segunda-feira, 19 de maio de 2014

Remédio para doença renal pode bloquear o desenvolvimento da aids

Em estudo com macacos, medicamento impediu trânsito de intestinais para o resto do corpo e reduziu complicações à saúde causadas pelo vírus HIVbactérias

HIV

Um estudo com macacos revelou que os problemas de saúde ocasionados pelo vírus HIV podem ser amenizados com o uso de uma droga utilizada para o tratamento de diálise renal. A comprovação foi feita por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, e publicada nesta sexta-feira no periódico Journal of Clinical Investigation. 

A pesquisa, assim, sustenta a teoria de que terapias complementares às drogas antirretrovirais podem diminuir a progressão do HIV no organismo. O medicamento utilizado para a pesquisa foi o Sevelamer, que se mostrou eficaz no bloqueio da proliferação de bactérias provenientes do intestino e acabou por reduzir complicações de saúde.

Deficiência do sistema imunológico e inflamações são os principais determinantes da progressão da infecção do HIV para a aids. O que se acreditava, e que foi comprovado, é que uma das causas dessa progressão seria o trânsito de bactérias do intestino para o resto do corpo — facilitado pela mucosa intestinal danificada pelo HIV.

Os pesquisadores utilizaram para o estudo macacos previamente infectados com SIV, a forma primata do HIV. Parte dos animais foi medicada com Sevelamer via oral, indicado para tratar níveis elevados de fosfato no sangue de pacientes com doença renal crônica. A outra parte não utilizou a medicação. Nos macacos tratados com o remédio, o nível de uma proteína que indica translocação microbiana se manteve baixo. Já naqueles do grupo de controle, esses níveis aumentavam quase quatro vezes por semana após a infecção por SIV.

Segundo os pesquisadores, as bactérias se ligam ao Sevelamer, o que dificulta sua fuga para o resto do corpo e previne problemas mais sérios, como doenças cardiovasculares, enfraquecimento ainda maior do sistema imunológico e o desenvolvimento da aids.

Ivona Pandrea, coautora do estudo, ressalta que esse tratamento pode não surtir efeito depois que a infecção atinge maiores proporções, quando o intestino está demasiadamente danificado. "Nosso estudo aponta para a importância do rápido tratamento em pessoas infectadas com o vírus", diz.

Fonte: Veja

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