segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Três pacientes com alopécia areata recuperaram seus cabelos com o medicamento ruxolitinib, publicado pela Nature Medicine

A alopécia areata (AA) é uma doença autoimune que gera danos ao folículo capilar pelas células T. As vias imunes necessárias para a ativação de células T autorreativas na AA não estão definidas, limitando o desenvolvimento de terapias.

Estudos de associação em todo o genoma (GWAS) demonstraram o envolvimento de ligantes do receptor NKG2D (produto do gene KLRK1) na patogênese da alopécia areata. Neste estudo, publicado pela revista Nature Medicine, os cientistas mostraram que as células citotóxicas CD8 + NKG2D + T são necessárias e suficientes para a indução de alopécia areata (AA) em cobaias. O perfil global da transcrição da AA na pele de ratos e humanos revelou a expressão gênica indicativa de infiltração de células T citotóxicas, uma resposta do interferon-γ (IFN-γ) e a regulação positiva de várias cadeias γ (yc) de citocinas conhecidas por promover a ativação e a sobrevivência de IFN -γ produtoras de células T efetoras CD8 + NKG2D + T.

Terapeuticamente, o bloqueio do IFN-γ (mediado por anticorpo), da interleucina-2 (IL-2) ou do receptor β (IL-15Rβ) da interleucina-15 preveniram o desenvolvimento da doença, reduzindo o acúmulo de células T CD8 + NKG2D + T na pele e a resposta de IFN na derme em um modelo do rato com AA. Inibidores farmacológicos de Janus quinase (JAK), que é uma família de proteínas tirosina quinases, administrados sistemicamente, que são efetores a jusante da família dos receptores de IFN-γ e de citocinas yc, eliminaram a assinatura de IFN e impediram o desenvolvimento da AA, enquanto que a administração tópica promoveu o crescimento dos cabelos e reverteu a doença estabelecida. Notavelmente, três pacientes tratados com ruxolitinib oral, um inibidor de JAK1 e JAK2, alcançaram crescimento quase completo dos cabelos dentro de cinco meses de tratamento, o que sugere a utilização clínica potencial de inibidores da JAK em pessoas com AA.

As conclusões são de pesquisadores do Columbia University Medical Center e foram publicadas na revistaNature Medicine.

O ruxolitinib é um medicamento normalmente utilizado para o tratamento de doenças da medula óssea.

Fonte: Nature Medicine, publicação online, de 17 de agosto de 2014 - NEWS.MED.BR, 2014.

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