segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

JAMA: efeito do citalopram na agitação de pacientes com doença de Alzheimer

A agitação é comum, persistente e associada a consequências adversas para os pacientes com doença de Alzheimer. As opções de tratamento farmacológico, incluindo os antipsicóticos, não são satisfatórias.

O objetivo primário do presente estudo, divulgado pelo periódicoThe Journal of the American Medical Association (JAMA), foi avaliar a eficácia do citalopram para a agitação de pacientes com doença de Alzheimer. Os objetivos secundários examinaram os efeitos do citalopram sobre o estresse do cuidador do paciente, a segurança cognitiva, a tolerabilidade, entre outros.

O estudo, conhecido como Citalopram for Agitation in Alzheimer Disease Study (CitAD) foi randomizado, controlado por placebo, duplo-cego, de grupos paralelos e envolveu 186 pacientes com provável doença de Alzheimer e agitação clinicamente significativa de oito centros acadêmicos nos Estados Unidos e Canadá a partir de agosto de 2009 até janeiro de 2013.

Os participantes (n=186) foram randomizados para receber uma intervenção psicossocial mais ou citalopram (n=94) ou placebo (n=92) durante nove semanas. A dosagem começou com 10 mg por dia com titulação planejada para 30 mg por dia, durante 3 semanas, com base na resposta e tolerabilidade.

As medidas do objetivo primário foram baseadas nos escores de 18 pontos na subescala de agitação Neurobehavioral Rating Scale (NBRS-A) e na escala modificada Alzheimer Disease Cooperative Study-Clinical Global Impression of Change (mADCS-CGIC). Os outros resultados foram baseados em escores do Cohen-Mansfield Agitation Inventory (CMAI) e do Neuropsychiatric Inventory (NPI), na capacidade de concluir as atividades da vida diária (AVD), no estresse do cuidador, na segurança cognitiva (baseado na pontuação dos 30 pontos doMini Mental State Examination [MMSE]) e em eventos adversos.

Os participantes que receberam citalopram mostraram melhora significativa em comparação com aqueles que receberam placebo em ambas as medidas do objetivo primário. Os participantes que receberam citalopram apresentaram melhora significativa no CMAI, no NPI total e no estresse do cuidador, mas não na capacidade de concluir as atividades da vida diária ou no menor uso de lorazepam de resgate. Agravamento da cognição e prolongamento do intervalo QT foram observados no grupo que recebeu citalopram.

Concluiu-se que entre os pacientes com provável doença de Alzheimer e agitação que estejam recebendo intervenção psicossocial, a adição de citalopram em comparação com placebo reduziu significativamente nesta pesquisa a agitação do paciente e o estresse do cuidador, no entanto, efeitos adversos cognitivos e cardíacos do citalopram podem limitar a sua aplicação prática na dosagem de 30 mg por dia.

Fonte: The Journal of the American Medical Association, volume 311, número 7, de 19 de fevereiro de 2014 - NEWS.MED.BR, 2014.

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