segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Quem é a UnitedHealth, a nova dona da Amil

Conheça a história da empresa que faturou US$ 102 bilhões com saúde e entenda porque ela quer apostar agora no Brasil

Até ontem pouco conhecida no Brasil, a UnitedHealth (UHG) passa a despertar grande interesse em acionistas, investidores, médicos, empregados e clientes de um dos maiores e mais tradicionais provedoras de planos de saúde do país, a Amil. A americana anunciou nesta segunda-feira acordo para comprar a Amil Participações, atribuindo um valor de cerca de 11 bilhões de reais à empresa brasileira.

Mas, afinal, quem é a nova dona da Amil?

Com capital aberto desde 1984 na bolsa americana, a UnitedHealth faturou 102 bilhões de dólares no ano passado e tem 99.000 empregados trabalhando nos 17 países onde atua. Fundada em 1974 por um grupo de médicos e profissionais da saúde, com o nome de Charter Med Incorporated, a empresa foi criada para oferecer plano de saúde privado aos americanos.

Em três anos, a demanda cresceu tanto que outros braços de negócios foram criados e agrupados na United Healthcare Corporation, que passou a deter todo tipo de serviços na área, desde venda para software de gerenciamento de custos para consultórios até convênios com farmácias e pré-certificação para processos de internação.

As ofertas foram, aos pouco, ampliadas e muitas delas se apresentaram pela primeira vez no mercado - o plano de saúde para idosos e a rede de implantes, criados no início da década de 80, são bons exemplos. A empresa foi ainda uma das primeiras a patentear um sistema de estudo de inteligência artificial, em 1996.

Mas foi apenas em 1998 que a companhia se tornou UnitedHealth Group, uma gigante do setor com a estratégia voltada a reunir negócios de saúde que tenham sinergia entre si. Passa, então, a buscar novos nichos de consumidores e serviços que possam atendê-los, além de iniciar um processo de aquisições de empresas que possam agregar valor para suas empresas.

Compras em pílulas

As aquisições mais recentes da americana mostram, de pílula em pílula, o rumo que o negócio está tomando – nos últimos anos, em especial, fora dos Estados Unidos. Em janeiro, a empresa comprou a FrontierMedex, uma empresa especializada em assistência médica e outras formas de assistência para trabalhadores estrangeiros e viajantes. Em julho, fechou uma aliança com um plano de saúde da Austrália, depois de uma disputa acirrada por ela com uma seguradora com sede em Dubai.

Fechar a compra da Amil no Brasil representaria a entrada da companhia em um mercado em forte expansão e ainda pouco explorado. “As seguradoras até agora tem se expandido suas operações para Ásia e Europa. Ninguém está focado na América do Sul”, afirmou Sarah James, analista da Wedbush Securities, ao Wall Street Journal.Para a analista, o crescimento da economia brasileira poderia render à UnitedHealth receitas com a venda de sistemas de análise de dados, oferta de serviços voltados à população de baixa renda e soluções para parcerias com órgãos do governo na área de saúde.

Deixar de concentrar os negócios nos Estados Unidos representa ainda uma maneira de diversificar a maneira de ganhar dinheiro em mercados pouco maduros – e, no momento, menos incertos. Assim como as outras empresas do setor, a UnitedHealth se beneficiou da ainda tímida procura dos americanos pelo serviço privado de saúde, em meio à crise econômica, mas tem o desafio de não saber quais serão as novas regras e impostos do setor que virão em consequência da revisão da área de saúde que está sendo feita no país.

Reação ao acordo

Na sexta-feira, quando as informações de uma possível negociação da UnitedHealth pela Amil começaram, as ações da companhia caíram cerca de 1,7% para 56,99 dólares no New York Stock Exchange. Já as ações da Amil estão valendo hoje, até a publicação desta matéria, a 28,82 reais, valor 13,91% maior que o do negociado no fechamento da Bovespa na última sexta-feira, dia 5.

Nos últimos doze meses, as ações da Amil subiram de 16,41 reais para 25,30 reais, um aumento de 54%.

Fonte: EXAME

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