sexta-feira, 3 de julho de 2015

A importância de evitar bebidas adocicadas: uma estimativa das doenças relacionadas ao consumo dessas bebidas

Bebidas açucaradas são consumidas globalmente e contribuem para a adiposidade. No entanto, o impacto mundial do consumo deste tipo de bebida em termos de adiposidade nas doenças cardiovasculares (DCV), câncer e diabetes ainda não foi avaliado até o momento.

Um estudo divulgado pelo periódico Circulation, da American Heart Association, modelou global, regional e nacionalmente os encargos nas doenças associadas ao consumo de bebidas adocicadas por país, idade e sexo em 2010. Os efeitos do consumo de bebidas adocicadas no índice de massa corporal (IMC) e diabetes, e do IMC elevado nas doenças cardiovasculares, diabetes e câncer foram obtidos a partir de grandes estudos prospectivos de coorte de agrupamento.

Dados de mortalidade/morbidade de doenças específicas foram obtidos a partir do estudo Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors 2010 Study. As análises foram feitas por país, idade e sexo. Em todo o mundo, o modelo estimou 184.000 óbitos/ano atribuíveis ao consumo de bebidas adocicadas: 133.000 (126.000-139.000) de diabetes, 45.000 (26.000-61.000) por DCV e 6.450 (4.300-8.600) por câncer. 5% das mortes relacionadas ao consumo de bebidas adocicadas ocorreram em países de baixa renda; 70,9% em países de média renda e 24,1% nos países de alta renda. A mortalidade proporcional por consumo de bebidas doces variou de <1% em japoneses com mais de 65 anos para 30% em mexicanos com menos de 45 anos. Entre os 20 países mais populosos, o México tinha os maiores números absolutos (405 mortes/milhão de adultos) e proporcionais (12,1%) de mortes relacionadas ao consumo de bebidas adocicadas. Um total de 8,5 (2,8-19,2) milhões de anos de vida ajustados em função da incapacidade estava relacionado à ingestão deste tipo de bebida (4,5% deles relacionados à diabetes).

Este estudo conclui que o consumo de bebidas adocicadas é um componente único e modificável da dieta, que pode ter um impacto muito importante em doenças e mortes preveníveis em adultos provenientes de países de alta, média e baixa rendas. Isso indica uma necessidade urgente de desenvolvimento de programas globais de prevenção para que este consumo seja evitado.

Fonte: Circulation, publicação online, de 29 de junho de 2015 – News.Med.Br

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