terça-feira, 13 de maio de 2014

Estudo questiona benefícios do vinho e do chocolate à saúde

Pesquisa de onze anos não encontrou relação entre o consumo do antioxidante resveratrol e a baixa incidência de doenças cardiovasculares

Uma pesquisa divulgada na segunda-feira não encontrou provas de que o resveratrol, antioxidante polifenol presente no vinho tinto e no chocolate, faz bem ao coração e diminui processos inflamatórios no organismo. O estudo contraria uma série de trabalhos que atribui ao chocolate e ao vinho efeitos positivos à saúde.

Os cientistas começaram a pesquisa questionando o chamado "paradoxo francês", segundo o qual uma dieta rica em colesterol e gordura saturada não necessariamente leva a problemas no coração. Segundo o "paradoxo francês", os malefícios da gordura seriam compensados pelo consumo regular de vinho tinto, bebida rica em resveratrol e outros polifenóis que, afirmam vários estudos, protegem o coração e combatem os radicais livres.

A pesquisa foi realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, entre de 1998 a 2009. Participaram do estudo 783 homens e mulheres com 65 anos ou mais, moradores de duas cidades da Toscana, na Itália. A escolha da região foi proposital, já que o consumo regular de vinho é comum nas cidades toscanas, de modo que não seria necessário mudar a dieta dos voluntários.

No começo do estudo, os cientistas mediram a quantidade de resveratrol presente na urina dos participantes. Os voluntários foram, então, divididos em quatro grupos, de acordo com a quantidade do antioxidante nas amostras de urina.

Ao longo da pesquisa, 268 participantes morreram, 174 tiveram alguma doença cardiovascular e 34 foram diagnosticados com câncer. Segundo os pesquisadores, a incidência das moléstias foi igual entre pessoas com mais ou menos resveratrol no organismo. "A ideia usual é de que certos alimentos são bons para a saúde porque contêm resveratrol. Nosso estudo não confirmou essa afirmação", disse Richard D. Semba, coautor da pesquisa publicada no periódico Jama Internal Medicine. 

Fonte: Veja

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