segunda-feira, 24 de março de 2014

Vinha, quanto mais velha melhor!

Por Sommelier Wine - Manuel Luz

Certas profissões atingem o seu ponto máximo quando exercitadas por um corpo e cérebro jovens, por exemplo, o atletismo e a maioria dos esportes. Outras atividades melhoram com o tempo e quanto mais velho for o profissional, mais experiente será e mais domínio terá da função. Estes são os psicólogos, psiquiatras, advogados, juízes. Com o vinho também é assim.

Os vinhedos jovens dão excelentes resultados se plantados em bons terroirs, mas atingirão seu apogeu apenas depois de 50 ou 60 anos. Quando novos, produzem uvas boas, e a planta é vigorosa e cheia de vida. Mas são das vinhas velhas que se fazem os melhores vinhos.

uva garnacha

Esse é o caso da uva garnacha, que dá origem ao Cistum 2009, vindo da Seleção ClubeW Classic deste mês. Diz o grande degustador espanhol José Peñin que “A garnacha é como um ator que faz Shakespeare, um jovem pode ser bom, mas só será perfeito se for velho, se tiver tido tempo para os dramas pessoais na vida.”.

As vinhas velhas dão menos frutos, cachos menores, todavia estão bem adaptadas ao seu meio ambiente. Os poucos cachos são sobreviventes, os melhores, cheios de concentração e sabor, o oposto da juventude nervosa de uma vinha nova.

De todos os países da Europa, a Espanha é o que mais possui vinhas velhas. E nada melhor, do que um legítimo espanhol elaborado com vinhedos antigos para comprovar o diferencial que as uvas de uma planta envelhecida podem proporcionar ao vinho.

garrafa-clubew-01Minha indicação é que você deguste os vinhos que estão no ClubeW Classic de março, em especial o Cistum 2009 que conquistou 92 pontos do crítico americano Robert Parker. Um vinho único, que vale a pena conferir!

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