O estudo, publicado pelo British Medical Journal (BMJ), teve como objetivo determinar se a gota aumenta o risco de incidência de doença arterial coronariana (DAC), cerebrovascular (DCV) e doença vascular periférica (DVP) em uma grande corte de pacientes de cuidados primários com gota, uma vez que não houve tais grandes estudos na atenção primária.
Um estudo de coorte retrospectivo foi realizado utilizando dados do Clinical Practice Research Datalink (CPRD) no Reino Unido. Os riscos de incidência de doença arterial coronariana (DAC), cerebrovascular (DCV) e doença vascular periférica (DVP) foram comparados em 8.386 pacientes com diagnóstico de gota e em 39.766 controles, todos com idade acima de 50 anos e sem história vascular prévia nos dez anos seguintes ao diagnóstico de gota.
Após análises multivariadas chegou-se aos seguintes resultados:
- Os homens estavam em maior risco para qualquer evento vascular (riscos relativos ou RRs (IC 95%)) RR 1,06 (1,01-1,12), qualquer doença coronariana RR 1,08 (1,01-1,15) e doença vascular periférica1,18 (1,01-1,38).
- As mulheres estavam sob maior risco para qualquer evento vascular, RR 1,25 (1,15-1,35), qualquer doença coronariana RR 1,25 (1,12-1,39), e doença vascular periférica 1,89 (1,50-2,38), mas não para qualquer doença cerebrovascular.
Concluiu-se que nesta coorte de pacientes com mais de 50 anos com gota, as pacientes do sexo feminino com gota estavam em maior risco para eventos vasculares incidentes, mesmo após o ajuste para fatores de risco vasculares, apesar de uma maior prevalência tanto da gota quanto de doenças vasculares em homens. São necessárias mais pesquisas para estabelecer o motivo para esta diferença entre os sexos.
Fonte: Annals of the Rheumatic Diseases/The Eular Journal, publicação online, de 27 de agosto de 2014 - NEWS.MED.BR, 2014.
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