terça-feira, 1 de abril de 2014

Cirurgia bariátrica é tratamento eficaz e duradouro contra diabetes tipo 2

Estudo demonstrou que, após o procedimento, muitos pacientes foram capazes de controlar o açúcar no sangue sem a necessidade de medicamentos

Em ensaios clínicos randomizados de curto prazo (de duração de um a dois anos), a cirurgia bariátrica tem sido associada à melhora no diabetes mellitus tipo 2.

Foram avaliados os resultados, após três anos da randomização, de 150 pacientes obesos com diabetes tipo 2 não controlado, para receber apenas terapia intensiva médica ou tratamento médico intensivo mais bypass gástrico em Y de Roux ou gastrectomia vertical. O desfecho primário foi o nível de hemoglobina glicada de 6,0% ou menos.

A média de idade dos pacientes no início do estudo foi de 48±8 anos, 68% eram mulheres, o nível médio de hemoglobina glicada foi de 9,3±1,5% e o índice de massa corporal (IMC) basal médio foi de 36,0±3,5. Um total de 91% dos pacientes completou 36 meses de acompanhamento. Aos três anos de seguimento, o critério para o desfecho primário foi alcançado por 5% dos pacientes no grupo da terapia médica intensiva, em comparação com 38% daqueles no grupo do bypass gástrico em Y de Roux (p<0,001) e 24% dos que estavam no grupo da gastrectomia (p=0,01). O uso de medicamentos hipoglicemiantes, incluindo insulina, foi menor nos grupos cirúrgicos do que no grupo que recebeu a terapia clínica. Os pacientes nos grupos cirúrgicos tiveram maiores reduções percentuais médias de peso em relação à linha de base, com reduções de 24,5±9,1% no grupo do bypassgástrico e 21,1±8,9% no grupo da gastrectomia, em comparação com uma redução de 4,2±8,3% no grupo da terapia médica (p<0,001 para ambas as comparações). Medidas de qualidade de vida foram significativamente melhores nos dois grupos cirúrgicos do que no grupo de terapêutica clínica conservadora. Não houve maiores complicações cirúrgicas tardias.

Este trabalho concluiu que entre os pacientes obesos com diabetes tipo 2 não controlado, após três anos de tratamento clínico intensivo associado à cirurgia bariátrica houve controle glicêmico significativo em mais pacientes do que naqueles que fizeram tratamento clínico isolado. A análise dos desfechos secundários, incluindo peso corporal, uso de medicamentos hipoglicemiantes e qualidade de vida também mostrou resultados favoráveis nos grupos cirúrgicos, em comparação com o grupo que recebeu o tratamento médico sem cirurgia.

Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), de 31 de março de 2014 - NEWS.MED.BR, 2014.

Nenhum comentário: