quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Como degustar um vinho

Por Sommelier Wine Renato Pujol 

Quando bebemos um vinho, normalmente o relacionamos a uma gostosa situação, pensamos nos bons momentos que esta bebida pode nos proporcionar e não nos detalhes técnicos, ou seja, se os aromas e o sabor são agradáveis ou não.

Já a degustação se dá de maneira técnica, onde analisamos todos os aspectos que o vinho pode ter. A análise primeiramente é feita a fim de encontrar defeitos. A partir de então, desfrutamos das inúmeras sensações agradáveis que o vinho é capaz de nos proporcionar. Para ajudar, preparei um passo a passo com algumas dicas do que avaliar na hora de degustar um vinho. Confira!

IMG4 2380 Como degustar um vinho

Como degustar um vinho

Esta analise se dá primeiro pela parte visual, depois pela olfativa e, por fim, de forma gustativa.

1. Analisamos a parte visual como a cor, a intensidade, a limpidez e a formação das “lágrimas”. Cada um desses atributos requer uma maneira diferente de observação.

• Pela cor analisamos se o vinho é jovem ou maduro.

• Pela intensidade podemos analisar o tipo da uva e também o estilo do vinho, pois cada uma tem uma coloração diferente da outra.

• A limpidez nos diz se existe a presença de partículas em suspensão, que pode não ser obrigatoriamente um defeito, já que vinhos engarrafados sem filtração podem ter sedimentos.

• As lágrimas tem a ver somente com a quantidade de álcool que o vinho pode ter, quanto mais próxima forem as lágrimas uma da outra, mais alcoólico será o vinho. Quanto mais devagar estas lágrimas escorrerem mais viscoso ele será.

2. Analisamos o vinho pelos aromas, levando em consideração a percepção pela sanidade, intensidade, complexidade, persistência e evolução.

Sanidade: o vinho não pode ter aroma desagradável ou estragado, como o que chamamos de bouchonné (rolha) ou avinagrado (oxidado).

Intensidade: é a quantidade de aroma, o impacto do líquido em nossas narinas.

Complexidade: a variedade de aromas ou quantidade de diferentes tipos que podem ser reconhecidos.

Persistência: quanto tempo a sensação permanece em nosso olfato.

Evolução: aromas evoluem à medida que o líquido é aerado. Com alguns minutos ou até algumas horas na taça, aromas novos podem surgir.

3. A analise gustativa se dá pelo entendimento e percepção dos sabores e que são classificados em doce, ácido, salgado e amargo.

Doce – este sabor é provocado pelo açúcar residual da própria uva, pelo álcool e glicerol. Conseguimos perceber estas sensações pela ponta da língua, mas que também provocam sobre as mucosas da boca uma sensação tátil de maciez e untuosidade.

Ácido – causado pelos próprios ácidos da uva, (tartárico, cítrico e málico) ou dos ácidos provenientes da fermentação alcoólica e malolática (succínico, láctico e acético). Estas substâncias são percebidas nas laterais da língua, que são reconhecidas pela salivação fluida e abundante que provocam.

Salgado – este sabor é raramente encontrado nos vinhos. É encontrado, às vezes em vinhos de regiões muito próximas ao oceano, sendo o Jerez na Espanha o exemplo mais citado.

Amargo – o tanino é o principal causador desta sensação, ele pode ser encontrado de uma maneira mais discreta em vinhos jovens de boa qualidade e que é sentido com maior facilidade no fundo da língua, ou mesmo nenhum amargor se estes taninos forem muito finos e maduros. O amargor intenso e desagradável é, sempre que presente, um defeito do vinho.

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