domingo, 13 de julho de 2014

Journal of Clinical Oncology: vasectomia pode aumentar risco de câncer de próstata agressivo

Relatos conflitantes permanecem a respeito da associação entre a vasectomia, uma forma comum de contracepção masculina, e o risco de câncer de próstata. O presente estudo, publicado pelo Journal of Clinical Oncology, examinou prospectivamente esta associação com o seguimento prolongado dos pacientes e uma ênfase na doença avançada e letal.

Participaram da pesquisa 49.405 homens, dos EUA, no Health Professionals Follow-Up Study, com idades ente 40 e 75 anos no início do estudo, em 1986. Destes, 6.023 pacientes foram diagnosticados com câncer de próstata durante o acompanhamento até 2010, incluindo 811 casos letais. No total, 12.321 homens (25%) fizeram vasectomia. Modelos de riscos proporcionais de Cox foram usados para estimar o risco relativo (RR) e o IC de 95% da doença avançada, de alto grau, letal e total, com ajustes para uma variedade de possíveis fatores de confusão.

Os resultados mostram que a vasectomia foi associada com um pequeno aumento do risco de câncer de próstata em geral (RR 1,10; IC 95% 1,04-1,17). O risco foi elevado para o alto grau (escore de Gleason de 8 a 10; RR 1,22; IC 95% 1,03-1,45) e doença letal (morte ou metástases à distância; RR 1,19; IC 95% 1,00-1,43). Em uma subcoorte de homens que fizeram triagem regular com antígeno prostático específico (PSA), a associação com o câncer letal foi mais forte (RR 1,56; IC 95% 1,03-2,36). A vasectomia não foi associada ao risco de doença de baixo grau ou localizada. Análises adicionais sugerem que as associações não foram impulsionadas por diferenças nos níveis de hormônios sexuais, doenças sexualmente transmissíveis ou pelo tratamento docâncer.

Concluiu-se que os dados encontrados corroboram a hipótese de que a vasectomia está associada a um aumento modesto da incidência de câncer de próstata letal. Os resultados não parecem ser devido ao viés de detecção e são improváveis os fatores de confusão por infecções ou pelo tratamento do câncer.

Fonte: Journal of Clinical Oncology, publicação online, de 7 de julho de 2014 - NEWS.MED.BR, 2014

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