terça-feira, 28 de abril de 2015

Consumir alimentos ricos em potássio na infância pode ajudar a prevenir a hipertensão arterial na adolescência, em artigo do JAMA Pediatrics

A identificação dos fatores de risco, no início da vida, para o desenvolvimento de pressão arterial sanguínea elevada é crítica para a prevenção da doença cardiovascular. Para estudar prospectivamente o efeito do sódio, do potássio e da relação potássio/sódio na dieta na pressão sanguínea de adolescentes, foi realizado estudo prospectivo de coorte em Richmond (Califórnia), Cincinnati (Ohio) e Washington DC.

O estudo National Heart, Lung, and Blood Institute’s Growth and Health Study contou com a participação de 2.185 meninas, negras e brancas, com idades entre 9 e 10 anos no início da pesquisa, com dados completos para dieta e pressão arterial desde o início até meados da adolescência. Elas foram acompanhadas por 10 anos. As primeiras visitas de avaliação foram entre março de 1987 a fevereiro de 1988 e o acompanhamento continuou até fevereiro de 1999. Foram utilizados modelos mistos longitudinais e análise de modelos de covariância para avaliar o efeito do sódio, do potássio e da relação potássio/sódio na pressão arterial sistólica e diastólica ao longo da adolescência e após 10 anos de acompanhamento com os ajustes para raça, estatura, atividade, tempo de exposição à TV/vídeo, calorias ingeridas e outros fatores dietéticos.

As médias da pressão arterial sistólica e diastólica em toda a adolescência e no final do acompanhamento, quando as adolescentes tinham entre 17 e 21 anos, foram avaliadas. Foram observados os consumos médios de sódio e potássio na dieta e a média da relação potássio/sódio na faixa etária de 9 a 17 anos e eliminados potenciais fatores de confusão por caloria ingerida.

A ingestão de sódio foi classificada como:

  • Menos do que 2.500 mg/dia (19,4% dos participantes)
  • 2.500 mg/dia a menos de 3.000 mg/dia (29,5%)
  • 3.000 mg/dia a menos do que 4.000 mg/dia (41,4%)
  • 4.000 mg/dia ou mais (9,7%).

A ingestão de potássio variou entre:

  • Menos de 1.800 mg/dia (36,0% dos participantes)
  • 1.800 mg/dia a menos de 2.100 mg/dia (26,2%)
  • 2.100 mg/dia para menos do que 2.400 mg/dia (18,8%)
  • 2.400 mg/dia ou mais (19,0%).

Não houve nenhuma evidência de que as ingestões mais elevadas de sódio (3.000 a <4.000 mg/dia e ≥4.000 mg/dia versus <2500 mg/dia) tenham um efeito adverso sobre a pressão arterial das adolescentes e modelos mistos longitudinais mostraram que aquelas que consumiram 3.500 mg/dia ou mais tiveram geralmente apressão arterial diastólica mais reduzida em comparação com aquelas que consumiam menos de 2.500 mg/dia (P=0,18). No entanto, a maior ingestão de potássio foi inversamente associada à mudança da pressão arterial ao longo da adolescência (P<0,001 para a pressão sistólica e diastólica) e no final do seguimento (P=0,02 e P=0,05 para a pressão sistólica e diastólica, respectivamente). Enquanto a relação potássio/sódio também foi inversamente associada à pressão arterial sistólica (P=0,04), estes efeitos foram geralmente fracos em comparação com os efeitos para o potássio sozinho.

As conclusões deste estudo mostram que o consumo de 3.500 mg/dia de sódio ou mais não teve nenhum efeito adverso sobre a pressão arterial. Os efeitos benéficos do potássio na dieta na pressão arterial sistólica e diastólica sugerem que consumir mais alimentos ricos em potássio durante a infância pode ajudar a suprimir o aumento da pressão arterial na adolescência.

Fonte: JAMA Pediatrics, publicação online, de 27 de abril de 2015 – News.Med.Br

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