixa, mas, se eu fosse passar por uma operação mais para o fim da semana, eu me interessaria (em saber) se o hospital tem os serviços apropriados para os cuidados durante minha recuperação, incluindo durante o fim de semana", acrescentou.

O pesquisador afirma que o número menor de médicos, enfermeiras e funcionários em geral no sábado e domingo pode ser a causa do risco maior de mortes no fim de semana.

Este é o primeiro grande estudo a analisar cirurgias programadas, desde os procedimentos de alto risco como cirurgias cardíacas até os mais rotineiros.

Katherine Murphy, da associação britânica de defesa de pacientes Patients Association, afirma que a pesquisa não mostra um problema novo e que as autoridades britânicas adotaram poucas medidas para tratar dos problemas identificados.

Já o diretor-médico do NHS na Inglaterra, Bruce Keogh, diz que a entidade criou um fórum para buscar "opções financeiras e clínicas viáveis" para garantir serviços "mais abrangentes sete dias por semana".

Fonte: BBC Brasil

Jogos de hoje pela série B

3ª RODADA
31/05 - 19h30 Icasa-CE x Avaí-SC
31/05 - 19h30 Paysandu-PA x América-RN
31/05 - 19h30 Joinville-SC x ASA-AL
31/05 - 21h50 ABC-RN x Ceará-CE
31/05 - 21h50 Figueirense-SC x Sport-PE
31/05 - 21h50 Oeste-SP x Paraná-PR

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Acessório permite alimentar seu cão ou gato com o controle pelo iPhone

Pintofeed

Quem possui um animal de estimação sabe o quão é importante estar sempre atento a manter a vasilha de alimentação regularmente abastecida, de forma saudável para o animal. Se colocar demais ou se esquecer os horários, isto influenciará na saúde dele. É por isso que uma empresa da Califórnia pensou no Pintofeed, um aparelho que abastece automaticamente a vasilha da ração, com completa interação com seu iPhone.

Com apenas um toque, seja lá onde você estiver, o dispositivo disponibiliza a ração na quantidade necessária para alimentar seu pupilo. Se você está viajando ou ficou até mais tarde no trabalho, por exemplo.

Pintofeed

Você também pode programar horários para que o compartimento seja abastecido, sendo avisado por notificação quando isso acontece.

Pintofeed

Ainda não há data para chegar ao mercado americano, mas quem quiser pode já fazer reservas neste site. O custo será de US$149, mas eles não informam se realizam entregas para outros países, como Brasil e Portugal.

Fonte: Blog do Iphone

Anti-inflamatórios aumentam risco de doenças cardíacas, diz estudo

Um estudo britânico sugere que anti-inflamatórios analgésicos, como o ibuprofeno e o diclofenaco, podem aumentar o risco de doenças cardíacas quando ingeridos em grandes doses.

Estudos passados já haviam apontado a relação entre anti-inflamatórios e problemas do coração, mas esta é a primeira vez que uma pesquisa faz uma análise em detalhe. O estudo foi publicado na revista científica Lancet.

Os pesquisadores, da Universidade de Oxford, analisaram os prontuários de 353 mil pacientes para avaliar o impacto dos anti-inflamatórios, que são medicamentos não-esteroides e no Brasil são comercializados em produtos como Voltaren e Cataflan.

Eles examinaram receitas médicas de altas doses dos anti-inflamatórios, de 150 mg de diclofenaco ou 2.400 mg de ibuoprofeno diariamente, e não as prescrições para pequenas doses, que podem ser adquiridas na farmácia sem receita.

Eles concluíram que, para cada mil pacientes analisados, o risco de ataque cardíaco aumentava de 8 para 11 por ano. Eles também registraram quatro casos adicionais de falência cardíaca e uma morte, além de casos de sangramento no estômago.

"Três casos adicionais de ataque cardíaco por ano pode parecer um risco baixo, mas cabe aos pacientes julgarem se querem tomar os medicamentos", disse o pesquisador-chefe, Colin Baigent.

Baigent salientou que os resultados da pesquisa não devem preocupar pessoas que tomam baixas doses dos medicamentos para tratar dor de cabeça, por exemplo.

No entanto, ele alerta que quem já corre risco de ter doenças cardíacas tem mais chance de desenvolver as complicações se tomar altas doses dos anti-inflamatórios.

Tábua de salvação

Um terceiro medicamento analisado no estudo, naproxeno, acusou riscos menores de complicações cardíacas e tem sido prescrito por médicos para pacientes considerados de alto risco.

O remédio, que tem ação similar à da aspirina, impedindo coágulo sanguíneo, também pode aumentar o risco de sangramento estomacal, afirmaram os especialistas.

Pessoas que sofrem de artrite geralmente se beneficiam dos anti-inflamatórios analisados no estudo, que agem aliviando a dor e combatendo a inflamação.

O professor Alan Silman, diretor da organização Arthritis Research UK, diz que esses medicamento são uma "tábua de salvação" para milhões de pessoas e são extremamente eficientes em atenuar a dor.

"No entanto, por causa de seus possíveis efeitos colaterais, especialmente o de maior risco de complicações cardiovasculares, há uma necessidade urgente de encontrar alternativas que sejam tão eficientes e seguras".

Fonte: BBC Brasil

Câncer de pulmão tem diagnóstico tardio

Mais da metade das pessoas com câncer de pulmão já tem metástase no momento do diagnóstico, segundo um levantamento do A.C. Camargo Cancer Center com 944 pacientes cujo tumor foi encontrado entre 2000 e 2007.

Para esses pacientes, a chance de sobrevida após cinco anos é menor do que 3%. De acordo com o estudo, enquanto 56% descobriram o câncer de pulmão nesse estágio mais avançado, só 22,3% tiveram a doença detectada em fase inicial.

O diagnóstico precoce levou a 70% de sobrevida após cinco anos.

Números semelhantes são vistos em outras instituições. Segundo o oncologista clínico Gilberto de Castro Jr., do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), entre 2010 e 2011, 71% dos diagnósticos de câncer de pulmão feitos pela unidade já apresentavam metástase. A sobrevida média desses pacientes foi de apenas sete meses.

O que colabora para o diagnóstico tardio é o fato de o câncer de pulmão ter um comportamento agressivo e não provocar sintomas específicos, segundo o cirurgião oncologista Jefferson Luiz Gross, diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax do A.C. Camargo, em São Paulo.

"Por ter fumado por muito tempo, a pessoa já tem sintomas como tosse, pigarro ou falta de ar, por isso é mais difícil de perceber."

Diferentemente de outros tipos de câncer, como o de mama, que tem estratégias definidas para a detecção precoce, ainda não existe um consenso em relação ao tumor de pulmão.

Gross observa que um estudo, publicado na revista "New England Journal of Medicine" em 2011, constatou que a realização de exames de imagem periódicos é capaz de reduzir a mortalidade pela doença em 20%.

A pesquisa avaliou mais de 53 mil pessoas com alto risco para o câncer de pulmão.

Nos Estados Unidos, esse trabalho norteou uma recomendação feita pela Associação Americana de Cirurgia Torácica, segundo a qual pessoas com idades entre 55 e 79 anos, que tenham fumado o equivalente a um maço ao dia por 30 anos, devem fazer uma tomografia anual.

"Mas o resultado não é aceito de maneira universal. A aplicação seria muito difícil", diz Gross.

Outra preocupação, de acordo com o médico, é o risco de a pessoa que receber um resultado bom no exame sentir-se autorizada a continuar fumando.

O pneumologista Ricardo Henrique Meirelles, do Inca (Instituto Nacional de Câncer), afirma que a medida mais eficaz de prevenção ainda é o controle do tabagismo. "Em termos de saúde pública, não existem evidências de que o rastreamento seja eficaz", diz Meirelles.

SEM TABACO

O levantamento do A.C. Camargo foi lançado por ocasião do Dia Mundial sem Tabaco", comemorado nesta sexta-feira.

Em São Paulo, o InCor (Instituto do Coração) sedia uma exposição que reúne informações sobre o impacto do cigarro na saúde (av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 44, das 8h às 22h, até 30 de junho).

Dados de pesquisa do A.C. Camargo mostram diagnóstico tardio da doença

Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 28 de maio de 2013

Atleta do ABC que rompeu ligamentos não receberá indenização por estabilidade acidentária

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão que negou a um ex-zagueiro do ABC Futebol Clube, do Rio Grande do Norte, a pretensão de receber indenização correspondente ao período de estabilidade por acidente de trabalho. O atleta ficou afastado dos treinamentos e jogos devido ao rompimento dos ligamentos do joelho direito, mas o entendimento foi o de que a estabilidade era incompatível com seu pedido de desligamento do clube, ocorrido no mesmo período.

O atleta profissional Ben Hur, atualmente defendendo o Clube Recreativo e Atlético Catalano (CRAC), de Goiás, contou na reclamação trabalhista que sofreu a lesão no joelho em setembro de 2009, durante um exercício no centro de treinamento do ABC, em Natal (RN). Após tratamento médico, foi submetido a uma cirurgia para reparação do ligamento e ficou afastado de outubro de 2009 a março de 2010, data em que deu ciência ao clube do fim de concessão do auxílio acidentário em razão de alta médica.

No processo, Bem Hur apresentou documentação comprovatória da celebração de quatro contratos de trabalho com o ABC, o último com término em 30 de novembro de 2009. O jogador entendia que possuía à época do acidente de trabalho contrato por prazo indeterminado e pediu o reconhecimento da estabilidade mínima de 12 meses, prevista no artigo 118 da Lei nº 8.213/91 (Lei de Benefícios da Previdência Social).

O ABC, em sua defesa, sustentou que o contrato do jogador, por prazo determinado, teria terminado no ano anterior, mas ficara suspenso por causa do benefício previdenciário. Segundo o clube, não houve rescisão contratual: a ruptura teria ocorrido por culpa do atleta, que, após a alta da Previdência Social, teria abandonado o clube, informando que não mais compareceria para treinamentos e jogos, pois iria atender a convite feito por outro clube, de Santa Catarina. Para o clube, o atleta deixou de cumprir suas obrigações contratuais "com visível intenção de obter vantagem financeira de forma ilícita", na medida em que pediu por conta própria a suspensão 20 dias antes do término da última prorrogação de auxílio-doença, pois queria assinar um contrato com outro clube de futebol.

A 2ª Vara do Trabalho de Natal (RN) negou o pedido de indenização feito pelo atleta. Para o juízo, não havia como integrar a estabilidade acidentária aos contratos de trabalho com duração certa, pois os efeitos da percepção do auxílio doença acidentário nesta modalidade de contrato não se estendem após a sua suspensão.

O Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (RN) manteve a sentença por constatar, ao analisar a documentação apresentada, que havia incongruência dos pedidos do atleta - que ao mesmo tempo pleiteou o direito à estabilidade provisória e requereu "com urgência" a liberação do contrato celebrado com o clube junto à Federação Norteriograndense de Futebol (FNF). O Regional observou que o atleta provavelmente já estava com a saúde restabelecida e pretendia desvincular-se do ABC, uma vez que ajuizou a reclamação trabalhista uma semana após pedir a suspensão do benefício previdenciário. Na mesma ação, pedia a antecipação de tutela para que fosse expedido mandado de liberação do contrato entre ele e o ABC.

Ao analisar o agravo de instrumento, por meio do qual o atleta pretendia que o TST examinasse seu recurso de revista, o relator, ministro Maurício Godinho Delgado, lembrou que, como regra geral, as causas de suspensão dos contratos por prazo determinado servem, no máximo, para prorrogar a data de seu término. Os afastamentos por acidente de trabalho ou doença profissional, porém, podem constituir exceções e garantir a estabilidade ao trabalhador ou a indenização correspondente. No caso, porém, o relator considerou que a exceção não se aplicava, devido à incongruência dos pedidos do jogador, que pretendia a indenização por estabilidade e, ao mesmo tempo, sua liberação, com a nítida impressão de que pretendia deixar o clube. Caso contrário, como ressaltou o TRT-RN, ele teria pedido a tutela antecipada para que fosse determinada, com urgência, a sua reintegração com base na estabilidade provisória, e não o contrário, como fez.

Processo: AIRR-35800-30.2010.5.21.0002

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho

Estudo prevê nova crise aérea no Brasil em 7 anos

O Brasil passará por um segundo gargalo aéreo na década de 2020, após a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Hoje, os problemas se concentram nos terminais de embarque. Dez dos principais aeroportos brasileiros têm essa estrutura saturada.

Mas mesmo que esse nó seja desatado, o país terá de lidar em seguida com a saturação nas pistas e no tráfego de aviões sobre os aeroportos.

Hoje, já há uma pista sobrecarregada: a do aeroporto de Congonhas. Um novo estudo da FGV aponta que isso vai se alastrar. A pista de Viracopos deve chegar ao seu limite até 2020. A partir daí, a situação se complica: até 2030, mais uma dezena de aeroportos nas principais capitais vão precisar de investimentos em suas pistas.

Isso porque o atual "caos aéreo" brasileiro não é exatamente aéreo, mas terrestre, no embarque. Já o número médio de pousos e decolagens por hora em si é baixo: 38, ante uma média global de 88.

Com o tempo, a tendência é que o número brasileiro se aproxime do internacional.

Em 2002, o Brasil realizou apenas 36 milhões de embarques. Em 2012, já eram 101 milhões, mas para os especialistas esse número ainda é pequeno para um país de 200 milhões de habitantes.

Os EUA, com população de 300 milhões, realizam 650 milhões de embarques ao ano. A FGV estima que o Brasil terá 195 milhões de passageiros em 2020 e 312 milhões em 2030.

Nesse cenário, serão necessários investimentos de cerca de R$ 30 bilhões até 2030 para adequar os aeroportos.

A maior parte desse valor, entre R$ 10,7 bilhões e R$ 14,2 bilhões, terá de ser desembolsada entre 2020 e 2030.

Para Gesner Oliveira, coordenador do estudo, a solução para eliminar esses gargalos é expandir o investimento privado no setor. Nesse sentido, as primeiras concessões, realizadas pelo governo federal em fevereiro de 2012 (Guarulhos, Viracopos e Brasília), devem trazer investimentos de cerca de R$ 16 bilhões.

Para Oliveira, evitar um segundo apagão aéreo após os grandes eventos esportivos dependerá da agilidade nas novas concessões. "Além disso, se só um grupo controlar os principais aeroportos, não haverá concorrência nem melhor qualidade do serviço".

Em evento na Fiesp no começo do mês, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Marcelo Guaranys, disse que os estudos prévios para os editais dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG) estão em fase de conclusão.

Fonte: Folha de São Paulo

Antibiótico é útil para dor lombar, diz estudo

Boa parte das dores lombares crônicas em pessoas com hérnia de disco pode ser causada por infecções "ocultas" e tratada com antibióticos, de acordo com duas pesquisas realizadas por médicos dinamarqueses.

Os trabalhos, publicados no "European Spine Journal", contemplam duas etapas. Primeiro, a equipe liderada por Hanne Albert, da Universidade do Sul da Dinamarca, procurou saber se havia infecção nos discos intervertebrais.

Eles analisaram, em 61 pacientes, o material do núcleo do disco que fica entre as vértebras e amortece o impacto entre elas. Quando há hérnia, esse material sai do disco e pressiona os nervos próximos, causando dor.

No grupo estudado pelos dinamarqueses, a hérnia tinha levado também a uma lesão óssea, presente em 40% da população com dor lombar crônica, cuja causa é atribuída, em geral, à falta do amortecimento, já que os discos estão degenerados.

No estudo, 46% dos pacientes apresentavam uma infecção bacteriana no núcleo do disco.

De acordo com a pesquisa, um ácido produzido pela bactéria, a P. acnes, comumente encontrada na pele e que foi achada na maioria dos discos infectados, é responsável pelas lesões ósseas.

A segunda pesquisa do grupo avaliou um tratamento de cem dias com antibiótico em 144 pacientes. Metade recebeu o remédio e metade, placebo. No grupo do antibiótico, 75% das pessoas diziam, no início do estudo, sentir dores constantes nas costas. Ao fim de um ano, só 20% continuavam nessa situação.

De acordo com o fisiatra João Amadera, do Spine Center do HCor (Hospital do Coração) de São Paulo, apesar de promissor, o resultado não significa que esse tratamento possa ser generalizado para qualquer pessoa com dor nas costas.

Isso porque é difícil saber em quais pessoas existe a infecção, que é de baixa virulência e não causa sintomas como febre e mal-estar.

"O diagnóstico preciso de uma infecção é dado com a cultura [da bactéria] e, para isso, teríamos que fazer uma biópsia do disco suspeito por agulha, o que pode acelerar a degeneração dos discos."

Outro problema é a longa duração do tratamento, necessária porque os discos são de difícil acesso para os remédios, pela baixa vascularização da região.

Para completar, 27% das pessoas que se trataram com antibióticos tiveram diarreia.

Os próprios autores do estudo destacam também o perigo do uso indiscriminado de antibióticos, que pode selecionar micro-organismos resistentes aos remédios.

Ainda assim, o trabalho chama a atenção ao abrir a possibilidade de um novo tratamento para um problema tão comum, diz Amadera, que vai iniciar um estudo com 20 pessoas para ver se as conclusões dos dinamarqueses se repetem por aqui.

Por enquanto, o tratamento deve continuar à base de fisioterapia e remédios para os casos menos graves e cirurgia quando não houver outra opção, diz o ortopedista Luís Eduardo Munhoz da Rocha, especialista em coluna.

Fonte: Folha de São Paulo

Anvisa mantém monitoramento do uso da sibutramina

A Diretoria Colegiada da Anvisa decidiu, nesta segunda-feira (27/5), manter a venda e o monitoramento de medicamentos a base de sibutramina no Brasil. A decisão, fundamentada em monitoramento do mercado do referido medicamento nacional ao longo de 2012, também sustentou as restrições já existentes para a venda do produto. Dessa forma, as regras para o uso da sibutramina permanecem as mesmas adotadas em outubro de 2011.

Naquele ano, a Agência publicou regulamento que aumentou o controle sobre a sibutramina. A Resolução RDC 52/2011 da Anvisa estabeleceu a obrigatoriedade dos profissionais de saúde, empresas detentoras de registro e farmácias e drogarias de notificarem, obrigatoriamente, o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária sobre casos de efeitos adversos relacionados ao uso de medicamentos que contém sibutramina.
Além disso, indicou a descontinuidade do uso da sibutramina em pacientes que não obtiverem resultados após quatro semanas de uso do produto.

Fonte: ANVISA

domingo, 26 de maio de 2013

Vacina contra dengue pode chegar ao mercado em 2015

Ainda não existem medicamentos disponíveis para prevenir ou tratar a doença

Há uma boa e uma má notícia sobre a dengue. Primeiro a má: o número de casos de contaminação no Brasil é preocupante. No ritmo atual, o ano de 2013 deve superar 2010, considerado o pior da história em notificações. Agora a boa notícia: a vacina contra a doença pode chegar ao mercado em 2015.

De 1º de janeiro até 20 de abril, a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti atingiu 799.661 pessoas no Brasil. O pico da transmissão da dengue ocorreu na primeira semana de março, quando foram registrados 84.122 casos da doença. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a dengue afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas a cada ano, em mais de 100 países. Por enquanto, não existem medicamentos disponíveis para prevenir ou tratar a doença. O que se faz hoje é reprimir a proliferação do mosquito e, em caso de contaminação, tratar os sintomas.

Mas o aumento considerável no número de casos demonstra que isso não é o suficiente. “Apesar dos esforços atuais de controle da dengue, com base principalmente no controle do vetor e manejo de casos, a carga e os custos da doença continuam a ser consideráveis. O controle do vetor vai continuar a ser uma parte importante do controle da dengue, mas é claro que uma vacina também é necessária”, explica Ciro de Quadros, vice-presidente executivo do Instituto de Vacinas Albert Sabin, em Washington, DC.

Desafio

Embora existam muitas fórmulas candidatas, em vários estágios de desenvolvimento, a complexidade da infecção pelo vírus da dengue tem sido um desafio para as pesquisas da vacina. Um dos entraves é conseguir uma vacina que forneça proteção contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (1 a 4).

Além disso, outra dificuldade encontrada é a falta de conhecimento de como a doença se comporta e da maneira que o vírus interage com o organismo humano. “Há também uma falta de modelos animais de laboratório disponíveis para testar as respostas imunitárias às vacinas potenciais, bem como resolver questões sobre os imuno-correlatos de proteção”, acrescenta Quadros

Promessa de vacina

Classificação Série B

 

Clube

PG

J

V

E

D

GP

GC

SG

A%

Chapecoense-SC

3

1

1

0

0

4

1

3

100,0

Joinville-SC

3

1

1

0

0

3

0

3

100,0

Paraná-PR

3

1

1

0

0

2

0

2

100,0

Figueirense-SC

3

1

1

0

0

3

2

1

100,0

Icasa-CE

3

1

1

0

0

2

1

1

100,0

Guaratinguetá-SP

3

1

1

0

0

1

0

1

100,0

Palmeiras-SP

3

1

1

0

0

1

0

1

100,0

ASA-AL

1

1

0

1

0

1

1

0

33,3

Avaí-SC

1

1

0

1

0

1

1

0

33,3

10º
Oeste-SP

1

1

0

1

0

1

1

0

33,3

11º
Paysandu-PA

1

1

0

1

0

1

1

0

33,3

12º
Ceará-CE

1

1

0

1

0

0

0

0

33,3

13º
São Caetano-SP

1

1

0

1

0

0

0

0

33,3

14º
América-RN

0

1

0

0

1

2

3

-1

0,0

15º
Sport-PE

0

1

0

0

1

1

2

-1

0,0

16º
América-MG

0

1

0

0

1

0

1

-1

0,0

17º
Atlético-GO

0

1

0

0

1

0

1

-1

0,0

18º
ABC-RN

0

1

0

0

1

0

2

-2

0,0

19º
Boa Esporte-MG

0

1

0

0

1

1

4

-3

0,0

20º
Bragantino-SP

0

1

0

0

1

0

3

-3

0,0

América também estreou com derrota na série B

FICHA TÉCNICA
FIGUEIRENSE 3 X 2 AMÉRICA-RN
Local: Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis (SC)
Data: 25 de maio de 2013, sábado
Horário: 16h20 (de Brasília)
Árbitro: Luís Teixeira Rocha (RS)
Assistentes: José Antônio Chaves Franco Filho e José Eduardo Calza (ambos do RS)
Cartões amarelos: Thiego (Figueirense), Fabinho e Cascata (América-RN)
Gols: Figueirense: Pablo, aos 37 minutos do primeiro tempo, e Rafael Costa, aos 44 e aos 12 do segundo; América-RN: Cascata, aos 28 do primeiro e aos 47 do segundo;
FIGUEIRENSE: Ricardo; William, Thiego, Douglas e Wellington Saci; William Magrão, Ronaldo Tres (Henrique Miranda) e Maylson; Ricardinho, Rafael Costa (Rennan Oliveira) e Pablo (Tinga)
Técnico: Adílson Batista
AMÉRICA-RN: Rodrigão; Ruy, Índio, Thiago (Índio Oliveira) e Renatinho Potiguar; Márcio Passos, Daniel, Fabinho e Cascata; Júnio Negão (Vaninho) e Kattê (Ebinho)
Técnico: Roberto Fernandes

ABC estreia com derrota na série B

Ficha técnica:

ABC: Lopes, Renato, Leandro Cardoso, Vinícius e Lino; Leandro Santos, Mateus (Alvinho), Bileu e Giovanni (Jean); Rodrigo Silva e Vanderlei (Rafael Santiago). Técnico: Paulo Porto.
Paraná: Luís Carlos, Ronieri, Anderson, Brinner e Paulinho; Cambará (Gilson), Ricardo Conceição, Lúcio Flávio e Ronaldo Mendes (Carlinhos); Rubinho (Fernando Gabriel) e JJ Morales. Dado Cavalcante,
Árbitro: Nielson Nogueira Dias (PE)
Gols: Rubinho/PAR (33'/1ºT), Ronaldo Conceição/PAR (37'/1ºT)
Renda: R$ 19.027,00
Público: 1.239 total
Estádio: Almeidão (PB)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Merck suspende testes clínicos de remédio contra Parkinson

O grupo farmacêutico americano anunciou nesta quinta-feira o fim dos testes clínicos com o Preladenant, diante de resultados abaixo do esperado

O grupo farmacêutico americano Merck anunciou nesta quinta-feira o fim dos testes clínicos com o Preladenant, um remédio com potencial para tratar o Mal de Parkinson, diante de resultados abaixo do esperado.

Merck destaca que um "estudo de dados provenientes de três testes diferentes de fase 3", o último passo antes da comercialização, "não proporcionou evidência da efetividade do Preladenant em relação ao placebo".

"Com base nestes resultados, Merck decidiu encerrar os estudos", diz o laboratório, acrescentando que a medida "não foi motivada por problemas de segurança" em relação à droga.

"Estamos comprometidos com a pesquisa neurológica e realizaremos uma análise mais detalhada dos dados" dos testes abortados "para informar à comunidade científica", disse David Michelson, um dos principais membros do projeto.

O Mal de Parkinson é muito complexo, o que torna difícil o tratamento dos pacientes e o desenvolvimento de enfoques terapêuticos.

Fonte: EXAME.COM

Anvisa lança guia sobre armazenamento de sangue de cordão umbilical

Preservar as células-tronco do sangue do cordão umbilical em um banco privado não é um "seguro de vida" para a criança e não garante o tratamento de doença que ela possa ter no futuro.

É o que alerta uma cartilha digital que será lançada hoje pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no site www.anvisa.gov.br.

O cordão contém células-tronco que podem ser usadas em transplantes para pessoas com doenças do sangue, como a leucemia.

Os pais podem optar pela preservação das células nos bancos privados, onde ficam congeladas para serem usadas só pela própria criança ou, em casos especiais, seus parentes, ou nos bancos públicos. Nesse caso, não há custo para a família e o material fica disponível para qualquer doente em busca de um doador de células-tronco compatível para transplante.

O público-alvo do material da Anvisa são pais que circulam pelos consultórios obstétricos e se questionam sobre a opção de pagar até R$ 5.000 pela coleta das células e R$ 1.000 anuais para guardá-las.

Estima-se que cerca de 70 mil unidades estejam guardadas nos bancos de sangue de cordão privados no país. Outras 12 mil unidades estão nos bancos públicos da rede BrasilCord, colhidos em hospitais públicos ou privados na hora do parto.

"Nossa intenção é dizer: não acredite que é seguro de vida. A pessoa precisa saber pelo que está pagando", diz Daniel Coradi, gerente-geral de sangue, tecidos, células e órgãos da Anvisa.

De 2003 a 2010, há registro de três casos em que as células de bancos privados foram usadas pelo dono do cordão no país. Em outros cinco, o material serviu a parentes.

A ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular) é "absolutamente contrária" ao banco privado, diz Carmino de Souza, presidente da entidade.

"Mesmo a indicação mais óbvia, o tratamento de uma leucemia aguda, é falacioso: o genoma da célula-tronco do cordão já carrega a predisposição da leucemia. Você vai fazer um transplante desse sob risco maior de recaída."

Para ele, trata-se de uma "propaganda enganosa". "A possibilidade de alguém coletar seu sangue de cordão e usá-lo é tão remota quanto caírem três aviões no mesmo lugar ao mesmo tempo."

Já os bancos públicos, lembra a Anvisa, são responsáveis pela maior parte dos transplantes. De 2003 até abril deste ano, 163 transplantes foram feitos com as células dos bancos públicos.

PROPAGANDA

Coradi diz que a cartilha não "aconselha nem desaconselha". Funciona, no entanto, como uma forma de remediar a impossibilidade de a Anvisa regular a publicidade do setor. "O 'folder' da empresa [que guarda os cordões] não pode dizer que vai poder tratar alzheimer", afirma.

A agência diz já ter encaminhado casos de publicidade indevida ao Conselho Federal de Medicina. O conselho afirma não ter dados de denúncias apuradas, mas que o tema pode ser alvo de regulamentação futura.

Para o hematologista Carlos Chiattone, diretor da ABHH, a abordagem pelos bancos privados é feita de forma antiética. "A pessoa se vê sob pressão emocional para aderir ao serviço."

Roberto Waddington, diretor do banco privado Cordvida, que guarda 12 mil amostras, defende o uso de dados científicos para que a família decida sobre a eventual guarda. Segundo ele, apesar de as chances serem pequenas de uma criança precisar das suas células, o percentual cresce ao longo da vida.

Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sociedade Americana de Urologia muda diretrizes para prevenção de câncer de próstata

Exame de PSA passa a ser recomendado apenas para pacientes entre 55 e 69 anos, desde que não estejam no grupo de maior risco

A Sociedade Americana de Urologia redefiniu a faixa etária para a qual recomenda o exame PSA (antígeno prostático específico) como forma de prevenir o câncer de próstata. A orientação anterior era de que o homem deveria se submeter ao PSA a partir dos 50 anos. Após uma ampla revisão da literatura médica, que abrangeu pesquisas de 1995 até 2013, a instituição decidiu indicar o procedimento apenas para pacientes de 55 a 69 anos. No caso dos grupos de risco, continua valendo a recomendação do teste a partir dos 40 anos de idade.

A mudança, apresentada em 6 de maio, foi motivada pela conclusão de que o benefício para pacientes fora dessa faixa etária não compensa os riscos do exame. O PSA é considerado um importante marcado do câncer de próstata. No entanto, o exame é muito sensível e pouco específico: detecta muito facilmente alterações no marcador, mas não é capaz de especificar a causa dessa alteração – que muitas vezes não é um câncer.

"O PSA pode ser alterado pela hiperplasia benigna da próstata (tumor benigno), infecções da próstata e às vezes até mesmo sem nenhuma razão aparente. Por isso ele não é um marcador muito bom", explica Joaquim Claro, urologista e coordenador do Centro de Referência da Saúde do Homem, em São Paulo.

Para descobrir o que causou a alteração do PSA, o paciente precisa ser submetido a uma biópsia retal. Esse procedimento, porém, envolve uma série de riscos, como a possibilidade de sangramentos, complicações em virtude da anestesia e, principalmente, infecções, que podem até levar à morte. "Tem ainda o lado emocional. Se um paciente mais jovem faz o teste e encontra uma alteração, ele pode ficar preocupado e sofrer – e pode ser que não tenha o câncer", afirma Claro.

Nova diretriz – Foi pesando nesses casos que a Sociedade Americana de Urologia decidiu modificar a recomendação desse exame. Enquanto o número de biópsias com resultado negativo é muito alto no grupo até 54 anos, na faixa entre 55 e 69 anos esse número é menor, justificando a realização do teste de PSA e, consequentemente, da biópsia. A partir dos 70 anos, a Sociedade considera que, dependendo da expectativa de vida do paciente e levando-se em consideração que o câncer de próstata é de evolução lenta, o paciente pode não se beneficiar do tratamento da doença, que pode levar até 20 anos para manifestar sintomas.

Grupo de risco – A diretriz para uso do PSA não sofreu nenhuma alteração no caso dos grupos de risco para o câncer de próstata, que incluem pacientes com histórico familiar da doença (principalmente pais e irmãos) e negros. Para eles, o PSA é recomendado a partir dos 40 anos.

A diretriz, porém, tem caráter de orientação. O paciente ainda pode exigir a realização do procedimento, alerta Joaquim Claro. "A Sociedade Americana de Urologia é muito rigorosa e respeitada no meio científico, então urologistas do mundo inteiro acabam levando em consideração suas recomendações. Mas é claro que elas não têm força de lei", explica.

A mudança de diretrizes, porém, não altera em nada a recomendação do exame de toque prostático, que deve ser feito por todos os homens acima dos 50 anos de idade e a partir dos 40 anos para grupos de risco.

Fonte: VEJA

Estudo revela que vitamina C cura tuberculose resistente a remédios

Uma pesquisa realizada por cientistas de uma universidade dos Estados Unidos revelou que a vitamina C pode ser eficaz no tratamento da tuberculose multirresistente, uma forma grave da doença que não responde aos remédios geralmente usados contra ela.

Segundo o estudo dos pesquisadores da Universidade de Yeshiva, em Nova York, a bactéria causadora dessa tuberculose não resistiu a um tratamento com vitamina C em laboratório. Resta saber se tal descoberta pode ser usada em um tratamento com remédios no futuro.

Os cientistas acreditam que o que ocorreu no estudo foi que a vitamina C agiu induzindo a formação de moléculas de oxigênio com mais elétrons e altamente reativas, conhecidas como radicais livres.

Essas moléculas, por sua vez, reagiram com moléculas de bactérias que causam a doença, mesmo as resistentes a medicamentos, e as mataram.

O estudo foi divulgado em um artigo na publicação científica Nature Communications.

Novo mecanismo

O líder da pesquisa, William Jacobs, professor de microbiologia e imunologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Yeshiva, disse que os cientistas foram capazes de demonstrar essa aplicação da vitamina C "somente em um tubo de ensaio, e não sabemos se vai funcionar em seres humanos e animais".

"Isso seria um grande estudo a se considerar, porque temos cepas de tuberculose para as quais não há medicamentos, e eu sei que no laboratório podemos matar esses tipos com a vitamina C."

"Também ajuda sabermos que a vitamina C é barata, amplamente disponível e muito segura de usar. Pelo menos, este trabalho mostra-nos um novo mecanismo que podemos explorar para atacar a tuberculose", completou.

Pode ser que, no futuro, a vitamina C possa ser usada juntamente com medicamentos contra a tuberculose. Uma outra aplicação da descoberta seria o desenvolvimento de novos medicamentos contra a tuberculose que sejam capazes de gerar grande número de radicais livres.

Estima-se que 650 mil pessoas no mundo têm tuberculose multirresistente.

A vitamina C, ou ácido ascórbico, tem muitas funções importantes no corpo, incluindo proteger as células e mantê-las saudáveis.

Boas fontes naturais da vitamina incluem laranja, groselha e brócolis, e a maioria das pessoas obtém tudo que necessita por meio de sua dieta.

Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Tomografia eleva o risco de câncer em crianças e jovens

Crianças e adolescentes que se submetem a tomografias computadorizadas (exame com nível de radiação maior do que um raio-X) têm risco 24% maior de desenvolver câncer do que aqueles que não fizeram o exame.

É o que aponta o maior estudo já feito sobre o tema, com um grupo de 10,9 milhões de pessoas de até 19 anos da Austrália.

Desse grupo, 680 mil fizeram tomografias ao menos 12 meses antes de um diagnóstico de câncer, para excluir os exames feitos durante a investigação da doença. Os voluntários foram acompanhados por nove anos e meio.

O risco absoluto de câncer, porém, permanece baixo. Em um grupo de 10 mil jovens, espera-se que 39 casos de câncer ocorram em dez anos. Se cada um deles fizesse uma tomografia, sete casos a mais apareceriam.

A preocupação com as crianças é maior porque seus tecidos ainda estão em formação, o que as torna mais suscetíveis às doses de radiação. A chance de elas repetirem o exame e acumularem os efeitos danosos ao longo da vida também é grande.

Recentemente, outras pesquisas apontaram o risco elevado de câncer em jovens que haviam feito o exame.

No entanto, segundo os autores do novo estudo, publicado no periódico "British Medical Journal", especialistas em radiação ainda questionavam a validade dos resultados e havia incerteza sobre o risco de câncer ligado à tomografia.

Especialistas dizem que o novo trabalho confirma e consolida as informações que já existiam a respeito.

"É um trabalho importante porque havia controvérsia sobre esse risco", diz Lisa Suzuki, radiologista do Hospital Infantil Sabará.

O estudo mostra um risco aumentado para tumores sólidos (de cérebro, pele, tireoide, trato urinário, órgãos digestivos etc.), leucemia e outros cânceres linfoides, em especial quando a exposição à radiação aconteceu antes dos cinco anos de idade.

BOM SENSO

Segundo Suzuki, campanhas internacionais e protocolos já sugerem a redução da radiação para crianças.

No Sabará, por exemplo, existe o plano de criar uma "carteira da radiação", nos moldes da de vacinação, para anotar os exames aos quais a criança foi submetida. Esse controle deve ser lançado no segundo semestre.

Marcos Menezes, coordenador do Centro de Diagnósticos do Hospital Sírio-Libanês, afirma também que os tomógrafos modernos podem ter uma dose de radiação 16 vezes menor que a padrão.

"O paciente tem direito de saber e questionar o tipo de tecnologia e a dose de radiação que vai receber e comparar para fazer uma escolha melhor", diz.

Cecilia Maria Lima da Costa, diretora do setor de oncologia pediátrica do A.C. Camargo, diz que exames que não usam radiação, como a ressonância magnética, têm ganhado mais espaço nessa faixa etária, mas, em alguns casos, a tomografia é essencial, como em traumas e acompanhamento de câncer.

"É preciso pesar risco e benefício. Se for essencial, vale a pena correr esse risco pequeno", afirma.

O consenso é de que a indicação do exame tem que ser precisa para evitar radiação desnecessária.

"É preciso ter bom senso dos dois lados. Há pais que insistem para que os filhos façam exames mesmo quando o médico acha que não é indicado, e há médicos com a sensação de que os exames resolvem tudo", diz Suzuki.

Fonte: Folha de São Paulo

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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Médico de fora que atuar em área carente não fará prova

O Brasil não vai exigir exame nacional de revalidação do diploma de médicos trazidos da Espanha e de Portugal para trabalho temporário em áreas com déficit de profissionais da saúde no país.

Em contrapartida, esses estrangeiros só poderão atuar nas áreas determinadas pelo governo em periferias e no interior e por período que não deve passar de três anos.

Caso queiram trabalhar mais no Brasil, terão então de fazer o exame, seguindo um modelo já adotado por países como Canadá, Austrália, Reino Unido e a própria Espanha.

A proposta será apresentada hoje em Genebra pelo Ministério da Saúde à Espanha e a Portugal, durante encontro anual da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Ela será o modelo de contratação de estrangeiros que o país vai adotar, disse à Folha o ministro da pasta, Alexandre Padilha.

"Nosso maior interesse é atrair médicos de Espanha e Portugal para atuar restritamente em regiões com carência de profissionais, por um período de dois, três anos, na área de atenção primária, em que a Espanha tem grande tradição. O Brasil precisa de mais médicos, mais próximos da população e com mais qualidade" disse o ministro.

Uma equipe de Padilha se reúne hoje com os ministros espanhol e português.

Consultado pela Folha, o governo espanhol já indicou ter muito interesse no convênio. O país tem 20 mil médicos desempregados.

O Brasil é o segundo foco (depois da Inglaterra) do Ministério da Saúde espanhol para exportar profissionais.

A pasta preparou um projeto para o governo brasileiro, que propõe agilizar a concessão de vistos e validar diplomas espanhóis.

Oferece como contrapartida facilidades e bolsas para estudantes brasileiros em universidades da Espanha.

Na semana passada, o secretário de Gestão no Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mozart Sales, visitou faculdades de Medicina em Barcelona e em Sevilha.

Recém-formados dessas universidades também serão incorporados pelo governo brasileiro, segundo Padilha.

PARCERIA

"Eu, como ministro da Saúde, vendo de um lado a situação de médicos qualificados sem perspectiva de emprego na Espanha e em Portugal, e de outro, a necessidade de mais médicos para uma população [no Brasil] não vou ficar parado sem pensar em construir parcerias".

Desde o ano passado, o governo inglês faz recrutamentos periódicos de médicos e enfermeiros na Espanha para trabalhar em hospitais e centros de saúde do país.

A clínica geral Inma Fuentes queria trabalhar no Brasil, mas optou por um recrutamento em Londres. "O Brasil é uma ótima opção pelo tipo de atendimento que podemos fazer lá, mas eu desisti por causa da burocracia".

Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 18 de maio de 2013

USP testa droga usada contra hipertensão para controlar sintomas de esquizofrenia

Uma nova droga contra a esquizofrenia se mostrou mais eficaz ante os tratamentos atuais, em pesquisa conjunta da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), da USP, e da Universidade de Alberta, no Canadá.

Os testes com a substância, o nitroprussiato de sódio, resultaram em ação mais rápida, sem efeitos colaterais e maior controle dos sintomas do transtorno mental. Os resultados foram publicados on-line no periódico médico "JAMA Psychiatry" .

A esquizofrenia, segundo estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde), acomete 1% da população. Os principais sintomas são desorganizações psíquicas, como delírios e alucinações, mas também cognitivas --falta de atenção e redução no contato social, por exemplo.

De acordo com o professor da FMRP Jaime Hallak, que coordenou os estudos, os medicamentos usados atualmente contra a esquizofrenia mostram eficácia só em parte dos sintomas, como delírios e alucinações.

Nos demais sintomas, chamados de "negativos", como os que atingem a cognição, os remédios atuais deixam a desejar. "Por isso, boa parte dos pacientes não consegue retomar a vida normal."

Com o uso do nitroprussiato de sódio, segundo Hallak, houve "melhora global e muito rápida". As pesquisas começaram em 2000, primeiro com animais, e evoluíram para testes com humanos nos últimos cinco anos.

O estudo dividiu os pacientes em dois grupos de dez pessoas --um recebeu o medicamento e o outro, placebo.

No grupo que recebeu o nitroprussiato, houve controle mais rápido dos sintomas da doença. Com uma única administração do medicamento, o efeito positivo durou por cerca de quatro semanas.

DESCOBERTAS

As drogas atuais contra a esquizofrenia agem bloqueando um receptor cerebral da dopamina, um tipo de neurotransmissor --substância química que é produzida pelos neurônios.

Como esses medicamentos não são eficazes contra todos os sintomas, surgiram pesquisas em busca de outras substâncias, diz Hallak.

Vários estudos, segundo ele, conseguiram identificar que, em pessoas com esquizofrenia, existe diminuição na função de um receptor cerebral chamado de NMDA (N-Metil D-Aspartato).

Uma das funções desse receptor no cérebro é produzir óxido nítrico. "Se você tem uma diminuição na função dele [NMDA], é lógico imaginar que há uma diminuição na produção de óxido nítrico", afirma o professor.

Estudos já vinham tentando, com o uso de diferentes drogas, melhorar a função do NMDA, mas sem eficácia.

Foi aí que entrou o nitroprussiato de sódio, um medicamento que já é utilizado em ambiente hospitalar para controlar casos agudos de hipertensão. O nitroprussiato produz o óxido nítrico, componente que dá mais "elasticidade" aos vasos sanguíneos.

"Em vez de o receptor [NMDA] oferecer o óxido nítrico, nós fomos atrás de um medicamento que faz isso."

PRÓXIMOS PASSOS

"A pesquisa abre uma avenida inteira de investigação para o tratamento da esquizofrenia. Antes, os trabalhos estavam muito focados em mais do mesmo, principalmente na dopamina", diz Hallak.

O professor Helio Elkis, do departamento de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, não envolvido com o novo estudo, afirma que o controle dos sintomas negativos da doença é um dos principais méritos da pesquisa.

Elkis, que coordena o Projesq (Projeto Esquizofrenia) do Instituto de Psiquiatria do HC, no entanto, chama a atenção para o tempo curto de acompanhamento dos pacientes na pesquisa. "A única questão é que foi uma melhora [avaliada] em quatro semanas, a gente tem que ver sintomas negativos em anos."

A sequência do estudo, já em andamento, envolve testes em aplicações repetidas e com diferentes doses, além do uso da droga em outros quadros psiquiátricos, como depressão psicótica.

"Nosso grupo de pesquisa acredita fortemente que, em algum momento, vamos falar em cura para a esquizofrenia, ou pelo menos em restituição integral do sujeito à normalidade", afirma Hallak.

Fonte: Folha de São Paulo

Estudo promete revelar mistérios da mente adolescente

A impulsividade dos adolescentes pode estar ligada a características do seu cérebro que mudam com a idade?

Para responder a essa pergunta, a Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, está começando a realizar um amplo estudo no qual serão monitorados os cérebros de 300 indivíduos com idades entre 14 e 24 anos.

A pesquisa deve custar 5 milhões de libras (R$ 15 milhões) e tem como objetivo de entender como o cérebro dos adolescentes muda conforme eles envelhecem e se a tendência a agir de forma menos impulsiva com a idade pode estar relacionada a essas mudanças.

Além disso, os coordenadores do estudo também esperam que ele lance luz sobre as causas do surgimento de transtornos mentais em jovens adultos.

Para Ed Bullmore, professor de psiquiatria da Universidade de Cambridge, é provável que, com o tempo, mudanças no cérebro dos adolescentes lhes ajudem a começar a controlar suas emoções e reações mais facilmente.

"Exames de ressonância magnética nos permitirão obter boas imagens de como a anatomia do cérebro muda ao longo do desenvolvimento do indivíduo", disse Bullmore à BBC. "Estamos particularmente interessados em entender quais são as alterações no tecido da parte central do cérebro, conhecido como massa branca."

Estrutura do cérebro

Para o psiquiatra, os exames devem mostrar que essa massa branca sofre alterações em resposta a mudanças hormonais - e são tais alterações que favorecem o autocontrole dos indivíduos.

Numa tentativa de testar essa hipótese, os 300 jovens e adolescentes serão submetidos a situações em que será avaliada sua propensão a adotar comportamentos impulsivos e tomar riscos em diferentes etapas de sua vida.

Simultaneamente, eles também passarão por exames que analisam a estrutura de seu cérebro.

"Todos nós já fomos jovens e sabemos que esse é um momento difícil e confuso da vida", diz Becky Inkster, também da Universidade de Cambridge.

Entre os primeiros a passarem pelos exames de ressonância magnética está Samantha, de 16 anos, que segundo sua mãe, Kim, teria constantes mudanças de humor.

"Se alguma coisa a perturba na escola, ela pode estar muito mal-humorada quando chega em casa. Mas isso não dura muito tempo", diz Kim.

"Notei minhas mudanças de humor recentemente. Às vezes estou feliz e às vezes mal-humorada e irritada", comenta a menina. "Eu me sentia muito culpada por causa dessas mudanças. Mas agora que sei que isso é o que acontece (com adolescentes), já não me sinto tão mal."

Para Bullmore, uma das conclusões da pesquisa pode ser que o cérebro dos adolescentes favorece processos de tomada de decisão motivados por considerações de curto prazo e "estados emocionais imediatos".

A pergunta que muitos pais de adolescentes devem estar se fazendo nesse ponto é: É possível apressar as mudanças cerebrais para acelerar o amadurecimento dos filhos?

Bullmore acha que sim. "Se pudermos entender o que está mudando no cérebro desses adolescentes do ponto de vista físico e mental, poderemos no futuro planejar intervenções para apoiar ou acelerar um amadurecimento na forma como as pessoas pensam", diz ele.

"Poderíamos tentar desenvolver, por exemplo, jogos de computador ou outros programas de treinamento que ajudem os adolescentes a desenvolverem suas habilidades cognitivas mais rapidamente."

Doenças mentais

Com o estudo, os pesquisadores também esperam entender como alguns transtornos mentais se desenvolvem.

No final da adolescência e início da idade adulta existe um elevado risco de desenvolvimento de doenças psicóticas, tais como esquizofrenia e distúrbios bipolares.

Na realidade, muitos dos transtornos psiquiátricos consideradas problemas da vida adulta começam a aparecer no final da adolescência e examinando as ressonâncias magnéticas dos voluntários, a equipe de Bullmore espera descobrir se na raiz dessas condições estão anormalidades no desenvolvimento do cérebro.

Segundo o médico, a ideia é entender, por exemplo, "como uma esquizofrenia que surge em um paciente de 19 ou 20 anos poderia estar relacionada a problemas no desenvolvimento do cérebro desse indivíduo".

Para ele, tal tipo de compreensão ajudaria no desenvolvimento de tratamentos melhores para diversos transtornos.

"Com esse conhecimento podemos abandonar a ideia de que as doenças mentais em pessoas jovens são sobretudo um problema moral ou um desastre aleatório", diz Bullmore.

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Novo manual de psiquiatria é lançado nos EUA em meio a críticas

O livro que orienta a atividade de psiquiatras do mundo inteiro ganha amanhã uma nova versão num lançamento com certo sabor de derrota.

A quinta edição do DSM (Manual de Estatísticas de Diagnósticos) promete tornar mais coerentes os critérios de definição de transtornos mentais, mas deve deixar de nortear pesquisas que conectam a prática clínica à ciência de ponta feita nessa área da medicina.

A festa de lançamento do livro ocorre no encontro anual da APA (Associação Psiquiátrica Americana), que começa amanhã em San Francisco e vai até quarta-feira (22).

A declaração que criou um clima de desconforto para o evento, porém, partiu da periferia de Washington, onde fica o NIMH (Instituto Nacional de Saúde Mental), o principal organismo de financiamento à ciência psiquiátrica nos Estados Unidos, com orçamento anual de US$ 1,4 bilhão.

Às vésperas do encontro, o diretor da instituição, Thomas Insel, disse que pretende distanciar do DSM o esforço de pesquisa básica em saúde mental.

A ideia é criar, no longo prazo, um novo sistema diagnóstico dentro de um projeto capitaneado pela instituição, o RDoC (Critérios no Domínio da Pesquisa, sigla em inglês). É preciso pôr o manual da APA de lado por um pouco e começar o esforço do zero, diz o diretor. Do contrário não haveria modo de tornar a psiquiatria um ramo da medicina mais objetivo, mais baseado em biologia e mais científico.

"Não podemos ter sucesso se usarmos como 'padrão ouro' as categorias do DSM", escreveu Insel no blog do instituto duas semanas atrás. Segundo ele, é preciso tentar ligar a neurobiologia com itens de diagnóstico mais simples, como um tipo específico de alucinação, e não com categorias de doenças impostas de cima para baixo, como a esquizofrenia. "O sistema de diagnóstico tem de ser construído sobre dados de pesquisas emergentes, não sobre as categorias atuais baseadas em sintomas."

Seu texto ainda trazia uma mensagem que despertou preocupação na força-tarefa encarregada de atualizar o manual. "Muitos pesquisadores ligados ao NIMH, já estressados com cortes de orçamento e com a dura disputa por verbas de pesquisa, não acolherão essa mudança com bons olhos", alertou. "Alguns considerarão o RDoC um exercício acadêmico divorciado da clínica prática. Mas essa mudança será bem recebida por pacientes e suas famílias..."

A declaração provocou reação por parte da APA, que reconhece ter sido incapaz de criar um sistema diagnóstico baseado em neurobiologia, promessa que vinha sido feita desde a década de 1970.

As alterações da quinta edição do DSM em relação à quarta não contemplam esse objetivo. Apesar de alguns transtornos terem sido excluídos e outros criados (veja quadro abaixo.), a base do manual ainda está nos sintomas, e não na neurobiologia. Segundo a associação, porém, é preciso manter firme a prática clínica tradicional enquanto não há ciência suficiente para uma transição cuidadosa.

"Esforços como o RDoC são vitais para o progresso contínuo de nossa compreensão coletiva sobre transtornos mentais, mas eles não podem nos servir aqui e agora, e não podem suplantar o DSM-5", escreveu David Kupfer, chefe da força-tarefa do DSM, num comunicado oficial. "O resultados do RDoC podem um dia culminar nas descobertas genéticas e neurocientíficas que vão revolucionar nossa área. Mas, até lá, devemos entregar a nossos pacientes uma outra nota promissória dizendo que algo vai acontecer alguma hora?"

Anteontem, a APA e o NIMH tentaram aplacar o clima de animosidade emitindo um comunicado conjunto.

"Todas as disciplinas médicas avançam por meio do progresso da pesquisa em caracterizar doenças e transtornos. O DSM-5 e o RDoC representam arcabouços complementares, e não concorrentes, para esse objetivo", diz o documento.

As entidades também ressaltaram a importância de existir uma referência sólida de critérios para uso por planos de saúde e por governos. O Brasil usa a Classificação Internacional de Doenças, da OMS (Organização Mundial de Saúde), que é virtualmente igual ao DSM. Há um comitê de "harmonização" que trata de eliminar a incompatibilidade entre os dois sistemas.

 

 

 

TESTES DE CAMPO

Durante a troca de declarações públicas entre NIMH e APA, um assunto não mencionado pelas duas entidades foram os testes de campo para a criação de novos transtornos propostos durante a fase de elaboração do DSM-5.

Esses trabalhos falharam em dar suporte à existência de algumas categorias, como o "transtorno misto de ansiedade e depressão", a "autoagressão não suicida" e a "síndrome do risco de psicose" (uma pré-esquizofrenia infantil). Nenhum destes deve entrar no manual.

Sem uma injeção maior de verbas por parte do NIMH no futuro, é improvável que as próximas versões do DSM consigam testar tantas propostas de novos transtornos a cada revisão.

Além de receber críticas por parte de quem defende uma psiquiatria mais biológica, o novo DSM-5 também será lançado em meio a ataques de entidades de classe de psicólogos.

Uma petição que pedia ao manual para adotar uma abordagem mais humana e menos farmacológica na psiquiatria ganhou a assinatura de 14 mil profissionais de saúde. Essa demanda ganhou ainda mais força quando Allen Frances, psiquiatra chefe da força-tarefa que elaborou a edição anterior do DSM, juntou-se ao grupo.

"Em minha opinião, o processo do DSM-5 foi obscuro, fechado e escorregadio --com restrições de confidencialidade, prazos estourados a toda hora, testes de campo descuidados, o cancelamento de um importante passo no controle de qualidade e muita pressa para a publicação", escreveu o psiquiatra em seu blog nesta semana. "O erro do DSM-5 foi tentar ir além do conhecimento atual."

Fonte:Folha de São Paulo