quinta-feira, 29 de maio de 2014

Efeito da atividade física estruturada para a prevenção da incapacidade de mobilidade em idosos

Em idosos, a redução da mobilidade é comum e constitui um fator de risco independente para morbidade, hospitalização, incapacidade e mortalidade. Evidências limitadas sugerem que a atividade física pode ajudar a prevenir a incapacidade funcional; no entanto, não há estudos clínicos definitivos sobre este assunto.

O objetivo do ensaio clínico randomizado LIFE Study, publicado pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA), foi testar a hipótese de que um programa de atividade física estruturada de longo prazo é mais eficaz do que um programa de educação em saúde (também referido como um programa de envelhecimento bem sucedido) na redução do risco de incapacidade de mobilidade.

O The Lifestyle Interventions and Independence for Elders (LIFE) foi um estudo multicêntrico, randomizado, que envolveu participantes entre fevereiro de 2010 e dezembro de 2011, para fazerem parte de uma pesquisa que durou em média 2,6 anos. O acompanhamento terminou em dezembro de 2013. Os participantes foram recrutados em comunidades urbanas, suburbanas e rurais em oito centros dos Estados Unidos. Foi randomizada uma amostra de voluntários com 1.635 homens e mulheres sedentários, idades variando entre 70 e 89 anos, que tinham limitações físicas, mas que eram capazes de caminhar 400 metros. A incapacidade foi definida como uma pontuação de nove ou menos no Short Physical Performance Battery.

Os participantes foram randomizados para um programa estruturado de atividade física de intensidade moderada (n=818), realizado em um centro (duas vezes/semana) e em casa (3-4 vezes/semana), que incluiu exercícios aeróbicos, de resistência e atividades de treinamento de flexibilidade ou para um programa de educação em saúde (n=817), que consistia de workshops sobre temas relevantes para adultos mais velhos e exercícios de alongamento dos membros superiores.

O desfecho primário foi a deficiência de mobilidade objetivamente definida pela perda da capacidade de andar 400 metros.

Os casos novos de incapacidade funcional ocorreram em 30,1% (246 participantes) do grupo das atividades físicas e em 35,5% (290 participantes) do grupo da educação em saúde (P=0,03). A incapacidade persistente de mobilidade foi experimentada por 120 participantes (14,7%) no grupo das atividades físicas e por 162 participantes (19,8%) no grupo da educação em saúde (P=0,006). Eventos adversos graves foram relatados por 404 participantes (49,4%) no grupo das atividades físicas e por 373 participantes (45,7%) no grupo da educação em saúde.

Concluiu-se que um programa estruturado de atividade física de intensidade moderada em comparação a um programa de educação em saúde reduziu a incapacidade de mobilidade em 2,6 anos entre idosos em risco de deficiência. Estes resultados sugerem os benefícios de um programa desse tipo para idosos vulneráveis.

Fonte: JAMA, publicação online de 27 de maio de 2014 - NEWS.MED.BR, 2014.

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